Capítulo 1 – A despedida

Infelizmente o dia da mudança chegou, hoje é sábado 25 de julho, e as aulas começam daqui a uma semana. A nova escola deve estar me esperando ansiosa para minha morte, eu nem sei por que eu tenho que ir, fala sério eu passei o resto da semana falando com minha mãe os motivos de eu não poder ir, entre eles estava:

1. Não vou conseguir fazer amizades.

2. Não posso abandonar meus queridos amigos que me amam.

3. Eu amo meus professores e minha linda escola.

4. Adoro a minha cidade.

5. Não quero me mudar da casa em que eu aprendi a falar minha primeira palavra, aprendi a dar meus primeiros passos e foi onde cai pela primeira vez.

Minha mãe é claro, nem se importou com minha dor, ela só disse para parar de ser dramática e terminar de arrumar minhas malas. Pelo menos nossa nova casa já é mobiliada, se não eu teria que passar o resto das minhas férias ( que nó caso é só uma semana) ajudando minha mãe a arrumar tudo, nos só precisamos levar os pertences pessoais, e eu claramente “peguei tudo do meu quarto” revirei todo o meu guarda roupas só faltou eu desmontar ele inteiro para achar até uma jujuba, nunca se sabe o que pode ter caído nas frestas abertas.

Terminamos de guardar as malas no quarto e entramos para darmos adeus a nossa antiga casa que agora seria de uma família russa. Meus amigos me amam tanto que nem aqui estão, mas quando eu velos vou dar um ponta-pé nos dois.

– Venha querida se não vamos nos atrasar. – Disse minha mãe já dentro do carro, cadê aqueles seres que dizem serem meus amigos?

– Já estou indo mãe, espera. – Disse avistando o carro de Fred vindo em nossa direção, ele parou atrás do nosso carro e saiu do carro indo até a porta do passageiro e abrindo-a para Callie, amigo cavalheiro o meu certo?

– Oi amiga, desculpa o atraso. – Disse Callie com a maior cara de safada.

Por que safada? Vou-lhes contar, ela, Fred e eu somos amigos desde os nossos sete anos, quando completamos quinze anos Callie deu seu primeiro beijo e no dia seguinte veio me contar, disse que tinha sido perfeito e apaixonante e que nunca esqueceria aquele beijo ( mas quem esquece do seu primeiro beijo?)ela me contou que tinha sido em uma parte do parque todo florido ( o beijo perfeito)e sabe quem era o sortudo que beijou minha melhor amiga? Fred!! Eu fiquei tão puta da vida que sai pela casa correndo e gritando “AI MEU DEUS”. Mas depois de um tempo eu entendi, eles ficaram por um mês sem se falarem mais não agüentaram e voltaram a serem amigos, tipo só amigos mesmo, o que era bom certo? Quem quer que seus dois únicos amigos apaixonem-se um pelo outro para você ficar segurando vela o tempo inteiro? Bom mas no mês passado eles começaram a ficar de novo... Argh... Ok parece até que eu gosto do Fred, mas e se eles namorarem? Eu vou ter que me dividir nas horas das brigas, o que vai ser ruim demais vou ter que ficar do lado da Callie, por que o Fred é homem e a Callie é minha melhor amiga. Bom então já que entenderam, eu aposto que eles estavam em um quarto tirando a roupa e quando perceberam que sua amiga iria embora naquele dia e naquele momento eles pararam, colocaram suas roupas e vieram voando para cá.

– Claro que desculpo amiga, mas o que vocês estavam fazendo em? – Pergunto com um sorriso sarcástico no rosto.

– Fred estava me ajudando a comprar isso... – Falou fazendo aparecer uma caixa com um embrulho em sua mão, ok agora eu desculpo ela, adoro presentes, mas espera o ultimo presente dela pra mim foi uma calcinha com uma onça comendo um veado.

– O que tem ai Callie? – Perguntei arqueando a sobrancelha.

– Abre e descobre. – Me entregou a caixa, em uma forma brutal, credo que amiga eu tenho em. – Anda logo Bia você tem um avião para pegar não tem?

– Ok! – Peguei a caixa e abri, era uma foto de nos três quando tínhamos treze anos, espera se é uma foto o que ela comprou? Eu reconheço este porta retrato, ele ficava encima do seu criado mudo com uma foto de sua mãe. Quando ela disse que estava comprando um presente com Fred e por isso se atrasaram eu acreditei mais acabo de voltar para a opção um ( a do quarto e a de uma cama, vocês entenderam não é?).

– Se é um porta retrato com nossa foto, o que você comprou? – Perguntei olhando fixamente para ela.

– Ah amiga isso não imp... – Ela começou mais não terminou já que minha mãe buzinou ferozmente.

– Anda Brianna vamos perder o vôo. – Ela disse quase gritando, hora da pior parte da história a despedida, eu odeio despedir-me de quem eu amo, por isso nem me despedi do meu pai quando ele foi embora.

– Bom Callie e Fred hora da linda amiga de vocês ir embora, não chorem todos os dias sentindo minha falta, temos o Skype ok? – Disse sorrindo.

– Eu só não sorrio por que você vai embora. – Disse Callie quase chorando, isso é o amor que ela sente por mim, se ela tivesse chegado uma hora antes poderíamos ter nos despedido casualmente, mas não ela prefere beijar um garoto. – Vou sentir tanto sua falta, pelo Skype não vai ser a mesma coisa.

– Também vou. Mas agora para de chorar, você chora a toa eu visitar vocês algum dia. – Falei indo a abraçar, depois abracei o Fred e sussurrei em seu ouvido para ele não mago-lá, não quero ver ela chorando pelo Skype vai ser cansativo, o que? Eu a adoro mais quando se trata de ajudá-la a parar de chorar é a mesma coisa de pedir para morrer, uma vez ela atirou um jarro na minha direção só por que viu o Fred beijar outra garota.

Entrei no carro depois de abraçar Callie pela ultima vez, olhei pela janela e dei tchau. Como eu sentiria falta daqueles dois meus primeiros e únicos amigos, aqueles que me deram um ombro para chorar nas horas difíceis, os que me ajudaram a descer em um tobogã (o que é? Eu tenho medo! Na verdade eles me obrigaram a descer), os que me ajudaram a tirar a lama do meu cabelo quando aquela peste do Thomas jogou em mim, os que me ajudaram a bater em uma loira vaca que jogava papel com cuspi nas minhas costas. Eles me ajudaram em tanta coisa.

E agora estou os deixando para trás para ter uma nova vida em Washington.