Half Body — Interativa escrita por Meire Connolly


Capítulo 18
O dia em que descobriram quem era.


Notas iniciais do capítulo

Oie minhas amorinhas lindas do meu core.
Eu sei, eu sei, eu sei. Eu não postei semana passada, e eu não tenho uma total desculpa para isso, minhas babies doll. A verdade é que o capítulo não estava pronto no final de semana, e eu acabei totalmente esquecendo de deixá-lo pronto. Ai juntou que no sábado eu tive uma crise de insônia super louca e fui acordar as seis da manhã, e fiquei vagando pela casa. E mais a tarde logo depois do almoço, eu fui para a festa surpresa do rapaz que eu tenho um abismo, mas que namora, e que agora eu não quero mais ver (senhor); e depois no domingo a internet caiu. Então... Complicou meninas. Mil perdões mesmo gente, eu até pensei em recompensá-las postando dois capítulos, butt, se eu postar dois hoje, é bem provável que semana não tenha... Então, é melhor postar somente um, que está grandinho, e temos Joanna e Thomas novamente yeah!

Gente, vocês já ouviram Jess Glynne? Eu tô ouvindo bastante ultimamente, gosto da voz dela. E também estou ouvindo as músicas de Pitch Perfect 2, porque eu adoro a voz da Anna, e descobri que gosto de acapella (e eu tive que pesquisar o nome para ter certeza se estava certo.

GENTE, MAS PARA DEIXAR VOCÊS ALEGRES, EU TENHO UMA PIADA!
Não é tão bosta quanto a do cachorro (o senhor é meu pastor, uwenfhjwf); mas é. Enfim. Vamos lá.

"Cheguei para o gerente do banco e disse: "Meu Deus pra que tanto dinheiro?"
Ele respondeu: "Não é da sua conta!"

NJWNFJWRBHRWBGHRBGNRJGNJRGRGN, FALA GENTE, VOCÊS RIRAM!
É bosta, mas é tão bosta que acaba rindo.

Eu tinha outra, do meu professor de matemática, mas esqueci completamente. Então, deixa quieto.

E gente, eu sou de exatas, e vocês devem saber disso (se não sabe, fica sabendo agora), mas puta que pariu, estou adorando as aulas de Sociologia da minha professora. Ela é feminista e tals, mas gente, é muita perfeição as aulas dela. Te faz pensar, mas pensar mesmo, e fica aquele questionamento no interior da sua mente. Estou amando.

No capítulo de hoje, tannnnnnram, teremos Joanna e Thomas (como eu havia falado anteriormente), teremos Afonso e Elliot conversando, e teremos mais um encontrinho! No próximo capítulos os encontros acabam, e ai depois do próximo tem mais um, com um encontro com uma secundária, que eu tive que escrever, e depois do depois terá o capítulo bônus do Arthur!

Agora, vamos ler o capítulo moçada linda!
~escutando Jess Glynne, porque sim~



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Eighteen.

Don't Be So Hard On Yourself

18. O dia em que descobriram quem era.


Afonso virou seu corpo, ficando de barriga para baixo, e sentindo sua bochecha se apertar contra o travesseiro. Remexeu a cabeça, tentando — em vão, pode-se concluir — achar uma posição confortável. Virou-se novamente quando percebeu que não encontraria uma posição confortável daquele jeito. Virou-se novamente, ficando de barriga para cima, e colocando as mãos na barriga, soltando um suspiro, e apertando o estômago vazio.

— Ok, chega! — Elliot gritou se erguendo, e Afonso se remexeu na cama, assustado com o garoto. Elliot definitivamente tinha que parar com essa mania de assustar Afonso. — Está impossível dormir com você girando de um lado para outro! — reclamou e logo estava sentado sobre a cama de Arthur.

Afonso virou seu rosto para Elliot, que agora se acomodava sobre a cama king size do rapaz, deitando-se. O moreno arqueou uma sobrancelha, por mais que Elliot não fosse capaz de ver (pela escuridão em que o quarto se encontrava).

— Elliot? — Afonso chamou incerto.

— Cara, sua cama é maravilhosa — o loiro respondeu com a voz prazerosa, e Afonso se incomodou. — Admito que o colchão ali no chão é gostoso também, ao menos é melhor que o meu colchão, mas puta que pariu, cara, essa cama é perfeita. Deliciosa — elogiou, e Afonso voltou a olhar para o teto. — Eu não vou sair daqui, viu? Vou dormir aqui esta noite — falou, com a voz forte, e Afonso soltou uma risada nasal. Perguntou-se mentalmente se Elliot faria isso se fosse o verdadeiro Arthur ali.

Provavelmente não.

— Posso lhe fazer uma pergunta? — Afonso indagou incerto.

— Depende — Elliot respondeu, e logo em seguida deu de ombros, sentindo o calor reter em seu corpo por conta das grandes e grossas cobertas que o envolviam. — Eu não vou sair desta cama, só pra constar — rapidamente acrescentou com um sorriso divertido, e Afonso franziu as sobrancelhas.

— Não se preocupe, eu sei disso — respondeu um pouco atordoado pelo menino estar com tanta moral e ordem sobre Afonso.  

— Então pode perguntar — Elliot respondeu e colocou as mãos por fora da colcha sentindo o calor se dissipar de seus braços desnudos. Deveria ter colocado uma blusa de manga comprida.

— Você acha que é errado eu não ter raiva de Arthur? — o moreno perguntou, ainda incerto. Estava com isso na cabeça desde quando Bianca falara que tinha uma irmã gêmea e o rapaz ficou na mente da menina, querendo saber como era. Ela provavelmente pensou que eu gostaria de ficar com a irmã dela, concluiu mentalmente lembrando-se de quando a provocou por possivelmente estar com ciúmes.

— Não — Elliot respondeu simplesmente, mesmo não parando para pensar propositalmente naquilo. — Digo, o Arthur não fez nada de errado. Ele só teve o grande azar de ter sido escolhido para ser criado pelos Reis — concluiu, mas ainda sim estava incerto sobre o que deveria falar. Não havia pensado nisso. Desde quando entrou para o Castelo, tinha uma única coisa em mente: subir de patamar, para alcançar o maior salário e conseguir dar sustento a sua família. Entretanto, ser guarda pessoal do falso Arthur mudou todos os seus planos.

— Eu não consigo odiá-lo — Afonso falou após alguns segundos de silêncio, sentindo-se livre por finalmente estar confessando algo que estava preso em seu interior por muito tempo. — Porque eu não consigo odiá-lo? — perguntou irritado consigo mesmo, e Elliot teve vontade de rir. Mas no fundo, apenas ficou quieto.

— Ele era seu irmão — Elliot falou, após conseguir controlar-se e não soltar uma grande risada. Elliot tinha esse problema: rir em horas inapropriadas. Ele se sentia um besta por conta disso, mas não é como se ele conseguisse mudar isso rapidamente. Era algo que Elliot fazia desde criança, mudar algo de vinte e dois anos não seria fácil. — De certa forma, é seu irmão.

— Mas eu nunca sequer o vi — Afonso falou, com os olhos ainda fixos no teto, e uma sensação estranha na barriga. Respirou fundo para tentar tirar aquela sensação estranha da barriga, e também para se livrar daquele peso que começava a se formar em seus ombros. — E eu só sei como ele é por conta do Thomas, o que não serve de muito, posso admitir — concluiu ainda se sentindo estranho. Estava falando sobre o seu irmão gêmeo, que havia sido morto, e que Afonso nunca vira na vida. Não havia nada de sinistro naquilo.

— Ah, Afonso — Elliot sussurrou o nome do rapaz, certo medo em alguém escutá-lo. — É algo de gêmeos, sabe? Assim, você não ouviu o que a Bianca falou sobre a irmã dela? É coisa de gêmeos — Elliot concluiu, tentando achar lógica em suas próprias palavras. Não sabia o porquê do rapaz não conseguir odiar Arthur. — Arthur nunca lhe deu motivos para ser odiado — Elliot concluiu, pensando seriamente naquilo. Porque também não odiava Arthur.

— Ele está me dando agora — Afonso retrucou, um pouco zangado. — Se não fosse por sua morte, eu não estaria aqui, minha mãe não estaria presa sabe-se onde, e podendo sofrer inúmeras torturas — suspirou, segurando qualquer vestígio de vontade de chorar. Porque de certa forma, queria chorar.

— A culpa não foi dele — Elliot defendeu o Príncipe, sentindo-se totalmente estranho por fazer isso. — Ele só estava na hora errada, e no lugar errado — sua voz saiu fraca, num sussurro também, igual aos outros. Sentia-se estranho falando de Arthur ali no quarto do rapaz. — Ficou mexido com o que Bianca disse? — Elliot indagou após alguns segundos de silêncio.

— Eu seria um trouxa se dissesse que sim? — Afonso indagou incerto. Porque de certa forma, se sentia um trouxa. Um grande e enorme trouxa que era constantemente enganado pelos outros. Um ingênuo, um otário. Deus, eu preciso mudar.

— Não — com sinceridade, Elliot franziu a boca.

— Eu seria um otário se quisesse ter conhecido meu irmão? — Afonso perguntou bem baixo. Mas tão baixo que Elliot quase pediu para que Afonso repetisse. Elliot não soube responder Afonso por alguns segundos. Afinal, ele seria otário por querer ter conhecido seu irmão? Seu próprio irmão? Tudo bem que Arthur não era flor que se cheire, mas... Ele ainda assim era uma pessoa, uma pessoa com sentimentos (que basicamente ficavam escondidos); uma pessoa com uma família. Uma pessoa que tinha um irmão gêmeo no interior de Londres.

— Não seria — Elliot respondeu após reflexionar. Afinal, qual seria o problema no desejo do outro? Elliot também gostaria de conhecer seu irmão se tivesse algum. Afonso no final não estava sendo otário, ingênuo, ou bobo. Só estava sendo humano.

[...]

— Eu achei que você o distrairia — Thomas falou, depois de se recuperar do susto que recebera quando Joanna adentrou a sala de controle de segurança, com sua roupa intacta, seus fios louros levemente bagunçados, e seus lábios com o batom vermelho borrado. — Trate de se arrumar — o Rei pediu, com uma careta, voltando a olhar para os mais diversos monitores, tentando encontrar a gravação do corredor daquela madrugada. Não estava sendo uma tarefa fácil.

— Hum nervosinho — Joanna debochou, aproximando-se do homem sentado, e ajeitando seu cabelo, passando a mão levemente pelos fios, enquanto ajeitava a coroa sobre a cabeça. A coroa tinha de ficar perfeita. — Ele me enoja — a Rainha resmungou, pegando um lenço branco que estava no bolso do paletó de Thomas (lenço que Joanna obrigava Thomas a usar), e passando pelos lábios, enquanto analisava-se no reflexo de um monitor desligado.

Thomas soltou uma risada nasal.

— E você fez o que? Matou-o? — a ideia logo passou pela sua mente, e Thomas fitou Joanna de forma divertida, mas a mulher estava séria, ajeitando seus lábios com o lencinho e olhando-se no monitor. — Joanna, você o matou? — indagou de forma séria para a mulher. Thomas não duvidava de que Joanna poderia ter matado o rapaz. Matar era a forma mais fácil de resolver as coisas para a mulher.

— Claro que não, Thomas, eu não sou estúpida — a loira retrucou, ainda passando o lenço pelos lábios, cuidadosamente. Thomas permitiu que um suspiro aliviado saísse de seus lábios, e logo voltou os olhos a tela do monitor.

— O que você fez então? — perguntou tentando não demonstrar que estava tão curioso a ponto de saber.

— Ah, eu só o fiz desmaiar — respondeu, logo dando de ombros e dobrando o lencinho, concluindo seu trabalho de se aparentar perfeita. — Nada demais — finalizou se aproximando de Thomas, e colocando o lenço branco, agora borrado de vermelho, no bolso do paletó do marido.

Thomas fez uma careta.

— Você fala como se fosse a coisa mais normal o homem desmaiar no meio do sexo — o moreno retrucou. — Finalmente — logo soltou quando achou as gravações da madrugada do Baile das Selecionadas. Agora só faltava achar as do corredor. — Ele vai acordar e pensar o que? — indagou a mulher, que revirou os olhos, e colocou as mãos na cintura.

— Que bebeu demais, que o sexo foi maravilhoso, e provavelmente vai ter se sentindo o máximo — a loira respondeu, e de certa forma, sentiu repúdio de si mesma ao se rebaixar tanto. Quando dava suas escapadas, por assim dizer, nunca era com alguém que estava no patamar mais baixo da cadeia social. Obviamente tinham aqueles criados, ou até soldados, que Joanna usava, mas bem, eles eram bonitos. Eram excêntricos, eram homens que Joanna tinha prazer em chamar para o quarto.

— Sim, sim, ele vai pensar nisso — Thomas retrucou, dando de ombros, e rolando os olhos pelo monitor.

— Vai sim, Thomas — Joanna bateu o pé no chão, e se aproximou do rapaz, observando as várias e pequenas cenas de todo o castelo durante aquela madrugada horrível. — Inclusive, como está indo com o Arthur? — mudou tentando não se lembrar das cenas horríveis que teve que ver há minutos atrás.

— Normal — Thomas respondeu com os olhos fixos no monitor. — Ele ainda resiste um pouco, mas está aprendendo aos poucos. Ele é um bom aluno, devíamos ter o pego, não Arthur — respondeu com desgosto do filho morto, e Joanna deu de ombros.

— Mesmo se nós o pegássemos, ele poderia se tornar um novo Arthur na vida, Thomas — Joanna falou, olhando ao redor. — É só seguir o conceito do determinismo — falou, dando de ombros e observou que em cima da mesa havia uma foto de uma família bem feliz. Joanna reconheceu o segurança que ela não sabia o nome, e deduziu que a mulher ao seu lado fosse sua esposa, e a criança de fios ruivos fosse sua filha. É por isso que ele cometeu adultério, com uma mulher feia assim...

Thomas não falou nada, e Joanna começou a ficar preocupada, e olhou para o marido. Quando Thomas não falava é por que tinha algo envolvido ai. Seu marido nunca ficava quieto demais, ele sempre comentava sobre tudo, principalmente se o clima estivesse tenso demais — estava ai uma das coisas que Joanna odiava tanto em Thomas.

— O que foi? — Joanna indagou ainda fitando o homem.

Thomas virou seu rosto para Joanna, com um sorriso orgulhoso.

— Acho que sei quem é a garota.

[...]

Quando Chrystal saiu de seu quarto, com sua calça preta, a blusa branca, e o casaco verde por cima de tudo, indagou com os olhos para o Príncipe que a esperava do lado de fora se estava bom. Arthur ergueu o polegar num sinal positivo, e Chrystal sorriu, sentindo-se até mais confortável do que aquele vestido longo que para andar, ela tinha que puxar um pouco para cima para não tropeçar na barra.

— Para onde nós vamos, afinal? — Chrystal perguntou, enquanto fechava a porta de seu quarto atrás de si. Decidiu que era melhor não trancar. Do jeito que era, poderia acabar perdendo a chave no meio do encontro. E ela definitivamente não queria perder a chave. Além de que, as criadas ficariam em seu quarto, elas não teriam a coragem de simplesmente mexer nas coisas de Chrystal, teriam?

— É uma surpresa — Arthur rebateu, começando a andar, e Chrystal o seguiu, fitando o moreno, que olhava para frente, mantendo uma pose elegante. Coluna ereta, mãos para trás, cabelo bem penteado. Chrystal colocou sua coluna ereta também. — Nós não falamos quando é uma surpresa — concluiu, e Chrystal revirou os olhos, olhando Arthur assustada, pedindo mentalmente para que ele não tivesse a visto fazer aquilo. Mas Arthur nada fez, e Chrystal pode suspirar aliviada.

— Você ao menos poderia me dar umas dicas — pediu. Não era uma menina teimosa, mas, bem, ela estava muito curiosa em saber o que faria. Havia escutado o encontro de outras meninas, e estava puramente ansiosa para o seu encontro. Queria saber o que o Príncipe faria com ela.

Nah, isso seria chato demais — o rapaz falou, soltando um sorriso, e dando uma breve olhada em Chrystal, que bufou. A ruiva escutou Arthur rir, e decidiu que era melhor ficar caladinha até chegar ao local destinado. Bom, ela saberia uma hora ou outra aonde iriam. Então, seria melhor esperar, porque aquele menino não lhe falaria muita coisa.

Chrystal continuou andando, olhando ora para o teto bem polido, ora para as janelas onde passavam, observando que o céu estava bem claro, e com um lindo sol, diferentemente do dia anterior, onde havia caído uma chuva bem forte. Ao menos os indícios de que a primavera estava chegando estavam ali já. Que finalmente aquele inverno estava acabando.

A menina voltou seu olhar para o chão limpinho, e parecia brilhar de tão bem limpo que fora. E enquanto estava pensando sobre o trabalho que as pessoas tiveram ao tentar limpar esse chão, viu algo horrível: uma aranha.

Se tinha uma coisa que Chrystal gostava de deixar bem claro para outras pessoas era a sua fobia de aranhas. Não importa o tamanho, não importa a espécie, não importava nada, Chrystal abominava todos os tipos de aranhas existentes no mundo. Aquele aracnídeo a deixava paralisada, com medo de que pudesse ter alguma em seu corpo. Qualquer menção a aranha fazia Chrystal se estremecer toda. Ver uma aranha fazia a menina entrar em desespero.

Por isso quando a ruiva conseguiu visualizar a aranha logo a sua frente, parou. Ela estava a uns quatro passos de distância, Chrystal diria, estava perto demais. A menina parou, e Arthur percebeu que Chrystal estava paralisada olhando para o chão. O moreno parou de andar e deu uma breve olhada para Elliot, que logo deu de ombros não entendo a situação. Afonso então se aproximou de Chrystal, com cuidado.

— Hum... Chrystal, você está bem? — indagou quase num sussurro, com medo de assustar a menina, ou algo assim. Chrystal não se mexeu, e Afonso então colocou sua mão sobre o braço da menina, tentando chamar sua atenção. — Chrystal — repetiu, desta vez com mais força, e a menina o fitou, os olhos assustados.

Chrystal saiu de seu transe, e então depois voltou a fitar a aranha que andava em sua direção.

Ai meu Deus! — gritou, e logo fez algo que provavelmente não se arrependeu de ter feito. A garota deu dois saltinhos ligeiros, e então correu para o lado, estremecendo toda, e passando a mão nos braços. Por fim, com medo da aranha, agarrou um dos braços de Arthur, e o virou, colocando o rapaz a sua frente, e agarrando firmemente os braços do moreno, ainda olhando para a aranha, por cima do ombro do menino, que parecia mais perdido do que cego em tiroteio.

— O que houve? — Arthur indagou, um pouco assustado também, Chrystal percebeu isso, ao mesmo tempo em que virava o rosto na direção da menina (virava o máximo que conseguia, pois Chrystal estava bem escondida atrás do rapaz). Entretanto, Chrystal estava tão desesperada, que nem percebeu a distância próxima e perigosa em que se encontravam.

— A-a-aranha — gaguejou, apontando para a mesma, que permanecia andando no chão. Chrystal logo começou a dar saltinhos, ficando ora apoiada em um pé, e ora no outro, ainda agarrada a Arthur, que olhou para o chão, esperando encontrar uma grande aranha, mas o que achou foi uma simples aranha.

— Aquele bichinho ali? — perguntou, apontando (o máximo que conseguia, já que seu braço estava preso pela mão da garota) a aranha que agora andava para o outro lado, longe deles.

— Aquele bichinho ali, uma ova! — Chrystal exasperou-se, zangada pelo o menino estar caçoando sobre a sua fobia. Aquilo era uma fobia séria, Chrystal queria dizer isso, e queria dizer que não se brincava com fobias, mas quando olhou para o chão e não viu a aranha, se desesperou. Onde estava aquele bicho nojento e asqueroso? — Ela sumiu, ela sumiu, ela sumiu! — gritou, agarrando mais os braços de Arthur, e saltitando, enquanto ouvia a risada do menino (que Jesus, Chrystal a admiraria ali mesmo, se não estivesse com medo da aranha).

— De repente ela subiu em você — ouviu a voz de Arthur, e a possibilidade logo lhe cresceu em mente. Rapidamente, Chrystal passou as mãos pelos braços, soltando-se de Arthur e ainda pulando, junto com alguns gritinhos de nojo e medo. — Calma ai, foi só uma brincadeira — Arthur falou, soltando uma curta risada, mas Chrystal não parou, pelo contrário, só continuou.

— Ela deve estar por aqui — Elliot falou se aproximando dos dois, e Afonso passou a olhar para o chão, para pisar na aranha, e fazer com que Chrystal parecesse de ficar tão desesperada daquele jeito (tudo bem que era até engraçado, mas Afonso prometeu a si mesmo não rir mais, até olhar para o rosto de Elliot, que mordia o lábio para não rir). Afonso começou a rir fortemente, e logo recebeu um tapa no braço.

Ei! — resmungou ao ver Chrystal lhe dar outro tapa mais fraco, com a cara zangada.

— Isso não é engraçado — resmungou com a voz chorosa, olhando para o chão desesperada, e Afonso se sentiu culpado demais. Até demais para um simples garoto. Chrystal, por outro lado, estava com vontade de começar a chorar, mas mordeu o lábio e continuou firme ali. Era uma menina muito sentimental, e pequenos gestos (como o Príncipe rir de sua fobia) mexiam com a garota.

— Pronto, já matei — Elliot gritou, enquanto girava o coturno no chão, pisando em cima da aranha, e Chrystal sorriu aliviada, quase indo dar um abraço no loirinho que ainda não sabia o nome, e que mal tinha notado a presença e a função dele ali.

— Muito obrigada, muito obrigada mesmo — falou ao menino, que lhe deu um belo sorriso, antes de virar o rosto para Arthur, e então logo ficar sério, baixando a cabeça, e dando alguns passos para trás. Chrystal estranhou a reação do menino, mas nada disse. Provavelmente deveria ser alguma regra aquele rapaz não interagir com as Selecionadas, e apenas ficar quieto, parado, observando se qualquer coisa poderia causar a morte, ou alguma coisa no Príncipe herdeiro.

Chrystal definitivamente não gostaria de estar na pele daquele loirinho.

A ruiva ouviu um pigarrear atrás de si, e logo se virou para o Príncipe, que tinha os olhos oscilando.

— Podemos continuar nosso encontro, ou você vai dar mais algum chilique? — o rapaz indagou retórico, e Chrystal lhe quis socar a cara. Porque, diabos, aquilo não era um chilique, era apenas uma fobia muito, muito grande que a menina tinha. Ele deveria deixá-la em paz por conta disso.

Chrystal até pensou em dizer que não estava mais a fim de um encontro, e que preferia voltar para o seu quarto, para se recuperar do seu chilique, mas ao contrário, a menina apenas respirou fundo, inspirando e expirando, e logo voltou a fitar o Príncipe, que tinha uma sobrancelha arqueada.

— Como quiser, Vossa Alteza.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam do capítulo? Eu adorei escrever a cena do Afonso conversando com o Elliot, gente, achei muito amorzinho. Eu não sei se vocês concordam comigo neste quesito do Afonso não sentir ódio do Arthur. Ah, gente, sei lá, acho que se eu estivesse no lugar do Afonso também não sentiria raiva/ódio do Arthur. Vocês sentiriam?

E o Thomas e a Joanna finalmente descobriram quem era a pessoa que estava ouvindo atrás da porta. Mas será que eles descobriram certo? Será que agora a Peggy escapa das garras dos Reis?

Eu achei muito engraçado escrever o início do encontro entre a Chrystal e o Afonso, sério! Só depois que o Afonso adquiriu uma carranca muito Arthur, butt está tudo certo.

Eu não lembro qual leitora falou um dia para mim que se o Príncipe fosse o Arthur, Arthur, nenhuma Selecionada realmente iria gostar dele. E gente, está muito certo! O Arthur conseguia ser mil vezes insuportável. Mas, estou ansiosa para vocês conhecerem um lado Arthur menos insuportável no Bônus. UHu, tá chegando!

É, só isso por hoje lindinhas amoras, boa Páscoa para vocês, espero que ganhem muitos ovos, e chocolates, e engordem felizes, porque eu vou engordar feliz, porque minha mãe comprou o ovo que eu queria, quanto amorr!

Beijinhos no heart de vocês, vamos até Pasárgada e nos vemos nos comentários!



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