Pesadelos escrita por Temperana


Capítulo 1
A night with bad dreams


Notas iniciais do capítulo

E aí meus anjinhos! Mas uma ONE para vocês! Então, eu fiquei apaixonada por essa fanfic. Percabeth é um shipp muito lindo. É o meu favorito, porque eles se ajudam, se amam e estarão juntos sempre. Digo e repito: eles passaram por muito coisa juntos. Isso não vai mudar nunca, esse amor nunca irá mudar.
E é isso! Até as notas finais docinhos azuis...



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Uma noite de pesadelos

 

Por que ele me deixava? Por que a dor que invadia meu coração era tão grande assim? Muitos diriam que quando o amor é verdadeiro a perda dói ainda mais.

Por que será que, por mais que eu tentasse, não acordava logo daquele pesadelo?

Era muito pior do que sonhar com várias aranhas ao meu redor como quando eu sonhava aos 7 anos. Mas eu já tinha 17 anos e já fazia dez anos que os pesadelos com elas não ocorriam mais.

Infelizmente, eles deram lugar a outros muito piores.

 

— Onde você está? Por que me você deixou aqui? Percy! — eu gritava, tentando me orientar. — Percy!

Mas devido a uma das maldições que recebi eu estava cega e não conseguia entender onde eu estava e para onde eu estava indo. Era uma cruel maldição, porque um dos meus melhores sentidos era a minha visão, sempre atenta a tudo.

E o pior: não sentia mais a presença dele ao meu lado, me dizendo que ficaria tudo bem. Como nos oito meses que ele sumira, por obra de uma deusa que nem ouso mencionar o nome, e que eu permaneci sozinha, o que eu queria realmente fazer era apenas deitar-me no chão encolhida e chorar.

Nada como uma filha de Atena deveria agir. Não conforme as emoções, sempre em função da razão. Mas há como impor racionalismo para o amor?

Eu não conseguiria simplesmente explicar as sensações que eu sentia. Era como estar num imenso vazio de sentimentos, de esperança. Não ouvia nada além da minha própria voz.

Ele te deixou. Como ele me deixou.

Uma voz soou no meio de tudo aquilo.

— Não! Percy! Ele nunca faria isso, ele prometeu que nunca mais iria me deixar — eu dizia com as mãos em minha cabeça.

Chorei, como deveria fazer, como queria fazer. Era a única coisa que conseguia fazer com sucesso, estava frágil demais. Já bastava ter caído no tártaro. Sem o meu Cabeça de Alga eu não conseguiria.

E então eu senti alguém me levantando. Não lutei. Preferia morrer a não o ter comigo.

Algo parecia ter sido tirado de minha cabeça. Como se meus próprios pensamentos tivessem sido tirados. Entretanto minha visão retornara, meus sentidos se ajustaram e até as dores em meu corpo retornaram. Soltei um suspiro profundo, como se, de repente, pudesse finalmente respirar um ar decente.

Avistei Bob em minha frente. Ele quem devia ter retirado as maldições de mim, pelo o que imaginei. Foi então vi Percy deitado no chão. A espada ao seu lado. Parecia desacordado e muito fraco.

— Percy! Não — eu me debrucei sobre seu corpo. — O que aconteceu com ele Bob? — gritei ao lhe perguntar.

Olhei para os lados. Bob não estava mais conosco. Percy havia pegado todas as maldições para que eu não as pegasse. Meu coração pesava mais que uma tonelada. Minha respiração pesava também. Doía vê-lo ali.

— Percy, meu amor. Não me deixe. Por favor, não me deixe — segurei seu rosto e disse próximo a sua boca.

— Annabeth — ele murmurou.

Seus olhos verdes encararam os meus, cansados e completamente sem forças.

— Eu vou cuidar de você — eu disse. — Você vai ficar bem, eu prometo.

Coloquei sua cabeça em meu colo e acariciei seus cabelos negros.

— Eu te amo, Sabidinha. Não se esqueça disso — ele disse com um meio sorriso.

Aquele sorriso que tanto me dera raiva. Aquele que nunca iria esquecer.

— Eu te amo, Cabeça de Alga. Muito.

Os olhos dele fitaram os meus e não piscaram mais. E não piscariam mais. Seus olhos que tanto sorriam ao olhar-me estavam ali, mortos.

Eu chorei. Chorava tanto que chegava a ser desesperador. Eu gritava e me recusava a acreditar que aquilo era verdade. Mas ninguém me escutaria nas profundezas do tártaro.

Eu beijei seus lábios e me deitei ao seu lado. Sem ele eu iria desistir. Não aguentava mais e apenas continuei a chorar. Viver não fazia mais sentido.

 

Eu soluçava quando acordei daquele pesadelo. Devo ter gritado e muito alto, porque, quando olhei ao meu redor, todos os meus irmãos no Chalé 6 estavam acordados e assustados, procurando uma forma de me consolar.

Não haviam se passado muitos dias desde a queda de Gaia no Acampamento Meio Sangue. Alguns romanos ainda estavam presentes entre os gregos, mas tudo estava começando a retornar ao ritmo normal. Contudo, a sensação de paz dava espaço aos pesadelos que percorriam nossas mentes cansadas.

As memórias de um passado doloroso traziam traumas que nenhum de nós queria relembrar. Principalmente Percy e eu.

Meu irmão Malcom, que me acolheu quando tinha 7 anos no Acampamento, me abraçou, tentando fazer com que eu respirasse melhor e me acalmasse. Aconcheguei-me em seus braços, agarrando-me em sua segurança.

— Ele morreu Malcom? — eu perguntei em meio às lágrimas.

— Quem morreu, Annabeth? — ele perguntou pacientemente e docemente.

— O Percy. Ele morreu, ele me deixou — eu chorei.

— Não minha pequena. Ele está bem, se acalme. Foi só um sonho ruim, eu prometo.

Eu passei a chorar silenciosamente. Entrei em um estado que poderia ser considerado de choque em que eu apenas fitava o nada. Foi um sonho tão real que pensava irracionalmente naquela hora, como nunca pensei antes.

— Vou levá-la ao Quíron — escutei a voz de Malcom ao longe. — Alguém chame o Percy no Chalé dele, por favor.

Me deixei levar até a Casa Grande. Eu necessitava tanto do cheiro de mar inebriante de Percy. Sentir seu cheiro de segurança ao meu lado para que a imagem de seus olhos mortos fosse retirada de vez da minha mente.

— Olá, minha criança. — Quíron me cumprimentou e eu fitei seus olhos. — O que houve Annabeth?

— Foi um pesadelo. Apenas um pesadelo.

Respirei fundo e enxuguei minhas lágrimas. Tentei ser forte e contar-lhe aqueles momentos de dor enquanto o próprio Percy tinha os seus.

 

*****

 

Percy encarava o abismo em baixo do Argo II. Procurava por Annabeth de uma maneira desesperada. Se arrependia tanto de tê-la deixado seguir aquela estúpida Marca de Atena — e que a deusa não soubesse que ele pensava assim de sua Marca, mas era impossível concordar com algo que causa um terror a sua namorada.

O que ele mais queria era vê-la bem.

— Annabeth! — ele gritou com todas as suas forças, apertando os olhos para ver se conseguia enxergá-la.

— Percy! — ela gritou de um lugar abaixo deles. — Aqui, eu estou aqui!

Ele a enxergou e partiu em direção a corda para alcançá-la. O semideus desceu por ela e correu até Annabeth. Quando chegou até ela, a apertou em seus braços, agradecendo a todos os deuses por ela estar viva.

Leo e os outros tentavam resgatar a estátua da Atena Partenos das teias de aranha emaranhadas. Eles pareciam estar tendo sucesso, embora a estátua fosse bem grande. O grande objetivo de tudo era aquela estátua.

— Você está bem? — ele perguntou a pessoa que mais amava no mundo.

Ela o beijou. Beijou tão docemente que quis congelar esse momento e transferi-lo para um lugar melhor. Que de preferência não tivesse teias de aranhas por todo o lado e uma iminência de morte ao redor deles.

Então de repente Annabeth caiu, fazendo com que Percy franzisse o cenho ao tentar levantá-la. Ela começou a ser puxada em direção a um grande buraco que havia ali e um arrepio percorreu o corpo de Percy. Algo lhe dizia que caindo ali você ganharia uma viagem somente de ida para o Tártaro. Ele correu para alcança-la e segurá-la.

— Percy! — ela gritou.

Toda vez que ele chegava perto de segurá-la ela se afastava mais, como se uma força maior estivesse fazendo isso. Então ela chegou à beira do precipício e Percy parou de andar.

Se desse um passo ela provavelmente cairia.

— Percy, você não vai conseguir me pegar — Annabeth disse tristemente.

Uma lágrima rolou dos olhos de Percy e do dela.

— Annabeth, eu vou arranjar um jeito. Eu... — ele começou a dizer, mas foi interrompido por ela.

— Percy eu te amo. Não se esquece disso tá?

— Annabeth, não!

Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa ela deu um passo para trás, em direção à beira do precipício. Ele correu, se debruçando sobre ele, suas lágrimas se perdendo no abismo.

— Annabeth! — ele gritou.

Uma sensação ruim pesou o seu coração. Tão ruim que as lágrimas eram desesperadoras. Seus soluços agonizados lhe deixavam sem poder respirar. A sensação que enchia seu coração e seus pensamentos faziam-lhe chorar como nunca havia se permitido chorar antes.

Ele sentia e não precisava que Nico lhe dissesse. O amor da sua vida, sua Sabidinha, Annabeth, estava morta.

 

Percy acordara tão desnorteado quanto eu. Ele fitou as paredes do seu chalé sem saber exatamente o que ocorrera. As lágrimas rolavam silenciosamente.

Alguém batia na porta do Chalé 3, mas ele não se importava, continuando sentado em sua cama.

— Percy! Por favor, abra a porta — a voz de uma de uma das minhas irmãs, Mary, soou do lado de fora. — É sobre a Annabeth.

Ele abriu a porta, saindo sem nem ao menor encarar minha irmã. Ele não guiava seus movimentos, não tinha rumo, não tinha chão para se apoiar. Apenas seguiu May sem assimilar o que ela havia dito de fato.

Eles chegaram à Casa Grande. Percy ficou na porta, olhando para o interior sem querer entrar. Como as minhas, suas lágrimas também escorriam silenciosamente pelo seu rosto.

— Quíron, ele também está assim, não falou nada — minha irmã informou para o centauro.

— Percy, o que houve? — ele perguntou-lhe.

— Eu não a salvei — Percy disse, encarando os olhos de Quíron com desespero no olhar e na voz. — Ela caiu lá e eu não pude segurá-la. Ela... — ele interrompeu sua fala, incapaz de completar aquela frase.

Quíron olhou preocupado para Percy que não conseguia falar mais. Ele então — finalmente, se me permite dizer — o levou até onde eu estava.

E quando olhei para a porta, lá estava ele. Me levantei da cama rapidamente, constatando com alívio o fato de que ele estava vivo. Seus olhos verdes eram os mesmos de sempre. Tão brilhantes e hipnotizantes. Ele se aproximou vagarosamente e sorriu, tocando levemente meu rosto, como se tivesse medo dele desaparecer.

— Você é real? — ele perguntou em um sussurro.

Toquei seu rosto suavemente do mesmo modo.

— Eu espero que sim. E espero que você seja também — eu respondi.

Ele me abraçou e eu não pensei em mais nada. Não precisava pensar em mais nada. Ele me apertou em seus braços e só aquilo era necessário para mim.

Deixei meu coração acalmar-se e seu cheiro de mar e de lar me deixarem tranquila.

— Quíron, faz uma semana que eles estão assim — ouvimos Malcolm dizer.

Percy e eu nos encaramos.

— Temos que ajudá-los. Eles passaram por muitas coisas perturbadoras, mais do que qualquer um de nós, com exceção de Nico, poderiam passar. Eles estão precisando um do outro agora — Mary disse.

Eu me desliguei do mundo lá fora quando Percy me encarou e sorriu. Ele parecia cansado dos pesadelos, como eu também estava. Cada um era pior do que outro, cada um me mostrava uma forma pior de perdê-lo.

Ele me beijou suavemente. Sempre que ele estava comigo sentia que tudo estava em seu devido lugar, e talvez estivesse mesmo.

Encarei seus olhos novamente e sorri.

— Eu te amo — eu declarei em um sussurro.

— Eu também te amo, Sabidinha — ele esbanjou um sorriso ao retrucar.

Quíron entrou no quarto, fazendo com que nos separássemos mais. Eu me virei para o centauro.

— Quíron, eu peço desculpas novamente. Estou tentando e creio que Percy também está tentando controlar as emoções quanto aos pesadelos, mas não está dando. Eu não consigo reviver isso tudo, é demais para mim — eu disse. — Sabe que eu não estaria dizendo isso se não fosse sério.

— Nós não conseguimos conviver com essas memórias, Quíron. Parece que ter saído de lá os torna cada vez piores. Cada vez mais reais — Percy completou e eu senti seu corpo tremer levemente.

Apertei minhas mãos nas deles, mostrando que eu estava ali ao seu lado e que sempre iria estar.

— Eu sei, crianças. Eu entendo que tudo o que estão passando é horrível e eu não gostaria de estar na pele de vocês. Por isso eu vou de certa maneira modificar uma regra e permitir que a Annabeth durma no Chalé 3.

Eu e Percy nos encaramos. Quíron abrindo exceções?

— Obrigada, Quíron. Mesmo — eu disse receosa.

— Estou dando um voto de confiança para vocês, não me façam me arrepender dele — Quíron completou.

— Não irá, eu dou minha palavra — Percy assegurou.

— Então leve ela, Percy — Quíron disse. — E tentem dormir um pouco. Já vai amanhecer de qualquer forma.

Depois daquela noite, meus pesadelos não tinham mais fundamento. Percy estava ao meu lado e nada mais importava. Eu tinha segurança ao meu lado, eu tinha o meu Cabeça de Alga aconchegado em meus braços e eu nos dele.

Nunca mais nos separamos. Iríamos até o fim juntos. Ensino Médio. Faculdade. Formatura. Casamento. Passamos juntos por tudo isso. E continuaríamos até a eternidade. Era o nosso lema.

Sempre Juntos.


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Notas finais do capítulo

Uma coisa que não se se notaram: Quem leu Formatura & Casamento, uma outra one minha, essa é do universo dela, da minha linha de histórias. Haverá várias ones relativas a essa linha. Vai ter uma deles contando a vida no colégio. Vai ter do casamento. Vai ter do filho ou filha deles e tudo isso.
Muito obrigada para você que leu. Que vai comentar, favoritar ou recomendar. Você é demais!
Beijinhos Anjinhos, Temp!
Link para quem não leu a one: https://fanfiction.com.br/historia/643018/FormaturaCasamento
Link da minha página no Facebook: https://www.facebook.com/TemperanaNyah
Até mais queridos o/



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