– ‘ If I share my secret, you're gonna have to keep it. Nobody else can see this ‘ – Riley cantarolou em seu ouvido de forma sugestiva, como dito, Riley sempre encontrava seu caminho para casa, ou melhor, seu caminho para os braços de Taylor.

– Você sabe que eu durmo segurando uma faca, certo ? – a garota enfim dissera algo, podia sentir o hálito de Riley próximo ao seu rosto, e a mulher apenas sorriu, deslizando os dedos até a intimidade da loira.

– Esse seria um momento oportuno para usá-la – a morena sussurrou, roçando os lábios na boca de Taylor, enquanto iniciava movimentos circulares com os dedos, fazendo a garota se contorcer sobre a cama.

Óbvio que a jovem não se aguentou por muito tempo e sem delongas estava a beijar a morena, como se necessitasse dos lábios dela para não se afogar. Diferentemente de Ward, onde a selvageria predominava, com Riley havia calma, nuances, carícias, experimentava novas sensações todas as vezes que transava com a mulher e também ia à loucura com seus toques. Era realmente conflitante os sentimentos que experimentava, não fazia ideia quem era o amor e quem era apenas o tesão, e enquanto não descobria, aproveitava cada mínimo segundo de luxúria.

Acordou na manhã seguinte como se tivesse saído de um sonho, Riley, como de praxe, não estava mais lá. A mulher era uma espécie de fantasma, aparecia e desaparecia ao seu bel prazer, mas um guardanapo com a marca do batom dela ao lado do seu travesseiro dedurava que aquilo não foi um sonho. Pegou um fósforo e queimou o souvenir, rindo internamente com a cara de pau da morena.

Fez toda sua higiene matinal, tomando um banho quente e relaxante, tinha a impressão de que aquele dia seria longo. Vestiu suas costumeiras roupas; calça jeans preta, bem colada ao corpo, uma regata de uma banda qualquer e coturnos de couro, os cabelos que já estavam quase na metade das suas costas, ficaram soltos e com certeza eram as coisas mais claras da sua vestimenta. Saiu do quarto, seguindo até o refeitório.

Tinham feito um grande progresso desde o primeiro prédio. Agora tinham uma academia, área de treino, biblioteca, arenas de luta, piscina, dormitórios, enfermaria, refeitório e o melhor, sem nenhum rato.

– Eles estão bem ? – questionou, sentando-se ao lado de Bishop com apenas uma maçã nas mãos, geralmente não tomava café da manhã, hábito antigo.

– Eles estão numa cela, estão tão bem quanto se pode esperar – ele a respondeu, num ar meio infeliz, ainda achava aquela ideia suicida – Eles virão atrás deles – concluiu, enfiando mais uma colherada daquela papa de aveia na boca, apenas o cheiro daquilo dava a Taylor asco.

– Ei, a gente não tem aqueles caras ali não ?! – Brody gritou, um dos inúmeros brutamontes que compunham aquele grupo. Era um cara legal e se ficasse de boca fechada poderia até ser chamado de útil.

Olhou para onde o homem apontava, apenas por falta do que fazer, e o que viu na televisão a fez quase vomitar a maçã – Puta que pariu – falou e levantou-se, correndo até o escritório de Ward. Entrou feito um furacão no lugar, o homem estranhou, mas nada disse, apenas ficou a acompanhar Taylor ligar a televisão, onde uma mulher de cabelos curtos e olhos claros dava uma entrevista.

“Confiávamos na SHIELD para manter esses novos surtos sobre controle, mas aparentemente, eles não são capazes, então o Presidente sancionou uma nova divisão para tratar desses casos de super poderosos que estão surgindo, não só aqui, como em todo mundo “ a líder da nova organização dizia, num tom sério.

“Esses cinco indivíduos representam um risco para a sociedade ?” um dos repórteres questionou, na tela mostrava novamente a foto do quinteto que HYDRA tomara posse.

“Sim,seus poderes são instáveis e eles representam um risco, se alguém os vir, denuncie” e dito isso a mulher terminou seu discurso, descendo do palanque enquanto a repórter falava mais alguns dados e mostrava a foto deles novamente.

– Isso não é bom – a loura opinou.

– Você tem razão, não é bom, é ótimo – o moreno exclamou, com um largo sorriso e pegou a jovem pela cintura, erguendo-a no ar e rodopiando-a.

– Você enlouqueceu ? Agora temos duas organizações atrás da gente, pensei que uma já fosse o ruim o suficiente – rebateu, forçando-o a pô-la no chão.

– Mas agora o temos ao nosso lado, eles não irão querer voltar, estão sendo caçados, irão nos ajudar – o homem a respondeu, selando-lhe os lábios num beijo rápido.

Ficou estática no escritório dele, refletindo que Grant tinha um ponto, mas mesmo assim, duvidava que apenas cinco Inumanos pudesse ser o suficiente quando duas organizações com recursos que eles não dispunham, iniciavam uma caçada contra eles.

△REBEL

– Quem essa mulherzinha acha que é ? – uma Skye bem irritada iniciou, pausou na cara da morena, líder da ATCU, e fazia caretas infantis na direção dela.

– Ela é uma das agentes mais condecoradas em solo americano, Rosalind Price – Coulson surgiu na sala, tinha braços cruzados sobre o peito e era uma das suas raras aparições fora daquele escritório.

– Vamos realmente deixá-la roubar nossos Inumanos ? – a garota questionou, abaixando os olhos.

– Não – ele respondeu simplesmente, ainda avaliando o rosto de Rosalind.

Skye pareceu surpresa com a resposta que recebeu – Você consegue me surpreender às vezes, A.C – ela soltara num ar meio cofabulador – E então, qual o plano ? – questionou de forma animada, afinal, quebrar regras era sua especialidade.

– Temos que tentar trazer os Inumanos que já conhecemos, mantê-los seguros – o homem respondeu e Skye quase gritou de alegria, seria bom reencontrar seus amigos – Tripp irá com você – ele finalizou, vendo-a bufar.

– Eu já sei me cuidar – disse num ar meio ofendido por Coulson ainda achar que ela precisava de uma babá.

– Eu sei, só quero que ter certeza que você ficará bem, eles não podem saber sobre você – o homem falou, aproximando-se da jovem e sentando-se ao lado dela no sofá.

– Tudo isso é minha culpa – Skye soltara num tom baixo – Esse surto, Taylor ... – finalizou de forma infeliz.

Primeiro, ela foi a responsável por jogar aquele quinjet repleto de cristais terrigênicos no mar, mas em sua defesa, não estava raciocinando muito bem no momento, já que sua adorável mãe tentava matá-la. O componente que transformava algumas pessoas, em Inumanos, se dissolveu no oceano e o resto é conhecido ... ou seja, sua culpa essa pandemia. Levou bons sete meses para sequer terem noção daquilo, achavam que estavam livres daquele problema, ledo engano. Segundo, ela estava fazendo as coisas tremerem no mês que Coulson “ignorou” Taylor, pois além de estar lidando com uma ameaça a raça humana, pagou de babá de Skye para se certificar que ela não partiria o país ao meio, possivelmente uma das responsáveis pela garota ter fugido.

– Não diga isso, foi um acidente – Phil não permitiria que a morena se sentisse responsável por qualquer coisa – E sobre Taylor você definitivamente não é responsável – disse enfaticamente.

– Me desculpe por sugerir que você parasse de procurá-la, ela é sua prioridade, eu entendo isso – sussurrou, lançando-o um sorriso amarelo, ao qual ele retribuiu.

– Ela atirou em duas pessoas, quase matou um, é bem óbvio que ela torturou Audrey ... – ele ditava aquilo com amargura – Mas ela tem meu coração pulsando fora do meu corpo, eu não posso desistir – ele finalizou.

– Ela não sabe a sorte que tem – Skye tentou animá-lo, sem muito sucesso.

– É ... Ou eu ignorei a sorte de tê-la – ele suspirou e deu um sorriso triste, como se lembrasse de algo – Ela costumava esconder meus sapatos, meias ... Tudo para que eu não saísse de casa e fosse para o trabalho, numa dessas ocasiões, eu estava muito atrasado e fiquei realmente bravo, gritei com ela ... A coloquei de castigo – pausou, abaixando os olhos – Ela tinha sete anos e lá estava eu, brigando com ela por demonstrar afeto da única forma que ela conseguia ... Ela nunca mais fez isso, assim como nunca mais se despediu de mim antes de eu sair para o trabalho – finalizou aquele relato e coçou a cabeça, suspirando longamente antes de levantar-se.

Skye ficou sem fala e apenas deixou Coulson partir, sem dizer mais nada.

△REBEL