9 – BELLA

CapítulO EspeciaL

 Edward

Como é fácil fazer Bella feliz. Simples gestos de carinho e amor bastavam.

Seus olhos brilhavam quando eu dizia “eu te amo”. Era a pura verdade, eu a amava com todo meu ser, e isso parecia ser o suficiente para ela... e mesmo sabendo disso, sentia a necessidade de lhe dar o mundo. Bella merecia.

Bens materiais não eram importantes, não para ela, não para mim, mas não conseguia conter a necessidade de presenteá-la com as mais belas jóias, casas, carros... era a uma das muitas formas de gritar para o mundo o quanto a amava, o quanto ela é importante.

O amor estava estampado em nossos olhos, todos conseguiam ver... mesmo assim... chega a ser irracional. Mas não me importo.

Este lugar estava prestes a se tornar nosso novo lar. Nossa luxuosa casa em New Hampshire foi substituída pela floresta naquela noite.

Saímos para caçar em nossa segunda noite em New Hampshire, não porque necessitávamos fisicamente de sangue naquele momento, mas porque caçar havia se tornado algo íntimo entre nós.

Um momento só nosso. Uma experiência sensual, quando compartilhada com minha Bella.

Seus movimentos eram tão graciosos que ocupavam toda minha mente, ela ocupava toda a minha mente.

Ainda me sentia abençoado por tê-la ao meu lado, um anjo tão precioso que só podia ter sido moldado pessoalmente pelos deuses. E a melhor parte de tudo isso é que poderia chamar esse anjo de minha esposa.

Eu definitivamente devo ter feito algo muito correto, para ser abençoado dessa forma. Em pensar que um dia realmente acreditei que estaria condenando sua alma a perdição tranformando-a em minha semelhante.

Essa idéia parecia ridícula agora.

Bella era dona da mas pura alma que já conheci.

Estava errado ao achar que ela aperderia. Mais como poderia ter certeza na época?

Agora eu sabia, tinha absoluta certeza sobre minha alma, sobre a alma de Bella.

Meus pensamentos voavam enquanto a observava, nunca deixando o foco de minha obsessão. Nunca deixando de admirá-la.

Minha Bella, que mesmo quando humana, que me deixava sem ar com sua beleza, agora conseguia me deixar em completamente distraído, sem mesmo tentar. Não é fácil distrair um vampiro, porém minha mente parecia se desligar do mundo e se concentrar apenas nela.

Era sempre assim quando estávamos sozinhos. Seria sempre assim, por toda a eternidade.

Bella ainda parecia não estar ciente o poder que exercia sobre mim. Era impossível lhe negar algo, ela me dominava.

Sabia que uma vez imortal, ela se tornaria ainda mais deslumbrante, mas nunca imaginei que ela seria tão excepcional. Literalmente a vampira mais talentosa que conheço.

Alice gosta de dizer que sou “suspeito” ao fazer essa afirmação. Mas como não achar isso? Como não chegar a essa conclusão?

Muitos de nossos amigos/testemunhas que estiveram conosco à alguns meses, concordavam. Bella desenvolveu sua habilidade extraordinariamente rápido, chegou a um nível tão elevado que nem o mais temido clã de vampiros pôde resistir.

E essa vampira, essa mulher extraordinária, é minha.

Tão linda, tão graciosa.

Claro que com a habilidade que possuo encontro algumas dificuldades em acostumar com os pensamentos masculinos direcionados a Bella... “algumas dificuldade” bom... essa discrição está definitivamente errada. As dificuldades são imensas.

Isso levava minha paciência ao limite. Homens humanos chegavam ao extremo em suas fantasias.

O ciúme me dominava – irracionalmente.

Os pensamentos mais violentos também, e para piorar, me lembravam de uma época em que Bella ainda não me pertencia, me levavam de volta a Mike Newton, o que agrava a situação.

Por várias vezes me peguei precisando respirar fundo para me acalmar.

Meus irmãos pareciam não entender os motivos de meu comportamento, afinal ela era minha esposa. Para mim, esse era apenas mais um motivo para me sentir irritado. Afinal, apenas um cego não conseguia ver que pertencíamos um ao outro.

Sim... Bela era minha. Só minha. Outros homens não tinham o direito de tocá-la, nem mesmo em pensamento.

De repente me vi perdido em fantasias, fantasias que no passado eram perigosas – tentava ao máximo não pensar assim. Apenas tentava – aquela foi uma época que não podia me deixar levar, não quando ela era tão frágil e delicada. Quantas vezes quase perdi o controle quando a beijava?

Agora, tudo era diferente, apesar de ainda ter que me restringir em certos momentos: quando tínhamos companhia, quando Renesmee estava acordada, quando meus irmãos estavam por perto... as vezes via a necessidade de me controlar até quando estávamos sozinhos, analisar o que ELA queria fazer naquele momento, tentava me comportar como um completo cavalheiro antes de deixar que o meu desejo por ela me tomasse por completo.

Bella parecia se sentir da mesma forma, mas como meu acesso a sua mente ainda era restrito - para não dizer proibido - eu só poderia tentar adivinhar.

Quantas vezes tentei dissuadi-la a compartilhá-los comigo? - ela parecia ter mais controle sobre seu escudo. Sua resposta era sempre frustrante.

- Você não conseguiria acompanhar. Tenho certeza que mesmo sendo um vampiro, você ficaria tonto e acabaria perdendo o equilíbrio. – brincou ela. – Meus pensamentos voam de forma anormal.

Como se isso não me deixasse mais curioso por acessá-los e mais frustrado com sua resposta.

O engraçado era que quase imediatamente após conversarmos sobre isso, ela usava o seu implacável charme para mudar de assunto ou para encerrar a conversa de vez.

Mesmo sabendo que era essa sua intenção, não conseguia - e não queria resistir.

Sentei-me em um tronco ao lado norte da floresta, esperando ela terminar. O grande urso não se debatia mais em suas mãos femininas e seus lábios travados no pescoço do enorme animal.

Alguns minutos se passaram antes que seu olhar encontrasse o meu, ela sorriu e se aproximou.

Seu andar era elegante, gracioso, sensual e o delicado vestido de linha azul – que se prendia a sua pele, apenas destacava ainda mais suas linhas perfeitas.

Bella era boa em tudo que fazia. Foi só uma questão de tempo para descobrir os segredos de uma caça “limpa”. Era diferente agora. A poucos meses havia algo muito selvagem no fato de seu cabelo se embaraçar, de suas roupas se rasgarem e se sujarem durante a perseguição e dominação da presa.

Estendi minha mão e ela a pegou. A distância estava sendo demais para mim. Precisava tocar sua pele, precisava estar com ela, precisava amá-la.

Ela se aproximou segurando meu olhar. Seus olhos estavam mais claros, quase castanhos, tão lindos, tão hipnóticos.

Antes eu apenas estava distraído, observando-a. Agora, eu não queria ver mais nada. Tudo havia desaparecido e o desejo por ela me atingiu com tanta força, que não existia mais nada no mundo. O planeta se tornou deserto, os pequenos sons que conseguia escutar a pouco – e que não me incomodava em identificar – desapareceram. Meus sentidos se voltaram a ela, a seu perfume inebriante, a seus traços perfeitos, a seus lábios cheios e convidativos...

Nosso curto período em New Hapshire foi perfeito e tudo indicava que no Brasil não seria diferente.

Desde que estejamos juntos, seríamos completos.

Não era difícil fazer minha Bella feliz. Não era difícil sentir-me feliz. Pequenos gestos e palavras eram o suficiente.

Ela me olhava com amor, admiração e desejo. Tenho certeza que podia ler os mesmos sentimentos em meus olhos.

Com o sorriso mais perfeito que já vi em toda minha longa vida, ela disse as palavras que me faziam o homem mais realizado em todo o mundo

- Eu te amo.

Pequenos, grandes gestos. Não existia ninguém nesse mundo mais completamente apaixonado do que eu. Apostaria minha vida nisso.

Sim, minha devoção a Bella era completa, e me orgulhava a cada dia mais em poder chamá-la de minha mulher.