Rebel escrita por Blake


Capítulo 1
Save room


Notas iniciais do capítulo

Hi, everyone! Primeiro, os títulos não terão nada a ver com o capítulo, serão músicas aleatórias que estarei ouvindo no momento que postar, logo aviso que estou numa fase "John Legend", me julguem .sqn
Segundo, essa "introdução" é bem introdução mesmo, o próximo já mostra mais a personalidade da Taylor e depois a história corre.
Terceiro, espero que gostem ^-^'



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– Eu prometo que vou te explicar tudo quando voltar, por favor, só confie em mim – o homem praticamente implorou, passando o pequeno embrulho para os braços da esposa. A mulher não teve tempo de fazer nada, muito menos protestar, estava momentaneamente incapaz de falar e o homem apenas a deu um beijo na testa, afastando-se apressadamente.

Ficou parada no batente da porta por tempo demais, cerca de dez minutos ?! Trinta minutos ?! Vai saber. Esperava que aquilo não houvesse passado de um sonho e que em breve fosse acordar, mas não, aparentemente, aquilo era bem real.

A minúscula criança se espreguiçou e ensaiou um choro, estava ficando com frio, tempo de Nova York realmente não condizia com as roupas finas que a criança usava, virou-se, enfim adentrando a casa.

– Meu Deus – foi a única coisa que conseguiu dizer após todo aquele tempo. Pôs a bebê sobre o sofá da forma mais “cuidadosa” que pôde e ficou encarando-a, como se fosse uma espécie de alien.

A criaturinha esticava os braços e fazia diversas caretas que Melinda logo reconheceu como um mau sinal e só então, o que a chinesa viria a chamar de Taz, abriu o berreiro.

– Phillip seu desgraçado, você me paga – sussurrou, aproximando-se novamente da criança e a pegando no colo. Perguntava-se qual seria o problema dela enquanto avaliava-a mais atentamente, talvez o choque inicial tivesse sido um pouco forte demais.

Era uma criança bem bonita; os cabelos eram castanhos com algumas rajadas louras pelo caminho, as sobrancelhas eram quase invisíveis de tão finas, tinha a pele alva, com bochechas salientes e incríveis olhos azuis que encaravam os seios de May de forma desejosa.

– Fome – exclamou – Você está com fome – tivera aquela epifania e dirigira-se até a cozinha, levando a pequena Taz consigo. – Não temos leite de bebê, porque isso seria idiota já que não temos um bebê – conversava com a criaturinha que apenas a encarava, com certa confusão – Mas isso daqui vai servir, veio de uma amiga muito próxima, a vaca, você vai conhecer algumas no decorrer da vida – continuou sem se abalar e ligou o fogo, quase derrubando a baby Taz enquanto se equilibrava com uma caixa de leite e uma panela qualquer.

A menina tornou a chorar, realmente faminta, e o choro característico fez May relembrar de uma época da sua vida que julgou ter acabado.

– Já vai, não seja apressada Taz – resmungou, pegando a panela e despejando o conteúdo num copo. Deixou o leite esfriando e foi ao banheiro, em busca de uma seringa, ao encontrar, voltou para a cozinha, pegando o conteúdo pouco a pouco e o deu para a pequena.

Bem, o apelido realmente era condizente porque ela tomou tudo e sequer reclamou. Melinda a fez arrotar e a devolveu novamente para o sofá, pondo diversas almofadas ao redor da criança e sentando-se no tapete com um copo de café numa das mãos e o celular na outra.

– Coulson seu desgraçado, espero que sua explicação seja muito boa – sussurrou para o nada.

△REBEL

Nunca imaginou que aquela missão fosse terminar da forma que terminara, era para ser uma simples extração de um 0-8-4 (objeto de origem desconhecida), mas acabou com um massacre e uma vila inteira devastada. Seus amigos mortos ou sendo caçados, e tudo aquilo pelo quê ?! Um bebê ?! Não fazia sentido, a menina, durante o tempo que estivera com Coulson, não demonstrou nenhum dom extraordinário, fora chorar, ela realmente tinha um pulmão valioso. Algo estava errado naquela história, mas não permitiria que uma criança inocente morresse durante o processo. Linda Avery morrera protegendo-a, Coulson não deixaria o esforço da sua amiga ser em vão, mas era impossível não olhar por cima do ombro a cada esquina, a força que buscava por aquela menina era algo que Phil não poderia enfrentar; era um monstro.

Digitava números de forma frenética num dos computadores da SHIELD, falsificando assinaturas, trocando datas, alterando dados ... Sabia que estava pondo seu emprego em risco, mas que outra opção tinha ? Quem quer que estivesse atrás dela parecia saber sobre os agentes que participaram daquela missão. Fury entenderia ... Ou assim esperava, afinal, não queria deixar May ainda mais puta, além de levar um bebê para casa ainda perder o emprego ?! Tudo no mesmo dia ?! Era punível com divórcio. Finalizou tudo aquilo e foi para casa, sempre apreensivo, será que teria que viver daquela forma dali em diante ?! Manteve seus pensamentos na pequena, estava com ela a apenas duas semanas e já não conseguia imaginar-se sem aqueles enormes olhos azuis, convencer a esposa seria o real problema.

△REBEL

Só esperou Phillip por o primeiro pé dentro de casa para fuzilá-lo com perguntas.

– O que é isso ?! – a chinesa apontou de forma contrariada para o montinho que dormia sobre o sofá.

– Minha missão – o moreno afirmou, fitando a esposa, ele parecia acabado, como se não dormisse à anos.

– Sua missão não era um 0-8-4 ? – a asiática prosseguiu e tinha uma cara tão assassina, que, se Coulson confirmasse que havia realmente trazido um 0-8-4 para casa, iria levar muitos tapas.

– Era – ele admitiu, esperando pelo pior, que veio. A mulher o encheu de tapas, embora fossem leves.

– Seu cretino! – vociferou, sem nem se importar se iria acordar a menina ou não, por sorte, não.

– Shiu! Você vai acordá-la – o homem pediu e tentou aproximar-se da chinesa, que o fitava como se quisesse matá-lo.

– Ela deve ser um alien mesmo, qual a diferença ? – rebateu com ironia e encarou o marido, ele a fitou como se fosse pedir algo, e ela já tinha a resposta preparada para a próxima pergunta, então não esperou que ele a fizesse – Não, não vamos ficar com ela – falou e cruzou os braços sobre o torso.

– Ela precisa da gente, quem melhor para defendê-la ? – tentou dissuadi-la.

– SHIELD pode protegê-la – retrucou sem delongas.

– Você quer dizer orfanatos e mais orfanatos, depois lares provisórios e mais lares provisórios, sem nunca ser realmente amada por alguém porque sempre estará sendo realocada – ele salientou seriamente e lançou seus olhos para a bebê, voltando-os novamente para a mulher a sua frente – Por favor, Linda, por que não podemos tentar de novo ? – questionou de forma terna e pegou nas mãos dela.

– Lily – fora a única resposta que ela o deu, a voz meio embargada.

– Lily está morta e não foi culpa de ninguém o que aconteceu – ele falou, impedindo que ela partisse. Sempre que começavam a falar sobre a filha, Melinda dava um jeito de fugir, não daquela vez, Coulson não permitiria. – Nós não precisamos esquecê-la para superar sua perda – finalizou, envolvendo-a num abraço.

Sabia que ela estava com medo, ele também estava, quem não ficaria amedrontado por um bebê ?! São os seres mais delicados inventados, ser responsável por um era completamente aterrador, mas igualmente excitante.

△REBEL

Melinda May, pouco a pouco, aceitou aquela ideia, e realmente se afeiçoou a sua pequena Taz, que recebeu o nome de Taylor, apenas para poderem manterem o apelido. Coulson era o superpai e faria qualquer coisa pelas duas mulheres da sua vida, tinham uma vida feliz e agradável, embora sempre estivessem em estado de alerta. Taylor estava com seis anos quando a temida pergunta surgiu, afinal, uma criança de olhos claros, cabelos louro-acastanhados e a pele mais alva que a neve em algum momento iria desconfiar que uma mulher asiática, de cabelos pretos e tom de pele mediterrâneo não fosse sua mãe.

– Mamãe ? – chamou a mais velha, estavam todos sentados à mesa.

A asiática apenas ergueu os olhos e a loirinha soube que poderia prosseguir.

– Por que eu não pareço com você ? – questionou de forma inocente e May quase engasgou com o café.

Fitou Coulson em busca de ajuda e o homem tomou controle da situação – Sabe Taylor – ele iniciou, numa voz vacilante - As vezes, as mães carregam os filhos no coração e não na barriga, quando elas carregam eles no coração, na maioria das vezes eles não se parecem com elas, mas sabe o mais importante ? Elas o amam mesmo assim, você poderia ter bolinhas roxas por todo o corpo que o papai e a mamãe iriam te amar da mesma forma – ele tentou explicar de uma forma lúdica, mas May não ajudou no “convencimento” daquela história, ao levantar-se da cadeira e ir se apoiar na pia, para que eles não a vissem chorar.

– Mas quem me carregou na barriga ? – prosseguiu, encarando o pai e empurrando o prato de café da manhã pra longe, perdera até a fome.

Por que diabos Taylor tinha que ser tão inteligente ?! Um pouco menos de Q.I não faria mal, Coulson refletiu e suspirou – Eu não sei, Tay – admitiu, mas a garotinha pareceu não acreditar naquilo e quem diria, aquela simples conversa, numa quarta ou quinta, de uma semana longínqua, definiria todo seu futuro.

△REBEL


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