Doces Conflitos escrita por Safferena


Capítulo 21
Capítulo 22 - Carona?


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos, como estão? Peço desculpa pela minha demora. Vou tentar não demorar tanto para atualizar a fanfic.
Espero que gostem do capítulo!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/655782/chapter/21

Faz um tempo que expulsei o Alec de casa. A chegada dele causou um alvoroço em todos e me trouxe uma dor de cabeça insuportável. Aquele viado tinha que trazer aquilo à tona?!

Ouço alguém batendo timidamente na minha porta. Levanto da cama bufando e abro a porta, não quero falar com ninguém agora.

— O que você quer? – pergunto mal-humorada.

— Você poderia tentar ser um pouco simpática? – pergunta Subaru.

— Isso requer muita energia. E prefiro ser detestável. – digo sem paciência – Agora fala o que quer e caí fora.

Subaru revira os olhos e me dá um peteleco na cabeça.

— Você tem que aprender a respeitar os mais velhos. – repreende.

— O que posso fazer se minha personalidade é assim? – indago enquanto passo uma das minhas mãos na cabeça.

— Eu só vim aqui pra ver se você quer sair. A Inari está te ligando, mas você não está atendendo.

— Eu a estou ignorando. Não quero falar com ninguém e nem quero sair. – falo e começo a fechar a porta em sua cara.

O celular dele começa a tocar e ele atende.

— Sim, estou falando com ela. – responde ele para a pessoa na outra linha. Com certeza é a Inari.

Ele me passa o celular e fala:

— Ela quer falar com você.

Reviro os olhos e pego a droga do celular.

— Qual parte de eu estar te ignorando você não entendeu? – pergunto com sarcasmo.

— Você vai sair hoje nem que eu tenha que te arrastar sua vadia. – fala Inari com doçura.

— Que educada. – ironizo.

— Ah, cala a boca. Eu não estou nos meus melhores momentos.

— Percebe- se. – Olho para Subaru, que está encostado no batente da porta.

— Vai se arrumar de uma vez. Já estou quase pronta. – ouço alguns barulhos do outro lado da linha e Inari pragueja.

— O que houve?

— Eu derrubei meus calçados. – responde irritada – Por que ainda está no celular? VAI SE ARRUMAR, PESTE!

Ela grita a última parte me fazendo afastar o celular da orelha.

— Como você a aguenta? – pergunto para Subaru e entrego o celular a ele.

Antes que ele fale alguma coisa, eu o empurro para fora do meu quarto e fecho a porta. Droga, nem mando mais na minha vida!

Começo a me arrumar, na verdade só coloco uma calça jeans rasgada nos joelhos e uma camiseta preta do BTS – meu grupo favorito. Vou para o banheiro e escovo os dentes e penteio meu cabelo. Volto para o quarto e a porta se abre bruscamente me dando um susto.

— Que porra você acha que está fazendo? – grito.

— Você deve explicações. – fala Fuuto irritado.

— Eu não te devo nada. Agora sai do meu quarto antes que eu te arrebente. – aponto para a porta, indicando a saída.

— Quem era aquele cara? E quem é Aurora? – ele ignora o que falei e avança para mim.

Pego meu taco de basebol, que estava ao lado da cama, e o aponto para Fuuto.

— Não estou brincando Fuuto, saia agora do meu quarto. – ele avança um passo e arranca o taco de minhas mãos.

— Você vai me responder. – manda.

— Depois não diga que não te avisei. – arremesso a primeira coisa que vejo um porta-retratos.

Infelizmente ele se abaixa no último instante. O porta-retratos se estilhaça na parede atrás dele, jogando caco de vidros para tudo que é lado.

— Você é maluca? – grita Fuuto abalado. – Qual o seu problema?

— Você é meu problema. Agora desapareça da minha frente ou o próximo retrato vai se quebrar na sua cara.

— Eu não saio antes de você esclarecer as coisas. – Fuuto se levanta – O que você está escondendo, Bellatriz?

Dessa vez pego um vaso do meu criado mudo, antes de eu arremessar, Masaomi e Ukyo aparecem. Eles se assustam com a cena.

Masaomi vem até eu e segura meus braços, impedindo de eu jogar o vaso.

— Eu falei para você não vir incomodar ela. – ralha Ukyo para Fuuto.

— Me solta! – falo e puxo meus braços. – Qual parte do, eu quero ficar sozinha, vocês não entenderam?!

— Você está escondendo alguma coisa e eu vou descobrir. – fala Fuuto e sai do quarto irritado.

— O que vocês estão esperando? – aponto para a porta. – Saiam!

Ukyo e Masaomi saem do meu quarto, mas antes de Masaomi sair ele me dá um beijo na testa.

— Não importa o que tenha acontecido antes, nós sempre vamos te amar. – sussurra para mim e sai fechando a porta. Deixando-me sozinha com meus pensamentos.

— Você está errado, Masaomi. Vocês não vão querer mais olhar para mim quando descobrirem. – murmuro para mim mesma com os olhos lacrimejando.

***

— Vocês me chamaram para sair só para ficar segurando vela? – pergunto olhando para Subaru e Inari que estavam se olhando de um jeito tão enjoativo, que me fazia ter vontade de vomitar.

— A gente não está fazendo nada constrangedor. Não estais segurando “vela”. – comenta Inari. Enquanto Subaru fica vermelho. Reviro meus olhos.

— Não precisa estar de agarração para eu estar segurando vela, basta só me excluir do mundinho de vocês. – arrumo o canudo do meu milk-shake e tomo.

— Chega de drama, Bella. –

— Não posso. É a coisa que faço de melhor.

— Vamos ir para casa? O Ukyo está me mandando mensagem, dizendo que está tarde para a Bella estar fora de casa. – disse Subaru mexendo no celular, provavelmente respondendo ao Ukyo.

— Por mim está tudo bem, ela está insuportável mesmo. Eu só vou ir ao banheiro primeiro. – Inari se levanta da mesa e segue em direção ao banheiro.

— Você só pode estar de brincadeira. - exclamo exasperada. – Quantos anos ele pensa que eu tenho? 10 anos?

— Não é isso. É que já está tarde para uma moça de respeito estar na rua. – Subaru tenta explicar. O que só me deixou mais colérica!

— Então só porque uma mulher está na rua à noite, ela não é de respeito? – pergunto espumando de raiva. Subaru se remexe desconfortavelmente.

— Só não é bom para uma moça de família... – interrompo Subaru.

— Ah, vai à merda com esse machismo idiota! – explodo – Sociedade de merda!

— isso não é jeito de você falar. Se comporte, por favor. – pede Subaru.

— Oh my God! – apoio minha cabeça na mesa. - Please. I want to go home. I don't want to be here any more.

— Hã... Bella eu não sou muito bom em inglês. – fala Subaru envergonhado.

Eu não aguento mais ficar no Japão, eu quero voltar para minha casa, no Brooklyn. Onde a Nina está, minha cidade, minha rotina, até os nova-iorquinos mal-humorados. Eu sinto falta de tudo.

— O que houve com vocês? – Inari chega.

— A Bella está mais estranha do que de costume. – fala Subaru se levantando. - Vou ir pagar a conta.

— Vou com você, amor. – fala Inari.

Subaru e Inari se dirigem para o caixa. Levanto-me e saio do restaurante sem que os dois me vejam. Fico andando sem rumo, as pessoas passam por mim apressadas para chegarem a suas casas depois de um longo dia de trabalho. Depois de um tempo começa a chover, primeiro uma garoa depois mais forte. Então começo a correr. Corro até não conseguir pensar, até cada lembrança ruim se desfazer, até sentir apenas meus músculos queimaram. Chego a dizer para mim mesma que as lágrimas em meus olhos são chuva.

Quando finalmente diminuo o passo para tomar fôlego, percebo que estou em um parque. Não tem ninguém à vista, devem estar em suas casas e não na rua com uma chuva dessas. Ando apressada procurando por um lugar que possa me abrigar da chuva, mesmo eu estando encharcada. Finalmente encontro um ponto de ônibus, mas eu não fui a única a querer abrigo da chuva. Um homem estava sentado e não estava conseguindo ligar seu celular. Ele levantou a cabeça quando percebeu minha presença.

— Também está fugindo da chuva? – pergunta simpático.

— Não só da chuva que estou fugindo. – murmuro. Ele me dá um sorriso.

— Fugir nem sempre é a solução. Isso não vai fazer o problema desaparecer. - ele fala como se soubesse que eu estava fugindo de algo.

— Seu celular não está pegando? – pergunto mudando de assunto. Ele olha para seu celular.

— Ele desligou quando o deixei cair em uma poça d’água.

— Quer o meu emprestado? Pra ligar para alguém? – pergunto tirando meu celular do bolso da minha calça.

— Eu agradeceria. – entrego meu celular a ele. Enquanto ele fala com alguém eu o observo.

Ele usava um terno preto, tinha cabelos pretos que estavam perfeitamente arrumados e olhos incrivelmente azuis. Tinha um ar imponente. Estava em uma boa forma física, não devia ter mais de 30 anos. Um homem muito bonito. Parece alguém importante. Usa uma aliança de prata na mão esquerda. Ele desliga a ligação e me entrega o celular.

— Obrigado. – continua – A propósito meu nome é Hayato Kobayashi.

— O meu é Bellatriz. Bellatriz Hemmings.

— Hemmings? – Hayato repete meu sobrenome e me encara. – Não, deve ser coincidência. – murmura para si mesmo. Ele estuda meu rosto, como se estivesse procurando algum traço familiar.

— O que foi? – pergunto confusa.

— Nada. Não é nada. – ele sorri para mim.

Depois de meia hora uma limusine preta para no ponto de ônibus. Um motorista sai e da à volta na limusine abrindo a porta do passageiro. A chuva já tinha passado.

— Desculpe a demora, Hayato-Sama. – diz o motorista se curvando para Hayato.

Ele é mais importante do que imaginei.

— Você aceitaria uma carona? – Hayato se vira para mim.

Eu sei que o que vão pensar que eu não deveria aceitar a carona de um completo estranho. Mas eu não estou nem um pouco a fim de voltar todo o caminho que percorri para chegar ao metrô e depois andar mais vinte minutos até chegar à Sunrise Residence. É eu sei que poderia ligar para o Ukyo vir me buscar, mas isso significaria ficar esperando ele chegar para me buscar. E eu estou encharcada e com frio, e também Hayato não parece uma pessoa má. Bem, eu espero que não seja.

— Eu adoraria. – respondo.

O motorista seguro à porta para eu entrar e logo depois Hayato entra. O mesmo fecha a porta e se dirige para o banco do motorista. Passo meu endereço ao motorista.

— Eu vou ter que te chamar de Hayato-Sama também? – pergunto.

— Não. Só Hayato está bom. – ele ri.

— Eu não ia te chamar assim mesmo. – ele balança a cabeça.

— Você mora aqui há muito tempo, Bellatriz?

— Não, me mudei pra cá faz seis meses. – dentro da limusine tinha televisão e até um frigobar. Será que ele se importaria se eu pegasse um refrigerante? Estou com sede.

— Me deixa adivinhar, você se mudou por causa do trabalho de seus pais? – deduziu.

— O que você é, um vidente? – fico olhando a chuva bater na janela. Ouço o dar uma leve risada.

— Eu também me mudava muito por causa do trabalho do meu pai. Já morei em muitos lugares.

— No que seu pai trabalhava? – pergunto levemente interessada.

— Era empresário. Eu viajava com ele para aprender o negócio da família.

— Legal.

— E no que seus pais trabalham? – pergunta.

— Meu pai é médico e meu outro pai é advogado. – respondo entediada.

Eu sei que mentir é feio e minha mãe me ensinou a não mentir, mas eu não gosto quando as pessoas me enchem de perguntas. E foi engraçado ver a surpresa estampada em seu rosto quando eu disse que tenho dois pais.

— Ah, são ótimas profissões. – comenta, sua surpresa desaparece tão rápido quanto surgiu. A tela do meu celular liga e vejo que tem 78 chamadas perdidas e 105 mensagens. Meus deuses, como são exagerados!

Pela janela vejo a Sunrise Residence se aproximar. Digo ao motorista qual a minha casa. Ele para em frente ao portão. Quando o motorista faz menção de sair do carro para abrir a porta eu o impeço.

— Não precisa, eu sei como abrir uma porta. – digo. Vejo um sorriso se insinuar no rosto de Hayato.

— Valeu pela carona. – abro a porta do carro – Você por um acaso se importaria se eu pegasse um refrigerante?

— Não, pode pegar. – ele solta uma risada. Pego uma lata de Coca-Cola. Saio da limusine e fecho a porta.

Paro em frente ao portão do inferno e respiro profundamente. Eles devem estar loucos comigo. Quando estendo minha mão para abrir o portão percebo uma presença ao meu lado.

— Acho que sua casa não é essa. – falo para Hayato.

— Irei leva-la até a porta em segurança.

— É sério isso? – pergunto abismada – Não tem mais de 40 metros de distância entre o portão e a porta de entrada. Acho que consigo chegar até a porta sem ser atacada.

— Você tem uma personalidade... – ele procura por uma palavra – Única.

— Obrigada. – continuo - Mesmo que eu tenha sentido que isso não foi um elogio.

— Disponha. – ele sorri e abre o portão. Reviro meus olhos e entro.

Antes que eu consiga pegar na maçaneta a porta se abre bruscamente e dois braços me envolvem e me puxam de encontro a um peito sólido. Sou abraçada tão forte que penso que minhas costelas vão se partir.

— Eu não... Consigo... Respirar. – balbucio sufocado. Masaomi me solta e me lança um olhar mortal.

— Isso são horas de você chegar? Onde esteve? Por que não atendeu as minhas ligações? – ele me bombardeia de perguntas. São tantas que até fico tonta.

— Eu pensei que você tinha sido assaltada ou pior, morta em um beco qualquer. – Ukyo aparece todo histérico – E vai logo tomar um banho quente antes de ficar resfriada.

Ele me enrola em uma toalha. Ele sempre tem uma toalha em mãos. Quando eles param para tomar fôlego e recomeçar o interrogatório, percebem a presença do Hayato atrás de mim – o que não faz sentido já que ele é bem alto e tem uma presença bem intimidadora - que observava a cena com muito interesse.

— Quem é você? – pergunta Masaomi de um jeito não muito simpático.

— Hayato Kobayashi, prazer em conhecê-los. – ele aperta a mão de Masaomi e Ukyo – Vocês devem ser os pais da Bellatriz.

Eita, porra. Esqueci-me desse pequeno detalhe.

— Pais? – exclama Masaomi e Ukyo juntos.

— Er... Obrigada por me trazer até aqui. – começo a levar/empurra Hayato para o portão – Como pode ver estou bem e em segurança. Adeus.

Volto para a porta e levo para dentro de casa um Masaomi e um Ukyo estáticos. Fecho a porta e suspiro.

— Você pode explicar alguma coisa do que acabou de acontecer? – pergunta Tsubaki.

— Por que vocês não vão dormir? – falo para todos que estavam na sala. Tomo um gole da minha Coca-Cola.

— A gente aqui preocupados com você – Fuuto se pronuncia – E você nem se importa?

Olho para cara dele e reviro os olhos. Estou cansada e não devo satisfações a eles.

— Vou ir para o meu quarto – me dirijo para o elevador – Boa noite, seus chatos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Por favor comentem o que estão achando. Eu não estou com muita criatividade ultimamente e nem tenho tempo, estou desanimada para escrever a fanfic. Não sei o que vocês estão achando, se estão gostando, se a historia está coerente ou não. EU PRECISO QUE VOCÊS COMENTEM, SE NÃO EU PERCO O INTERESSE DE CONTINUAR.
Então por favor comentem!!!!
Obrigada e até logo.
Beijinhos de nutella pra vocês.