Friend Or Foe? escrita por SafiraSaff


Capítulo 3
Angel Or Demon?


Notas iniciais do capítulo

Esqueci da existência desse site e só publiquei no SS. ;-;
Foi mal.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/655766/chapter/3

 

Não tínhamos escolha, nossa única saída era entrar naquele lugar. Corremos para dentro, passando pelo o jardim, que estava mais assustador do que o de costume. Assim que entramos, escutamos trovões e um barulho de algo enferrujado muito alto – O portão tinha se fechado. Assim que eu me virei, vi algo me encarando, eu gelei. Eu estava paralisada, Thomas teve que me puxar. Rebecca e Jacob batiam na porta incontáveis vezes e a chuva só aumentava.
         Já estávamos quase desistindo, quando um garoto loiro de olhos azuis abriu a porta.
— O que crianças como vocês fazem na rua em um dia como este? – Ele falou – Oh, céus. Entrem, entrem.
         Não pensamos duas vezes, entramos na casa. O loiro fechou a porta e nos disse para esperar. Nos entreolhamos e em alguns segundos, uma garota de cabelos castanhos e curtos nos trouxe toalhas, ela era muito baixa, o que me fez pensar que ela tinha somente uns treze anos. Ela se retirou em seguida, sem falar nada. Eu estava maravilhada com a casa, que mais parecia uma mansão. No fundo da sala, tinha um piano preto, o sofá me lembrou do período barroco, na verdade, toda a sala. A cortina que tinha sob a janela, o lustre e até a mesinha de centro. Imaginei que aquele lugar deveria ser lindo por dentro em dias de sol, mas naquele momento, parecia cenário de filme de terror. As luzes estavam apagadas, somente tendo algumas velas espalhadas pelo a entrada e o abajur na sala. O lugar para onde o loiro foi não me parecia iluminado. Lugar bonito, mas estranho, pensei. 
—... Não é, Linds? – Rebecca me trouxe para a realidade.
— O que disse? – A perguntei, desorientada.
— Está dormindo? – Ela riu – Eu estava dizendo que nunca vi um garoto... Sabe bonito deste jeito.
— Ah, claro, muito bonito. – Forcei um sorriso, voltei a olhar os móveis.
— Parem de falar do Senhor-olhos-azuis! – Thomas falou, sua voz o denunciou: Ele estava enciumado.
— Desta vez, somente desta vez, concordo com o... Ahn... Thomas. – Jacob falou enquanto revirava os olhos.
— Ele está nos acolhendo aqui sem nem mesmo nos conhecer, idiotas. – Falei, porém, não me importando muito. Eu estava ocupada olhando aquele lugar.
— Vai mesmo defende-lo, Lindsay? – Thomas agora estava me encarando.
— Sim, Thomas... – Fui interrompida quando o “Senhor-olhos-azuis” entrou no lugar.
         Ele tinha uma bandeja nas mãos, com biscoitos, quatro xícaras e uma tigela de vidro cheia de biscoitos com gotas de chocolate.
— Podem se secar. – Ele olhou para as toalhas, que ainda estavam em nossas mãos.
         Enquanto ele colocava a bandeja sob o centro, enxugava-nos, os braços e as pernas, enquanto com a outra – Cada um de nós recebeu duas -, enxugamos o cabelo. Droga, meu lindo penteado já era. Ele sorriu para nós e permaneceu de pé.
— Podem se sentar. – Ele continuou sorrindo, enquanto nos sentávamos – O chá fui eu quem fez, se quiserem, podem tomar.
         Rebecca e eu sorrimos para ele. A garota de cabelos castanhos voltou, colocando o chá nas xícaras. Agora eu percebi, seu cabelo era quase loiro, sua expressão parecia nervosa, ela trajava uma roupa de empregada. Provavelmente ela não estava acostumada com visitas, eu acho. Ela saiu em seguida. Assim que ela saiu, os garotos se serviram. Rebecca estava vidrada no garoto loiro, eu estava mais ocupada tomando o chá, que estava ótimo. Deixei os biscoitos para os garotos, eles pareciam estar adorando o sabor. Peguei apenas um, por insistência de Thomas, que ameaçou enfiar na minha boca. Rebecca só percebeu a comida depois que Daniel começou a falar.
— Me chamo Daniel Ozera, – ele voltou a sorrir – e vocês?
         Nos apresentamos, começando por Thomas. 
— É um prazer. – Ele sorriu. Se os dentes dele fossem mais brancos, teríamos cegado.
         Perfeito demais, pensei.
— Podem ficar aqui até a chuva cessar. – Ele prosseguiu.
— Não seremos um incomodo? – Rebecca falou, sorrindo.
— Claro que não... – Ele fez uma pequena pausa – Rebecca.
         Ela sorriu – E corou – assim que ouviu seu nome saindo da boca de Daniel. Thomas percebeu isso, porque ele fuzilou Rebecca com o olhar, e depois me encarou como quem diz “Dá para acreditar nela?”. Eu sorri.
— Tem alguém aí com você, Dan? – Escutamos uma voz afeminada vindo do primeiro andar – Estou escutando vozes!
A voz se aproximava mais a cada palavra, até que eu vi a mesma garota ruiva de hoje cedo. Aquilo não foi loucura, foi real. Meu sorriso se desmanchou.
— Quem são esses? Daniel, são humanos?! – Ela falou rapidamente, em um tom irritado.
— Como assim “são humanos”? E o que vocês são, por acaso? Vampiros que brilham no sol? – Thomas falou ironicamente.
— Natalie, calma. – Daniel parecia nervoso.
— Ela vai mata-lo! – “Natalie” agora parecia desesperada.
— Você está assustando-os, Natalie!
— N-não estou entendendo... O que diabos vocês são?! – Falei um pouco assustada.
         Daniel estava com uma expressão fria, irritada e desesperada. Seus lindos olhos azuis agora estavam assustadores.
— Quieta! – Natalie gritou.
— M-me responda! – Gritei, porém, mais assustada do que antes.
         Escutamos a porta da entrada ranger, logo ela se abriu, fechando em seguida. Todos nós ficamos calados. Em poucos segundos, um garoto de cabelos pretos, assim como os seus olhos, entrou junto com uma mulher de cabelos longos e ondulados, castanhos e com mechas roxas. Eles nos encararam, surpresos. A garota demonstrou uma expressão de raiva, e olhando-a assim, ela era assustadora.
         Não que fosse feia... Ela simplesmente me assustava.
— O que... O que é isso?! Quem são esses pirralhos?! – Ela começou a gritar, apontando em nossa direção.
         Olha só, eu não sei a idade deles, mas não parecia muito diferente da nossa.
 - Annie, eu posso explicar... – Daniel gaguejou.
— Então explique! – No momento em que ela gritou, os trovões voltaram e eu consegui ver o clarão dos raios pela a janela.
— Estamos de saída. – Gaguejei – O-obrigada, Daniel.
— Cale-se! – “Annie” gritou para mim, em seguida, virando-se para Daniel – Daniel se explique!
— Uhn, c-certo... – Ele hesitou. Mesmo assustado, ele ainda estava me dando medo, como se o garoto que parecia um anjo há alguns segundos tivesse se transformado em um demônio – Eles estavam na chuva, pareciam desesperados, eu fiquei com pena e os deixei entrar.
— Idiota! Fui clara ao dizer que não abriria exceções! Nenhum humano entra aqui para sair com vida! Serão mortos!
         As mãos da garota avermelharam-se, percebi que na verdade estavam se transformando em puro fogo. Rebecca e eu gritamos, os garotos apenas se encolheram. Natalie percebeu o quanto estávamos assustados, e ficou de frente para Annie.
— Annie! – Ela falou – Sem violência, por favor! Nós não podemos simplesmente mata-los!
— Me dê um bom motivo para isso. – A garota continuava olhando em nossa direção.
— É uma ocasião rara alguém invadir este local, sabe disso! Devemos aproveitar ao menos desta vez! Sabe que não nos restou muitos empregados... E olhe só, além de limparem a casa, estão em quatro. Podem ser também empregados pessoais. Seria ótimo, principalmente para você e John. Tenho certeza que eles irão aceitar esta oferta.
— Não!
— Eu tenho que concordar com Natalie, Annie. Estamos mesmo precisando de empregados... Principalmente empregados pessoais. – O garoto até então calado, provavelmente John, se aproximou, nos avaliando com os olhos – Não parecem muito... Independentes, mas irão servir.
— Ora, John... – Annie o encarou.
— E-eu concordo com Natalie, também. – Daniel falou, voltando ao “normal”.
— A maioria vence, Ann. – John sorriu.
— Argh! Tanto faz! – A garota gritou – A escolha é de vocês, pirralhos idiotas.
— Tem a opção “ir para casa”? – Thomas gaguejou.
— Se fizer mais uma piada, irei servir sua cabeça no jantar. – Ela encarou Thomas – Quais os nomes deles?
— O garoto meio loiro é Jacob, a de cabelo preto é Lindsay, a outra é Rebecca, e por fim, Thomas. – Daniel falou um pouco desconfortável.
— Podem escolher a quem vocês querem servir. – Natalie falou um pouco aliviada por estarmos vivos, eu acho.
— Posso ficar com você? – Rebecca falou, deve ter se assustado com Daniel para não escolhê-lo.
— Claro, Rebecca. – Ela sorriu, nem parece à garota que estava surtando.
— Fico com... Hã... O... John? – Falei um pouco hesitante, já que eu nem sabia seu nome.
         Eu teria escolhido o Daniel, mas ele também tinha me assustado. E a Annie parecia querer me matar.
— Tanto faz. – Ele murmurou.
         Certo – O nome dele era mesmo John.
— Daniel! Por favor, o Daniel! – Thomas gritou, e Jacob ficou desesperado.
         Daniel sorriu.
— D-droga... E-eu... Alguém quer trocar? – Jacob choramingou.
— Cale a boca. – Annie e John falaram ao mesmo tempo.
         Okay, ou eram irmãos ou namorados.
— A partir de agora se dirijam a nós como “senhor” e “senhorita”. – Annie falou, irritada por ter sido contrariada – E Natalie, você irá se responsabilizar por estas pestes. Dê a eles uma “aula” sobre nós e como devem se comportar, e claro, suas atividades. Se eles fizerem algo de errado, a culpa será totalmente sua.
         Sem esperar uma resposta, a garota subiu acompanhada de John.
— Me perdoe Natty. – Daniel falou – Não era a minha intenção que você sofresse as consequências no meu lugar.
— Não se preocupe Daniel. Eu só não queria ter que ver mais pessoas mortas. – Ela forçou um sorriso, nem um pouco convincente.
         “Mais pessoas mortas”. Entendi porque ninguém entrava ali, pelo menos ninguém que tenha a cabeça no lugar... Com exceção de quem foge de uma tempestade.
— Pode ir, Dan. – Natalie continuou – Antes que ela volte.
         Ele hesitou, mas a obedeceu, subindo as escadas.
— O-obrigada, moça. – Rebecca gaguejou.
— Não se preocupe, querida. Só me prometam uma coisa?
— C-claro.
— Vou tentar tirá-los daqui o mais rápido possível, mas até lá, me obedeçam e não tentem fugir.
— Cla-... – Rebecca tentou falar, mas eu a interrompi.
— Por que deveríamos lhe obedecer?
         A ruiva me encarou surpresa. Ficamos todos em silêncio, ela parecia estar equivocada. Um tempo depois, ela sorriu.
— Excelente pergunta... Lindsay. – Ela disse o meu nome como se estivesse pronunciando a palavra cebola – Por que deveria confiar em alguém que salvou sua vida?
         Ela tinha um sorriso infantil e irônico. Eu me senti estranha, por algum motivo, eu queria confiar nela, obedecê-la. Eu queria ser a sua serva até a morte.
— Magia. – Murmurei – Vocês usam magia.
— Sim. Por isso lhes chamamos de humanos. – Ela continuou sorrindo.
— E o que vocês são?
— Até que em fim uma pergunta descente! – Ela bateu palmas, que ecoaram por todo o local.
— Pare de enrolar. – Jacob falou, irritado.
         O que esperar de um filhinho de papai? Paciência? Nunca!
— Certo, certo. – Ela suspirou – Digamos que Daniel é um Half-angel e possui Mimetismo estelar.
— Ahn... Nossa língua, por favor? – Thomas falou.
         Natalie suspirou.
— Ele é filho de um anjo com uma humana e recebe atributos de uma estrela. – Soltamos um “ah...”.
— E os outros? – Jacob perguntou.
— Annie e John são irmãos, ela é uma súcubos e ele um íncubos...
— Como?
— Demônio feminino e masculino que se alimentam por meio da energia de humanos. – Jacob fez uma cara de medo, provavelmente arrependido de ter perguntado. – Annie controla portais para dimensões e para onde ela bem entender, até mesmo para a sua cabeça, – Ela apontou para Thomas, que se encolheu – mas isso o partira ao meio. Enquanto a John, bem... Ele não gosta de usar seus outros poderes, ele acha que os de demônio já estão ótimos.
— Qual é? – Perguntei.
— Ele controla dimensões. Ele pode mudar tudo em um piscar de olhos, tanto criar dimensões alternativas, quanto destruir a que nós estamos. Mas não se preocupem isso é exaustivo. Geralmente ele desmaia.
— Ele já usou esse poder?
         Natalie ignorou a minha pergunta.
— Muito normal encontrar pessoas deste tipo... Com... Poderes. – Thomas falou, tentando não gaguejar, sem sucesso.
— Sim, normal. – Natalie concordou, sorrindo.
— Enquanto a você?
         Natalie sorriu, satisfeita com a pergunta. Naquele momento a tempestade aumentou.
— Bem, eu...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Friend Or Foe?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.