O que é o amor? A explicação mais correta seria que o amor é um sentimento irracional. Mas, para mim o amor é uma pedra bruta que precisa ser lapidada, precisa ser cuidada, e tratada bem.

–Você está terminando comigo? –Eu falei gritando.

–Desculpa Ariel, o problema não é você... sou eu –Ele disse.

–Ah é? –Gritei e em seguida dei um tapa em sua bochecha alva. –É obviamente que o problema é você Ashton! Você me traiu com minha própria irmã!

–Ari...

–Não me chama assim!

–Me des...

–Cala a sua boca!

Me virei e corri em direção ao meu carro. Essa era minha vida, todos os dias. Essa semana foi Ashton, semana passada foi Tom, semana retrasada Maxon e semana que vem? Quem será? Eu odeio ter essa merda de doença!

Vi pelo retrovisor, ele parado observando o meu carro ir embora.

–Ótimo lugar para levar um fora! –Gritei e bati as mãos no volante. –Um parque, muito bem Ashton.

Dirigi até meu apartamento cujo dividia com Elena, ela era como se fosse irmã só que não de sangue. Ela era minha melhor amiga desde que me mudei para Jersey.

–O que foi Ari? –Ela disse assim que entrei com a cabeça baixa.

–Ashton terminou comigo! –Desabei em lágrimas.

–O Ashton não merecia alguém do seu nível Ariel!

–Elena, eu sou uma idiota! –Bati com as mãos na testa, mas ela as segurou.

–Ariel! Olha pra mim! –Obedeci –Ashton é um babaca que mal sabe quem está perdendo!

–Elena...

–Não! Ele é sim senhora um babacão. Um inescrupuloso homem!

–Ely, olha eu só quero ficar sozinha.

–Certo Ariel, vou ao mercado comprar algumas coisas.

Assenti e ela se levantou e pegou a chave, saiu do apartamento com um moletom velho e um leggin preta. Ela nem se arrumou, está de chinelos e com seu famoso coque.

Elena e seu jeitão! –Pensei.

Fui até meu quarto e fechei a porta, tirei meu vestido –cujo Ashton me deu- e peguei uma tesoura.

–Seu... desgraçado! Inútil! Babaca! –Gritei com a voz embargada cortando o vestido em mil pedaços de tecido floral.

Me levantei e peguei meu pijama de macaquinhos e deitei na minha cama. Chorei, chorei e chorei mais um pouco.

Elena chega e bate na porta do meu quarto.

–O que foi? –Falo rudemente.

–Posso entrar? –Ela perguntou com sua voz doce.

–Não Elena, depois.

–Certo, vou deixar na porta.

Ouço algo ser deixado no assoalho, era algo de metal. Levantei da cama, meio tonta, e abri a porta calmamente e dei de cara com uma caixa das minhas trufas preferidas. A peguei e embaixo dela um dos CD’s de Elena com as músicas para ouvir na bad.

Sorrio, e fecho a porta com cuidado. Coloco a música no rádio portátil e me jogo na cama ao som de ‘’Thousand Years’’ da Christina Perri.

Ataco as trufas e fico pensando:

Quem é o idiota que termina com a Elena?

Se ela tem essas músicas, decerto ela terminou com alguém, ou alguém terminou com ela. Ela é tão linda; cabelos loiros encaracolados, olhos azuis, pele morena e corpo de dar inveja.

Quando comia minha vigésima trufa eram três da manhã, meu coração bombeava adrenalina pelo sangue, eu não conseguia dormir de fato. Tento dar pelo menos um cochilo quando o meu despertador toca.

Era uma manhã de sexta –sete da manhã. Comecei a me arrumar para a faculdade. Usei minha calça jeans azul, meu moletom cinza com três listras pretas e meu salto alto.

Peguei minha bolsa e fui até a cozinha.

–Oi Elena –Disse de cara fechada.

–Bom dia Ariel, você está bem? –Ela perguntou doce como sempre.

Neguei com a cabeça e ela saiu do aposento e se dirigiu até seu quarto, e voltou com uma escova de cabelo e uma maleta de maquiagem.

Ela começou a pentear meu cabelo deixando-o apresentável. Passou base em minhas enormes bolsas roxas abaixo dos olhos e apostou no gloss de uma marca barata.

A sombra clara amenizou meu rosto, tornando-o primaveril então ela disse:
–Amiga, sei que tá na bad –Ela disse.- Mas não deixe Ashton perceber –Ele estuda na mesma faculdade que eu e ela, então ele com certeza ele vai me ver hoje-, ele é um troxão. Deixe ele saber que você está ótima!

Ela me arrancou um sorriso de mim e jogou um energético na mesa, eu iria dormir na sala de aula se não o tomasse.