Rebel escrita por Blake


Capítulo 20
Closure




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Agente Price, à título de cortesia, “devolveu” os primos de Alisha e “repatriou” os demais Inumanos “resgatados” para a supervisão da SHIELD, embora ainda fosse um membro importante nas decisões envolvendo o novo grupo. A mulher também manteve sua parte do acordo e não disse para ninguém sobre a habilidade de Taylor, embora todos suspeitassem que algo estivesse errado, um exame de sangue, adulterado pela mulher, derrubou essa teoria.

Puseram Taylor num desses módulos que criaram justamente para Inumanos, mas sabiam que não poderiam mantê-la presa ali para sempre, ainda mais agora que ela era tão “normal” quanto qualquer outro ser humano.

— Você é uma garota difícil de ser encontrada – após dois dias enclausurada ali, Coulson e May finalmente vieram “rever” a filha. Agiam com demasiada cautela, o que realmente amaciou o ego de Taylor.

— Quanto tempo passarei aqui? – exigiu saber.

Eles se entreolharam, quase receosos se deveriam dizer-lhe. Coulson limpou a garganta e aproximou-se – Nós não podemos deixá-la livre, Taylor, você machucou muitas pessoas, compreende isso? – ele falava como se ela fosse uma criança mentalmente debilitada.

— E vocês não? – rebateu acidamente – Aqueles caras que foram abatidos pelas suas metralhadoras não entram nesse lindo cálculo? – desafiou a lógica daquilo.

— Nós não podemos correr o risco de você matar mais alguém, ficou mais claro? – May enfim disse algo, mas Taylor sequer a fitou, parecia ignorar a existência dela.

— Então eu não tenho direito a um julgamento, vocês decidiram meu destino aonde? No tarô?! – inquiriu com visível irritação. – Sabe de uma coisa? Esse não é um jeito muito legal de retribuir o fato de eu não tê-lo matado – bateu com os punhos sobre a mesa e sorriu ao vê-los se sobressaltarem.

— Por que você fez isso, Taylor? Tem que haver um plano por trás, suas intenções nobres não me convenceram – May novamente externou sua opinião.

— Eu não poderia ligar menos para o que você acha, m-a-m-ã-e – falou a última palavra com extremo deboche – E o que eu fiz?! Não sabia que ser capturada era ter boa intenção – retorquiu friamente, recostando-se na cadeira.

Coulson e May se entreolharam, como se decidissem se deveriam ou não acreditar. Phil era o sim, a asiática era o não. Era até engraçado observar aquela dinâmica.

— Por que você fez tudo isso, Taylor? Te demos uma vida tão terrível assim? – o homem parecia quase ofendido ao soltar a pergunta.

A loura passou longos minutos em silêncio, mas não porque pensasse numa resposta, apenas estudava a feição do pai, vendo que novos traços da idade haviam surgido sobre sua testa e abaixo dos seus olhos. A pele também tinha um aspecto diferente, parecia mais flácida do que se lembrava... Fazia quase um ano que não o via, era um considerável tempo.

— Não – respondeu por fim – Vocês não me deram uma vida terrível – completou naturalmente.

— E por que fez tudo isso? Por que machucou todas aquelas pessoas? Por que dormiu com Ward? Por que se tornou essa pessoa? – Melinda podia não aparentar, mas ansiava por respostas, até mais do que o marido.

— Longa versão ou a resumida? – a garota não se abalou e pela primeira vez, desde que aquela conversa havia começado, olhou para a mãe. Como ficou sem resposta, arqueou a sobrancelha com tédio – Resumida então... – sussurrou antes de limpar a garganta e sorrir maleficamente – Eu não sou uma boa pessoa – falou essa única frase e calou-se.

— Essa é sua explicação, você não é uma boa pessoa?! – a mulher parecia quase incrédula e sorria nervosamente, algo pouquíssimo comum.

Deu uma aceno em concordância – Sim, sou uma pessoa ruim, com grande libido, tendências sociopatas e mínima consciência, geralmente não me importo com terceiros e sempre me ponho à frente dos outros – ditou de forma entediada – Devo ter outros problemas, mas acho que esses são os mais intensos – divagou com uma carinha pensativa.

— E mesmo assim acha que devemos te deixar solta por aí? –

A jovem franziu o cenho e levou a mão até o coração, numa das inúmeras cenas daqueles filmes idiotas onde as mulheres expressavam ressentimento dessa forma – Assim você machucará meus sentimentos – a lançou um sorriso amarelo e logo estava com a cara indiferente novamente. – O que vocês têm contra mim? Não matei ninguém – pausou, semicerrando os olhos – Ninguém importante pelo menos – se retratou rapidamente – Entreguei a senhora Price inteirinha, não matei a sua agentezinha medíocre, não te matei, por algum motivo os membros da HYDRA estavam algemados e foram entregues numa bandeja de prata para vocês – ergueu as mãos no ar, realmente confusa – E mesmo assim... Cá estamos, nem um julgamento eu terei direito... – deu um riso nasalado – Acho que vocês teriam alguns problemas com o pessoal dos direitos humanos – fez uma ameaça velada enquanto os olhos afundavam em ira, embora o sorrisinho persistisse sobre o semblante – Afinal, sou um ser humano, igualzinha a vocês – usou mais diminutivos nessas frases do que pronunciou na sua vida inteira, era notável o quão forçada estava sendo e aquilo era algo levemente sinistro.

— Você já deveria saber a essa altura que se associar a uma organização terrorista torna as coisas um pouco diferentes – Coulson tentou amedrontá-la, sem o mínimo sucesso.

— E a SHIELD não deveria existir, vocês não têm moral para julgar nenhum de nós, agora vamos cortar essa baboseira, vocês e eu sabemos que a única acusação que poderiam fazer contra mim reside nas mãos da Price, acredito que ela não vá prestar nenhuma queixa, Ward será entregue para o irmão político porque vocês precisam angariar algum respeito, Truck será acusado por crimes que alguém deve estar fabricando, ou será associado à base na Rússia, os Inumanos transgressores ficarão em observação, Alex será acusado de algum crime cibernético, chego a cogitar que algo envolvendo divulgação de informações secretas pouco relevantes, para Riley e Bishop será oferecido algum acordo, afinal, eles têm informações valiosas sobre o Sr. Strucker e para mim? – encolheu os ombros – Para mim sobrou essa linda suíte pelos restos dos meus dias? – inquiriu com humor – Eu acho que não – decretou com uma frieza assustadora.

Phillip e Melinda trincaram fortemente os maxilares e tinham todos os músculos rijos, numa pose bastante assustadora, mas Taylor não os temia, nem um pouco.

— E o que você sugere? Que te deixemos livre após tudo que fez? – os azuis de Coulson a encaravam com receio, como se enfim estivesse vendo a real faceta da filha.

— É exatamente o que estou sugerindo – concordou – E minha emancipação seria uma boa pedida também – completou como se fosse um detalhe insignificante. Seus pais esbugalharam os olhos e ela franziu o cenho, um tanto confusa com a reação – Não é isso que vocês querem? –

— O que queremos é entender, Taylor, é a única coisa que queremos – a voz de May abrandou ao ponto de ser quase irreconhecível.

— Eu descobri sobre a Lily quando tinha seis anos, quando te fiz aquela pergunta, era apenas um teste, você não passou aliás – o traço de um sorriso perverso brincou sobre seus lábios ao falar com Melinda – Eu sempre estive na sombra dela... Na realidade, as pessoas esperavam que eu me comportasse como ela, que eu fosse ela, lembra da sua mãe, aquela vaca? – olhou para Coulson – Nunca fiquei tão feliz com a morte de alguém – revelou sem o menor constrangimento – Voltando a Lily, eu fiquei realmente curiosa, parecia algo tão secreto, foi aí que aprendi a abrir cofres, e vi os arquivos, a tragédia, ela morreu num tsunami na Tailândia – falava naturalmente, enquanto os olhos de Coulson e May eram preenchidos por lágrimas, mas eles pareciam incapazes de mandá-la parar, ou talvez soubessem que ela não pararia caso pedissem – Mas o corpo nunca foi encontrado – fez uma expressão de surpresa ao abrir a boca – Vocês sabem que odeio mistérios, então, enquanto vocês me obrigavam a interagir com crianças idiotas eu tive a brilhante ideia de tentar achar o corpo dela... Levei anos, tive que mandar o DNA de vocês para compararem com centenas e centenas de cadáveres – coçou a cabeça e bocejou – Sorte que o dólar por lá vale uma fortuna, sério, não me admira o porquê de terem escolhido passar as férias lá e acho que eles fazem os testes numa clínica medíocre qualquer, enfim – voltou a sua linha de raciocínio – Nada surgiu em longos quatro anos, então pensei ‘Talvez ela esteja viva’ – pausou pela simples apreciação do suspense – Mas também pensei ‘Se estivesse, May e Coulson teriam achado-a’ afinal, vocês devem tê-la procurado-a pelo país inteiro, revistado cada hospital, cada buraco possível e impossível, foi então que pensei em contrabando, pessoas são vendidas, acontece que a Tailândia é um país de merda bastante perigoso, mas um grupo em especial atuava por lá, Piratas, mais exatamente os da Somália, era uma época ruim para eles, muitas pessoas que foram dadas como mortas, apenas desapareceram porque esse grupo as capturou, que melhor oportunidade de encontrar órgãos e mulheres? – sugeriu perversamente – Então eu aprendi árabe, vocês têm noção que eu me esforcei mais para encontrar a filha de vocês do que vocês, correto? – indagou com certa irritação, mas rapidamente continuou – Como eu estava dizendo, eu aprendi árabe, porque a outra língua parecia idiota e então rastreei esse grupo através dos anos, acontece que eles eram “patrocinados” pelos líderes do estado, estavam em guerra contra Etiópia ou qualquer outro país medíocre, e precisavam de dinheiro para alimentar suas tropas, então eu entrei no sistema do governo, o que não foi nada difícil, meu tablet tinha mais segurança que o país inteiro –

— Aonde você quer chegar com isso, Taylor? – Coulson parecia ter encontrado a voz, estava embargada e repleta de emoção, raiva era visível em sua postura, era quase uma blasfêmia para ele escutar aquela história.

— Você vai ver – o ignorou e apenas prosseguiu – Então eu acessei seus arquivos e acontece que eles mantinham um registro de todas as transições que já fizeram, era como uma garantia que se fossem cair, levariam muitas pessoas juntas, sabe? – umedeceu os lábios e entrelaçou os dedos sobre a mesa – Então eu achei... Após meses de pesquisa, nunca vi um povo mais desorganizado - revirou os olhos - Menina, cerca de quatro anos, vendida para uma família... – deixou a descendência da família de fora propositalmente – Após isso fui checar as pessoas que a compraram, talvez fosse para algum ritual, transplantar os órgãos nos próprios filhos, pedofilia – ditava coisas horrendas por pura diversão – Mas eles são bem normais na realidade, todavia, eu ainda precisava confirmar, correto? – falou numa retórica – Tive que ser muito engenhosa, e por engenhosa eu digo enganá-la, ela estava à procura dos pais biológicos na época, então eu mandei seus materiais genéticos e ela fez o teste, eu disse que era uma espécie de intermediária e que vocês só gostariam de conhecê-la se desse positivo, acho que uma semana depois ela mandou uma foto com o resultado – fez suspense novamente - Positivo – afirmou – Óbvio que nunca mais mantive contato, e menti sobre todo e qualquer dado fornecido, mas sempre mantive um olho sobre nossa menina – completou sem nenhum tipo de remorso e sorria ao fim do seu monólogo, enquanto seus pais choravam copiosamente a essa altura.

— Onde ela está, Taylor? – May ajoelhou-se e suplicava aos pés da loura.

— Eu direi, óbvio que eu direi, mas antes acho que vocês têm documentos para providenciar certo? Total imunidade para mim, Riley e Alex, minha emancipação e um lindo vídeo onde vocês assumem as atrocidades que já cometeram, vale citar Bahrein, mamãe, e você, - virou-se pra Phil - Fale sobre o dia que achou o melhor presente da sua vida – gargalhou baixinho – Aliás, esse tal presente sou eu, caso tenha ficado confuso – concluiu e suspirou pesadamente – Foi difícil manter esse segredo por três anos – estreitou os olhos e fez uma careta desdenhosa – Na realidade não foi, estávamos quites, vocês escondiam algo de mim e eu escondi algo de vocês, não é tão divertido estar do outro lado, não é? – olhou diretamente para May e abriu um largo sorriso – Eu disse que você ainda sentiria muito – a relembrou de uma frase do passado.

— Eu não queria acreditar que você era realmente um monstro, eu tinha esperança que seu coração ainda fosse puro, mas me enganei, porque você é muito pior que um monstro, Taylor – havia tanto rancor na voz de Coulson que era doloroso escutá-lo.

A menina apenas ergueu as sobrancelhas, como se estivesse surpresa, embora não estivesse – Eu sei - sustentava o olhar dele sem esboçar nenhuma emoção – Eu sempre soube e talvez isso seja bom – anunciou sem nenhum traço de ironia.

— Você quer os vídeos como garantia que a deixaremos em paz? Por que se for por isso, não precisa, não pretendo nunca mais ter ver novamente – May abandonou a sala, possivelmente indo providenciar os documentos exigidos.

Taylor a observou partir sem demonstrar nenhuma reação – Ela não era tão sentimental assim – comentou displicente e só então voltou a fitar o homem que ainda permanecia ali – Realmente não entendi porque ela está tão brava, era ela que queria me deixar apodrecendo aqui, estou oferecendo a chance dela rever a filha e é assim que ela reage? – falou com falso ressentimento.

— Você é um buraco negro, suga tudo ao seu redor – aquela analogia foi tosca para não dizer o mínimo.

— Quanto mais tempo passar aqui, mais tempo demorará até reencontrar sua querida filha, a que não é um buraco negro – retorquiu com impaciência – Eu tenho coisas mais importantes para fazer – completou com exasperação e apenas abanou a mão no ar, mandando-o sair.

△REBEL

Absolutamente todos que acompanharam aquela conversa estavam pasmos e completamente estarrecidos com o que acabaram de presenciar.

— Nunca teremos filhos – Hunter cochichou para Barbara que apenas o acertou uma cotovelada, mandando-o ficar calado já que uma abalada May entrou no recinto.

— Skye, providencie o que ela está exigindo – foi a simples ordem que a asiática lançou, antes de se afastar novamente.

— Como alguém pode ser tão frio assim? – Skye balbuciou ainda incrédula. – Ela sabia onde estava a filha deles há três anos e nunca pensou em contar... – falava mais para si mesma do que para os demais. - E tudo isso por vingança – comentou visivelmente chocada.

— Ela é até esperta, sabia que seria caçada para sempre, precisava de uma desculpa para ser capturada e chantagear os próprios pais – Simmons avaliou com um quê de admiração na voz – Ela já contava com o fato de que eles a prenderiam – sorriu nervosamente, parecia compreender a lógica de Taylor.

— E de alguma forma isso é certo para você? – Tripp perguntou acusatoriamente.

Simmons encolheu os ombros – É a lei da vida, só os fortes sobrevivem – desconversou.

— E ela realmente se esforçou para achar a garota, independente do motivo por trás disso – Fitz concordou.

— E ela não pediu pela imunidade do Ward – Lincoln teve que a dar algum crédito.

— Não acredito que vocês estão a defendendo – Skye levantou realmente contrariada.

— Não estamos a defendendo – Lincoln tentou uma aproximação – Só estamos constatando fatos, se ela não tivesse essa carta na manga passaria longos anos presa, tire seus sentimentos da equação e ponha sua lógica, o que você faria? – apelou para a racionalidade da namorada, sem muito sucesso, Skye não podia nem ouvir aquelas teorias de que havia alguma espécie de explicação para o que Taylor fizera.

— Preciso trabalhar nos papéis do acordo, me dariam licença? – Skye pediu com uma educação forçada e sentou-se rígida na cadeira, se pondo a digitar com uma raiva incomum do teclado.

Todos entenderam o recado e limparam o espaço, debandando-se pelo enorme complexo.

— Obrigado – a voz de Coulson pegou a menina de surpresa, ele ouvira boa parte da conversa e só agora decidira se revelar das sombras.

— Pelo que? – ela perguntou, virando-se para fitá-lo.

Primeiro ele deu de ombros, enfiando as mãos no bolso, e depois a lançou um sorriso fraco – Por nos ajudar – falou, arrancando um sorriso terno da jovem.

— Depois do que você, May e todo mundo passou por mim... É o mínimo que eu poderia fazer – admitiu e o abraçou por impulsividade.

**

— Aqui está tudo – Coulson foi a pessoa a entregar os papéis e o pendrive com as confissões, Melinda falava sério quando disse que nunca mais desejaria vê-la novamente. – Onde ela está? – exigiu de forma apressada.

— Calminha aí, cowboy, antes você me trará Riley e Alex aqui, preciso de uma confirmação que eles foram libertados, não leve para o lado pessoal minha falta de confiança e óbvio, um computador para confirmar que esse pendrive contêm o que eu quero – falou naturalmente, passando os olhos sobre o acordo de imunidade.

Phil cerrou os punhos com irritação, mas possivelmente já esperasse por aquilo. Ordenou para que trouxessem o que fora pedido e enquanto aguardavam, passou a estudar a feição de Taylor, seus traços infantis, seus cabelos quase brancos, seus olhos azuis tão intensos... Parte de si ainda não acreditava, sabia que estava sendo idiota, mas simplesmente não podia acreditar, não queria acreditar.

— Você achou o que estava procurando, Taylor? – questionou com genuína curiosidade, até a animosidade deu lugar a um tom mais contido.

— Não – admitiu sinceramente e estava bastante séria – Mas eu faria tudo novamente – revelou na sua usual frieza.

A dupla requisitada não demorou a atravessar a porta na companhia de Tripp que também trazia um laptop. Taylor sorriu fracamente para eles e pegou o laptop das mãos do negro, plugando o pendrive e checando sua veracidade, armazenou os dados em cloud, entregou os papéis para Riley, e o pendrive para Alex, piscando-os sugestivamente. Eles sabiam o que fazer.

Esperou eles saírem da sala e acompanhou pelo circuito interno eles atingirem a liberdade, após isso, Phillip abaixou o visor do laptop e a olhou.

Concordou com a cabeça, fincando os cotovelos sobre a mesa metálica - Samantha e Andrew Martin são os pais de Lilith, eles faziam serviço humanitário durante a guerra, são médicos da cruz vermelha e atualmente moram em Londres, Lily se tornou médica também e faz especialização em psiquiatria – falou todas as informações que possuía e cruzou os braços ao fim – Agora vá checar, como eu já disse, tenho coisas mais importantes para fazer – aconselhou com mau humor.

Observou Coulson correr, possivelmente para o quinjet que May já deveria estar preparando, e sorriu fracamente para as costas do homem. Era muito provável que nunca mais o visse também.

**

Passou mais cinco horas naquela cela até Skye vim “libertá-la”. A contragosto a asiática abriu a porta e a lançou seu olhar de desprezo mais nítido, ignorado completamente por Taylor que se alongou preguiçosamente, antes de passar as mãos pelas próprias roupas, desamassando-as.

— Você deveria ter vergonha – Skye cuspiu aquelas palavras com asco.

— Vergonha do que? – Taylor perguntou num tom neutro.

— De feri-los dessa forma, você não sabe o quanto eles sofreram. Coulson tinha esperança que você não fosse tão vazia quanto é, May se sentia culpada por tudo, você não faz ideia do que eles passaram... Simplesmente não deu valor, você não os merece – extravasou sua opinião que não causou nenhum efeito sobre Taylor.

— Acabou? – indagou com enfado e ao receber o silêncio da agente como resposta sorriu num ar confiante – Apesar de extremamente tocante seu lindo discurso, eu tenho que ir agora, marquei um encontro às 9 pm e você não vai gostar do que acontecerá caso eu não apareça – declarou ironicamente e se encaminhou até a porta, atravessando-a num ar altivo.

Uma multidão parecia ter surgido para vê-la, diversos olhares de julgamento, alguns admirados, outros surpresos, mas ninguém lhe dirigiu a palavra enquanto fazia seu caminho até a liberdade. Era ótima a sensação de ser temida, respeitada... Achou o olhar de Rosalind dentro os expectadores e o traço de um sorriso brotou sobre seu rosto. Estava realmente grata pela ajuda que ela a deu, se seus pais soubessem que possuía habilidades Inumanas seus princípios morais o impediriam de fazer qualquer acordo, mesmo que esse levasse ao paradeiro da filha, afinal, naquele ramo, a humanidade vem primeiro do que sua família. SHIELD sempre viria primeiro.

Observou o céu estrelado sobre sua cabeça e inspirou profundamente, aproveitando sua recém liberdade. Ninguém a perseguiria dali em diante, estava livre. Livre da paranoia de Ward, livre da SHIELD, livre das suas dúvidas, livre dos seus pais, sentia-se plena. Caminhou pelas calçadas da movimentada NY e adentrou uma SUV que a aguardava na quarta interseção, Alex e Riley a recepcionaram com sorrisos cúmplices.

— E agora? – a morena lhe lançou a pergunta. Taylor cruzou as pernas e impôs uma feição pensativa.

— Agora iremos encontrar nossos amigos da HYDRA – anunciou e divertiu-se com os olhares surpresos que recebeu.

— Mas não tem mais HYDRA– Rey estava realmente confusa.

— Você tem razão, HYDRA não existe mais, deveríamos a renomear, afinal, ela é nossa – afirmou e recostou a cabeça no apoio do banco. Sorria ao pensar nos desdobramentos daquele plano traçado em míseros segundos. Pediu o celular de Alex e fez uma única ligação.

— Alexia? -

— Já começava a achar que nunca mais ouviria falar de vocês - a Inumana respondeu e estava nitidamente aliviada.

— Como está nossa nova base? - questionou calmamente, enquanto observava através da janela as luzes da cidade.

— Foi uma sorte você ter nos avisado, conseguimos trazer tudo que havia de importante, só não entendemos muito bem a escolha do lugar, Somália? - parecia um pouco temerosa pela recente localização.

A jovem deu um riso nasalado, em pura diversão - Para nossos intuitos esse é o país perfeito, vá por mim - respondeu e suspirou longamente - Nós faremos o errado do jeito certo dessa vez - emendou e os olhos faiscaram em expectativa - O que acham de Alecto como novo nome? - perguntou para todos.

— O que significa? - Alex, Alexia e Riley perguntaram ao mesmo tempo.

— Uma das Fúrias, encarregada de espalhar pestes e maldições - explicou sucintamente.

— Alecto... - Riley testou a palavra na boca e sorriu ao notar que a apreciava. - Acho que já temos um novo nome! - constatou com empolgação.

THE△END


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Notas finais do capítulo

Agradeço a todos que chegaram até aqui e espero, pelo menos, tê-los entretido ❤ Beijos.



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