Se uma história chega ao fim, você pressupõe que houve um começo. Todo ponto de chegada já teve um ponto de partida. Todo depois já tivera seu antes, toda finalização de sinfonia já teve sua inicialização, seu começo introdutório, suas notas agudas e singulares — Noah entende mais disso do que eu. Apesar do meu costume de pular para o final da história, para tornar o desconhecido conhecido, não farei o mesmo com vocês. Mostrarei o antes e o depois do que vocês ainda não sabem, entretanto, logo saberão.

Nada do que trilhei fora fácil. Nada do que aconteceu fora previsto anteriormente por mim ou por Noah ou por qualquer um. Isso não torna as coisas que fizemos justificáveis ou não. Apenas um pouco mais... compreensíveis.

Compreensível. Nem sei se posso usar esta palavra. O que é compreensível neste mundo? Noah prefere dizer que as coisas são axiomáticas — que são, inegavelmente, do jeito que são. E pronto. Mas, após ver tudo o que vimos, acredito que nada é apenas por ser e finito. Sempre há algo a mais. Sempre.

Como Viriginia Woolf dissera "Escrever é que é o verdadeiro prazer; ser lido é um prazer superficial."

Não sei o que vocês acharão de minha história. Não sei nem mesmo se lerão as palavras que tenho a dizer. Só sei que eu preciso escrevê-las.

E, para aqueles que se perguntam: desfastio — des.fas.tio — tem dois significados, sendo apenas um importante para nós: é o bom humor, o prazer pela vida. Gosto de pensá-lo como um sinônimo de júbilo, porque é nele e por ele que meu desfastio surgiu. Agora, resta a vocês decifrarem o que quero dizer com isso.

O antes fora no término da faculdade. É aí que iniciaremos.

Mara Dyer

(dia censurado), Campus da Universidade (nome censurado)