Percy Jackson e a Volta ao Passado escrita por MartaTata


Capítulo 5
5. Dei a mão à minha namorada que nem sabe quem eu sou.


Notas iniciais do capítulo

PEÇO MIL PERDÕES PELA DEMORA!! X.X NÃO TENHO DESCULPA!!
Por acaso até tenho... Estava lendo os Heróis do Olimpo (estou na casa de hades) e to AMANDO DEMASIADO O LEO SOCORRO!! ELE É MUITO DIVO SENHOR ♥
Melhor criação do Rick :3
Enfim, capítulo novinho para vocês (que esqueci que já tinha escrevido há semanas *cof cof*).



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Quando saí da Grande Casa, ainda chocado com o que acontecera, encontrei Hefesto, conhecido como o Senhor H, que substituía Dioniso (originalmente Senhor D), com uma máquina qualquer nas suas mãos. Este estava acompanhado de Grover e Rachel, ambos com caras preocupadas.

 

Decidi aproximar- me, esperando que Grover me quisesse torturar; mas surpreendi- me quando ele mal me falou e ouvia o que Hefesto dizia, enquanto este se sentava, retirando uma chave de porcas e um martelo, aperfeiçoando a sua nova criação.

 

“ – Não entendo o que aconteceu”.— Continuou o Deus. – “Eu senti o mesmo que vocês os dois, como se algo bastante importante fosse esquecido… Mas não entendo o quê”.

 

“ – Digo o mesmo!”. – Acrescentou Grover, assim que desviou o olhar para mim quando cheguei. – “E agora acabou de piorar”.

 

“ – Grover, que mal eu te fiz?”. – Perguntei, com cara de poucos amigos. Desviei os olhos e reparei que Annabeth me olhava intensamente, o que me fez engolir em seco e ficar um pouco nervoso. Rapidamente olhei para Hefesto, que não nos dava muita atenção. – “Posso saber o que aconteceu?”.

 

Imediatamente, senti- me importante por Hefesto pousar a máquina e olhar- me de alto a baixo. Por fim, disse:

 

“ – Algo estranho aconteceu. O campo foi invadido por uma aura de um inimigo e apagou algo de todas as mentes. Só eu, Annabeth, Rachel e Grover nos apercebemos disso”.

 

“ – Tem a certeza que não quer manter isto em segredo, Senhor H?”.— Perguntou Annabeth, desviando pela primeira vez o olhar de mim.

 

“ – Quero manter sim, mas daremos uma hipótese a este tipo novo. Ele parece ter algo a haver com o assunto. Desde que ele chegou, alguma coisa mudou”.

 

“ – E eu posso dizer o que isso foi, com toda a certeza”.— Afirmei, com medo de me arrepender. Recebi olhares estranhos dos três, como se tivesse dado a minha assinatura para a sentença de morte.

 

“ – Sabia que tinhas algo a haver com um espião!!”.— Gritou Grover, olhando- me com raiva. Este pegou- me na Tshirt laranja do campo pela gola, aproximando- se de mim com a maior raiva que já o vi ter na vida. – “Esta é a minha casa!! Se te atreves a fazer algo com ela, não tenho medo de te enfrentar, espião!!”.

Uma das coisas que tolero é chamarem- me o que quiserem. Mas traidor? Nunca.

 

Empurrei levemente Grover, passando o olhar no rosto dele. Observei lágrimas nos olhos dele, o que me fez diminuir a raiva. No fundo, tentei entender a raiva dele: Uma pessoa que ele não conhecia (Neste caso, não se lembrava) aparecia do nada e ameaçava a segurança da sua casa.

 

“ – Eu sou muita coisa, Grover, inclusive, acredites ou não, o teu melhor amigo. Sem mim, este campo teria morrido à cinco anos num piscar de olhos. Eu já derrotei titãs, monstros, deuses até. Não tenho medo de derrotar um sátiro.”.— Fiz uma pausa, colocando as mãos no bolso. Senti a minha fiel espada, Anaklusmos no bolso. Sempre que a segurava, parte de mim se recompunha e deixava- me mais calmo. Segurei- a com força, virando costas, com a cabeça às voltas. – “Mas não consigo derrotar o meu melhor amigo. Desculpa”.

 

Afastei- me do local, deixando o Deus e os meus melhores amigos que não sabiam da minha existência, deixando só o barulho das ondas do mar na minha mente.

 

 

 

O mar sempre me acalmou. É uma das poucas coisas que me faz descontrair e pensar que não estou só.

Mesmo sem nunca admitir em voz alta, Poseidon é demasiado importante para mim. Ele, mesmo que esteja afastado de mim à força e mal nos falemos, está sempre aqui. Quando estou na praia, perto do mar ou algo que tenha contacto com a água, sinto- me mais forte e seguro, como se pudesse derrotar qualquer coisa, até mesmo um Titã que me ameaçou e apagou- me da memória do mundo.

 

Retirei a Anaklusmos do bolso. A minha espada, que brilhava com a luz do pôr do sol laranja e vermelho, estava igual ao dia em que Quíron ma deu.

Quíron, pensei.

 

Infelizmente, um ponto a favor de Chronos. Levou as memórias de todos, os Deuses do futuro e ainda Quíron. E não devo ter muito tempo até que ele monte os seus planos finais. Terei de agir, nem que isso signifique que terei de ir sozinho e deixar tudo para trás.

Rapidamente, uma imagem surgiu- me na mente. A minha mãe, Sally Jackson, de braços abertos com o seu primeiro livro escrito numa mão e com o orgulho que sentia por mim. Será que ela também se esquecera da minha existência?

Apertei com força entre os nós dos dedos a caneta que o meu pai me oferecera quando fui na minha primeira missão. Lembro- me desde aquele dia tudo o que eu, Annabeth, Grover e todos os outros passamos. Lembro- me até hoje da morte de Luke (Que, sinceramente, ainda tenho pesadelos com isso).

 

Lembro- me do meu primeiro beijo com Annabeth, quando ela teve de fugir para se salvar, deixando- me para trás. Ainda me lembro do beijo debaixo d’água que demos, quando nos atiraram para a água, após o fim de Chronos. Quando Clarisse começou a gostar só um pouquinho de mim.

 

Senti a minha pele arrepiar e quando dei por mim, Annabeth estava nos meus pensamentos. Tentei desviar a minha mente, mas era inevitável. Ela era uma armadilha perigosamente cativante e atrativa.

Ouvi, de longe, a chamada para o jantar. Precisava de falar urgentemente com Hefesto e esclarecer tudo.

E qual a melhor altura para o fazer, se não à frente de todos e a criar pânico?

 

 

 

Sentei- me sozinho na mesa de Poseidon. Todos olharam- me confusos e amaldiçoei- me mentalmente em Grego por fazer tal coisa. Levantei- me, meio atrapalhado, dando a entender que não sabia onde ficar.

 

“ – Hey, Percy!”. — Chamou Luke. – “Senta- te aqui! Hermes fica com os novatos e nós ajudamos!!”.

 

Fui em direção a ele, sentando- me ao seu lado. Reparei em várias caras conhecidas e todos olhavam para mim, incluindo outras mesas. Rachel estava ao lado do Senhor H, o que me fez perder a esperança de saber quem era o seu Deus.

 

“ – Hoje, para grande honra, conseguimos um novo familiar e amigo no nosso Campo!!”.— Anunciou Hefesto, alegremente e com gotas de suor a escorrerem- lhe do rosto com os nervos de tantos seres- vivos a pousarem os olhos em mim. Possuía óleo na cara e nos dedos dele, com a barba grossa e com as pontas chamuscadas. – “Por favor, levanta- te e apresenta- te, Semi- Deus!”.

Levantei- me lentamente, enquanto os pares de olhos passaram de Hefesto para mim. O Deus, aliviado por me passar aquela bola de Basket e um grande fardo, suspirou. E eu, sem saber o que dizer, olhei para Rachel ao lado dele em pedido de socorro. A mesma sorriu maliciosamente, soletrando com os lábios: “Boa sorte, bem vais precisas!”.

 

“ – Bem… Olá.”. – Comecei, meio a tremer. Passei a mão na minha nuca, olhando para Luke, também na hipótese de salvamento. O mesmo sorria para mim, com um ar divertido. Ótimo, pensei. Inimigos como Chronos para quê, com estes amigos!!“Alguns já sabem, mas o meu nome é Percy… Não tenho muito que falar sobre mim, mas mais sobre algo bastante sério”.

 

Uns falatórios baixos foram sussurrados à minha frente. Alguns perderam o sorriso e encaravam- me com um olhar confuso, menos Grover, Annabeth, Luke e Rachel. Todos nós sabiam que vinha uma bomba.

 

“ – Que tipo de assunto, Percy?”. – Perguntou Hefesto, confuso.

 

“ – Bem… Muitos vão me achar louco, mas os Deuses do futuro sacrificaram- se para me enviarem para aqui. Vejam- me mais como um… Mensageiro.”.— Admiti. Um silêncio constrangedor reinou por quatro segundos, e decidi continuar. – “Eu explicarei tudo antes da captura da bandeira…”.

 

“ – Hm, então Hera estava certa quando um mensageiro do futuro…”. — Murmurou Hefesto demasiado alto e gerando falatórios. – “Invoco uma reunião rápida à volta da fogueira em vinte e cinco minutos. É tudo por agora.”.

 

Hefesto saiu com uns parafusos na mão, com certeza decidido a pensar no assunto e a brincar com uma máquina. Percy voltou a sentar- se, pensativo sobre o que acabara de dizer e se, realmente fora inteligente afirmar algo tão cedo.

 

“ – Foi o melhor a fazer, Percy”.— Tranquilizou Rachel, dirigindo- se a mim. – “Apesar de ser agora motivo de medo e falatório, é necessário avisar o mais cedo possível sobre… Chronos”.

 

“ – Chronos?!”. — Gritou Luke. Rapidamente, tapei- lhe a boca, já que com a distração ninguém ouvira.

 

“ – Luke, é uma longa história. Infelizmente, se te conta- se tudo agora, demoraria demasiado tempo. Basta saberes que… Isto é uma mentira. Tu estás a viver na mentira”.

 

Luke olhou- me, inseguro e surpreso. Uns segundos de silêncio entre nós os três, ele suspirou.

 

“ – Isso explica porque as memórias do meu passado estão enevoadas. Talvez alguém ou algo fez com que eu me lembra- se de falsas memórias, tanto que mal conheço Annabeth, para dizer a verdade. Sei o normal como namorado, mas não me lembro de muitos momentos juntos”.

 

Se te lembrasses, eu matava- te, murmurei em pensamentos.

 

“ – Enfim, Hefesto está à minha espera. Não tenho muita fome”.— Afirmei, levantando- me. Assim que me levantei, o silêncio reinou na sala. Andei no grande corredor entre as mesas das cabanas, calmamente, enquanto todos me olhavam sérios.

 

Prestes a atravessar a porta de saída, ouvi uma cadeira a arrastar e alguém levantar- se.  Olhei para trás, e para minha surpresa avistei Annabeth na minha direção. No trajeto que a mesma fazia, Rachel e Luke seguiram o exemplo. Depois Clarisse, Grover e muitos outros semi- Deuses, até o local ficar vazio.

 

“ – Eu não confio em ti”.— Admitiu Annabeth, olhando- me com os seus olhos cinzentos calculistas. Esta estava com as mãos na cintura e o seu olhar sério deixava- a linda à luz do luar. — “Não me lembro de ti, não te conheço nem sei quem és. Mas…”. – Ela fez uma pausa, suspirando com um sorriso leve nos lábios. Cruzou os braços e desafiou- me com o olhar. – “Tenho de confiar em ti, obrigatoriamente. Não tenho opção se não o fazer.”. - Ela fez uma pausa, olhando- me de alto a baixo.— "Mas nem te atrevas a tentar enganar- me, idiota. Filhos de Atena são bem mais inteligentes que esse cérebro pequeno!".

 

Sorri de volta, estendendo a mão para a loira. Ela, meia surpresa, fez uma cara de desaprovação e envergonhada.

 

“ – O… O que pensas que estás a fazer?!”. — Perguntou, meia irritada.

 

“ – Preciso de ajuda nisto, Annabeth. Ninguém sabe quem eu sou, ninguém se lembra da verdade. Mas eu sou o ninguém nesta aventura. E não o posso fazer… Sem ti. Eu preciso de ti, Annabeth. De ti e todos estes grandes semi- Deuses que eu conheço e convivi a minha vida inteira com eles. Então, por favor… Ajuda- me”.

 

O silêncio voltou a reinar. Luke estava um pouco irritado com o meu gesto, obviamente enciumado, mas não fiquei muito preocupado, afinal, não seria por dar a mão à sua namorada, que na verdade era minha e ele estar a viver numa mentira, ter passado cinco anos da minha vida com ela enquanto ela me trocou por ele, que ele ficaria chateado… Certo?

 

Annabeth suspirou. Segurou a minha mão, ainda meia irritada com o gesto, libertando um sorriso tímido.

 

“ – Vamos a isto, Jackson”.


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Notas finais do capítulo

AMEI DEMASIADO O FIM *^*



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