Morando Com Um Desconhecido escrita por Nika Mikaelson


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Será que tem alguém?? hahahha vamos ver....



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Voltávamos para a mansão com as mãos dadas. Parecia dois adolescentes. Chegando perto da porta, separamos nossas mãos e eu recebi um rápido selinho do Damon.

— Depois de hoje, vou falar com ele. - Prometeu.

— Sim. - Assenti com a cabeça.

— Damon? Damon Salvatore? - Ouvimos uma voz feminina, antes de abrir a porta.

Viramos juntos, e percebi que o sorriso que Damon carregava nos lábios sumiu. Seu olhar ficou sombrio e o rosto gélido.

Olhei para a mulher. Alta, magra e com o cabelo até os ombros negros. Sua pele era branca, muito branca. Era o típico daquelas mulheres divertidas e descontraída. Tive a sensação de que estava por fora do assunto, com a troca de olhares deles.

— Rose. - Até que ele disse o nome dela.

Era como se alguém apertasse o meu coração com as mãos, e enfiasse uma faca no meu estômago. Engasguei com a saliva, dando algumas tossidas disfarçadas. 

— Damon. - Ela sorriu, mas ele ainda permanecia ereto, sem emoção.

Tentei segurar em sua mão, porém ele não permitiu. Molhei os lábios, com um ciúmes que mal cabia dentro de mim, e com a certeza de que ele ainda a amava. Eu perdi. Não tinha nem como competir com ela, provavelmente era mais velha e com aquela pose de mulher super-segura. 

— Estou atrapalhando?

— Não. - Respondi enciumada.

— Sim. - Ele falou ao mesmo tempo.

— Não. - Olhei para o Damon cínica. - Não está, Rose. - Voltei a olha-la. - Fiquem á vontade! 

Dei as costas para os dois e entrei na mansão.

Subi as escadas apressada e carregando o meu coração em minhas mãos. Precisava conversar, precisava desabafar com alguém. Estava prestes a chorar, e eu nem sabia por que. Abri a porta do meu quarto, e vejo Caroline sentada na cama. Pelo jeito havia acabado de acordar.

— Caroline, desperta. Rápido. Por favor, diga que não está bêbada. Por favor. - Supliquei, como uma criança.

— Elena, céus, o que foi? - Levantou-se. - Estou bem, agora, estou bem.

— Ela está ai.

— Quem?

— Rose.

— Quem diabos é Rose?

— Ela!

— Ela quem Elena? - Exaltou.

— A Rose.

— Isso é uma piada? 

— Rose é a mulher que o Damon amou. - Expliquei inquieta. - Única que ele amou.

— E como você sabe disso?

— Ela está ai. - Andava de um lado para o outro.

— E dai? Ele pode deixar de amar alguém. Eu deixei de amar o Tyler. - Deu os ombros.

— É diferente. Ele amou só ela. Ela o abandonou, e ele a procurou por todo o País. Ficou depressivo! - Minha voz de repente ficou fina. - Merda! Consegue imagina-lo depressivo por causa de mulher? Eu não.

— Ok. Mas quanto tempo faz?

— Jenna disse que faz muito tempo. Caroline - Parei os passos na frente da minha amiga, com os cabelos desarrumados. - Ela é linda. Linda!

{...}

Pov Damon

— E então, podemos conversar? - Rose perguntou, como se nada tivesse acontecido.

Parte de mim, queria dar um soco na cara dela a outra parte, não permitia que eu fizesse isso. Como ela tem a cara de pau de aparecer aqui? 

Elena entrou tão puta, que eu nem tentei evitar. Só iria prolongar mais essa conversa com Rose. Mas iria falar com ela, eu ainda a queria com todas as minhas forças. Ela não sabia quem era a Rose, então, poderia explicar- do meu jeito- a situação.

— O que faz aqui? - Perguntei frio. Não tentei esconder minha falta de interesse.

— Passei pela cidade, e soube da festa. Imaginei que estivesse aqui, nós sempre íamos juntos...

— Rose. - Interrompi. - O que você faz aqui?

— Eu vim pedir desculpas. - Fiquei quieto. Esperando explicações. Eu merecia, e queria. - Eu sei que eu fui embora de repente. Faz três anos, pensei que talvez... - Deu os ombros. - Sei lá, pudéssemos recomeçar.

Ela encarou os meus olhos, e parte de mim sorriu ao ouvir isso. Mas a outra parte, lembrava da Elena. A parte da Elena, vencia.

— Não temos nada para conversar ou recomeçar, Rose. Acabou. Deveria voltar para seu esconderijo. Acabou os mantimentos?

— Damon. - Repreendeu.

— Não, é sério. Qual o seu problema? Chegar aqui de repente, depois de tudo, tudo o que passamos. Agir como uma velha amiga, e pedir para recomeçar uma coisa que você destruiu cada centímetro? Fala sério, Rose. Achou mesmo que eu estaria abanando meu rabinho pra você?

— Não. Eu sabia que não ficaria feliz com isso.

— E mesmo assim, apareceu.

— Eu o amo Damon. Sempre amei. Sempre vou amar, e sei que você também me ama. 

— Estou furioso com você. Vai embora, por favor.

— Podemos apenas, conversar?

— Conversar sobre o que Rose? - Aumentei o tom da voz.

— Sobre essa garota, que tomou o meu lugar. - Sorriu triste. - Não somos adolescentes Damon. Respeito sua decisão, em querer que eu suma. Vamos apenas conversar, como amigos. Conte-me da sua paixão, e eu conto das minhas viagens.

— Que tal, você vai embora e eu volto pra minha mulher? - Sorri sem mostrar os dentes e ela assentiu com a cabeça.

Ficamos em silêncio. Ela me conhecia o suficiente, para deixar toda aquela raiva sair de dentro de mim, e esperar para que eu me acalmasse. Ela sabia todos os truques, ela tinha meu manual de instruções embaixo da manga. Porém, ela era madura o suficiente para não usa-lo.

Rose sempre foi o tipo de mulher perfeita. Fisicamente, tinha um corpo lindo, um rosto angelical e uma transa arrebatadora. Por dentro, uma alma incrível e uma leveza, que até o domingo chuvoso tornava-se lindo. Ela era o Sol, depois da tempestade. E talvez, eu deveria dar a chance a ela de uma explicação, já que inúmeras vezes, ela deu essa chance para mim.

— Desculpe. - Falei baixo. - Vamos...- Indiquei a mão para o quintal. - Conte-me como foi me abandonar.

Caminhávamos a alguns minutos, e ela ainda não havia dito nada. Mas nosso silêncio, sempre foi confortável. 

— Acordei um dia e pensei: quero conhecer o mundo. Por que não hoje? Pedi a você, para viajar, fazer um mochilão ou qualquer coisa do tipo. Você rejeitou prontamente. Disse que não poderia abandonar a empresa, que os negócios iriam por água abaixo se por um segundo, você tirasse os olhos de lá. Não poderia deixar seu sócio na mão.

Ao falar do John, automaticamente lembrei da Elena. 

— E então, arrumou suas malas escondidas e enquanto eu fui trabalhar, se mandou. - Resumi.

— Não. - Ela negou com a cabeça. - Eu fiquei mais um ano. Fazia seu café da manhã, levava até a sua cama e nós transávamos. 

Meu corpo arrepiou, o sexo dela era muito bom.

— Pode ir direto a parte que você me abandona? 

— Há três meses você não parava em casa. Eu não fazia mais o seu café, por que antes de amanhecer, você já estava de terno e gravata. Nós nem transávamos mais, por que você chegava cansado. Seus assuntos eram apenas números, e suas respostas curtas. Conforme o tempo passava, o trabalho te sugava e te jogava pra longe de mim. Você nem percebeu o quão infeliz eu estava, porque estava ocupado demais trabalhando.

— Está justificando me deixar, por que eu trabalho? Poderia ao menos ter me dito.

— Eu disse. - Paramos de andar. - Um mês seguido, eu disse. Ou você dormia durante a conversa, porque era óbvio que estava cansado, não parava em casa. Ou, dizia: que sorte. Parecia um robô Damon. Eu não queria um robô. Eu queria o meu Damon de volta. O homem divertido, que me beijava, abraçava e dava carinho. Que chegava do trabalho morrendo de saudade, e transava comigo na mesa do escritório. Eu sentia falta de emoção, de ser desejada. Eu sentia sua falta.

Digeri suas palavras. E não pude dizer ao contrário. Realmente o trabalho havia sugado tudo o que havia em mim. Eu era outro homem e vivia para a empresa. Mas, por que diabos eu estava dando razão a ela?

— Eu a invejo. - Cortou o silêncio. - Invejo por ter o tirado desse ciclo, enquanto eu não consegui, e tentei por um ano.

— Não tem que inveja-la. Eu amei você, amei muito. - Assumi, abaixando minha guarda. - A amei mais do que a mim mesmo, e me odiei quando você foi embora. Mas eu fui atrás de você, Rose. Usei todo o poder que tinha, para acha-la e tenho certeza que você sabia que eu estava desesperado e sentindo sua falta. Sabia que precisava de você, e mesmo assim, não voltou. Não ligou, mandou uma carta ou sinal de fumaça. Preferiu sumir, e deixar com que eu me virasse sozinho com a separação e com a sua ausência. Você me jogou de um avião sem para-quedas. 

— Ah, Damon. - Passou os dedos finos em meu rosto, e sentir seu toque despertou algo em mim que eu pensei que tivesse morrido. - Eu o amo tanto.

Pov Elena

— Consegue ver? - Perguntei a Caroline que se escondia atrás da janela.

— Conseguia, até agora. Foram para as árvores.

— Ai meu Deus! - Sentei na cama, tampando o meu rosto. - Eles vão se beijar. Eu sou uma idiota! Nossa, eu sou uma criança ingênua que achou que o homem poderoso Damon Salvatore iria ficar comigo. Como eu pude, ser tão idiota? Como? Agora ele está lá, garboso. Beijando a mulher. Mulher. Que ele realmente ama. E eu aqui, vendo minha amiga bisbilhotar os dois da janela. Ah, mas não vai ficar assim, não mesmo.

— Elena, aonde você vai?

Caroline me seguiu, enquanto eu voltava para o salão. Ela corria atrás de mim repetindo "Você vai fazer besteira, espera". Eu não parava os passos e nem dava ouvidos a ela. Eu não iria sair por baixo. Não mesmo.

Eu tinha que dar um jeito nisso, e seria agora. 

Se ele pode, eu também posso.

Acharia o primeiro homem que visse na minha frente, e o beijaria. Na frente de todos, para que ele ficasse sabendo. Seria um show. E as cortinas, já estavam sendo abertas quando avistei uma presa.

 

Pov Damon

 

— Rose. - Tirei sua mão do meu rosto. - Eu estou com uma pessoa. Obrigado pela explicação, pelas desculpas e por voltar. Mas, voltou tarde demais.

— Você a ama? - Perguntou. Mas sua voz era doce, ela era perfeita. 

— Não. Ainda não. Mas estou perto, e não quero estragar isso.

— Fico feliz por você. Quero que seja feliz, você merece. Você é maravilhoso. - Beijou minha bochecha carinhosamente e sorriu. - Bom, vou tomar alguns drinks. Você vem? Acho melhor, não quero arrumar problemas pra você.

— Claro. Vamos.

Caminhávamos pelo quintal, indo em direção a porta. Conversávamos sobre suas experiencias na África, e seu suposto romance em Paris. E de repente, nossos desentendimentos sumiram. Parecíamos dois amigos, e agradeci a minha maturidade por isso.

Éramos pessoas bem resolvidas. 

Abri a porta da mansão, para que Rose entrasse primeiro e entrei logo atrás.

— Essas festas sempre são ótimas! - Sorriu.

Meu olhar rolou pelo salão, até que eu vi uma coisa que eu não desejaria ver. Uma coisa que fez com que minha alma saísse do corpo. 

— Ah, nem me fale. - Falei irônico, e Rose olhou para a mesma direção que eu olhava.

Elena, beijando um cara. 

Fechei a mão, e queria bater em alguém nesse momento. Qual era o problema dessa garota? Como ela pôde fazer isso comigo?

Acabamos de transar, de conversar sobre nós dois e combinar que ficaríamos juntos. Eu me sujeitei a ir falar com o seu pai, que tolo. 

Ela me viu, e sorriu cínica. Eu tive nojo de olha-la naquele estado deprimente. Ela estava bêbada. O suficiente para aproximar-se enquanto trançava as pernas. Roubando a atenção de algumas pessoas.

— Oi Rose. Espero que tenham transado, ele transa muito bem. - Deslizou o indicador no meu tórax.

Segurei seu dedo com força, o suficiente para deixa-lo branco e com apenas um movimento eu poderia quebra-lo. Eu senti vontade de quebra-lo.

— Não. Nós não transamos. - Respondeu cordialmente.

— Deveria. Não é, amor? Você adora transar do lado de fora da mansão. 

— Você está deplorável, Elena.

— Vou deixa-los a sós. - Rose falou, mas Elena a segurou pelo pulso antes que ela saísse.

— Imagina! - Riu forçadamente. - Fica ai, divirtam-se pombinhos. 

Estourei. Não aguentava mais esse teatro.

A peguei pelo pulso e a arrastei para o lado de fora da mansão.

— Me solta, imbecil! - Falava alto, enquanto ainda a arrastava.

— Cala boca. 

— Seu idiota, cretino e maldito. Eu odeio você. Odeio, você! - Tropeçava algumas vezes, mas não parava de me xingar.

Fomos ao fundo da mansão, aonde eu vi uma mangueira. Fui indo em direção a ela.

— E aí, idiota. Tiveram um remember? Sabe de uma coisa, eu deveria ter transado com seu irmão mesmo, ele tem uma cara de que transa bem. E sabe de uma coisa, com certeza ele deve saber como tratar uma pessoa. Um ser humano! - Gritou a ultima palavra. 

— Você não sabe o que está dizendo Elena. - A encostei na parede, enquanto ligava a mangueira.

— Ah, eu sei. - Riu. Segurei a mangueira ligada, e esperei ela terminar de falar. - Você é frio, Damon. Egoísta, muito, mas muito egoísta. Você é prepotente, e com certeza sabe disso. Mas sabe o problema? Você se orgulha dos seus defeitos. Isso é ridículo. Você, é ridículo. Boba fui eu, em cair nesse seu papo de ficar juntos. Droga, da até vontade de chorar de tanta vergonha que estou sentindo. Por isso ela te abandonou. Eu tamb...

Antes que ela terminasse, dei um jato de água no rosto dela. Ouvia ela se engasgar, mas fingia que nada estava acontecendo. A molhava como alguém rega um jardim. 

— Par...Dam..- Tentava falar.

Desliguei a mangueira e fiquei olhando pra cara dela.

Sua maquiagem estava borrada e ela estava completamente molhada, e sexy. Porém, suas palavras ainda ecoavam na minha mente. Seria o momento perfeito para um sexo selvagem, se ela não tivesse feito demais...beijado demais.

Guardei minhas mãos nos bolsos da minha calça social, e ainda poderia ver ela beijando outro cara, na minha frente. Ela abaixou a cabeça, e notei que estava envergonhada.

Ficamos mais alguns minutos, um encarando o outro. Eu estava tão perto de ama-la. Mas, tão perto. Que chegava a sentir a dor do término, sem nem ao menos começar.

Dei as costas, e a deixei sozinha.

 

 


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Notas finais do capítulo

ALGUÉM?? rsss



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