Meu doce Rogers escrita por Aquarius


Capítulo 9
O começo de tudo


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, pedindo desculpas antecipadamente se este capítulo não ficou bom .



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Flashback on

Eu havia acabado de entrar na faculdade de Administração. Tinha 17 anos na época e naquele dia estava acontecendo uma recepção para os calouros.

–Helena Ocean. Prazer. Falei sorrindo em seguida

(http://ultimaspenteados.com/wp-content/uploads/2015/11/cabelo-preto-curto-kkcnjp2uu.jpg)

–Alice Summer. Igualmente. Você também é caloura?

–Sim. Mas não lembro de ter te visto nas aulas.

– Ah, foi porque eu quis prolongar um pouco minhas “férias”.

–Fez bem. O primeiro semestre está com uma boa quantidade de matérias. Se quiser posso te atualizar depois.

–Agradeceria muito. Mas não vamos falar de estudos agora. Disse rindo um pouco. Vamos curtir essa festinha que prepararam para nós! Falou animada.

–Ok. Falei me animando. Você sabe onde ela está ocorrendo?

–Sim. Fica em um espaço próprio para eventos mesmo.

–Certo, tem algum mercado no caminho?

–Sim. Mas vamos logo, antes que a festa acabe.

–Mas ainda nem é uma hora.

–Eu sei. Falou Alice me mostrando a língua e me empurrando levemente para que eu começasse a andar.

Em menos de cinco minutos chegamos no mercado e nos separamos. Havíamos combinado de quem saísse primeiro de lá, ficasse esperando a outra do lado de fora. Entrei sem prestar atenção na sessão de biscoitos, e esbarrei sem querer em alguém.

–Desculpe. Falei constrangida.

– Não precisa. Pode bater em min quantas vezes você quiser. Falou com um sorriso maroto no rosto.

–Sério isso? Espero que isso não tenha sido uma tentativa de cantada. Falei. Que cara mais idiota. Pensei e fui embora dali, sem esperar qualquer resposta dele.

Sai dali e fui ver se Alice estava lá fora me esperando. Graças a Deus sim! Chamei ela e continuamos nosso caminho para a festa.

–Alice, ficarei até umas 17 horas, moro na cidade vizinha e não quero retornar tarde.

–Tudo bem. Podemos ir para ponto de ônibus juntas, retornarei hoje para minha cidade também. Você não vai para Fênix não, não é?

–Não, vou para Lágrimas da Sereia. Você mora bem longe.

Chegamos no local e já havia um grupo misto de veteranos e calouros ali, e entramos no meio da conversa.

– O melhor semestre foi o quarto sem a menor dúvida. Falava uma garota que estava em seu último ano.

–Isso porque você não pegou a matéria de cálculo com aquele professor doido que estava afastado naquela época. Se manifestou um garoto ruivo do quinto semestre.

–Exatamente. Falou a garota rindo, sendo seguida pelos outros.

–Pelo que estou vendo, vocês começaram a diversão sem min. Falou um homem com um tom de falsa mágoa.

–John! Gritou a menina do último ano que correu em seguida para ir abraça-lo. E todos se viraram para ver o recém-chegado.

Fiquei surpresa, pois era aquele cara, o idiota do mercado. E assim que ele percebeu que eu estava ali, me lançou um sorriso cínico.

–Alice, vou pegar uma bebida. Você deseja algo?

–Não, estou bem aqui.

Andei até uma mesa onde havia, bebidas e alguns salgadinhos. Peguei um copo e coloquei uma bebida verde que havia ali. Quando viro para retornar onde Alice estava, dou de cara com o tal John.

–É impressão minha ou você está fugindo de min? Falou com um sorriso bobo.

– É impressão minha ou você está me seguindo. Falei com uma vozinha estranha para caçoa-lo.

Ele começou a rir, parou e secou uma pequena lagriminha no canto do olho- Olha, gostei de você garota. Faz o seguinte. Se sair comigo no sábado e não gostar, eu prometo que não irei mais te incomodar. Só preciso de uma chance. Que tal?

–E se eu não aceitar? Falei levantando uma sobrancelha.

–Eu serei bem irritante até que aceite. Vou te esperar quando sair das suas aulas, quando estiver estudando na biblioteca, e o que vier. Estou no terceiro semestre e sei de todos os passos de um calouro.

–Tá , tá bom. Anota meu número e manda uma mensagem combinando.

Ele sorriu vitorioso anotando meu número. E eu continuei meu caminho até Alice.

–Mulher você foi fazer a bebida? Demorou em?

Mas antes que eu falasse qualquer coisa ela vê John olhando na minha direção.

–Tá explicado então. Falou com risinhos.

–Alice! Falei a repreendendo.

–Que? Ele até que é bem bonitinho.

A semana parecia ter passado lentamente ou talvez eu estivesse um pouco ansiosa. John havia me enviado uma mensagem na quinta perguntando onde eu morava e falando que eu deveria levar uma roupa de banho. Revirei os olhos lendo a mensagem. E então o sábado tinha chegado.

(http://www.polyvore.com/passeio/set?id=181274682)

(http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=181275331)

– Você está incrível. Ele falou enquanto abria a porta do carro para eu entrasse.

–Obrigada. E só para que fique ciente, umas cinco pessoas sabem que estou saindo com você e irei mandar uma mensagem a cada uma hora para avisar que estou bem para uma delas. Então não pense em fazer algo que vá se arrepender.

–Tudo bem. Falou ele levantando os braços em rendição e deu um sorriso.

– Agora que está ciente, para onde irá me levar?

–Para as estrelas.

–Sério? E fiz a carinha da Chloe (http://www.reactiongifs.com/r/chloe.gif)

– Ok,ok, é uma simples cachoeira, um pouco afastada, mas o local é seguro, te garanto.

Seguimos viagem ouvindo músicas eletrônicas que passavam na rádio, e em uns 45 minutos chegamos no lugar, o qual pelo visto era maravilhoso, e eu não conseguia parar de sorrir diante daquela beleza. Passamos o dia conversando, tomando banho e comendo uns sanduiches e percebi que estar com John não era algo tão ruim assim. Só fomos embora quando percebemos que estava escurecendo e saímos no pôr do sol.

–Acho que quando chegar na sua casa, deve ter um carro da polícia me esperando.

–Como?

– Você disse que iria enviar uma mensagem a cada uma hora avisando que estava bem, e não te vi fazendo isso em nenhum momento.

–Ah, isso foi uma pequena mentira, mas eu realmente avisei para algumas pessoas que iria sair com você. Falei rindo.

Depois daquele dia, nós saímos várias vezes, era uma eterna diversão estar com John, até que nosso primeiro beijo aconteceu no dia em retornamos para aquela cachoeira e as coisas começaram a ficar um pouquinho sérias. A partir daquele ponto, começamos a nos ver cada vez mais, as vezes na faculdade, quase todos os fins de semana ou ele ia até minha casa passar um tempo durante a semana, meus pais o adoravam e sempre convidava-o para jantar lá. Ficamos nisso por quase dois anos, quando ele me levou um dia para conhecer sua casa.

– Você disse que morava com seu pai, mas ainda não o vi até agora.

–Ele está fora da cidade resolvendo uns probleminhas, e tem não previsão de quando voltará.

–É uma pena, achei que finalmente iria conhece-lo.

–Fica para uma próxima gata. Ele falou enquanto me abraçava e dava um selinho- Mas enquanto isso, podemos fazer algo mais interessante. Falou lançando um olhar malicioso.

–Ah é? Acho que tenho algo em mente. Falei abrindo um sorriso enquanto ele parecia estar ficando animado - Vamos cozinhar! Falei bem entusiasmada ao menos tempo que seu sorriso morria- Estou morrendo de fome e você vivi reclamando que não sabe fazer nada cozinha, hoje vamos ver se consegue aprender algo. Falei dando um rápido selinho e pegando sua mão para que fossemos para a cozinha.

–Nossa, não vejo a hora. Falou sem um pingo de ânimo.

Não lembro o que preparamos naquele dia, mas quando fomos lavar a louça suja, no momento em que estávamos rindo alto devido a nossas brincadeiras, John suja meu rosto com um pouco de espuma, e alguém bate na porta da cozinha pedindo atenção.

(http://cdn4.thr.com/sites/default/files/imagecache/NFE_portrait/2014/03/michael_chiklis.jpg)

–Boa tarde filho. Falou um homem sério.

–Olá pai. Falou John sem graça.

–Quem é a bela moça John?

–Helena, uma amiga da faculdade.

–Prazer. Falei enxugando a mão e indo cumprimenta-lo. Ele olhou um tempo para minha mão. E depois a pegou, abrindo um sorriso.

–Prazer. Luther Allen.

–Finalmente nos conhecemos. Falei sorrindo.

–Hum, então parece que temos uma ocasião especial aqui, John porque você não vai escolher um vinho na adega para comemorarmos?

Ele ficou um pouco relutante, mas logo foi buscar o vinho e eu acabei ficando sozinha com Luther.

–Olha criança, é a primeira que meu filho traz alguém para esta casa, eu até acreditaria que vocês estão tendo algo sério, pode ser que seja possível, mas toma cuidado com ele. Fiquei de boca aberta na hora. Eu sei que ele é meu filho, mas ele não é o tipo de pessoa que se compromete. Seu mundo é apenas diversão. E eu estou te contando isso antes que ... saia machucada dessa história, você não me parece uma má pessoa. E saiu após despejar tudo aquilo.

Fiquei um tempo refletindo e não acreditei no que eu tinha acabado de ouvir, afinal, estávamos a dois anos juntos, mesmo que ele não me assumisse oficialmente, nós tínhamos algo especial.

Continuei naquele conto de fadas mais um tempo, e apesar de Luther ter dito aquelas coisas naquele dia, ele parecia gostar de min nas outras vezes em que nos encontramos, então achei que tudo não tinha passado de preocupação de pai por um filho que nunca havia tido um relacionamento sério antes. Mas infelizmente estava enganada.

Estava no começo do meu quinto semestre e após um almoço em que eu havia convidado John, revelei que na verdade queria ter uma conversa séria com ele.

–John. Falei chamando sua atenção- Vou ser direta, porque não sei como começar. Estou grávida.

Obviamente que ele ficou surpreso na hora. Mas o que eu não esperava é que logo seu rosto havia se transformou em fúria.

– E você tá achando o que? Falou grosseiramente. Nem vem querida. Falou com sarcasmo - Eu não vou assumir seu filho.

–Você tá louco? Falei indignada -Eu não fiz essa criança sozinha pelo que eu lembro.

Ele respirou fundo e agarrou meu braço – Pois bem, mas é sozinha que você irá cria-la. Não ouse me procurar, nem venha com escândalos de “Eu tenho meus direitos”, você não conseguirá absolutamente nada de min ou da minha família! Terminou olhando bem nos meus olhos, soltando meu braço e indo embora dali.

Fui para casa transtornada, e minha mãe ao perceber o estado em que eu estava foi até min para saber o que tinha acontecido.

–Filha? Fui correndo entre minhas lágrimas e soluços para abraça-la, e ela passou um braço ao meu redor, enquanto o outro acariciava o lado direito do meu rosto.

–Mãe. Respirei duas vezes. Estou grávida e ele me deixou. Ela se afastou de min e então todo o “amor” dela havia sumido assim que ela ouviu aquilo.

–Eu não acredito que você fez isso! Falou ela gritando- Como isso foi acontecer!? Olha, não fala nada. Falou tentando ficar calma. Suma da minha frente agora mesmo.

Sai dali e fiquei o resto do dia no meu quarto, quando ouço meu pai chegando em casa, e o começo de uma conversa/discussão que se inicia no outro cômodo, o que dura cerca de meia hora. Então minha mãe entra no quarto junto a meu pai que fica de cabeça baixa o tempo todo.

–Helena, você é uma grande vergonha para nossa família. Seu pai e eu não podemos suportar esse seu comportamento promíscuo na nossa casa, daqui a pouco você aparecerá grávida e talvez nem saiba quem será o pai, então tomamos a decisão de que... você deve ir embora daqui.

–Não. Comecei a implorar. Por favor mãe. Mas ela não mudava sua expressão fria.

– Arrume suas coisas logo. Quero você fora daqui amanhã mesmo. Despejou isso e saiu dali.

Chorei muito, mas rapidamente comecei a arrumar minha mochila. Fui dormir sem comer nada, achando que me negariam um prato de comida, já que haviam me negado um teto e acordei antes do sol nascer no outro dia. Abri a porta recebendo o vento frio da manhã no rosto, encarei a neblina do dia que ainda mal havia começado, coloquei a mão na minha barriga e mergulhei na escuridão.


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