Sacrificios escrita por Eleanor Devil


Capítulo 3
A Consequência


Notas iniciais do capítulo

Depois do ataque em Konoha, as dúvidas começam a surgir...mas quem será a verdadeira vítima no meio de tudo isto?



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Sacrifícios

Capítulo 2 – A Consequência

“O repentino e violento ataque ao orfanato de Konoha deixou os cidadãos chocados e com medo enquanto a ameaça do regresso de um ex-inimigo paira sobre a aldeia. Enquanto não há confirmação de que o incidente está de facto ligado a Orochimaru, um dos dois lendários Sannin ainda vivos, o escritório do Hokage investiga cada pista possível. Trinta das crianças que são…”

Foi quando Mitsuki decidiu que não queria ouvir mais daquilo e desligou a televisão.

O sol mal espreitava e a Equipa Konohamaru deveria encontrar-se mais tarde para uma missão fácil e um treino, o seu membro mais jovem não tinha dormido muito bem para saudar o novo dia. Os dias que antecediam a lua nova eram sempre difíceis para ele, e este ciclo não era exceção, e juntando agora o recente incidente.

Tinha sido realmente o seu pai?

Não havia ainda muita coisa publicada sobre a noite passada, e embora Mitsuki não acreditava realmente que o seu pai estava envolvido em qualquer forma, o rapaz não conseguiu deixar de pensar porque é que o Sannin havia sido a primeira pessoa que veio às cabeças das pessoas. Não era bem uma questão de confiança, porque ele recusava-se a acreditar que Orochimaru agiria por impulso e sem uma boa razão. Era uma questão de curiosidade.

Moveu-se para a cozinha para tomar um comprimido para a dor de cabeça que aumentava cada vez mais quando ouviu o seu telemóvel tocar.
Agarrou-o para ver que havia sido uma mensagem de texto do seu melhor amigo.

‘Queres encontrar-te connosco para um pequeno-almoço tardio? O Sensei vai encontrar-se connosco lá mais tarde.’

Ele pensou por um momento, depois escreveu. ‘Sim.’

Talvez uma caminhada lhe faria bem para espairecer um pouco a cabeça.

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Estava um bom dia lá fora, os primeiros dias da primavera, quando não estava muito frio nem muito quente.

Tinha combinado encontrar-se num café que frequentavam desde o ano passado, quando se cansavam dos inúmeros restaurantes de fast-food ao redor da aldeia. Era pequeno, acolhedor e não tinha muitos clientes a essa hora, por isso tinha-se, de uma maneira ou de outra, tornado no porto seguro deles.

“Estávamos a começar a perguntar-nos quando é que virias” disse Sarada de bom humor quando viu Mitsuki aproximando-se. “O Boruto estava prestes a ir buscar-te.”

“Fui dar uma volta por um bocado,” disse simplesmente Mitsuki

Boruto e Sarada olharam um para o outro durante apenas uns segundos.
“Está tudo bem?” perguntou Sarada hesitante

“Sim. Então quando é vamos?” disse o rapaz de cabelo azul, sentando-se na cadeira ao lado de Boruto e agarrando numa tosta entre as muitas coisas que os seus amigos tinham pedido.

“O Konohamaru sensei disse que deverá chegar daqui a meia hora.” Explicou Boruto, também comendo. “Parece que temos uma simples missão em mãos, depois temos treino mais tarde.”

“Sabes que tipo de missão é?”

“Bem, nós pensámos que poderia ter algo a ver com…o orfanato” disse Sarada e Mitsuki realmente parou por um segundo antes de morder a tosta. “Aparentemente, há muitas coisas que precisam de ser feitas, e a maioria das equipas genin já têm trabalho.”

Quando o seu amigo se manteve em silêncio, Boruto franziu um pouco a testa. “Amigo…tens a certeza que não queres falar?”

O rapaz de cabelo azul olhou para ele com as sobrancelhas erguidas. “E desde quando te tornaste no terapeuta da equipa…?”

“Sabes bem o que quero dizer! Se tu…”

“Boruto.” Mitsuki interrompeu, dando-lhe um olhar nivelado. “Eu não vou chorar ou algo do género, sabes bem disso, por isso vamos só comer em paz, ok?”

O loiro sabia que não devia pressionar o assunto. “Está bem.” Disse ele, voltando-se para a sua refeição.

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“Portanto a vossa missão é supervisionar as crianças desta turma durante dois períodos, porque o professor deles foi assistir ao parto da esposa.”

“Vamos tomar conta de crianças?” resmungou Boruto com um ligeiro beicinho.

Konohamaru suspirou. “Eu disse supervisionar. E não vai demorar muito tempo. Estas crianças têm relato de serem bem-educadas. Basta lerem-lhes algo, talvez jogar alguns jogos de palavras ou algo assim, e ficam bem.”

“Não havia outra nova equipa genin que podia lidar com isto? Não podemos ter uma missão mais difícil, visto que competimos nos exames Chuunin no ano passado?”

“Ordens do Hokage.” Disse simplesmente o jounin, sabendo a verdadeira razão por detrás da decisão, mas não tendo a coragem para explicar isso aos miúdos. A todos os seus colegas da academia que tinham genins foram-lhes dados tarefas como limpar o orfanato e ajudar a supervisionar a área de controlo, mas com a hostilidade contra Orochimaru a crescer e toda a aldeia já sabendo que Mitsuki possuía parentesco com ele, Naruto não quis que a equipa Konohamaru estivesse por perto, como precaução. “Tenham em mente que existem todo o tipo de tarefas que precisam de atenção todos os dias na aldeia. Neste momento é o vosso trabalho, e devem apresentar-se lá daqui a meia hora.”

“Então e você, sensei?” perguntou Sarada, apesar de duvidar que precisariam da sua ajuda nesta missão.

“Eu estarei a tratar de outros assuntos na aldeia. Como vos prometi, encontrar-nos-emos mais tarde para treinar. Por agora, boa sorte com a vossa missão.”

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Parece que afinal precisariam dessa sorte.

“Desculpa?” perguntou Boruto num tom confuso. Os três estavam de pé à frente da turma, encarando uma série de quinze alunos de seis anos de idade.

“De onde vêm os bebés?” perguntou um menino moreno do fundo da turma com uma voz muito séria, a sua expressão indicava que falava a sério. “O nosso sensei foi conhecer o seu bebé, por isso nós estamos curiosos.”

Boruto olhou primeiro para Mitsuki, que encolheu os ombros, e depois para Sarada, que tinha um olhar estranho. A Uchiha então limpou a garganta, corou um pouco e colocou um sorriso envergonhado. “Uh…do hospital…acho eu.”

As crianças não pareciam impressionadas com a resposta.

“Bem, duh…”

“Não prestaaaa…”

“Sabem, não temos três anos.”

Ambos Boruto e Sarada viraram-se para olhar para Mitsuki naquele momento, tendo uma expressão que perguntava ‘Tens uma explicação melhor?’. O rapaz mais novo pensou sobre o assunto por um momento.
“Bem, às vezes…” começou ele, fazendo com que cada cabeça naquela sala se virasse para ele, ansiosos “Eles podem vir de tubos de ensaio, também.”
Ele terminou e ouviu os seus amigos ofegar.

Gerou-se um silêncio reverente enquanto a turma olhava para o rapaz de cabelo azul e Mitsuki, de verdade, começava a perguntar-se se tinha dito alguma coisa de mal.

“Isso é…wow…” sussurrou um dos miúdos finalmente

“Muito mais original que a típica história ‘Foi trazido pela cegonha’.”

“Ei, isso significa que há um bebé de laboratório algures?”

Mitsuki não sabia como responder a isso, e outro silêncio constrangedor caiu sobre os ombros dos três genin.

“Ok, uh, portanto disseram-nos que tinham um trabalho de leitura,” Sarada imediatamente interveio antes que as crianças pudessem pensar em mais alguma coisa igualmente embaraçosa. “Por isso abram os vossos livros na página 197 e continuem.”

Ela imediatamente ouviu protestos –bem altos até.

“Eeeeeei, pensávamos que tínhamos escapado disso.”

“Não és a nossa sensei, dá-nos algo engraçado para fazer!”

Como os protestos dos miúdos foram ficando mais alto e mais alto, Boruto finalmente perdeu a paciência – tinham eles sido assim tão chatos com esta idade? E como pode alguém considerar estes pirralhos como bem educados?? “CALEM A BOCA, DATTEBASA!”

As crianças calaram-se todas perante isso, os seus olhos bem abertos. Satisfeito, o loiro sorriu “Agora sigam com a leitura.”

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Konohamaru olhou para o relógio, perguntando-se como estariam os seus alunos. Era quase 15h30, por isso a sua equipa ainda tinha mais uma hora antes de terminar a missão.

Ele começou a rever a sessão de treino que havia planificado para eles quando viu um chuunin a aproximar-se dele. Cumprimentaram-se brevemente.

“Vai haver uma reunião no escritório do Senhor Hokage dentro de uma hora, para a qual você está obrigado a ir.” Explicou o chuunin “Vai haver uma discussão entre todos os líderes dos clãs e ninjas mais elevados sobre o incidente de ontem.”

Isso significava que ele teria de cancelar o treino, mas isto era importante.
“Lá estarei.”

–-----

Era o último período, no qual a equipa tinha passado de tarefas de leitura a jogos de palavras, vendo que estava a ficar realmente aborrecido ficarem ali parados de braços cruzados, olhando para as crianças. O jogo era relativamente simples, cada pessoa tinha de encontrar um substantivo com a última silaba da palavra dita anteriormente, e se alguém não estivesse a prestar atenção, sairiam do jogo. Ficou tão divertido que o trio decidiu juntar-se.

“Hmm…” Boruto pensou por um momento, as sobrancelhas levemente franzidas em concentração “Hiro”.

“Ha!” o rapaz de antes exclamou com uma expressão triunfante “Percebeste mal! Era ‘hii’, não ‘hi’!”

“O quê? Era ‘hi’ sim!”

“Não era!”

“Era sim!”

“Não era! Eu disse ‘Koohii’, que quer dizer café! Seu baka, estás fora!”

“Olha aqui meu grande…”

“Boruto pára com isso, vamos seguir.”

“Não sabia que eras mau perdedor…Cabeça de Banana.” Murmurou o rapaz num tom que ele provavelmente pensou ser baixo. Com isso, a turma inteira começou a rir à gargalhada.

Boruto, que estava claramente corado, foi rápido com uma resposta “Se não param com isso agora, aqui o Mitsuki vai prender-vos com os seus braços de massa.”

Isso de facto fez as crianças ficar sem palavras por um momento, que foi quebrado novamente quando um Mitsuki completamente perplexo perguntou, “Os meus quê?”

“Isso é por me chamares Cabeça de Banana.”

“Mas eu nunca te chamei…Cabeça de Banana”

“Bem, acabaste de o fazer”

As crianças estavam a conter o riso, o que fez Sarada sorrir para si mesma. Eles…estavam a manusear bem esta missão.

De seguida a rapariga sentada diretamente à frente dela olhou para ela com olhos grandes. “Também tens um nome engraçado?”

A turma inteira sustinha a respiração.

“O quê?” perguntou Sarada, corando levemente “Não, não tenho!”

“É claro que tem!” soou Boruto, de repente a gostar bastante deste jogo de nomes agora que o seu melhor amigo também tinha um nome de comida. Sarada ficou tensa. ‘Não vais dizer isso.’ Pensou ela, frustrada. Mas claro, Boruto fez exatamente isso “O nome dela significa literalmente salada!”

Qualquer pessoa que passasse pela sala de aula teria segundos pensamentos ao ouvir o tumulto vindo lá de dentro. As crianças estavam a rir tão alto que alguns deles começaram mesmo a chorar.

“Uzumaki Boruto, estás tão morto!”

‘Uh, oh!’ pensou Mitsuki quando viu Sarada apressar o passo para saltar em cima de Boruto, e rapidamente fez dois sinais com as mãos. Os seus braços de repente estenderam-se para os lados enquanto o seu jutsu fazia o seu trabalho e agarrou Boruto e Sarada pelas cinturas, enviando cada um para um canto diferente da sala.

“Não à frente deles.” Avisou ele os amigos

A equipa foi apanhada desprevenida quando as crianças começaram a aplaudir e a gritar de alegria, claramente a divertirem-se. “Vão, equipa de comida!” gritou um deles, o que só gerou ainda mais gritos.

E o trio não conseguiu evitar juntar-se ao riso depois disso.

Só se aperceberam que o sino tinha tocado quando ouviram as outras turmas a sair.

–------

“Obrigado pelo vosso trabalho.” Disse a diretora da escola calorosamente, sorrindo para a equipa Konohamaru. “As crianças, aparentemente, divertiram-se imenso e eu tenho pedidos de alguns colegas deles que querem saber se podem aparecer nas aulas de reposição.”

“Obrigado, Mikoto-sensei.” Disse Sarada respeitosamente. “Também gostámos do tempo que aqui passámos”

“Ah mais uma coisa antes de irem.” Disse a mulher “O vosso sensei deixou uma mensagem à pouco, pediu-me que vos dissesse que ele não poderia comparecer no treino.”

“O quê? Porquê?” perguntou Boruto

“Ele não especificou.” Disse a mulher “Podem ir agora. Enviarei o meu relatório ao Sétimo amanhã de manhã.”

O loiro esperou até saírem do escritório para expressar os seus pensamentos em voz baixa “É bom que o sensei não vá encontrar-se com a minha tia.”

–-----

A sala de reuniões estava cheia até à sua capacidade máxima.

Konohamaru, sentado numa das filas da frente onde se encontravam os membros do clã Sarutobi, deu uma olhada em volta da sala. Todos os sete clãs mais importantes estavam ali, incluindo o seu, bem como muitos jounin importantes e ANBU. Naruto, o sexto Hokage Hatake Kakashi e algumas das suas pessoas de maior confiança estavam situados mesmo na frente, olhando para todos aqueles que tinham comparecido. Tinham acabado de rever toda a informação que o escritório do Hokage tinha reunido sobre ontem à noite.

Por alguma estranha razão, a formação da sala lembrava-o de tribunais.
Havia um burburinho de conversa, que imediatamente parou quando Naruto pigarreou. Perante a pequena pausa antes de ele começar, Konohamaru encontrou os olhos de Hyuuga Hanabi, que corou ligeiramente e lhe deu um pequeno sorriso, o qual ele devolveu.

“Analisámos completamente a natureza e as táticas usadas no ataque de ontem à noite.” Começou Naruto, e todos naquela sala entraram em modo sério. “As probabilidades estão a favor de que Orochimaru é de facto o autor do ataque. Três testemunhas oculares relataram ter visto a sua marca de maldição visivelmente no culpado.”

Naruto parou por um momento. Todos na sala mantiveram o seu silêncio, mas alguns olharam uns para os outros, como se chegassem a um acordo silencioso.

“Como precauções, vamos triplicar os guardas na fronteira e alterar com frequência os seus turnos…”

Konohamaru ouviu o líder do seu clã clarear a garganta. Naruto olhou para ele.

“Sim, Sarutobi Kichiro-san?” perguntou ele educadamente.

“Desculpe a minha intervenção, Lorde Sétimo,” começou Kichiro de uma maneira algo fria “Mas eu tenho a certeza que todos aqui estamos cientes da verdadeira e primeira precaução a ser tomada”

Surgiram murmúrios ao redor da sala.

“Por favor, compartilhe” solicitou Naruto, ainda educadamente formal.
Kichiro olhou para as pessoas reunidas na sala. “Temos vindo a tolerar isto há já muito tempo, mas estivemos a faze-lo da maneira errada desde o início.” Ele voltou-se e olhou Naruto diretamente nos olhos “Exile aquele miúdo, o Mitsuki, de Konoha. A nossa hospitalidade para com o filho da serpente terminou.”

Continua…


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Notas finais do capítulo

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