Descobri as coisas tarde demais, quando me dei conta a situação era essa.
O amor era algo inalcançável, a felicidade era um sonho distante e a vida era inútil.
Mas o que fazemos quando algo não tem mais utilidade?
Jogamos fora.
Dessa vez foi diferente.
Ela não queria estar ali, mas não podia simplesmente deixar tudo, havia alguém que valia o esforço.

Rodeada por milhões de pessoas, ela nunca se sentira tão só. Por muito tempo éramos eu e ela, sempre juntas, sempre iguais, algo tinha que mudar.
Em um mundo tão grande nunca vi alguém tão igual a mim. Pelo menos não fisicamente.
Mas por dentro, não poderíamos ser mais diferentes.

Quando eu escolhi ser assim, sabia das conseqüências, mas eu não me importava. Ser eu mesma era minha prioridade, agradar aos outros nunca foi meu forte, mas não era tão fácil simplesmente sair pelo mundo sem pensar em mais nada. Havia uma parte de mim que eu estava deixando pra trás e que estava pagando por todas as minhas decisões.
Quando á noite me deitava, ouvia, mesmo longe, essa parte falar:
- Eu quero, mas não posso.
Nunca fiquei tão mal.
Nunca me senti tão culpada.
Nunca dormi.