Meus colegas fizeram uma festa de comemoração pelo sucesso da primeira tarefa.

Não estava muito a fim de festa então, fui para meu quarto ficar sozinha. Peguei o medalhão entre os dedos.

Ele se abria então eu forcei o fecho para ver o que havia dentro.

Uma voz grotesca começou a recitar um poema.

“Na floresta terá de entrar

E com muito custo terá que me encontrar

Sou um animal dócil e pouco compreendido

E só poderá me ver se a morte já tenha visto

Tenho ótimo senso de direção

Agradar-me não é muito difícil

E se conseguir esse feito vou lhe levar

Até o próximo lugar

Levarei-lhe a um animal muito orgulhoso

Com ele está algo que estima valioso

Terá que se curvar e esperar

Senão em pedaços ele vai lhe deixar

Espere curvado ele corresponder

Se ele o fizer você conseguiu

Poderá pegar o que ele guarda

Antes que ele o coma e sua tarefa esteja fracassada”

Ouvi o poema mais umas três vezes até decorar, depois o anotei em um pedaço de pergaminho. Não era um enigma muito difícil. Depois de dormir um pouco e deixar meu cérebro descansar eu conseguiria resolvê-lo.

Guardei o pergaminho e me deitei. Shadow minha gatinha preta se aninhou em mim. Eu adorava minha gata, ela tinha bastante personalidade assim como eu, eu amava os gatos, sempre os achei animais muito independentes, diferente dos cachorros que abanam o rabo pra tudo.

Shadow deitou em cima de mim, e assim dormi.

Os dias passavam rápido e eu havia me esquecido do enigma. Minha avó mandou uma coruja na manhã seguinte a primeira tarefa. Ela estava orgulhosa por eu ter conseguido passar pela primeira tarefa, e estava furiosa por Alvo também ter conseguido. Ela me perguntou que planos eu tinha para acabar com ele. Bem eu não tinha mais planos para acabar com ele, esse era o problema, eu não queria matá-lo, mas eu devia.

Mandei outra coruja para minha avó respondendo a carta, nela disse que estava planejando a melhor maneira de matá-lo, e que eu achava melhor esperar uma oportunidade, de matá-lo sem chamar muita atenção.

Ela respondeu dizendo que eu estava certa e que confiava em mim.

Estava muito dividida, não queria magoar minha avó, mas também não queria machucar Alvo. Então achei melhor me afastar. Eu sofria em não vê-lo, mas era melhor para ele, seria melhor morrer pelas mãos de alguém que ele não gostasse.

Tentava me convencer o tempo todo de que eu não gostava dele, mas sabia que era mentira.

Madame Roux, duas semanas antes do natal, nos deu uma noticia que fez com que todos pulassem de alegria.

- Haverrá un bailê en homenagem aos campeões. Serrá no dia 24 de Dezêmbro, na vesperra de natal.

Ela me puxou para o lado e disse que os campeões abririam a dança. Então que seria conveniente que eu ensaiasse bastante, e que arrumasse um par que soubesse dançar.

Eu assenti e ela ficou feliz.

Então eu comecei a ensaiar dança de salão. Eu sempre fui boa nisso, mas eu queria a perfeição.

Vários garotos haviam me convidado tanto de Hogwarts, de Durmstrang e ate mesmo da minha própria escola, de nós 12 que havíamos ido, 6 eram homens.

Eu recusava o convite de todos eles. Não queria ir com nenhum deles, eu não sabia o porquê, afinal a maioria deles era muito bonita, então eu percebi que estava esperando o convite certo.

Os dias se passavam e eu ainda não tinha um par. Podia perceber Alvo me olhando, mas não sabia se ele iria me convidar, afinal não tínhamos conversado muit depois da primeira tarefa.

No dia 22 de dezembro, Amy e Susan me chamaram para ir à biblioteca. Eu estranhei afinal Susan não gostavam muito de bibliotecas. Mas mesmo assim fui. No caminho elas me explicaram que iriam se encontrar com seus pares. Elas haviam feito muito suspense e por isso não sabia com quem elas iriam.

Na biblioteca elas se dirigiram a uma mesa onde estavam Josh, Charlie, e Alvo.

- Olá Susy. – Josh se levantou para encontrá-la.

- Oi Josh. – Susan estava corada, e isso era uma coisa difícil de se ver.

Charlie havia se levantado e estava conversando com Amy, agora vendo os dois juntos ele não parecia mais tão sem graça como eu havia achado, ele tinha ate um certo charme, com esse jeito destrambelhado dele, ele e Amy eram muito parecidos no jeito.

Eles se sentaram um perto do outro e eu fiquei em pé olhando a cena.

- Vocês vão juntos ao baile? – perguntei.

- Sim. – Amy e Susan disseram em coro.

- E por que vocês não me contaram? – eu estava irritada e pelo meu tom de voz dava para perceber.

Alvo que estava em silencio ate agora se levantou e veio ate mim. Ele se inclinou e cochichou em meu ouvido.

- Calma, vamos deixá-los a sós. – ele pegou em minha mão e começou a me guiar para fora da biblioteca.

Ele me levou ate um corredor deserto.

- Por que me trouxe aqui? – perguntei.

- Por que você recusou todos os convites que te fizeram para ir ao baile? – me respondeu com outra pergunta.

- Ei, como você sabe? – perguntei nervosa.

- Isso não vem ao caso.

Ele me encarou com seus olhos verdes por um minuto antes de perguntar.

- Eles não eram quem você queria?

- Isso não é da sua conta. – respondi secamente, mas me arrependi e disse. – Eu não sei.

- Como não sabe? – tinha duvida em seus olhos.

- Eu não queria ir com eles, mas eu não sei o motivo.

- Talvez você estivesse esperando outro convite. – disse com um sorriso brincando nos lábios.

- Talvez. – respondi brincando com ele.

Ele deu um sorriso e se inclinou para sussurrar no meu ouvido me deixando arrepiada.

- Eu também não aceitei nenhum convite. Estava esperando encontrar um momento com a garota certa.

- E você encontrou? – perguntei com a voz falhando.

Ele se afastou e me olhou nos olhos.

- Sarah você que ir ao baile comigo? – perguntou cheio de intensidade nos olhos.

- Sim. – respondi imediatamente, sem pensar nas consequencias. - Mas será que é permitido?

Ele riu.

- Até parece que eu me importo com isso. Ou eu vou com você ou eu não vou com ninguém.

Eu o encarei por um tempo.

- Sarah você não faz noção do tanto que me machuca não estar perto de você. Quando você me ignora, me deixa de lado, eu sinto como se tivesse faltando um pedaço de mim. Nunca senti isso por nenhuma garota. – disse cheio de emoção.

Eu o abracei.

- Também me sinto assim quando não estou com você. Você é diferente, me faz bem estar com você e eu nunca senti isso antes.

Naquele momento percebi que nada mais importava alem dele.

Percebi que a vingança deveria ser deixada de lado, e que eu deveria amá-lo.

Ele se inclinou para me beijar. Eu não iria impedir, era o que eu queria. Quando nossos lábios estavam quase se tocando Susan apareceu.

- Vamos embora. – ela me puxou.

Alvo ficou me olhando enquanto passava a mão nos cabelos. Acenei e fiz cara de que não tinha gostado da interrupção.

Estávamos quase na carruagem quando ela falou novamente.

- Você vai ao baile com Alvo? – perguntou animada.

- Vou sim. – respondi irritada.

- Por que está nervosa?

- Por que estava prestes a beijar o cara mais gato daqui quando você interrompeu. – disse secamente.

Ela me olhou com olhos arregalados, mas não dei muita atenção e me virei para ir para meu quarto.