E Eu sou o Amor da Sua Vida? escrita por Lady Lupin Valdez


Capítulo 39
Um Pouco de Cabelo Vermelho de Gelo


Notas iniciais do capítulo

Hey Du!
Ça va!!

Eu disse que só ia dormir quando postasse, não é? Essa promessa eu consigo cumprir!!
Deve ser legal, ter uma rotina de postagem em dia. Kkkk
Obrigada "brasileira que reside em Paris" por toda a sua ajuda; e lá estamos nós agora em uma gravidez; todos os momentos passam rápido. Poxa adoro escrever para as pessoas, para você, amo escrever essa história.
Quando você olhar para cada capítulo novo, se lembre que eu faço porque eu escrevo como se o tempo não parasse, para te deixar feliz, ou ao menos segura; porque para mim, você é muito especial. Só sei que, se eu poder te deixar calma, feliz, estarei fazendo isso. Pois, você é importante para mim. Isso é tão gay. Mas, é tão verdade :3

~♪♫Enjoy♥♪♫


♪Hamilton (Musical, no teatro Richard Rodgers da Broadway de 2016)♫


~Espero que apreciem o capítulo, e agradeço a todos os amores e amoras que me restaram♥



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Victor

Depois do ensaio de sexta e dos exercícios de sábado de manhã, eu tinha na minha mente um mega desafio; me focar sobre o que eu queria estudar, o que eu queria ser, treinar para cada teste e ter muita sorte para ser oficialmente aceito no curso de Artes Cênicas. Ou seja, eu estou na França aprendendo várias coisas, para ter a chance de entrar como aluno de Cênicas, ou fazer apenas um intercâmbio comum. Que era o que eu não desejo fazer.  Não que o que estou fazendo não seja um intercambio; mas, é completamente diferente. Por vários motivos nem ficar mais aqui no dormitório eu iria.

—O que você achou? – Luco e eu estávamos sentados no auditório do teatro Christopher William; o resto do nome é difícil. Era a hora de exercícios de alunos do 3º e 5º andar. A Monitora do 3º estava presente, mas o grandão não. O que é bem plausível. Eu o olhei para ele sem entender.

—Do que? – Eu estava prestando atenção nos diferentes exercícios que ele estava fazendo com cada aluno, duas turmas, dois exercícios diferentes. Um grupo usava o corpo e o outro a voz.

—Da aula do “Faz Tudo”... – Perguntou Luco olhando para o seu caderno.

—Bem... Ela foi muito calma, porém, ele se mexe pra caramba. – Um artista circense eu diria. Tão flexível quanto uma bailarina. – Foram bons exercícios. Ele parece muito com profissional.

—Hunf. – Ele fungou, pareceu irritado. – É; como um profissional! – Luco murmurou revirando os olhos.

—E é um ótimo profissional! – Leonardo estava sentado do meu lado, Marjorie estava no palco. – Parece um professor. Eu fico chocado; Aan. Abismado com as coisas que ele consegue fazer. Como isso é possível? – Luco cruzou os braços.

—Ele é só o Faz tudo... – Então pude concluir que ele tinha ódio e inveja de Armin. E não era lá uma coisa difícil de saber, era bem compreensível. – Apenas... – Ele foi interrompido quando seus outros amigos entraram no teatro e sentaram-se atrás de nós. Eles fizeram um barulho porque Luco olhou para trás.

—Como as coisas andam? – Verônica perguntou puxando a poltrona de Luco para trás.

—Ele não perdeu a sua maestria. – Ele respondeu com um bico.

—E você achou que em algum momento em que estávamos fora, a coroa dele simplesmente caiu da cabeça dele? – Perguntou Stefano.

—Uma coisa parecida.

—Mas, você pode dar a volta por cima! – Antonie bagunçou o cabelo dele. – Ora, foi quase isso que elaboramos.

—Mais ou menos isso. – Ele então riu. – Vamos dar a volta por cima!

Na verdade, eu tinha medo dessa frase: “dar a volta por cima”.
Á cada exercício o exótico olhava para nós, parecia desconfortável, mas, também conseguia agir naturalmente ali. Eu não faço ideia no que ele estava pensando mas, imagino que seria um: “saiam daqui. ”, e como não seria possível manda-los embora, por causa que ele não era dono do dormitório; engolia seco. E continuava agindo naturalmente.

—Porque Cainan não está aqui? – Pandora perguntou olhando para o teatro. Ela estava com o cabelo preso. Com traças em estilo boxeadora; pra mim estava diferente, meio estranho. Mais calma, era quase que assustador.

—Os dois estão brigados. – Leo respondeu tirando sua atenção de Marjorie por uns segundos.

—Bom, disso nós sabemos. Porém, se eles estão brigados, os residentes do andar dele deviam estar aqui? Não né? – Antonie se questionou. Luco negou com a cabeça sorrindo. – Que traição!

Houve um momento de silêncio em que todos ficaram observando a

 -Ouvi dizer que, alguém levou uma pratada na cara. – Comentou Verônica empurrando um pouco a cabeça dele que riu de volta.

—Ah, ossos do oficio.

—Quem jogou? Eu não vi nada! – Exclamou Stefano eufórico. – Eu só ouvi a gritaria e o prato estilhaçando no chão.

—Doeu muito?

—Um bom prato jogado com amor, não dói. – Para ele era a coisa mais normal do mundo. Para mim foi a coisa mais assustadora. Antonie pareceu surpreso.

—Kurz? – Ele acenou com a cabeça sorrindo. – Não acredito!

—Acredite. – Pandora olhou para mim.

—Verdade; foi bem na minha frente; foram dois tapas na cara e em seguida, bem; foi o meu prato. – Verônica e Stefano colocaram a mão na boca. Surpresos. –Ela estava furiosa.

—E o que você fez?

—Hãn, eu existo?! – Ele riu. – Eu não faço ideia. –Ele abaixou a cabeça arrumando os cabelos. Fazendo a cara de sínico de sempre; ele sabia o porquê. – Estarmos sobre o mesmo teto uma hora ou outra ia dar nisso.  – Ele deu ombros. – Aguarde a sua vez Antonie.

Ele riu sem graça.

—Duvido um pouco que isso aconteça comigo. – Ele passou a mão nos cabelos, parecia constrangido. – Ela está ficando mais forte.

—Ser forte, não é ser inalcançável. – Encarou Pandora. – Ser cuidada é o que as garotas mais almejam.

—Uau; uma psicóloga ou uma filosofa? – Stefano gargalhou.

—Nossa você é muito sem noção.

—Olha quem fala!

—Vocês perceberam com quem estão falando?

Nisso, imagino que eles fizeram um barulho alto, algo que realmente tirou a atenção de todos que estavam no palco, de quem ensaiava, tocava algum instrumento; e dele.

—Hãn... – O exótico bateu seu pé no chão do palco, fazendo um barulho chamando a atenção. – Por favor, se vocês não vão usar o teatro, poderiam se retirar? – Ele fez uma cara séria. – De verdade, precisamos ensaiar, se você não vão ensaiar, pode não incomodar os outros; sil vous plaît? – Todos olharam para eles. – Merci Beaucoup.

Eles ficaram o encarando por um tempo; ninguém ia dar-se por vencido e quando o clima estava tenso demais, Luco levantou os braços, concordou com ele, se levantou devagar e junto com os outros, foi saindo do teatro.
Porém segundos depois, Verônica voltou para me segurar pela gola da camiseta.

—Que foi? – Perguntei assustado.

—Está com a gente ou contra a gente? – Antes que eu pudesse responder que não ia porque estava com o Leo, ela já foi me puxando para longe do teatro e murmurando alguma coisa em alemão.

—Verô! – Exclamei baixinho, mas, ela não pareceu me ouvir. – Hey! – Estava tentando não fazer nenhum barulho, mas, convenhamos, que eu estava sim fazendo barulho, pois, todos estavam olhando para mim.

Ou só estava chamando atenção mesmo.

Quando atravessamos a porta do teatro e fechamos a porta, eu ia fazer uma reclamação, mas, assim que ela me largou, ela fechou a cara.

—Nunca, jamais, em nenhuma outra hipótese, me chame de “Verô”. Não temos essa intimidade. E não creio que em algum tinha nós iremos ter. Você é amigo do Luco! Luco! Luco Seward, não meu. Te aturo porque simplesmente, você é do grupo agora. E isso deveria ser algo legal. E Luco diz que eu devo ser legal contigo! – Ela revirou os olhos depois de gritar um pouco e passar a mão no rosto. – E eu não quero ser legal com você.

—Aan... Não precisa. – Eu olhei para os lados sem saber como proceder a conversa em seguida. – Não precisa ser legal comigo só porque o Luco mandou. – Ela ficou em silêncio e me olhou de cima a baixo, como se me examinasse, estudasse. – Desculpe te chamar de Verô; e... e... – Fiquei sem saber o que falar.

—E. e. e o que? – Ela imitou minha gagueira de um jeito debochado. – Não vai almoçar agora? – Fiquei em silêncio, a voz de deboche dela me incomodava.

—Eu nem sabia que estava na hora do almoço. – Falei olhando para chão.

—O tempo passa rápido em alguns fins de semana.

—Entendi. – Levantei as mãos. – Mas, eu posso só avisar pro meu amigo? – Ela me olhou como se não se importasse deu ombros. E avisei pro Leo e voltei tão rápido quanto ela votou para me puxar pela gola.
Foi quando começamos a ir em direção ao refeitório. Uma caminhada silenciosa, Verônica dá certo receio, não apenas medo. Estar no mesmo lugar que ela, não é como estar com Luco; e poder se quiser fazer um comentário; é ter receio de abrir a boca para bostejar e levar um tapa na cara.      

E só para acrescentar; aquele silêncio era horroroso, e a companhia dela estava ficando assustadora. Mas, ela não se importava, eu não ia puxar conversar e pra ela não parecia importante. Conviver comigo naquele momento seria algo “inevitável”. Minha mente dava sinais para que eu acelerasse o passo e saísse dali, mas, ao mesmo tempo a áurea dela impedia. Poha! Eles têm alguma espécie de magia não é possível.

O almoço foi estendido um pouco até uma hora, por causa dos ensaios. Nós poderíamos sair para ir em um restaurante, como era de costume quando perdíamos a hora e era fim de semana. Mas, houve exceções. Porque todo mundo ali começou a estudar e treinar como louco para continuar no programa de Artes Cênicas.

—Você pode apresentar um clássico: “Prepare o laquê! ” – Exclamou Antonie para Pandora que negou com a cabeça. – Um: “Conte mais, conte mais...” – Ela negou novamente. – O Fantasma da Ópera, não tem como errar!

—Hãn, ah tem sim! – Exclamou Joana se aproximando de nós. – Para se cantar o canto mais famoso, ao menos tem que ter uma voz forte. E uma dupla.

—E como você sabe? – Retrucou Pandora.

—Já tentei.

—E?

—Eu sou melhor como Carmen; merci.

—E você calouro? Falou com o Faz-Tudo?

—Ele está me ensaiando, não tem o que pedir á ele. E Luco está comigo, porque eu teria que. – Verônica murmurou alguma coisa.

—Ensaiar e pedir ajuda para Rowell são duas coisas diferentes. Você tinha só que pedir ajuda particular pra ele.

—O que?

—Foi o que combinamos!

—Aulas particulares!

—Mas, vocês viram... – Eu disse indignado. – Ele está ótimo, ótimo, faz tudo bonitinho e.

—Disso nós sabemos, e vimos também... – Falou Luco, talvez irritado. – Mas, quando ele está em público, é sempre assim.

—Então porque não perguntam para algum dos amigos dele? Eu não vou conseguir fazer isso a tempo. – Eu parei de falar porque todos estavam se encarando e em seguida me encarando. – (...) O que foi?

—Armin não tem muitos amigos.

—Seus grandes amigos estão desse lado. – Luco apontou para ele e o grupo.

—Não é possível.

—Olha é bem possível não ter muitos amigos quando você é inacessível! – Disse Pandora. – Mas, seria bom prosseguir com o plano, pro começo de conversa. – Abaixei a cabeça.

—Você prometeu.

—Hey Young, relaxa; você consegue. – Luco disse me dando um soquinho no ombro. – Consegue né? Mas, se não conseguir é só falar.

Respirei fundo.

—Acham mesmo que ele não está tão bom o quanto devia? – Antonie deu ombros.

—Só vamos confirmar se você conferir.

—O que estão bolando contra o nosso astro? – Joana debruçou-se contra a mesa sorrindo. – E porque não querem contar?

—Ora Di Blanco, não queremos estragar a surpresa né? – Disse Luco sorrindo. – Mas, vai valer a pena.

—E se ele continuar bom? – Perguntei sem entender o que seria pior do que ele foi, e é.

—Teremos que pensar em outra coisa né? – Luco olhou para a entrada do refeitório, imagino eu, esperançoso.

—Está esperando a sua galáxia? – Perguntei me virando para a entrada também.

—Um pouco... – Ele disse rindo.

—Está esperando levar outro prato na cara? – Perguntou Joana sarcasticamente erguendo uma sobrancelha.

—Ah! Com certeza! – Ele disse mordendo os lábios e passando a mão na cabeça. – Só de pensar nisso eu me excito.

—Masoquista! – Antonie exclamou, enquanto todos olhávamos assustados para ele.

*

O resto do sábado e o domingo eu usei para estudar; tanto as lições que eu tive o recesso de inverno para fazer, quanto coisas que eu pesquisei e estudei para que nos próximos e até nos testes- apresentações eu me saia melhor em qualquer coisa que agrade os jurados.

Lá pelas 17:59 horas, o sol já estava começando a se por, aos pouquinhos. E isso era uma coisa que eu ainda não estava acostumando totalmente, porque eu sempre iria achar que era por volta das 19 horas. Enquanto eu estava focado em “Jogos Teatrais” e “Exercícios de Resistencia Vocal”, alguém bateu na minha porta como se estivesse tocando uma melodia. E para a minha não surpresa, era Luco entrando no meu quarto com tudo.

—E então Young, o que você está fazendo agora? – Apontei para a mesa onde ele se aproximou. – Lição? Não creio! Poxa, é o nosso último dia de férias de inverno e você prefere desperdiçar em fazer lição? – O olhei sem entender.

—Lógico, eu sempre fui um aluno exemplar, e não é agora que eu vou deixar de ser.

—Ah young; qual é... Você tem que ao menos se dar ao luxo de se divertir. – Olhei para o lado. Eu já não tinha tanto talento, como é que eu simplesmente vou parar para me divertir?

—O que você vai fazer?

—Nós íamos nas catacumbas de Paris.

—Aonde?

—Nas.

—Eu ouvi da primeira vez que você disse... – Luco me encarou sem entender.

—Então? – Ele me encarou por uns segundos. – Não vou mata-lo se você quer saber.

—Não pensei nisso. – Hesitei um pouco. – Sendo que é bem suspeito; você aparecer aqui quando está anoitecendo, para me levar em um lugar que eu não faço ideia onde fica, e que só tem caveiras e túneis. – Ele gargalhou.

—Você falou como minha galáxia falaria...

—Como assim? Que é suspeito? – Luco negou abrindo meu guarda-roupa e pegando uma peça de roupa, a gosto dele.

—Esse negócio de morte planejada. Ela ama esse negócio de crimes. – Seus olhos pareciam brilhar. – Nós conversávamos sobre crimes não solucionados por horas. – Ele respirou fundo sorrindo. Um casal de assassinos; um arrepio correu pela minha espinha. Olhando para esse ponto de vista, realmente são tão assustadores quanto assassinos. Bonnie e Clyde teriam inveja desses dois. –Toma, usa essas roupas aqui. Não são as mais bonitas; mas, dá pro gasto!

—Aan, obrigado?

—Depois vou levar você para fazer umas compras descentes. – Do nada, ele é completamente imprevisível.

—Mas, eu disse que não ia sair.

—Na verdade, você não disse nada; só perguntou “aonde”. – Ele fez aspas com os dedos. – Então se vista logo, o pessoal tá esperando lá embaixo. – Menos mal, não iriamos sozinhos. Não sei se fico aliviado, ou mais assustado.

*

—Sabe um lugar onde nós poderíamos ir? – Resmungou Pandora novamente. Foi o que ela fez desde que Luco optou em irmos andando até as catacumbas, e voltarmos de transporte público. – Podíamos patinar! No Jardim Trocadéro. 

—Já havíamos combinado que iriamos para as catacumbas Pan. – Respondeu Luco tranquilamente.

—Nós quem? Quem combinou que iriamos para as catacumbas em pleno inverno? Á noite?

—Ninguém disse não. – Ele respondeu tranquilamente.

—Mas, está 9° graus, pelo amor de Cristo! – Ela me puxou pelo casaco. – Esse cara aqui vai congelar! – O que não era mentira.

Eu deixei de fazer minha lição para morrer congelado nas ruas de Paris. Que infelicidade! Mas, de um todo eu não estava com tanto frio; Luco me emprestou um casaco acolchoado, então ele pediu para eu usar também camiseta e meu suéter por baixo. Luvas, cachecóis e um gorro do Colégio me tornaram um cara aparentemente gordinho. E não me esquentava tanto quanto se eu estivesse na minha cama.

Veronica estremeceu e exclamou alguma coisa.

—Podíamos mesmo parar em um restaurante.

—Ah qual é pessoal! – Exclamou Luco aparentemente chateado. – Vocês tinham concordado.

—Mas, não estava tão frio. – Comentou Antonie. – E eu não aguento mais ouvir a Pandora reclamando.

—Eu ouvi isso.

—Mas, era para ouvir mesmo!

—Certo. – Ele se deu por vencido. – É meio uma perda de tempo, já que estamos quase chegando...

—Podemos fazer assim. Preste atenção...

—Estou ouvindo.

—Vamos até lá, damos uma olhada e vamos comer alguma coisa no La Belle Équipe.

—Hey; é muito longe. Mesmo se fomos de trem...

—Tem o Les Deux Magots! É mais perto.

 -Nosso último dia de férias de inverno, nosso dia de liberdade, vamos passar em um restaurante?

—Melhor do que embaixo da terra! – Exclamou Pandora.

—Insensível você hein. Tá bom, vamos indo então.

As ruas não estavam vazias como eu imaginei que estariam, havia bastante gente dando seus passeios, talvez turistas que se arriscaram, ou amam o frio. Fico me perguntando de que lugar Pandora deve ter sido criada pra não gostar tanto do frio. Ou só estar farta dele. Quando passamos em frente á uma estação algo chamou minha atenção. Uma silhueta; que chamou nossa atenção em seguida.

—Salut, salut mon amis. – Um garoto de cabelos que caiam sobre suas sobrancelhas, com alguns tons de branco e com mechas azuis nas laterais sorriu para nós. Seu olhar era fixo em nós, mais estava preso em Luco. – Todo mundo ficou junto, prontos para o ataque, eu fui puxado porque não tava entendendo nada.

Não sei dizer se seu cabelo era todo branco ou meio azul, pois, ele estava usando a touca do seu agasalho que era preto; mas, seus olhos eram claros, um castanho muito claro; ele estava com duas malas e uma mochila em seu ombro. Acabando de sair da estação, tranquilamente, no momento em que passamos.

—Salut? – Verônica falou na defensiva. – Pardon? – Por mim, se todo mundo saísse correndo para um lado, era um bom plano, mas, ninguém pensou nisso.

—Poxa, não estão me reconhecendo? – Então ele sorriu, e meu corpo gelou.

Lábios roxos. Voz rouca. Eu o reconheci.

—Dégel! Rosseau! – Exclamou Luco impressionado; saindo da formação de proteção.

O cara da sorveteria! Eu entrei em pânico. Ele ia me reconhecer e.
E o que Victor? E daí se ele te reconhecer? O que pode ocorrer?
 (...)
Saberiam que eu e a Mikaele saímos. Mas, Luco já disse isso para eles; do jeito mais metafórico que existe. Porém, eles não sabem que eu fui em um tour exclusivo com a minha monitora. É fácil contar uma coisa metafórica para as pessoas; elas podem achar o que quiserem, imaginarem o que quiserem e entenderem; agora uma testemunha ocular que viu, interagiu, conversou, é outra coisa.

Mas é daí? Isso poderia ser usado contra mim? Com certeza.

Ele deu um sorriso inclinando a cabeça para o lado.

—(...) – Houve um silêncio, ninguém se mexia, apenas encaravam Dégel, com uma expressão surpresa; ou assustada como a minha. Chuto que estavam todos assustados, poderia ser um ladrão. Bom, eu já lidei com ladrões antes. Mas, eles não eram gringos.

Ladrões brasileiros são muito inteligentes.

—De verdade, você era a última pessoa que eu imaginei ver em Paris. – Luco deu um sorriso para Dégel; só faltou abrir os braços e se abraçarem.

—Mas, ele é francês Seward;

—Mas, os pais dele moram na Suíça!

—Enfim, uma hora ele iria voltar para cá.

—Mas, demorou.

—Não, eu estou no meu tempo; vocês que são apressados. – Ele riu.

—Parou bem longe do dormitório sabia? – Verônica falou.

—Por aqui tem bastante supermercados e restaurantes. – Ele deu ombros. – Eu precisava comprar umas besteiras e tomar algo quente. – O sotaque dele estava tão... francês, muito diferente do dia em que nos conhecemos. – E vocês? Estão bem longe do dormitório, sabia?

—Sabemos. – Falou Pandora irritada. – Estávamos indo para as catacumbas. – Ele sorriu.

—Hãn, que daora. – E em seguida ele me encarou, de uma forma que cada pelo do meu corpo se arrepiou, eu engoli secamente e senti que eu ia desmaiar.

—Hah! – Luco berrou assustando todo mundo. Antonie deu um berro, seguido de Verônica, Steffano e Pandora deu um tapa na cabeça dele.

—Para seu puto! – Luco e Dégel riram.

—Esse é o Young! – Ele apontou para mim. – Ele veio do Brasil; chamamos ele de Victor ou Azevedo...

—Victor ou Azevedo? Achei que esse era o nome dele. – Falou Steffano encarando Luco, como se ele fosse maluco; e talvez fosse.

—E esse é o nosso Cabelo Vermelho do Gelo. – Ele apresentou Dégel. – Chamamos ele de Dégel Rosseau. – Ele esticou a mão para mim com um largo sorriso no rosto.

—Prazer.

—(...) Sim. Isso. Digo; igualmente. – Dégel sorriu e apertou a minha mão.

—E onde você estava Vermelho do gelo? – Perguntou Verônica cruzando os braços.

—Casa de campo. – Ele tem uma “casa de campo! ” Ele é rico. O que não é surpresa pra ninguém. – Ou seja, eu estou de boa, no meu tempo, sem pressa. – Ele riu. – Bom rever vocês. – Ele me olhou de cima a baixo. – Não sabia que estava recrutando ninguém.

—Ele é bem legal. – Falou Luco. – O Young é nossa arma secreta.

—Arma secreta? – Todos retrucaram.

—Sou o que? – Encarei Luco. – Como assim?

—Já tínhamos combinado. Você vai analisar o “Faz Tudo de Paris”. – Dégel pareceu surpreso. Ele guardou o celular no bolso e se aproximou de Luco.

—Intenso ou insano? – Ele encarou Luco, que negou com um largo sorriso.

—Insano. – Um assassino. E eu era parte da máfia dele. – Levei um prato na cara!

—Começou o ano letivo de forma excepcional viu? Mas, não viemos atrás de confusão.

—Jamais. – Pandora disse baixinho. Talvez atrás de vingança, o que era visível.

Eles ficaram conversando por um tempo, até Dégel chamar um táxi e resolver ir no mercado. Porque ele não iria conosco até as catacumbas; nem eu queria ir até as catacumbas. Quando ele entrou no carro, um sorriso cresceu e posso dizer que perfurou meu corpo por inteiro. Ele me reconheceu, só pode! Mas, ele olhou assim para todo mundo, então posso concluir que todo tinha algo planejado. Ou estavam planejando algo. O que era óbvio.

Quando Dégel foi embora, ainda conversaram entre si, em outros idiomas, para eu ficar de fora; então não faço ideia do porque eu estava ali. Sei que depois realmente fomos a um restaurante comer algo depois das reclamações da Pandora; não chegamos à ir nas catacumbas, viramos algumas ruas depois que Dégel foi embora.
E lá ficamos criando vários métodos de pisar em cima de Armin. E o mais engraçado desses “amigos” dele, é que não sabiam um único ponto fraco dele.

De manhã o clima estava congelante, eu acordei atrasado para sair com Luco e os outros para a escola, mas, sei que estava combinado de Dégel provocar Armin psicologicamente, como, eu não fazia ideia. Só descobri depois. Assim como Luco e os outros, o “vermelho do gelo” voltou para o dormitório. Devo dizer que a coisa mais entusiasmante que ocorreu foi na hora do jantar. Como Joana disse: “Todo bom fofoqueiro ficaria chateado de perder esse bafafá”.
 O que ocorreu? Eu estava sentado com Leo e Marjorie; para o milagre da noite, a gaúcha estava perto de nós, com Mika, e uns outros residentes de outros andares. Foi quando a Monitora Niedja, que ficou no lugar da Mika quando ela estava no hospital deu de cara com Dégel na entrada do refeitório. Muito cena de novela mexicana...

—Dégel!

—Niedja... Hãn, eu sabia que um dia eu ia te ver novamente...

—Rosseau eu.

—Você recebeu?

—Recebi? O que?

Puta que pariu... – Sussurrou Kathy tão alto que eu ouvi.

—As cartas.

—Que cartas? – Ele coçou a garganta. – Você está bem?

—Certo... – Ele respirou fundo. – Foram quase 4 anos. Um ano tem 12 meses, certo? – Ela acenou positivamente. – Cada mês tem cerca de 30 dias, a cada mês eu escrevia três cartas. 138 cartas que te mandei; me fala se você leu alguma que começava com "Inesquecível Niedja dos cabelos de fogo; do seu querido Dégel, o vermelho do gelo?" Quantas você recebeu?

—(...)

—Uoou! – Luco berrou do outro lado do refeitório. – É esse tipo de brecha que nós precisávamos!

—Calem a boca! – Alguém da mesa de Elite berrou, e então de repente o refeitório estava virando um “pandemônio”. – Fiquem quietos!

—Não! – Berrou Pandora. – Eu não vou ficar quieta. Fiquem vocês! – E ela subiu em cima da mesa de Elite junto com Luco e Joana. – Essa mesa não é mais de vocês! É dos Coloré!

—Uooou! Ôh! – Luco berrou e foi em direção à Kathy, pulando de mesa em mesa. Ele poderia ter caído – Pois é minha doçura, pode dar outra pratada. Essa vai ser por merecer.

Chu” ele a beijou, deixando-a sem reação. Aliás, todo mundo estava sem reação. Eu era um deles. Porque pra minha surpresa, ela não negou o beijou dele; eu poderia? Poderia... Engoli secamente e me levantei para fazer o mesmo com Mika. Céus, meu coração estava acelerado, minhas mãos suavam e minhas pernas tremiam.

Foi aí que Luco se virou pra mim, e segurou na minha mão com força.

—Young! Please; no alto! – Ele me levou até a mesa de Elite rapidamente. – O refeitório é nosso! Viva a revolução!

—Kathy, você está bem? – Mika a olhava assustada, uma Kathy sem reação, em completo choque. – Katherynne?

Dégel estava segurando a mão de Niedja, durante esse tempo, como se não houvesse nada ocorrendo ao seu redor. E parece que foi rápido, mas, não foi. Como Dégel disse, “no seu tempo. ” Os Coloré estavam no seu tempo, só porque Dégel fez uma pergunta. “O Vermelho do Gelo” da Niedja? Ele era dela?

(...)

Acho que vou ter um infarto.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem esse capítulo,só algumas coisas á serem ditas...

Eu fui escrevendo e não dava sequer uma data base. Porém, hoje eu já resolvi metade das datas... Isso é ótimo! Significa que demoras serão causadas por algum problema diário; coisa normal. Enfim, assistam e ouçam musicais!! ♥

Agradeço ao seu tempo gasto na leitura, principalmente aos meus residentes Franceses que habitam no Brasil ♣

Obrigada pela leitura. J'adore vous tous.

~♣~Fiquem em casa, se cuidem, tudo isso vai passar. ~♣~


~♥~Um Beijo da Autora. ~♥~



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