Nossa Primeira Série escrita por Matthew McCarty


Capítulo 10
Situação Perigosa e Desagradável


Notas iniciais do capítulo

Capítulo totalmente AoKise. Não sei se ficou bom, eu sou péssima com esse casal, já que não é dos meus favoritos. Espero que seja do seu agrado.

Boa leitura!



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– Passageiros, eu sou o piloto, Kise Ryouta. Devido a uma denúncia anônima, pedimos que todos evacuem com calma e que sigam as indicações das comissárias de bordo – Kise não desligou o avião, segundo a ordem que recebera da torre de controle, no momento que o motor desligasse, o avião explodiria. Uma gota de suor frio descia pela lateral de seu pescoço. Aquela não era uma situação nada agradável e o fato de nem ter amanhecido ainda meio que piorava a situação. O copiloto também estava nervoso, mas ambos mantinham-se sobre controle. – Assim que todos os passageiros e as meninas descerem... Você deve descer também.

– De jeito nenhum, Kise-san – replicou o outro. – Não posso deixa-lo aqui sozinho.

– É meu dever zelar pela segurança de todos neste avião. Ficarei aqui me certificando de que os motores continuem funcionando enquanto a polícia se encarrega de revistar o avião todo.

– Mas o senhor tem...

– Cale-se e me obedeça! – ninguém conseguiria discutir com Kise Ryouta quando este mantinha aquele tipo de olhar. Dez minutos depois, o copiloto saiu e ele ficou sozinho ali. Ouviu vozes de policiais revistando a área dos passageiros, enquanto do lado de fora, os passageiros eram revistados antes de serem levados para uma sala de espera dentro do aeroporto. Respirou fundo, tentando acalmar seu batimento cardíaco.

Não era fácil ser piloto de avião. Embora fosse considerado o meio de transporte mais eficiente e seguro que existe na Terra, qualquer fio fora do lugar, qualquer pessoa má intencionada –e suicida- e as chances de sobreviver eram mínimas. Todo cuidado era pouco e aquela responsabilidade pesava em seus ombros. Sempre pilotava com calma e maestria, percebendo de imediato qualquer anormalidade e resolvendo-as o mais rápido possível. Era assim que Kise Ryouta trabalhava: com a perfeição sempre presente em suas ações e palavras. Uma bomba em seu avião? Era a primeira vez que se deparava com essa situação e não podia negar que estava temeroso. Em cada segundo dentro daquela cabine, pensava em Yukio e Kouta e em quanto os amava.

– Hey, cara, vamos precisar tirar esta coisa de perto do... Aeroporto... – Kise se virou diante da voz que invadiu a cabine e arregalou os olhos. Ok. Sabia que Aomine era policial, mas ele estar ali o deixava bem surpreso. – Kise?

– Oi, Aominecchi. Para onde levo o avião? – perguntou o loiro, se concentrando no painel de controle.

– Pista quatro. O aeroporto disse que se algo explodir lá, não atingirá ninguém no aeroporto – o moreno ainda não acreditava que era seu antigo colega que pilotava aquele avião.

– Entendido. Avise que estou saindo – Aomine assentiu ante a ordem e seu grito avisando que Kise manobraria o avião foi ouvido. O que surpreendeu mesmo piloto foi que Aomine voltou e se sentou ao lado dele.

– Que situação de merda, hein? – reclamou o moreno, enquanto Kise fazia o avião se mexer.

– De fato – apenas concordou Kise e Aomine sabia que deveria fazer silêncio a partir dali. O loiro estava suando, claramente nervoso, mas suas mãos eram firmes e seus olhos concentrados. Daiki terminou por se perder observando como o outro manobrava aquele grande avião como se fosse um carrinho de brinquedo. Feito de aço. E com muitas toneladas de peso. Minutos depois Kise parou o avião e olhou para o moreno.

– Já podem terminar de revistar o avião – avisou o loiro e Aomine ficou olhando para ele, como se esperasse alguma coisa. – O que foi?

– Ah, eu... Eu tenho que revistar a cabine, então seria uma boa se você saísse...

– Impossível – foi a resposta imediata.

– Como?

– Se eu sair desta cabine, não haverá ninguém que saiba manter o avião ligado – Daiki abriu a boca, mas foi interrompido. – E não, não é que nem carro, que você gira uma chave e ele fica ligado por vários minutos sem problemas. Se você esbarrar em algum botão ou alavanca será um problema e tanto. Eu fico. Pode revistar.

Os dois ficaram se olhando por alguns minutos, mas Aomine sabia que não ia ganhar esse jogo: o especialista em aviões era Kise, não ele. Então começou a revistar o lado do copiloto primeiro, enquanto Kise parecia falar com alguém da central em códigos incompreensíveis para ele. Logo depois de se certificar que nada parecia fora do lugar na parte do copiloto, começou a revistar a parte do piloto. Kise ficou em silêncio, observando-o e também procurando algum indicio de que a bomba fora instalada ali dentro.

E, inevitavelmente, seus corpos acabavam se roçando enquanto revistavam por ali. O lugar pequeno deixava ambos desconfortáveis. Ryouta, que já estava nervoso pela situação, agora estava muito mais incômodo, pois esbarrava com os braços e pernas de Aomine. E o moreno não se sentia diferente: mal conseguia manter-se concentrado com toda aquela aproximação. Foi por tamanha distração que Aomine apoiou a mão em cima do painel e o avião deu um solavanco, lançando Daiki para cima de Kise, que imediatamente reagiu e colocou o avião baixo controle novamente.

– Aominecchi, o quê eu disse pra você sobre os botões?! – reclamou o loiro, desviando o olhar para o rosto de Aomine.

Oh, má ideia.

Ele estava muito perto, já que Aomine caíram em cima dele após se desequilibrar. Uma das mãos do policial estava no encosto atrás dele e a outra sobre a coxa do loiro. Kise sentiu como uma sensação nostálgica percorreu seu corpo ao ver os olhos azuis escuros tão de perto e, por um momento, esqueceu completamente do que estava acontecendo ali, de onde estavam ou de quem eram. Ryouta mergulhou naqueles olhos, se deixando levar pela correnteza deles ao ponto de sua respiração falhar.

Daiki paralisou assim que suas mãos encostaram na poltrona do piloto e seu corpo se negou a se mexer dali. Há quanto tempo não via aquele rosto bonito corar? E aquele tom dourado de seus olhos... Kise sempre tivera cílios tão longos e charmosos assim? Ele era, sem dúvida, um dos garotos mais lindos que conhecia. Deslumbrante, seria a palavra certa para descrevê-lo. Um grito do corredor o fez voltar a Terra. Era um de seus colegas, reclamando do solavanco.

– Desculpa ai cara! Culpa minha! – respondeu Aomine em resposta, mas não se mexeu, nem desviou o olhar. As bochechas de Kise ficavam mais e mais vermelhas com o passar dos segundos, até que decidiu desviar o olhar. Por que Kise lhe escondia aqueles lindos olhos?

– Aominecchi... Acho que terminou de revistar minha cabine – sussurrou o loiro, sem olhar de novo para ele, completamente envergonhado.

– Ah, sim, claro – o moreno se afastou, ficando em pé como devido, quando foi chamado, deixando Kise sozinho na cabine. No silêncio, Kise quase entrou em pânico.

O que fora aquilo?! O lugar que a mão de Aomine se apoiara ainda queimava! Sem falar de seu rosto todo corado e as mãos que tremiam. Não, não, não. Aquilo não podia estar acontecendo, não com ele, não agora...

– Senhor! – o toque em seu ombro o fez pular de susto. O policial que tocou seu ombro não era Aomine, então suspirou e sorriu, indicando que falasse. – Não encontramos nenhum vestígio de que haja uma bomba aqui dentro, provavelmente foi um alarme falso.

– A única maneira de descobrir é desligando os motores. Afaste todos do avião, eu vou desliga-lo assim que for seguro para vocês.

– Mas e o senhor...

– Não há nenhum vestígio de bomba, não é? Estarei bem – o policial saiu, enquanto Kise se concentrava novamente e informava a situação para a central. Isso até seu braço ser agarrado com força.

– Você desce – a voz não mostrava sinal nenhum daquilo ser um conselho: aquilo era uma ordem.

– Aominecchi, as possibilidades são baixíssimas. Não confia nos seus companheiros? – questionou o loiro.

– Mas existe a possibilidade disto explodir, então você desce.

– Está enlouquecendo. Desça de imediato que eu vou desligar os motores.

– Eu fico.

– O quê?

– Eu fico aqui com você. Se é pra essa joça explodir, você não vai explodir sozinho – Kise encarou incrédulo o mais alto.

– Pare de falar idiotices, Aominecchi. Você tem um esposo e um filho que estão esperando você voltar pra casa na hora da janta.

– Você também.

– Quer fazer o favor de deixar de me encher e descer desta porra logo?!

– Eu vou ficar!

– Então fique então, maldito idiota! – Kise voltou a se concentrar no Painel de controle e apertou vários botões.

– Kise... – Aomine tocou seu ombro e ambos fecharam os olhos, temerosos. O barulho do motor parou de ser ouvido.

1.2.3.4.5.

Nada. Não aconteceu nada. Os dois na cabine se olharam e esperaram um pouco. Ainda não acontecia nada.

Um suspiro saiu da boca do loiro e Aomine começou a rir, ambos por alívio. Mas não permaneceram ali dentro por muito tempo. Logo os dois saíram e se aproximaram das viaturas que se aproximaram após o motor ser desligado. Aomine passou o braço pelos ombros de Kise.

– Cara, você sabe mesmo mexer com aquela coisa, hein? Parabéns – disse o moreno, rindo. Kise corou olhando para o outro lado.

– Você devia parar de ser imprudente. Se o avião tivesse explodido...

– Então morreríamos juntos, não é? – o loiro quis esfregar o próprio rosto no asfalto por pensar que aquilo pareceu romântico. O que ele estava fazendo?!

– Idiota – foi o único que disse, antes de ouvir seu nome ser gritado logo adiante. Kise quase suspirou de alívio, soltando-se de Aomine e correndo para os braços de um Yukio em lágrimas.

– Ryouta! Ryouta, seu maldito idiota! Onde estava com a cabeça?! Aquilo podia ter explodido! – gritava o mais baixo, socando o peito do loiro mais alto sem muitas forças. Kise riu e beijou os lábios deste, fazendo que Aomine se sentisse obrigado a olhar para o céu.

Já tinha amanhecido. Sakurai devia estar acordando para preparar algo para ele comer assim que chegasse de seu plantão noturno. Sakurai, seu esposo, para quem deveria voltar depois de pegar suas coisas na delegacia. Sakurai... Oh, céus. Ele precisava se controlar ou seu amado esposo terminaria muito, muito machucado. E, claro, não seria o único. O outro que seria prejudicado se Aomine não enfiasse juízo em sua cabeça seria Kasamatsu, quem nesse momento chorava de alívio enquanto era abraçado por Kise.

Ele tinha que se controlar e não fazer nenhuma loucura. Ou aquilo não terminaria nada bem.


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Notas finais do capítulo

Agradeço novamente a todos que leram, acompanham e comentam a fanfic.

Seus comentários são lindos e sempre me inspiram a continuar, muito obrigado! Até amanhã!



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