Seguindo os tópicos, vamos lá, agora é o 2° dos 6.

1° Eu achava que não conhecia ninguém.

2° As meninas que eu comecei a considerar amigas da minha sala, simplesmente brigaram comigo.

3° As pessoas que eu fiz amizade não eram da minha sala.

4° Eu queria morrer.

5° Me apaixonei de novo.

6° Sei lá que bosta da minha vida eu estava fazendo.

Então vamos lá.

2° As meninas que eu comecei a considerar amigas da minha sala, simplesmente brigaram comigo.

Vamos nomear as 5 meninas, são nomes fictícios, não irei expor elas nem nada, não são os nomes reais delas, ok? Irei colocar apenas aleatoriamente alguma letra do alfabeto, estou com preguiça de procurar nomes novos para elas, só vou colocar o dedo no alfabeto inteiro e o que eu colocar o dedo irá ser o novo nome delas.

A 1° menina vai ser a J, isso mesmo, o meu dedo caiu na letra J, então vai ser a J. J de jaula. J é uma das meninas que veio da mesma escola que eu, eu a via no intervalo andando pela escola, ela é muito evangélica, ao ponto de falar que quem não segue ou não acredita em um deus é satânico ou não é humano, pessoa, gente, entendam como quiserem, ela apenas dizia que não merecia viver.

A 2° pessoa vai se chamar I, isso mesmo I, I de idiota. Ela também veio da mesma escola que eu, só que de outra turma, e não era da mesma turma de J também. Essa pessoa eu posso falar que ela é bem aquelas “Maria vai com as outras”, se uma pessoa do grupo dela diz “sapo é ave”, ela concorda plenamente.

A 3° pessoa vai se chamar C, C de cachorro. Ela veio de outra escola, de outra cidade. Ela também é religiosa, mas não tanto quanto J, C respeita a opinião das outras pessoas e não fica se achando superior aos outros por acreditar em um deus.

A 4° pessoa vai se chamar M, M de marmita. Ela veio de outra escola, aqui da cidade onde eu moro mesmo, ela não teve muita influência na história, até porque ela saiu da ETEC no primeiro semestre, eu acho que ela não se adaptou na nova escola.

E a 5° pessoa vai se chamar S, S de sadista. Ela veio da mesma escola que eu só que de outra turma, nem da turma de J e nem da turma de I. ela também é bem religiosa, mas também, como C, respeita a opinião das outras pessoas.

Agora que estão todas apresentadas vamos ao que interessa, a briga, onde tudo começou.

Tudo começou com um trabalho de artes, onde teríamos que em grupo de no máximo 6 pessoas, elaborar alguma coisa feita a partir de produtos reutilizados ou reciclados. Então fomos nós 6, eu, J, I, C, S e M.

Combinamos de irmos a um determinado dia e horário na casa de J para fazermos o trabalho, iríamos fazer um abajur com notas musicais tudo feito de papelão. Chegando no dia e hora marcada, adivinha o que acontece? J e C já aviam feito o trabalho todo, mesmo tendo combinado de fazermos juntos, pois trabalho de grupo se faz todos juntos, não é? Eu pelo menos acho que é assim né.

Discuti um pouco, pois achei errado deixar eu, I, S e M de lado e não nos avisar, e ficaram naquilo mesmo, em J falando que ia colocar os nossos nomes e que não precisaríamos nos preocupar e eu achando errado tudo isso.

Entregamos o abajur e a professora nos deu nota boa.

Eu já estava pegando raiva do jeito que J se comportava, ela que mandava em tudo, e se não fosse do jeito dela não estava bom.

Até que um dia conversando, do nada veio o debate “religião”. Pronto, acabou tudo. Eu falei tudo que eu tinha para falar e ela também.

Só sei que o que ela me falava ia contra os meus princípios. Por mais que eu tenha feito catequese, primeira comunhão, e crisma, eu não acredito em deus, em Jesus, em fantasmas, em demônio, em paraíso após a morte e inferno para os pecadores. Eu não acredito e pronto.

Mas J insistia que se eu não acreditava eu era satânica, e eu falando que eu não acredito em demônios, e ela ainda insistia que eu preciso frequentar uma igreja, que eu seria perdoada por meus pecados e que eu iria encontrar a paz.

Cara, ela não estava entendendo, eu não acredito nem em deus e nem em demônio, como que eu sou satânica se eu não acredito?

Enfim, deu uma briga muito louca, eu falando do meu ponto de vista, que eu acredito mais na evolução, comprovado pela ciência, em fatos que foram comprovados, aprovados, mostrados, provando o que dizem, mostrando a verdade o porquê e como daquilo. E ela falando que tudo, absolutamente tudo era obra de deus.

E deu que I, C e S apenas ficaram caladas, e ficou na cara que elas estavam do lado de J, já que são religiosas e não querem perder amizade com J. M não ficou do lado de ninguém. Apenas foi para o seu canto.

Depois desse dia não falei mais com J, I, C, S e M. a gente não se falava mais do que o necessário e do que a educação manda. Um bom dia eu falava, quase todas as manhas, até que eu perdi a vontade de ser educada com que nem me respondia, então parei de pisar no meu orgulho e comecei a ser mais eu. Egoísta.

E os dias foram passando, quem precisa delas quando tenho os meus amigos?

Bem... Eu acho que precisava de uma opinião feminina mesmo... Isso já fica para o próximo capítulo.