Não Tenha Medo escrita por Bia Flor Escritora


Capítulo 1
Capítulo 1 - Não Tenha Medo Pare de Chorar


Notas iniciais do capítulo

*Fic baseada em parte da música – You’ll be in my heart de Phill Collins e no episódio 18 da sétima temporada.
N/A: Nessa fic mesclarei a letra da tradução da música de Phill Collins e a versão em português dessa música feita por Ed Motta. Espero que gostem!

Minha temporada preferida!



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Aquela dor, aquela impotência estava matando-a por dentro. Como o ser humano podia ser tão maldoso, tão selvagem, tão desprovido de sentimento? Era isso o que Sara Sidle pensava enquanto ouvia o desfecho do caso em que estiveram trabalhando e que a abalara tanto, tendo Grissom ao seu lado.

As lágrimas teimavam em escorrer-lhe pela face lisa. Sentia-se culpada pelo fato de ter segurado as mãos de um assassino da mesma forma que havia segurado as de Cammie, uma das dançarinas mortas.

Ela ainda lembrava bem. Tudo ainda estava muito fresco em sua memória. As imagens que queria esquecer, sempre voltavam como se tivessem vida própria em câmera lenta. Era seu dia de folga e Grissom lhe pedira para ajudá-lo no caso. Naquele momento ela não tinha consciência de que aquele caso em questão lhe abalaria tanto.

Seguiu para a cena do crime, deparando-se com uma casa grande onde viviam seis amigas e dançarinas que a compartilhavam. Ela entrou na casa, percorreu cada cômodo tomando cuidado para não contaminar as evidências. Levava consigo sua valise de investigação e uma lanterna com a qual iluminava o caminho a ser percorrido. Estava tudo escuro e calmo, não fossem as evidências que comprovavam que ali ocorrera um crime brutal, ninguém imaginaria que aquela bela casa foi um palco de um show de horror. Para ter a certeza de que não comprometeria nada, de que faria tudo correto, usou seu equipamento cuidadosamente. Subiu as escadas com o mesmo cuidado. Chegou ao corredor e viu as pegadas ensanguentadas, naquela ocasião, ela ainda desconhecia o número de vítimas que havia na casa. Sabia apenas que eram bailarinas , pois assim que entrara na casa ouvira uma mensagem na secretária eletrônica que dizia que uma delas havia conseguido o papel principal.

A primeira pessoa que Sara viu ao chegar a ala dos quartos foi Warrick Brown. Ele se encontrava dentro de um dos dormitórios e tirava fotos de todo o local. Ele foi o primeiro a falar:

— Que maneira de passar sua folga...

— Quantos corpos têm aqui? – ela perguntou em um misto de curiosidade e espanto.

— Três – Warrick respondeu.

Meu Deus! Três corpos só em um quarto! Quantos não haveria em toda a casa?, ela pensou consigo. Foi tirada de seu devaneio pelo comentário do companheiro.

— Grissom está no final do corredor, primeira porta à direita. Siga o sangue.

Era tudo o que ela queria ouvir, exceto a parte de seguir o sangue. Queria estar com o seu namorado como haviam planejado, no entanto lá estava ela em sua noite de folga ajudando a resolver aquele caso hediondo. Seguiu a orientação de Warrick, andando entre as manchas de sangue, e elas a levaram ao encontro de seu amado perito de brilhantes olhos azuis e cabelo grisalho. Ao vê-lo ajoelhado, observando mais um corpo, ela não resistiu ao impulso de fazer uma brincadeira. Não era a hora, mas tinha de quebrar aquela tensão de alguma maneira, por isso ela disse:

— Meu encontro foi cancelado.

— Com certeza ele teve um bom motivo – ele respondeu com um meio sorriso.

Comentaram um pouco sobre as meninas e o caso. Grissom lhe pediu para ir ao quarto ao lado onde havia mais um corpo.

Sara foi em direção ao outro quarto e encontrou o corpo da outra garota que jazia sob a cama. Olhando mais atentamente o local, notou uma poça de sangue que vinha de debaixo da cama ao lado. Abaixou-se para analisar melhor, somente não esperava ser atacada. Uma mão ensanguentada arranhou-lhe o rosto. Seu coração bateu descompassado. Nervosa, sacou a arma e gritou:

— Cena quente! Suspeito debaixo da cama!

Grissom entrou de imediato chamando seu nome. Parecia preocupado.

Ela voltou a abaixar-se apontando sua arma para o desgraçado que havia feito aquela monstruosidade. Pelo menos era o que ela pensava. Assustou-se ao deparar-se com o que viu. Não era o criminoso, mas uma jovem bastante ferida, quem se refugiava debaixo da cama. Ela falava com dificuldade, o pescoço estava ferido. Ainda estava com os pulsos amarrados. Havia conseguido fugir de seu agressor, sabe-se Deus como!

— Por favor... Por Favor me ajude. Por favor – ela suplicava.

— Aguente aí – Sara falou para a garota e virando-se para Grissom - Vítima ferida! Chame a ambulância!

Grissom a atendeu prontamente. Ouviu quando ele fez a chamada solicitando a ambulância. Voltou novamente sua atenção para a garota.

— Você está segura agora, ok? Você está segura agora. Vai ficar tudo bem.

— Me ajude! Ajude-me – ouviu a garota murmurar. Ela não queria morrer.

O que se passou a seguir era desconexo. Sara não entendeu muito bem as respostas que a garota lhe dera.

— Pode me dizer seu nome?

— Ca... Cam... Cammie – ela respondeu com dificuldade.

— Cammie, eu sou Sara. Quem fez isso com você, Cammie?

— Home... Homem.

— O homem como ele era?

— Porto Vinho... Peito... Faca...

— Ele te esfaqueou no peito?

— Não! – ela tentava se fazer entender.

Para quem ainda estava na casa, Sara disse:

— Preciso de ajuda aqui!

Mas já era tarde demais. O que ela tanto temia aconteceu. Cammie deu seu último suspiro em seus braços. Antes de morrer ela conseguiu dizer:

— Adeus... Fin.

Toda a equipe criminalística envolveu-se no caso que ganhou destaque na mídia, o caso das seis bailarinas mortas.

Após muito investigar e chegar a suspeitos que não deram em nada, as evidências os levaram ao suspeito Marlon Frost. Em um primeiro momento Sara julgou-o como mais uma vítima do assassino. Ele fora encontrado em um beco esfaqueado com a mesma faca de cerâmica que fora usada matar as lindas meninas. E Sara com seu sentimento de ajuda ao próximo o acompanhou dentro da ambulância que o levava ao hospital segurando sua mão. E qual não foi a surpresa de Sara ao recolher as digitais de Marlon para o exame de corpo de delito, que ele não possuía digitais, apenas borrões. Marlon Frost era o assassino. Sara estava diante do assassino das seis garotas, no mesmo quarto que ele. Quando Frost percebeu que havia sido descoberto, agarrou o braço de Sara. Ela gritou pedindo, exigindo que ele a soltasse. Ele a soltou e ela pode ver a mancha de nascença no peito daquele homem. Agora entendia o que Cammie quis dizer. Aquela mancha no peito de Marlon Frost, que na verdade se chamava David Marlon, parecia uma mancha de vinho do porto.

Ela também se lembrava de que enquanto investigavam aquele caso, Nick lhe havia dito que tinha sido bom ela ter estado com Cammie no momento de sua morte, porque ela não morreu sozinha. Ouvira a mesma coisa do pai da filha de Cammie, a menina chamada Fin. Será mesmo?, ela se perguntava. Em que ela tinha contribuído? Nada!

E agora estava ali assistindo na pequena televisão do departamento ao desfecho do caso daquele homem sem coração, sem sentimentos que dizia porque matou aquelas pobres garotas, tendo Grissom ao seu lado.

— Eu segurei a mão dele – ela disse inconformada – Assim como segurei a dela.

Ela continuou seu desabafo.

— Eu perdi a perspectiva – ela revelou enquanto mais uma lágrima escorria de seus lindos olhos. Grissom sentiu um aperto no peito lhe doía vê-la tão triste. Olhou-a com ternura e colheu a lágrima errante. Em seu ouvido ele disse:

— Não tenha medo, pare de chorar. Me dê a mão, segure bem forte, venha cá – ele a envolveu puxando-a para bem perto dele, para que ela pudesse sentir-se segura – Vou proteger-te de todo o mal. Eu estarei aqui, não há razão para chorar.

Grissom levou uma mão ao queixo de Sara, fazendo-a olhar em seus olhos.

—Para alguém tão pequena, você parece tão forte...

— Não sou forte... – ela murmurou.

— Em seu olhar eu posso ver a força para lutar e para vencer. Meus braços te abraçarão, manterão você segura e aquecida. Este laço entre nós não pode ser quebrado. Eu estarei aqui, com você, não chore. Porque você estará em meu coração. Sim, você estará em meu coração. De hoje em diante, agora e para sempre, Você estará em meu coração. Não importa o que dizem ou o que digam. Você estará aqui no meu coração sempre.

Era tudo o que Sara precisava ouvir. Sentia-se segura com Grissom ali ao seu lado. Sem mais nenhuma palavra seguiram para casa juntos.

THE END


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Me digam o que acharam, por favor!