Magic escrita por Paul


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

História e Educação Física?
Nova amiga e garotos prontos a me triturarem na Queimada?
É não podia ser melhor u.u



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/654927/chapter/3

Diferente do que eu pensei, a aula passou voando. Sério, fiquei extremamente agradecido pelo professor não ter pedido para eu me apresentar.
Ele era um homem de uns 39 anos, com cabelos escuros, e olhos castanhos que pareciam brilhar a cada instante, como se ele realmente amasse o que fazia.
Quando o sinal tocou, eu estava acabando de anotar os exercícios para casa. Todos já haviam saído, menos eu e aquele garoto de cabelo preto. Até o amigo dele havia escapulido ao primeiro toque do sinal.
Fechei meu caderno e me levantei, estava quase na porta quando aquela voz melódica me fez parar, senti cada pelo do meu corpo se arrepiando.
– Espera – disse o garoto.
Estaquei por completo, com um pé para fora da sala, talvez se eu correr e fingir que não ouvi, não nada disso, ele pensaria merda de mim. Virei lentamente e o encarei.
– Você parece inteligente, pode me ajudar aqui? Perguntou ele sorrindo.
– Claro – sorri que nem retardado, mas agradeci em silencio por minha voz não falhar.
Forcei minhas pernas a se moverem, e me aproximei da carteira dele. A primeira coisa que percebi ao me aproximar foi o cheiro de perfume misturado com suor, oque era meio estranho.
– Isso aqui ta dando errado – disse ele batendo o lápis na mesa. – A base ta certa, mas o calculo ta dando errado. Por quê?
Analisei a conta antes de responder.
– Você colocou a vírgula no lugar errado – tomei o lápis de sua mão, apaguei com o lado de borracha – Basta inverter e pronto – refiz o final da conta.
– Ah! Exclamou ele chocado. – Agora ta explicado. Valeu – ele sorriu e puta que pariu, meu coração sambou dentro do peito.
– Foi nada – me virei e segui para fora, mantendo minha dignidade intacta, antes que eu fizesse alguma merda. Ta, se ele vir falar comigo de novo, vou pagar de difícil. Ou talvez eu seja um retardado, e to vendo coisa aonde não tem.
O corredor ainda estava cheio pela troca de aula. Pequei meu mapa no bolso. Próxima aula? História!
Parei no meu armário. O abri e peguei o livro.
– Você ainda não falou o seu nome – a voz partiu de trás de mim.
Deixei os livros caírem, com o susto.
– Que merda cara! Exclamei me abaixando para pega-los. – Não precisa me fazer quase ter um infarto.
– Desculpa – disse ele corando.
– Você gosta de assustar os alunos novos, ou sou um caso especial? Perguntei em um tom seco, enquanto me levantava.
O garoto riu, tipo ele realmente estava rindo, como se eu tivesse contado a piada mais engraçada do mundo. Mas sua risada era daquele tipo contagiante. Fiz o maior esforço para não rir junto. Mantive o rosto sério, enquanto o olhava.
– Prazer, sou Vinicius – disse ele parando de rir.
– Me deixa adivinhar. Você é o capitão do time? Perguntei franzindo a testa.
– Sou sim – respondeu ele estufando o peito orgulhosamente.
– OH MY GOD! Exclamei fingindo surpresa – gente o Viny, capitão do time, ta falando comigo. Nossa, sou um garoto de sorte. – fingi um falso sorriso.
– Pera, você já ouviu falar de mim? Perguntou ele sorrindo.
– Não! – sorri da cara de decepção dele. – Nem faço ideia de quem seja você.
– Ah – disse ele chateado. – Pera, eu conheço essa cena. É daquele filme – ele parou de falar, parecendo pensar em algo. – Dezesseis Luas.
– Calma ai, você conhece Dezesseis Luas? Perguntei surpreso.
– Sim. É um dos meus filmes favoritos – Vinicius corou, oque o deixou mais fofo ainda. – Mas queria ler os livros.
– Caraca, nesse fim de mundo, e alguém já viu pelo menos o filme.
– Ei, aqui não é “o fim do mundo” – disse ele fazendo aspas com os dedos – e nós temos um cinema e uma biblioteca.
– Olha, essa cidade tá ficando legal – murmurei.
O sinal tocou, me fazendo perceber que só havíamos nós dois no corredor.
– Droga! Exclamei dando uma rápida olhada no mapa – Vou me atrasar no meu primeiro dia.
Me virei, pronto para procurar pelas escadas que levavam ao segundo andar.
– Aonde ficam as escada? Perguntei olhando para ele.
– No fim do corredor. Você vira a esquerda e pronto – respondeu ele em tom professoral.
– Valeu – disparei para o fim do corredor.
– Ei, você não me disse seu nome – gritou ele enquanto eu me afastava.
– É Paul – gritei em resposta.
Disparei escada a cima, subindo de dois em dois degraus. A sala ficava no meio do cor- redor, disparei até ela e entrei.
A professora, uma senhora de uns 59 anos, com cabelos negros com alguns fios brancos e olhos azuis, me encarou quando coloquei meu primeiro pé na sala. Ela me lançou um olhar carrancudo.
– Você deve ser o aluno novo – disse ela de má vontade – Sente aonde quiser.
Dei uma rápida olhada nos alunos, apenas um dois eram da minha outra aula. A única carteira vazia era ao lado de uma garota morena. Ela era linda, uma mistura de negro com brancos, oque lhe proporcionava uma pele maravilhosa, seus olhos eram de um verde intenso, seu cabelo ondulado caia pesadamente até metade de sua costa. Ela gesticulou com a mão, indicando para eu sentar ao seu lado.
Me dirigi até o lugar e me sentei. Olhei para ela e lancei um largo sorriso de agradeci- mento.
– Seja Bem Vindo! – disse ela em um sussurro – Sou Stelar, líder do comitê de boas vindas. E você?
– Sou Paul Monters. E sou o aluno novo – respondi timidamente.
– Estou ouvindo conversa. – disse a professora se virando para nos encarar – Talvez o senhor Monters queira se apresentar para a turma.
– Não, valeu professora – sorri de forma educada.
– Eu insisto – disse ela cruzando os braços. – Agora!
– É melhor você ir – sussurrou Stelar.
Revirei os olhos e caminhei para frente da turma.
– Oque você quer que eu fale? Perguntei olhando para a professora.
– Se vire, a apresentação é sua – respondeu ela se sentando.
– O.k. – olhei ara os alunos – Então galera. Eu sou o Paul, tenho dezesseis anos, quase dezessete. Eu vim de Bronk Arrow, Oklahoma, sim, de muito longe mesmo. Vou tentar ser amigo de todos, mas sei que vai ter gente que vai me odiar. Superem. Se quiserem fazer alguma pergunta, podem perguntar, não fiquem tímidos – sorri de modo debochado, esperei um pouco, mas ninguém se manifestou – Então tá né – dei de ombro, vol- tando para o meu lugar.
– Bem, espero não ter mais nenhuma interrupção – disse a professora se levantando. Ela me encarou e voltou a explicar sobre a guerra fria.
Stela e eu ficamos com a boca fechada durante o resto da aula.
– Qual a sua próxima aula? Perguntou Stela quando o sinal finalmente tocou.
Peguei o mapa no bolso.
– Educação Física – dei de ombro – E a sua?
– Química – respondeu ela sorrindo – Boa sorte.
– Por quê? – A olhei confuso.
– Metade do time de futebol vai estar na aula, e eles sempre pegam pesado com os nova- tos.
– Sério?
– Sim, parece que é uma espécie de teste pra ver se o garoto é bom o suficiente para fa- zer parte do time – ela de ombro – Mas acho que não é nada tão violento. E talvez não peguem tão pesado com você, já que você é amigo do gostoso do Vini.
– Mas a gente só trocou algumas palavras enquanto saiamos da sala. – Comentei.
– Não é isso que tão falando.
~ Eita esse povo gosta de uma fofoca ~
– Relaxa, eu não ligo para fofocas – dei de ombro – e eu já tenho um namorado.
Stelar parou e me encarou.
– Você é gay? Perguntou ela chocada.
– Sim – senti meu rosto esquentando.
– UAU! Juro que não parece. – ela abriu os braços e me abraçou – Seremos melhores amigos.
– Só não espalha ta – retribui o abraço.
– Pode deixar – Stelar me soltou e sorrio. – Agora vamos, vou te mostrar o vestiário.
Stelar me puxou pelo braço e disparamos escada a baixou.
Ela explicou o trajeto todo até o vestiário, que ficava na parte de trás, antes do corredor que levava ao refeitório.
– Aqui estamos – disse ela me deixando na porta.
– Valeu – disse ofegante.
– Agora eu tenho que ir. Te vejo mais tarde – Stelar disparou pelo corredor antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.
Respirei fundo e entrei no vestiário.
O lugar se parecia com o da minha antiga escola, havia armários pequenos nas paredes, alguns bancos de madeira espalhados perto dos armários, e uma área de chuveiros.
Alguns garotos se trocavam, outros saiam do chuveiro, para uma cidade pequena, até que tinhas uns bem bonitos e gostosos, com toalhas enroladas nas cinturas.
Todos pararam de falar e se viraram para me encarar, assim que passei pela porta.
– Qual é? Nunca viram um garoto novo? Perguntei cruzando os braços, caminhei até meu armário, tentando manter o rosto sério.
Abri a porta do armário e peguei o uniforme lá dentro. Tirei a camiseta, depois o tênis por fim a calça, por incrível que pareça, eu não estava com vergonha. Me troquei rapidamente.
Senti meu coração acelerar, ao me virar e perceber que aquele garoto, o Vinicius, estava me encarando. Ele sorriu e se virou, olhando para dentro do armário.
– Vamos jogar queimada! – gritou alguém, asoprando um apito. Oque fez meus ouvidos doerem.
Meu coração quase parou ao perceber que os garotos me olhavam com um olhar predatório. Essa sim seria uma longa aula.
Se eu sobreviver a ela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ei, que tal vcs darem um lindo comentário?
Ta, pode não ser lindo, pode criticar e elogiar.
Me ajude a melhorar ♡♡
Espero que vcs gostem ♡♡♡



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Magic" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.