– Quem é o próximo ? – um careca repleto de tatuagens gritou, ele coordenava aquele “círculo da morte”, onde apenas um dos competidores saia consciente, ou vivo.

Taylor passara cinco malditos meses tentando entrar naquele recinto, ser um membro da HYDRA era mais difícil do que entrar em Harvard, sabia disso porque só levou um mês para ser aceita naquela universidade, embora não tenha ido fazer a matrícula, suas prioridades eram outras. Os cabelos antes grandes estavam curtos, na altura dos ombros, e voltara para o tom naturalmente louro. Após aquela conversa com May, decidiu fugir, fizera tudo na mesma noite e só tinha um único objetivo em mente; obter respostas, se não por bem, que fosse por mal. Vantagens de ter sido criada por dois agentes, entendia a mente deles e aprendera a lutar como uma, tendo uma ótima e letal mentora. Melinda May a ensinou mais do que apenas a se defender, lhe ensinou a matar.

Levantou a mão no ar e os homens riram, com escárnio.

– Quem trouxe esse bebê de casa ? – um gritou e todos os demais sorriram.

– Qual é cara, eu posso ser um assassino, mas em mulher eu não bato – o seu “oponente” falou para o “juiz”.

– Não se preocupe, você não irá – Taylor respondeu com frieza e se livrou do moletom, ficando apenas com um top preto, e só então aproximou-se do centro da arena.

Quando o juiz deu o aval, iniciaram.

Passou os primeiros minutos apenas observando seu oponente e escapando gatunamente de todos os golpes, sem no entanto, o atacar com algum. Ele preferia os pontos óbvios; rosto, perna esquerda e barriga. Ficava desprotegido quando tentava atingir-lhe e era dez segundos mais lento do que ela. O lançou um sorriso antes do último golpe que iria se esquivar; estudar seu oponente era a chave.

Quando ele ensaiou um soco, pôs o rosto para o lado e se abaixou, passando por debaixo do seu braço e o acertando em cheio no queixo. Ele ficou tonto, mas agora parecia bem mais raivoso, não podia perder para uma mulher. Os demais homens já não riam mais. O moreno tentou um chute, do qual Taylor escapou ao saltar, acertando-o em cheio no zigomático antes de atingir o chão, foi possível ouvir o osso rachando, adorava aquilo e estava se prolongando o máximo que podia naquela luta. Quando a garota o acertou novamente, toda a torcida partiu para o seu lado, deixando seu adversário ainda mais irado, ele tirou um soco-inglês do bolso e correu na direção da jovem com vontade de sangue, ela sorriu mais uma vez, em puro divertimento, e correu na direção dele também, deslizando por debaixo das pernas desse no último segundo, aproveitou a posição privilegiada e o deu uma rasteira, fazendo-o cair num baque surdo. Quando ele levantou a cabeça, encontrou a coturno de Taylor, que o atingiu com toda força, possivelmente causando uma hemorragia interna no cérebro do infeliz. Ele não se moveu mais. Limpou a poeira da roupa e encarou o juiz, enquanto a sala afundava no mais profundo silêncio.

– E então ? – questionou de forma entediada e só então o homem levantou o braço da jovem no ar, anunciando que ela havia vencido.

– Qual é o seu nome garota ? – ele indagou, num tom de voz respeitoso.

– Me chame de Taz – o respondeu com um sorriso meio sádico a pairar em seus lábios.

△REBEL

Coulson e Melinda, desde o desaparecimento de Taylor, tentavam rastreá-la, sem envolver polícia, ou a SHIELD, sabiam que a garota podia se cuidar e que tinha fugido por conta própria. Realmente esperavam que ela retornasse, como fizera nas demais vezes que havia fugido, mas aquele não parecia o caso e após cinco meses, sem nenhum progresso, resolveram pedir ajuda, já estavam desesperados e começavam a imaginar o pior.

– O que ?! Vocês têm uma filha ?! – Skye questionou, genuinamente impressionada.

– Isso sim é uma surpresa – Simmons concordou.

– Nunca pensei na May como alguém maternal – Fitz emendou.

– Talvez por isso a garota tenha fugido – Hunter se pronunciou, com aquele sorrisinho cretino e irônico. Nunca perdia uma piada, por mais cruel que ela fosse. Barbara o deu uma cotovela forte e Tripp suspirou.

– Estamos desesperados, vocês nos ajudarão ou não ? – Coulson enfim disse algo, sem se abalar pela “piada” de Hunter ou os comentários dos demais.

– Claro que iremos ajudar, A.C – Skye fora a primeira a falar, sendo seguida em coro pelos demais.

Para Phil aquele grupo era mais do que sua equipe, aquele grupo era sua família, assim como Taylor.

Coulson sentia-se responsável, sabia que negligenciara a própria filha, tudo bem que sua justificativa para tal era ter uma possível exterminação mundial nas mãos, mas mesmo assim ... Tentara salvar milhões de pessoas e talvez tenha perdido as duas que mais amava; May não o tratava da mesma forma desde o incidente e sentia que seu casamento estava naufragando, a asiática o culpava, sabia disso, precisava encontrar a filha e pôr sua vida de volta nos eixos.

Melinda permaneceu em silêncio e apenas encarava o nada, parecia ter envelhecido uns cinco anos naqueles poucos meses.

– Nós iremos achá-la – Skye sussurrou, aproximando-se da asiática. Era notável o quanto a mulher sofria, odiava vê-los daquela forma e não conseguia imaginar o que levaria alguém a fugir daqueles dois. Daria qualquer coisa para tê-los como pais.

– Ou ela nos achará primeiro – May a respondeu friamente e só então voltou as orbes escuras para Skye – Eu criei uma pessoa muito perigosa, Skye – finalizou de forma ambígua. Deixando a jovem ainda mais confusa.

Coulson e May tinham uma filha má ?! A ordem galáctica acabara de ser afetada.

△REBEL