One_Você é a única escrita por SandyC


Capítulo 16
Capítulo 16




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Já se passaram dois meses desde que terminamos, eu sei que nem deveria estar pensando nisso,mas em noites frias como essa, eu me deito e fico olhando para o teto e pensando em como minha vida mudou tanto esses últimos meses.

Nós ficamos juntos por apenas quatro meses, mas parece que foi muito mais tempo. Eu não penso nele tanto quanto eu pensava no início do fim do nosso namoro,mas eu ainda tenho uma dor aqui no coração que só alivia um pouco quando estou com meus amigos e Feliphe tem sido um excelente amigo para mim.

Ele tem namorada e eu acho que é bem melhor assim.

É sexta-feira e nós estamos em casa vendo um filme na TV. Louis está um pouco resfriado e resolve ir pra cama um pouco depois de o filme começar, Amber vai com ele. Eu digo pro Feliphe que vou preparar pipoca pra gente.

Eu gosto de estar com ele, porque me lembra aquela época no Brasil onde eu não tinha nenhuma preocupação a não ser tirar uma boa nota na prova da professora Clara.

Eu estou de pé perto do micro-ondas então me viro e digo:

__Você se lembra da professora de matemática do ensino médio?

Ele se vira rindo.

__Como não me lembrar da senhorita Clara,ela dava arrepios! Você morria de medo dela!

Rimos ainda mais.

__Era mesmo!

Eu pego a pipoca e em seguida levo para a sala e o entrego a sua. Eu poderia me sentar no sofá onde a Amber estava com o Louis antes, mas eu me sento ao lado dele. Ele continua.

__Lembra daquela vez que ela deu zero pra todo mundo porque a Fátima estava colando e nós a defendemos?

__Sim!

Eu respondo rindo ainda mais.

__Coitada da Fátima! E de todos nós também!

__E você se lembra de quando ela encontrou a gente se beijando detrás da quadra esportiva da escola?

Dessa vez eu fico um pouco tímida em recordar, nos olhamos por um tempo, ele entende e eu mudo de assunto.

__Como está a Érika?

Ele olha pra TV e diz:

__Nós terminamos!

__Sério?

Ele me olha de volta.

__Sim, na semana passada.

__Sinto muito!

__Não, tudo bem. Ela estava sempre viajando, é meio complicado.

__Eu entendo.

Concentramos-nos no filme, mas ele não faz ideia de como eu o entendo. Eu ficava dias esperando para ver o Ed...

Eu balanço minha cabeça, eu não quero pensar nele, não agora e nem em hora nenhuma.

Felizmente ele não percebe e continuamos a ver o filme.

O filme termina e olhamos um para a cara do outro.

__Você entendeu alguma coisa desse final?

Eu respondo rindo:

__Nada!

E rimos enquanto tentamos um explicar para o outro que acha que pode ter acontecido com o personagem principal.

__Talvez ele tenha ido pra Índia, não era isso que ele realmente queria?

__Claro que não! E a garota que ele amava? Ela foi viver em Paris! Ela não a deixaria viver lá sozinha Liphe!

Ele pára de falar por um instante e me olha. Eu questiono:

__O quê?

__Você me chamou de Liphe!

__Não chamei não!

__Chamou sim!

Ele diz vindo em meu encontro apontando o dedo.

__Eu não chamei juro!

Eu estou rindo e ele também. Ele segura meu braço que está levantado enquanto eu balanço o dedo em negação. Eu acabo caindo deitada no sofá e ele cai sobre mim em seguida. Paramos de rir e nos olhamos por uns segundos. Eu posso ouvir nossas respirações e elas estão tão irregulares. Meu coração está batendo descompassado novamente como não batia há algum tempo. Ele vem em minha direção e me beija. Um beijo suave mas rápido porque ele se dá conta de que aquilo não devia ter acontecido. Eu permaneço ali parada na mesma posição enquanto ele se senta no sofá novamente e diz olhando para mim:

__Me desculpe Alice.

Eu me levanto em seguida, mas não digo nada, eu estou tão confusa.

Ele se levanta do sofá, pega seu casaco e vai em direção a porta.

__Eu já vou, boa noite!

Eu me viro pra ele e digo:

__Boa noite!

Eu não sei o que pensar, eu não sei o que estou sentindo, isso tudo é tão confuso. Eu quero estar feliz, mas não sei se estou. Havia tanto tempo que meu coração não ficava acelerado assim, e eu percebo que eu sinto tanta falta disso. Mas não sei se estou preparada para isso novamente.

...

__Eu e o Feliphe nos beijamos ontem á noite.

Amber me olha surpresa.

__Sério? Mas e aí? Você gostou?

__Eu não sei, eu estou tão confusa.

Ela vem até mim.

__Isso é normal Alice, você só precisa dar tempo ao tempo.

__Eu sei.

...

Passaram-se alguns dias e nós ainda não nos falamos pessoalmente. Ele me ligou e pediu desculpas novamente e eu disse que estava tudo bem. É sábado de manhã e estamos na sala de estar.

__Na semana que vem eu começo o estágio na TV local.

__Ai que ótimo Alice! Mas a que horas você pretende fazer esse estágio?

__Eu vou direto da gravadora para lá.

__Nossa você vai ficar muito ocupada então!

__Mas são apenas duas vezes por semana.

__Ah, tá!

Eu continuo a digitar meu trabalho em um sofá, enquanto Amber está em alguma rede social no seu computador no outro sofá.

__Escuta Alice...

Eu paro de digitar e a olho.

__O quê?

Ela me olha com aquele olhar que eu sei que tem alguma coisa muito suspeita ali.

__Você já ouviu a nova música do... Ed?

Eu a ignoro completamente porque ela sabe que só de ouvir aquele nome já me faz sentir uma pontada no coração.

__Ah, qual é Alice!

Ela vem em minha direção. Eu a olho novamente e não digo nada. Ela continua:

__Ele fala sobre você!

__Como você sabe que é sobre mim?

__Por que ele fala seu nome na música!

Aquilo me acerta em cheio. Como pode eu apenas ouvir alguma coisa sobre ele e meu coração acelerar tanto? Eu não quero mais saber dele,mas eu não consigo evitar ficar assim sempre que ouço seu nome.

__Quer saber Amber? Eu não quero falar sobre isso! É só uma música que poderia muito bem ter sido escrita para qualquer outra garota, com qualquer outro nome e ele ter mudado agora só pra me atingir!

__Então porque você não ouve e tira suas próprias conclusões?

__Por que agora você está do lado dele?

__Eu não estou do lado dele... é só que... a letra é bem triste e parece sincera.

Eu não digo nada e vou para meu quarto. Ela me chama.

__Alice!

Eu não respondo. Eu vou tomar um banho.

...

Droga! porque a Amber tinha que me falar aquilo? Agora eu não consigo mais me concentrar em meu trabalho. Eu não vou ouvir essa música e nenhuma outra que for cantada por ele. Eu prometi pra mim mesma que não faria mais isso.

Meu telefone toca.

__Oi!

__Oi Alice!

__Tudo bem Feliphe?

__Sim. Eu só liguei pra te perguntar uma coisa.

__O quê?

__Você...quer sair comigo pra jantar? Quer dizer... só jantar! Não é um encontro ou coisa assim, é só uma maneira de me desculpar por aquele dia.

Eu penso e depois decido aceitar, afinal é só um jantar como ele disse.

__Tá bem!

__Tá eu te pego hoje ás oito!

__Okay!

...

Eu volto pra sala depois de um tempo.

__Alice me desculpe!

Amber vem ao meu encontro e me abraça.

__Tudo bem, esquece! Eu vou jantar com o Feliphe hoje.

Ela não parece tão feliz assim ao ouvir isso.

__Você ainda não é muito fã dele né?

__Não é isso, é que... Áh deixa pra lá. Se você está feliz eu também estou!

...

O restaurante é italiano e tem luzes por todos os lados deixando o ambiente muito aconchegante. O garçom nos indica nossa mesa e nos sentamos.

__Você gostou?

__Sim! Eu nunca vim aqui antes, é adorável!

Ele sorri satisfeito. Depois fica sério.

__Alice, eu queria dizer que eu... Eu não deveria ter te beijado... Eu não queria magoar você.

__Tudo bem, eu só estou ainda um pouco confusa e aquilo me pegou de surpresa.

__Então, estamos bem?

Ele tem um sorriso enorme no rosto agora.

__Claro!

Tem um garoto tocando música ao vivo com um violão, eu tento dizer pra mim mesma que aquilo não está me afetando, mas eu não consigo parar de prestar atenção nas músicas que ele toca. Feliphe nem parece notar que ele está tocando. Eu o invejo por aquilo não afetá-lo da mesma forma que a mim.

__Está uma delícia!

Eu respondo á uma pergunta que ele faz sobre o jantar.

O garoto do violão começa a tocar uma canção que eu não conheço enquanto estamos na sobremesa. A letra é familiar, mas não me lembro de onde a conheço. Então eu me dou conta que aquela canção é a que Amber me falou, porque acabei de ouvir meu nome.

Meu coração começa a bater mais forte enquanto eu escuto cada parte, é realmente uma letra triste e a melodia é mais ainda. Eu consigo ouvi-lo cantar em minha mente cada parte daquela canção e uma dor me invade fazendo faltar a respiração novamente.

__Com licença!

Eu digo a Feliphe seguindo em direção ao banheiro. Espero que ele não tenha notado que eu estou pálida. Eu percebo assim que olho no espelho. Eu lavo as minhas mãos e olho outra vez meu reflexo no espelho, continuo pálida, eu sinto um nó na garganta. Eu quero muito chorar, mas eu respiro fundo. E todas aquelas cenas de nós dois juntos voltam na minha mente, eu balanço minha cabeça e tento não pensar, mas eu não consigo. Meus pensamentos são interrompidos pela conversa de duas garotas de mais ou menos uns quinze anos, que entram no banheiro dizendo uma para a outra:

__Essa música é do Ed Sheeran, não é?

__É sim! Dizem que ele fez para uma ex-namorada, uma tal de Alice.

__Ai se eu o namorasse, não o faria sofrer tanto a tal ponto de ele escrever uma canção tão triste.

Elas riem uma pra outra e saem do banheiro após retocar o batom.

Eu respiro com certa dificuldade agora. Ele fez essa música realmente para mim?

Depois de algum tempo eu volto pra mesa.

__Você está bem Alice?

__Estou sim!

Eu digo com aquele meu sorriso que agora vive me acompanhando, aquele sorriso que não demonstra que por dentro eu estou morrendo.

De volta pra casa, Feliphe me leva no seu carro e assim que estaciona de frente ao meu apartamento eu agradeço pela noite e já vou entrar, ele segura minha mão, me olha nos olhos e diz:

__Eu preciso te falar uma coisa.

Eu volto e olho pra ele. Ele continua:

__Eu não consigo parar de pensar em você desde aquele dia em que nos beijamos.

__Feliphe...

__Eu sei, eu sei. Mas é que a verdade é que eu nunca me esqueci de você, eu só não estava enxergando isso. Eu não terminei com a Érika porque ela viaja muito, foi porque eu não conseguia te tirar da cabeça desde aquele dia em que eu me reencontrei com você.

Aquilo me pega de surpresa e eu estou novamente sem reação, essa noite está cada vez mais intensa. Ele parece estar sendo sincero eu posso ver isso em seus olhos. Eu digo depois de um tempo.

__Eu não sei se estou preparada para estar com alguém novamente.

__Eu sei e eu posso esperar o tempo que for. Mas eu quero muito ficar com você.

Eu não respondo e ele diz em seguida.

__Eu já vou mas pense em tudo o que eu te disse, eu quero muito te fazer feliz, porque você merece.

Eu entro em meu quarto e desabo em minha cama.

__O que eu vou fazer?

Eu ligo meu notebook e coloco a canção do Ed para tocar. Assim que a sua voz chega aos meus ouvidos eu me arrependo de ter deixado isso acontecer porque toda aquela necessidade de tê-lo perto de mim me invade outra vez e eu me dou conta de como senti falta do som da sua voz.

O nome da música é Sunburn e eu a toco repetidas vezes, contrariando todas as minhas promessas de não ouvir nunca as suas canções.

Eu acordo péssima, mas não deixo que ninguém perceba, eu estou ficando boa em fingir que estou bem.

...

Um mês depois e eu ainda não conversei novamente com o Feliphe, ele disse que esperaria uma resposta minha eu estou tentando formular uma porque nesses últimos dias eu não tenho conseguido ficar um minuto sequer sem me lembrar do Ed.

Eu vou até o quarto da Amber assim que me levanto.

__Amber, eu ouvi a música do Ed que você me falou!

__Sério? Quando?

__Aquele mesmo dia no restaurante em que nós estávamos.

Eu me desvio de seu olhar e vou em direção á uma cadeira que fica junto da sua escrivaninha.

__Você acha que eu deveria ir falar com ele?

Ela me dá um sorriso em seguida fica triste. Eu a questiono:

__O que foi?

__Ele está namorando.

Eu sinto que não vou conseguir respirar novamente, toda aquela dor me invadindo pela segunda vez, como eu pude ser tão boba de acreditar novamente que ele pensou em mim sequer alguma vez depois disso tudo, ele só está querendo brincar comigo e eu caí de novo. Eu sou realmente muito boba. Mas não deixo que Amber perceba isso, como eu disse, eu estou ficando boa em fingir estar bem.

__Então acho melhor deixar as coisas como estão.

Ela me dá um sorriso compreensivo.

Eu mudo logo de assunto e começo a falar sobre a banda que vai gravar o novo cd na gravadora da senhorita White.

Depois de alguns minutos eu digo que vou preparar alguma coisa para o almoço. Ela pergunta se eu estou bem, eu lhe dou um leve sorriso e saio do quarto.

Eu vou para meu quarto e me martirizo olhando as fotos dele com a sua nova namorada, ela é uma morena bonita e ele parece ser o cara mais feliz do mundo. Eu não choro, no entanto, acho que não tenho mais lágrimas para derramar por ele, então eu só olho tudo e respiro fundo.

Algum tempo depois e apago aquela música do meu laptop. Eu estou com muita raiva dele.Acho que agora vou realmente cumprir minha promessa de não ouvir suas canções nunca mais.

...

Eu sei que já faz um mês desde que o Feliphe me pediu para pensar sobre aquele assunto e nós ainda não falamos a respeito. Mas eu sinto que já é hora de seguir em frente, eu não posso viver toda a minha vida com medo de arriscar senão nunca vou conseguir ser feliz. Marcamos de nos encontrar de frente á gravadora após as gravações do cd de uma banda. Ele chega e eu entro em seu carro.

Ele sai do carro e eu vou depressa ao seu encontro, ele está sorrindo e no seu sorriso eu posso ver aquela covinha que eu acho tão fofa eu sorrio de volta, me aproximo dele e digo:

__Oi!

Ele diz:

__Oi!

__Eu acho que já tenho uma resposta para o seu pedido.

Ele me olha apreensivo. Eu continuo:

__E é sim, eu aceito namorar você Liphe!

Ele me pega no colo e me beija no meio da rua.

Eu não me sentia feliz assim há tempos.


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