E Eu sou o Amor da Sua Vida? escrita por Lady Lupin Valdez


Capítulo 55
Segredos a Parte


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo do mês!!

♠Obrigada para quem está acompanhando ou só passeando; a vida é assim♠
Estou postando esse capítulo fora da agenda de sempre, pois, na verdade começou o #KathyWeek; que é uma semana de postagens de capítulos e histórias em memória do aniversário de uma personagem tão única e tão real que eu tive que aprontar essa. Pulei dois dias, mas, o importante é não perder a essência da semana da minha melhor personagem, de tinta e papel inspirada na minha Melhor pessoa {Minha fã nº1}♥

Espero que apreciem esse capítulo que estava finalizado a um tempo, porém, precisava ser revisado... Talvez ficou grande demais, mas, se lemos tão rápido ás vezes nem importa né? Kkkkk


♪Rihanna ~Diamonds ♫
♪Melanie Martinez ~Cry Baby♫
♪ Sia ~Cheap Thrills♫


~♪♫Enjoy♥♪♫



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Mika

Fomos pegos e nos perdemos em todos nossos vícios. E as paredes continuaram a desmoronar; mas se você fechar os olhos...

 

—Ele trocou a França pelos EUA? – Kathy repetia sem parar, eu apenas a observava. Na verdade, ela entrou no meu quarto dizendo que Armin foi aceito, e ele não quis falar para ninguém, porém, depois, ela começou a repetir a mesma frase de vários jeitos. – Ele preferiu os Estados Unidos do que a França? – Cocei a cabeça e a olhei séria.

De verdade, eu não sabia o que falar.

—Primeiro, acho que você não tinha autorização para entrar no quarto dele. – Levantei um dedo. – Tenho certeza absoluta que não tem! Depois você violou uma lei, abriu e leu uma carta dele! – Levantei outro dedo contando.

—Não! – Ela me olhou séria. – A carta já estava aberta! – Se justificou. – Eu não abri nada. Apenas a gaveta!

—E a porta...

—Você prestou atenção que. – Ela levantou o dedo. – Alexy me emprestou a chave? – Kathy não deixou eu responder. – E outra, ele vai para outra instituição menos chique. Nem vai precisar daquele quarto... Com moveis luxuosos, carpete limpo, papel de parede admirável...

—Você não vai trocar de quarto! – Avisei.

—Ué, porque não? – Perguntou intrigada, visivelmente indignada.

—Não para aquele. – Disse. – Françoise pediu para não mexermos em nada dali; se ele souber que você entrou lá...

—Ele só vai saber se, você contar. – Pressionei meus lábios e revirei os olhos. – E como uma boa amiga, você vai me deixar ensaiar lá sem mencionar nada para ele. Por favor!! – Ela juntou as mãos.

—Katherynne! – Exclamo. Penso rapidamente. – (...) Você vai ensaiar até quando?

—Até a última apresentação. – Ela diz numa tranquilidade que me assusta. Mas, mesmo assim, já era esperado. – Por favor! Sil vous plaît mon’ ami...

—Está me vencendo pelo cansaço. – Kathy começa á pular. – Não é para dormir lá!

—Hunf... Aliás, só para saber... O que você vai fazer no dia 07 do mês que vem? – Estreito os olhos.

—Olhar as apresentações de vocês!? – Cruzo os braços.

—Aah. Espera, só isso? – A olho sem entender. – Guria, dia 07 é seu dia! Sete vezes seu! – Kathy diz rapidamente.

—Claro. Sete vezes meu. – Digo desanimada. – E só digo que nesse dia o andar que eu supervisiono vai passar a tarde se apresentando e eu tenho que estar presente.

—Mas, você vai fazer algo de especial, não? – Nego. – Como não? Nada? Nadinha? Aah, qual é, só porque o Armin foi embora, você não vai comemorar seu aniversário?

—(...) – Eu prometi pra mim mesma que eu não ia me apegar mais nele. Mas, também o meu emocional não queria aceitar ele simplesmente foi embora. E com essa nova informação, que ele recebeu uma proposta “melhor”. A Academia Americana de Artes Dramáticas...  Significa muita coisa ele ter que partir imediatamente. Aliás, pegar o último semestre era essencial. – Não é por isso, é porque as coisas vão estar corridas.

—Você precisa comemorar! Precisa aprender a aproveitar sem ele.

—Olha, eles mudaram as datas das apresentações, certo? Isso me estressa, Okay?

—Hunf; por um momento achei que fosse por causa do Rowell... – Ela me olha desconfiada. Respiro fundo.

—Sabe qual é o problema? Quando os coloridos voltaram, eu estava no hospital. – Kathy acena. – Armin foi me visitar, me contou umas barbaridades, conversamos e ele me disse “Porque é tão difícil te conquistar? Porque eu não consigo te conquistar? ” E poucos minutos depois ele me disse “Nunca me enjoaria de beijar esses lábios. Nem de olhar nesses olhos, nem de nada...” Ele me conquistou, estava comigo no momento que eu mais precisava e depois, simplesmente, foi embora.

—Ele te pegou no momento que você estava mais frágil.

—Então, nós ficamos juntos, a partir dali. Tudo o que eu passei com ele ficou rebobinando na minha cabeça. Desde quando nos conhecemos, dos momentos que a gente interagia, até quando ele arrumou um emprego pra mim e pra Nieh. Foi muito tempo convivendo com ele... Estávamos tão perto ultimamente; então não é justo ele ir embora. E eu não quero ficar lamentando por isso. Mas, o beijo dele é ótimo, o abraço é uma delícia e...

—E para ter certeza que ele era o combo completo, só tinham que ter dormido juntos. – Ela diz cruzando os braços, meu rosto queima e antes que eu pudesse dizer algo, ela continuou. – Como não teve esse tipo de emoção, dá para passar um remédio nesse coração machucado. – Ergo uma sobrancelha. – Deixa eu te fazer uma surpresa...

—Sem surpresas! – Kathy me encara. – Vai ser um dia muito chato, eu sei que estava animada, mas, não... Desculpe. Não estou no clima. – Ela fez um barulho com a boca.

—Você não é assim. Mas, dou um desconto porque vai ser a semana de apresentações. Depois; vai ter surpresa sim! – Ela sorri. – E você vai gostar. E vai ter bolo!

—Oh, claro; você fará dessa vez?

—Mas, é lógico! Senão, eu, quem mais? – Concordo com ela.

—Mas, não vai ficar com o quarto!

—Vamos ver o que Françoise falará! – Kathy acenou para mim e saiu do meu quarto.

E hoje ainda é apenas terça-feira.

Armin me pegou em um momento vulnerável, e com palavras bonitas e gestos, me conquistou, e sobre altos e baixos, com a maldita leprechaun, nós terminamos. Mas, e se não fosse ela, nós estaríamos juntos. Até o dia em que ele decidiu ir para New York. Preciso parar de ficar rebobinando isso na minha mente e ensaiar; é para isso que estou de folga essa semana. Pego o meu violino... Presente dele (...) MEU. Enquanto estava tocando, alguém bate na porta.

—Mih! Está ocupada? – Abro a porta.

—Oi Nieh! – Deixo ela entrar. – Agora não, estou com preguiça para ensaiar para a apresentação. – Sorri. – No que posso te ajudar?

—Na verdade, preciso de uma ajuda.

—Estou aqui para ajudar. Do que precisa?

—Estava com Guilherme no telefone, ele estava indo para o aeroporto e esqueceu o Storytelling dele. Levou apenas o Storyboard e o Shooting Board; então, quero ajudar, sabe? – Ela deu um sorriso meigo. – Para evitar perder tempo.

—Sei... Mas, no que eu posso ser útil?

—Nem Mateus ou Cainan sabem onde ele está dormindo quando vem dar aulas; então... Você, toda fluente. – Eu dei uma risada. – Sério! E claro, você pode pedir as chaves do quarto.

—Óbvio, eu sou a mestra das chaves.

—Sim! – Ela disse animada. Então fomos atrás de Françoise.

A secretária é no primeiro andar, em um ponto estratégico onde dá para ver quem entra, quem sai e quem faz o que no dormitório. Há uma outra secretária no sétimo andar, lá é onde a diretora do dormitório fica, quando ela não tem nada mais “legal” para fazer.
Assim que chegamos na sala, vimos Françoise sobre papeis e com ao telefone com uma expressão bem aborrecida.  Esperamos.

—Acha que ele vai demorar? – Nieh pergunta.

—Talvez um pouco, bem pouco... – Observo sua expressão; ele parecia irritado com o atraso de alguma coisa. – (...) Então, conte algo que eu não sei.

 -Bom... Joana apresentou com um aluno do segundo andar hoje.

—Sério? E como foi?

—Eu. Bem... Todos eles estavam lá. – Ela respirou fundo. – Ela tocou Papaoutai... – Ergo uma sobrancelha.

—Sério? Com um menino do segundo andar?

—Estava perfeito.

—Você foi ver a apresentação?

—Fui ver os jurados. – Ela estralou a língua. – Não conheço nenhum, e isso parece bom. – Concordo. Porém, estou pensativa. – O que foi?

—Eu estava ensaiando para tocar Papaoutai, e cantar. – Jogo a cabeça para trás. – Agora vou ter que escolher outra.

—Qual é o problema de cantar a mesma música?

—Para não parecer que eu roubei a ideia; e é chato ouvir música repetida. – Ela ia dizer algo quando Françoise fez sinal para nos aproximarmos. – Bonjour. – Ele colocou o telefone no peito, ainda estava em ligação.

—Falem rapidinho, estou atolado no trabalho. E estou detestando a parte burocrática! – Nieh me cutucou.

—Aan... Niedja gostaria de saber onde é que Guilherme, namorado dela. – Apontei para ela. – Fica quando ele vem dar aulas. Ele esqueceu o Storyboard

—Storytelling. – Ela me corrigiu.

—Ela quer pegar para entregar pro “bonito”. – Faço aspas, Françoise ri.

—Mas, daí eu não posso entregar para ela. Mesmo eles sendo namorados.

—Eu sou monitora. – Estendo a mão. – Vai ser rápido. Ele tá indo pro aeroporto, e ela não quer perder tempo. – Françoise arfou. Nos encarou, então pegou uma chave e nos entregou.

—6ºandar, quarto 63 do 2º prédio. – Pegou a chave e damos uma risada. – Eu vou querer ela de volta!

—Merci Beaucoup! – Falamos saindo da sala ouvindo ele dizer “pardon” várias vezes.

6ºandar? Eu já desanimei ali, porque subir 6 andares de escadas era uma crueldade só. Haviam alguns estudantes que estavam do final da sua pós graduação, e outros que ainda não tinham um lugar fixo para morar, ir, ou dinheiro suficiente para pagar um aluguel.
Eles eram mais velhos, com alma, expressão e rosto de artista, porém, ocupados demais para notarem duas alunas do prédio vizinho entrando no local.

—Sua vez; diga algo que eu não sei... – Nieh disse quando estávamos no 2ºandar, subindo para o 3º.

—Hmm... Ah! Kathy irá ensaiando com dois parceiros para as apresentações.

—Osh. E pode?

—Ela vai ter que apresentar junto com eles. Eis, aí... Não sei quem são, ou seus andares... Então, vai ser uma surpresa e tanto; porque eu quero ver como ela vai fazer...  – Sinceramente, eu estava muito curiosa em como ela administraria suas apresentações.

Quando chegamos ao quarto 63, que só lembramos porque 6+3 dá nove; abrimos a porta e observamos. Era um quarto completo, prateleiras de livros, com pastas nelas, armário em vez de guarda roupa, cama padrão, cheia de caixas embaixo e uma mesa repleta de papéis. Um quarto de trabalho, não um que se vive ali.

—Certo, onde procuramos primeiro? – Ela apontou para as caixas embaixo da mesa.

—E olho nas estantes. – Me ajoelho e começo a mexer nas caixas com cuidado. Só há pastas, então tenho que ver com cuidado, porém, não com muito cuidado para não deixar passar e nem com muita atenção para não ver o que não é para ver.

Ou seja, um trabalho bem chato, e nem estou sendo paga.

Mas, estou ajudando Nieh.

—Deve ser uma pasta de cor fosca. – Nieh diz.

Fazia um tempinho que estávamos ali, se a intenção era sermos rápidas, falhamos.

—(...) – Inclino a cabeça, é uma carta com um papel branco, parecia ter sido aberto, porém, fechado novamente; tinha um pequeno laço vermelho, endereçado a Paris... – Niedja. – A chamei.

—Eu. O que é isso?

Lhe entreguei a carta.

—É pra você.

—Para mim? – Ela começou a rir. – Pra mim? E porque Guilherme não me entregou? – Dei ombros, não sabia. – Eu não devia ver.

—Tem o seu nome, devia ver, pode ser importante! – Ela parecia receosa em abrir. – Depois colocamos no lugar. – Nieh fez um bico e abriu a carta. – (...) – Oh... – Ela colocou a mão na boca e focou na carta por um tempo.

Muito tempo.

—Oh, o que? – Ela me deu a carta. – Ouh.... – Eu me arrepio por completo.

Inesquecível Niedja dos cabelos cacheados de fogo.

Eu sou grato pela vida que eu tenho.  Sabe do que estou falando? Porquê parei de olhar para as coisas insignificantes e foquei em você; onde eu sou eternamente grato por ter te conhecido. Você sabe que é a minha pessoa querida, você é a minha estrela da calçada da fama do meu coração. Mesmo se eu estiver errado...

É contigo que eu quero estar, e mesmo que não seja reciproco. Ser arrancado dos seus braços foi a coisa mais dolorosa que eu posso suportar diariamente. E lhe escrevo um poema clichê:

~ A noite tem mil olhos e o dia apenas um. Contudo a luz do mundo radiante morre com o sol morrente.  A mente tem mil olhos, e o coração apenas um. Porém, de uma vida inteira morre quando é feito o amor. Nunca te esquecerei.

Do seu querido Dégel,

O Vermelho do Gelo.

Oouuh... – Disse e quando olhei para ela, as lágrimas queriam sair, ela parecia desnorteada. Desacreditada, em choque.

—(...) -  As palavras custavam a sair da sua garganta. – Ele não mentiu. Ele me escreveu! – Ela afirmou, com voz abalada. – E... Guilherme. Não! Ele escondeu de mim! – Nieh fez uma pausa. – Onde você achou essa? – Abri uma pasta e ela negava com a cabeça.

—O que?

—Deus... Quantas cartas Guilherme escondeu de mim? E porquê?

—Hãn; óbvio porque Dégel é muito mais romântico que ele! – De repente Guilherme abriu a porta com tudo.

—Mas... O que. Niedja, o que você tá fazendo aqui? – Ele olha a carta na minha mão, e fica pálido. – (...) Eu... Olha, amor, eu escondi por. – Ele olha para o chão. – Fiz para o s.

—Não! – Ela gritou, eu levei um susto e dei uns passos para trás. – Não me venha me dizer que foi pelo meu bem! Que bem mais infeliz. Você ficou com as cartas esse tempo todo e.

—Niedja, deixa eu falar.

—Não! Cala a boca! Isso não é justo! Esconder isso de mim; acho que no nosso namoro era algo de confiança. E você não é confiável!

—Deixa eu explicar...

—Você escondeu quase 4 anos de sentimentos envelopados para mim. Você é cruel!

—Você só está emocionada e. – Ele se aproximou dela que se afastou imediatamente.

—Não encosta em mim! – Ela ficou em silêncio, parecia que ela sentia dor. – Terminamos!

—O que?

Quee? – Murmurei.

—Acabou! Chega! Eu sempre fui boazinha. – Tanto que essa é a primeira vez que eu a vejo nervosa. – Não quero ter mais nada contigo. Céus! Você me destruiu Você destruiu os sentimentos do Dégel!

—Foda se o Dégel Rosseau! – Ela se aproximou dele, furiosa.

—Foda se você Guilherme Silva. Aliás, você é pior do que seus irmãos!

—Você não está pensando direito, não é ass.

—Você que não pensou direito! Você é um idiota! Você mentiu para mim, escondeu coisas de mim. Porque fez isso? Achei que ele não gostava mais de mim... Eu confiei em você! (...)

—Eu.

—Quero todas!

—Quer?

—Todas as cartas que Dégel escreveu para mim e você confiscou! Quero o que é meu!

—O q.

—Agora Guilherme Silva! – Ela berrou. – Eu não quero te machucar.

—Me machucar?

—Me dê todas elas!

—Mas.

—(...) Quero todas as cartas de sentimentos que Dégel escreveu para mim, e não quero te ver nem pintado de ouro, ou como Emmy ou Oscar! – Ela berrou saindo do quarto. – Nós terminamos! Estou esperando elas no final do corredor.

Guilherme me encarou e eu olhei para o lado.

—A culpa foi sua! – Disse saindo do quarto e indo atrás de Nieh que estava no final do corredor. – Hey...

—Ele me chamou uma vez de estrela da calçada da fama! Será que ele roubou todos os elogios de Dégel? Ele me fez algum elogio real? Que infeliz... – Ela apertava as mãos, estava visivelmente nervosa. Olhava para os lados, e esperávamos até o bonito devolver as cartas. –(...) – Reciproco? Dégel achou que não era reciproco?

Levou menos da metade do tempo que eu achei que demoraria. Guilherme estava segurando uma caixa organizadora com inúmeros papéis. Niedja tremeu, mordeu os lábios.

—Seria melhor se.

—Au revoir. – Niedja falou arrancando a caixa das mãos dele e descendo as escadas como um tornado. Então fui atrás dela... Ah, que eu iria cair logo. – Que demônio! Ele leu todas as cartas! E são tantas e.... Pesam!

—Ajuda? – Ela negou.

Paramos na escadaria do 3º andar.

—O que mais aquele; puta veia ruim escondeu de mim? – Respirei fundo.

—O quanto ele odeia o Dégel!

—Dégel nunca fez nada para ele.

—Ele tinha você. – Nieh sorriu. – Isso se chama inveja. Não fica triste, Guilherme é feio. – Então começamos a rir. Mas, ao mesmo tempo que ela começou a rir, as lágrimas vieram, e posso afirmar que o desespero também; afinal, tudo desmoronou sobre ela, uma verdade amarga colidiu com uma mentira doce, resultando em um furação de emoções.

Na terça-feira ajudei Nieh a organizar as cartas por ordem de envio. Da primeira à última; e ficamos pasmas quando a última carta que ele mandou chegou no dia dos namorados.
 Tinham meses que ele mandava até cinco cartas, eu não as lias, só precisava saber a data. Mas todas começavam do mesmo jeito: “Inesquecível Niedja dos cabelos cacheados de fogo”. E eu achei aquilo extremamente lindo... Kathy achou aquilo inacreditável.
  Já na quarta-feira, pude ensaiar o suficiente, pois a música que eu ensaiei, alguém do 2º andar cantou; eu sempre achei que as músicas deviam ser comentadas para não haver repetições, ou no meu caso frustrações. Enquanto arrumava as fichas para acordar os residentes para o petit déjeuner, era dia de aniversário (...) Victor!

Significava que SE ele continuasse no Programa de Cênicas, ano que vem, ele não estaria no meu andar. Se ele fizesse aniversário depois de setembro ficaria ainda no meu andar.  Na verdade haveria uma longa transição dos residentes; 3º para o 4º, e do 4º pra o 5º.  Mas focando no aniversariante, eu precisava lhe dar alguma lembrancinha; até porque é seu primeiro aniversário longe da família. Esse é um dia em especial que lembramos que não estamos mais em casa, estamos fora do nosso conforto.

Com o que eu poderia presenteá-lo? (...) Não pode ser algo meia boca, nem muito extravagante. Algo que não deixe o meu coração agoniado. E agora, eu não faço ideia do porque ele está assim.
 Na verdade eu só consigo lembrar como Dégel se manteve fiel à Niedja. Como eu invejo isso, já que eu não consegui me manter fiel nem a Antonie. Os que vieram depois foram apenas uma sucessão de catástrofes. Porém, não pior do que eu imagino que Guilherme Silva esteja passando nesse momento.

Comprei um bolo pequeno, e uma caneca junto com uma colher de porcelana azul. Mas, ele também precisava de alguma coisa para dizer que ele estava em casa. Ou seja, uma bandeira da França com o emblema do Depardieu. Todos nós recebíamos uma dessa. E cabia a nós o que iriamos fazer com ela.

*

Aconteceu bem rápido. Eu só ia dar os parabéns e voltar ao meu quarto. Nem devia ter aceitado entrar. Mas, se eu não sentia nada; porque quis entrar? Carência?

—Monitora... Mika...

—Pois não?

—Você ainda gosta muito daquele veterano engraçado? – Inclino a cabeça. – Armin? – Meu corpo congela.

—Ah! Do Rowell... – Sério? – Você não entenderia... – Nem eu entendo.

—Mas, ele não está aqui. – Meu coração acelerou, ele não estava mais aqui. Minha garganta secou

—De fato, porém...

—Porém, eu estou aqui!

—Como? – Ele se aproximou de mim. Ah!  Era só o que faltava. Não era como se ele realmente fosse fazer algo, apenas colocando os braços em minha volta; me arrepiando. Era uma sensação deliciosa...

...

Errada. Toquei em seu peito e me afastei com um sorriso de canto.

—Espero que dê tudo certo amanhã. Que você quebre uma perna! – Ele pega nas minhas mãos. Está tenso.

—Obrigado. Era tipo isso que eu queria de aniversário. – Ele está alto o suficiente para tocar sua testa na minha. E é tão bom... O toque, como se preenchesse o vazio irritante de Armin. Insistir é um errado, resistir é complicado. Direciono seu olhar para mim.

—Onde você quer ir? – Dou um sorriso. – Quanto você quer arriscar? – Meu corpo paralisa. – Querer algo assim é complexo. É como um eclipse... Raro... – Então beijo sua testa. – Não é que foi um erro. Só não foi o certo... – Quando estou quase fechando a porta aceno para ele. – Bonne nuit.

Nunca vai estar certo de como tudo começou. Não foi errado querer e beijá-lo, mas, não tinha os Coloré para piorarem tudo. Não sei mais o que eu estou sentindo com tanta coisa acontecendo.

~>

—Parece que você nem dormiu. – Pierre estava em pé do meu lado no fundo do teatro William, depois do almoço, as apresentações iam começar. Na primeira fileira estavam os professores e os críticos musicais do Depardieu, na segunda fileira estavam os residentes do meu andar. – Está tudo bem?

—Estou ansiosa. Teste-Apresentação me deixam nervosa. –Pierre concordou. – Minha aparência está tão ruim assim?

—(...) Não. Então, todos estão aqui?

—Na verdade, estou dando falta de três...

—Vai dar tudo certo. – Tem que dar!

—Quantos se apresentarão hoje? – Um professor perguntou, fui na direção deles. – Bonjour.

—Dez!

—Os dez estão aqui?

—(...) Aan.

—Vamos começar agora, eles têm até o último aluno se apresentar. Estaremos aqui até as 18h15. – Aceno positivamente. – Vamos começar as apresentações. – Enquanto eu voltava para o meu lugar, vi Luco entrando correndo no teatro, ele pulou alguns lugares e sentou-se na fileira dos alunos. Faltava apenas Katherynne e Victor para aparecerem. Eu não podia sair do teatro, não podia ligar para eles, para não atrapalhar os outros. Talvez, sim, eu parecesse péssima.

Duas pessoas tinham parceiros, e foram avisados que senão fossem se apresentar com os outros, não a apresentação não era válida. Cada um que subia no palco dizia seu nome, e o que iria fazer; tudo era anotado meticulosamente. Aliás, só tinha dois novatos hoje.

O primeiro a se apresentar foi o neozelandês Archie, ele tocou Someone Like You da Adele no piano.

Depois a nigeriana Amara, dançou Thinking Out Loud, do Ed Sheeran.

Seguido da belga Milla, cantou Imagine do John Lennon. Foi quando eu percebi que tínhamos orquestra.

O quarto foi o colombiano Oscar, que cantou Papagena, Papageno; da Flauta Mágica junto com uma aluna do 5ºandar.

O quinto foi o indiano Basil, que cantou Carmen da forma mais profissional, divertida e fabulosa que já ouvi.

Quando o sexto, que era costa-marfinense começou sua apresentação apresentando um trecho de A Divina Comédia; Katherynne e Victor entraram no teatro. Estavam atrasadíssimos! Kathy carregava um violão, estava com um vestido de época e Victor estava segurando um blazer com listras coloridas; assim que se sentou, Kathy olhou em volta para ver se não havia chamado atenção; não chamaram muita atenção; apenas a minha.

Já o sétimo foi Leonardo, cantando L’amoureuse da Carla Bruni; geralmente cantamos essa música a capela porém, ele tocou ela no violão também, se tornando o primeiro calouro, entre todos, completamente adepto para o curso de Cênicas.    

O oitavo foi Luco, ele cantou, e sapateou no ritmo de King of New York, de Newsies. Eu senti uma crítica muito grande ele ter escolhido essa.

Nono Victor estava vermelho como um pimentão. Katherynne já começou dizendo.

—Nós somos uma companhia; não deu tempo de avisar, até porque eu sou a próxima a apresentar. Posso?

—Devia ter avisado senhorita.

—Vou me apresentar com ele. É o que as regras dizem. Não é?  Então, três, dois. – Antes que eles pudessem falar algo Kathy começou a tocar o violão, e ele começou a cantar: Garota de Ipanema. No ritmo certo, calmo e dava para perceber que ele se esforçou bastante. Ou seja, todas as apresentações até aqui foram maravilhosas!

Então...Digamos que o melhor literalmente fica para o fim. Minha décima residente, Kathy, apenas disse que iria cantar e dançar, e em questões de segundos ambos estavam vestidos a caráter e estavam dançando supercalifragilisticexpialidocious com Victor. Assim, os dois estavam juntos... Se apresentando juntos. (...) O que eu nunca imaginei que iria acontecer.
 Após o fim da apresentação, todos subiram no palco, agradeceram e se encerrou o primeiro dia de teste para o meu andar; parabenizei todos, dizendo o quanto foram incríveis. Não precisaram do Rowell para arrasarem.

De manhã resolvi ligar para Armin simplesmente porque algo estava me incomodando; lá deveria ser entre 23h, e 00h30.

—Hello? – Ele atendeu depois de cinco chamadas.

—Salut!?  

—Who. – Há uma pausa. – Mikaele?

—Armin?

—(...) Céus! É você! Mika! Como você está? Como...

—Estou com o coração doendo. Eu... – Não. Sem mencionar a carta.

—Oi? Porque? O que houve? Onde você está agora?

—(...) Em Paris. Eu não saí daqui. – Ele faz um barulho do outro lado do telefone, parece que derrubou algo.

—Eu...  Não sei o que você quer que eu diga...

—(...) Na verdade, eu gostaria que dissesse que sente falta de mim (...) Mas, prefiro saber porque você partiu.

Well... Eu precisei.

—Sua voz fica horrível quando você fala inglês. Sabia?

—(...) Eu também sinto sua falta, todo segundo. – (...) – Como foi a apresentação do seu andar?

Fantastique. – Ele ri. E eu estou apaixonada pela sua risada.

—É tão bom falar com você... (...) – Armin afasta o telefone da boca e começa a sussurrar algo. – Why are you awake?

—No puedo dormir.

(...)

—Eu.

—Bonne nuit.

 

Como eu sou idiota, meu Deus!


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Notas finais do capítulo

Obrigada por terem paciência comigo, obrigada por simplesmente lerem, obrigada por me deixarem feliz em escrever...
Desde já á amoras e amores, resisdentes parisienses que habitam no Brasil; desde já agradeço ao seu tempo :3
Obrigada pela leitura. J'adore vous tous.
Até o próximo capítulo ♥♫♥

~♠~Eu sempre digo, estou aqui para vocês. ~♠~

J'aime vous!!

~♥Beijos da Autora & Feliz KathyWeek♥~



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