Meu doce Rogers escrita por Aquarius


Capítulo 54
Eu lutarei até o fim (Parte final)


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais e boa leitura.



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—Está quase na hora retomar o julgamento. Preciso ir ao banheiro antes disso. Digo enquanto tiro um pouco de suor da testa.

—Quer que eu acompanhe? Steve se oferece.

—Não é necessário. Vocês podem me esperar aqui mesmo.

—Ok. Dona Lena. Peter brinca com uma mecha do meu cabelo.

Lavo meu rosto pelo menos umas três vezes antes de deixar o banheiro. Em pouco tempo começo a sentir outra contração. Sem querer deixar todos preocupados, envio uma mensagem para que Bruce Banner venha até o tribunal e me ajude se houver qualquer eventualidade.

Quando finalmente saiu do banheiro, percebo que a maioria das pessoas já tinham retornado para a sala de julgamento e eu era praticamente a última alma perdida dali. Olho meu relógio e vejo que ainda tinha cinco minutos e isso seria mais do que o suficiente para chegar lá.

Caminho lentamente e sinto alguém pousar uma mão em meu ombro. Quando me viro vejo John sorrindo minimamente e reprimo a vontade de esbofeteia-lo, mantendo meu punho fechado junto ao meu corpo, respiro fundo para passar a raiva e volto a caminhar.

—Helena, ei, espera. Eu....

—O QUE? O QUE VOCÊ QUER AGORA?

—Nossa, calma, Helena. John fica meio constrangido. –Eu só queria saber se está bem.

—O canalha do pai da minha filha e seu advogado babaca se unirão a minha mãe adotiva, que na verdade é minha tia, para me destruir moralmente na frente de um tribunal inteiro, contando histórias inverossímeis de como sou louca e vingativa e usei a minha própria filha como arma de punição ao meu ex companheiro que me rejeitou. Acho que estou perfeitamente bem.

—Não é para tanto Helena.

—Você só pode estar de zoeira com minha cara. Fuck you John! Você não tem ideia e nem liga para o tempo que estive sozinha lutando para dar um futuro ao menos digno para a Sarah e agora quer vir e dar uma de bom moço, quando foi você que desde o início não a quis.

—Eu era um homem irresponsável e imaturo Helena.

—Era? E eu achando que me arrastar para esse julgamento a poucos dias de dar à luz fosse algo irresponsável.

—Você está errada...

—Estou mesmo? Ou você esperava que iria me encontrar emotiva e de guarda baixa. Eu desperdicei dois anos da minha vida com você John, sei bem como funciona essas engrenagens. Digo apontando para sua cabeça. –Quer sempre ter a melhor imagem possível, mas não duvido que se tivesse a chance naquela época, teria pedido, não teria tentado me convencer a fazer um aborto.

John fica em completo silêncio e infelizmente percebo a culpa em seus olhos.

—Você, você chegou a realmente pensar nisso?

—Não, eu...Olha Helena isso nunca foi uma ideia real. Quero disser. Era uma solução...

Levo minha mão a boca em espanto. –Não fale mais nada antes que enterre qualquer resto de respeito ou sentimento bom que ainda posso ter por você.

—Helena. Eu sou um idiota. Esqueça isso. Esqueça tudo isso. Não precisamos brigar pela guarda da Sarah. Há outros caminhos melhores.

—Eu sei. Guarda compartilhada.

—Não. Ele segura as minhas mãos em seu peito. –Eu, você, nossa filha e o bebê daquele homem vivendo em paz na nossa cidade.

—Nunca irá acontecer! Puxo minha mão com força.

—Bem, se hoje eu sair vitorioso... é exatamente isso o que irá acontecer. Por você posso conviver com essa criança como se ela própria fosse minha.

—Helena! Está tudo bem por aqui? Steve me pergunta com calma.

—Por enquanto sim, mas é melhor que me leve daqui agora antes que eu incorpore uma jaguatirica e crave minhas garras no John.

Me apoio em Steve e ando lentamente até a sala do tribunal. Sinto uma gota de suor cair bem no meu olho e logo mais uma contração faz meu corpo tremer. Quase caiu no chão se Steve não estive ao meu lado e me segurasse pelo braço.

—Helena?

Outra contração vem e eu seguro Steve com força. Passo uma mão pelas minhas coxas e confirmo aquilo que temia. –A bolsa, a bolsa acabou de estourar.

Logo Peter e mais algumas pessoas ao ver a pequena movimentação na porta vem ver o que estava acontecendo.

—Helena. Está tudo bem?

—Não. A bolsa acabou de estourar. Steve fala enquanto me tira do chão, me segurando em seu colo.

—Temos que contatar o doutor Banner agora. Peter fala desbloqueando o celular.

—Eu já enviei uma mensagem para ele. Ligue e peça para que vá para a Stark.

—Ok. Steve leve-a para o Stark, irei falar com o juiz o que está acontecendo.

—Helena. Mas o que.... John me olha confuso.

—Se afaste John! Infernizou tanto a Helena que o bebê agora vai nascer antes do esperado. Peter o empurra um pouco.

—Ela está em trabalho de parto? John parece não acreditar.

—Não idiota, isso no chão é xixi e Helena não está tendo contrações. Steve está quase sem paciência.

—Não deem atenção a esse babaca. Vão, e assim que eu estiver livre encontrarei vocês. Peter intervém.

Quando nós viramos em direção a saída vemos Bruce parado e sem graça. –Acho que a ambulância que trouxe será mais do que necessária.

—Extremamente! Falo em meio a uma contração.  

Steve corre até o estacionamento comigo em seus braços enquanto um dos guardas nós escolta pedindo passagem. John está logo atrás. E quando estamos todos dentro da ambulância ele tenta vir junto também.

—Desculpe, mas o espaço é pequeno e apenas eu e um familiar da paciente pode vir aqui. Bruce fica constrangido.

—John você está querendo matar a mim e ao bebê? Já fez toda essa palhaçada que antecipou o parto, agora quer vir junto para terminar o serviço? É? É?  

—Não. Helena...

Steve fecha a porta da ambulância com força e grita para o motorista dirigir.

Bruce disca um número em seu celular. –Stark, estamos indo para o local, mandem preparar a sala de parto. Em quanto tempo? Ele confere seu relógio. -Acho que chegaremos em uns quarenta minutos. Ok.

—É suficiente? Steve segura minha mão.

—Acredito que sim, mas a gestação de Helena é bem incomum, então talvez o tempo do parto não seja o mesmo que os das outras mulheres.

......................................................NO TRIBUNAL.............................................................

—Minha cliente está em trabalho de parto! Peter se descontrola um pouco. –Como querem continuar o processo sem ela? John faça alguma coisa certa na vida pelo menos uma vez.

—Eu concordo com o juiz e meu advogado. Não há mais tempo e se adiarmos hoje será difícil encontrar outra data. Helena parece realmente não ter o menor interesse pela guarda da Sarah, se não ela ao menos teria em pessoa falado com o juiz que não estava em sua plena condição de saúde.

—Avisei a você e ao seu advogado imbecil a quase três meses atrás que essa era a provável semana de nascimento do bebê, e vocês fizeram justamente o possível para adiar as sessões até cair nesta data, pelo que sei a culpa é de vocês e não da minha cliente que não faltou um encontro se quer enquanto você, John perdeu pelo menos uns três.

—Foi por motivo de saúde!

—Ressaca não é motivo de saúde. Peter devolve.

—É melhor se controlar senhor Davis. O juiz repreende Peter. –É claro que não vejo com bons olhos a ausência da senhorita Ocean hoje, mas não temos outra alternativa, devemos prosseguir até o fim.

...........................ALGUNS MINUTOS DEPOIS EM OUTRO LUGAR................................

—Alice? Você aqui. Fico surpresa ao descer da ambulância.

—Achou que deixaria minha amiga sozinha neste momento?

—Claro que não. Seguro em sua mão, enquanto me levam na maca. –E quanto a Sarah?

—Não se preocupe. Ela está em boas mãos. Deixei ela com os Bartons.  

—O que seria de mim sem você?

—Uma dona de casa super entediada?

—Até em uma hora dessas você me faz rir. Dou um sorriso quebrado por uma contração.

—Bruce. Steve chama preocupado.

—Estão irregulares, mas o bebê já está bem perto da posição para nascer, melhor você ir colocar a roupa hospitalar enquanto eu e Helena vamos nos preparando. Alice ajude Helena e daqui a dez minutos encontrarei vocês na sala de parto.

Parecia uma eternidade. Aqueles minutos foram mergulhados em uma grande onda de ansiedade. Estava preocupada com o futuro de Sarah e também com o da filha que estava a caminho e aquilo tudo estava me provocando uma certa falta de ar.

—BRUCE! BRUCE! Helena está passando mal.

—Calma Alice! É só uma pequena crise de ansiedade. Digo recuperando o fôlego.

—Você está pálida e fria! Helena não me mata de susto. –Está preocupada com o julgamento, não é?

Balanço a cabeça em afirmação.

—Pois você deve se concentrar apenas ao que está acontecendo aqui! Não é porque Peter é meu noivo e todos somos grandes amigos, mas confie nele quando digo que você nunca perderá a Sarah. A essa hora ele já deve ter conseguido o adiamento e está a caminho.

—Obrigada pela força.

—Estão prontas? Uma enfermeira vem nos buscar. –Doutor Bruce e seu marido já estão te aguardando.

Assim que entramos na sala me deparo com uma grande banheira sendo enchida. Sou colocada na cama e logo Bruce faz suas análises.

—Seus batimentos estão um pouco elevados, mas não muito acima do normal. A dilatação bem avançada e creio que você não irá querer isso aqui não é? Diz me mostrando uma seringa cheia de líquido.

—Ocitocina? Só em um último caso, se não haver outra solução.

—Isso vai ser necessário mesmo Bruce? Helena fez todas as atividades possíveis para estar preparada para um parto normal. Steve alisa levemente o topo da minha barriga.

—Acredito que não será preciso, mas você está confortável estando aqui, enquanto acontece todo o processo com a Sarah?

—Sinceramente não. Até fiquei com um pouco de falta de ar a alguns minutos atrás, mas Alice já me tranquilizou.

—Se quiser posso ligar para Peter e perguntar como foi o adiamento. Steve soa preocupado.

—Não. Tenho que estar totalmente aqui neste momento e sei que Peter vai tirar isso de letra. 

Então podemos prosseguir. Só mais alguns centímetros de dilatação e poderá entrar na água.

..............................................................TRIBUNAL...........................................................

—Minha testemunha é praticamente o único corretor da cidade de Lágrimas da sereia e estava trabalhando na época em que a mãe da minha cliente solicitou que o mesmo fosse fazer uma avaliação da casa herdada por Helena.

—Protesto. Este julgamento é para determinar quem deve ficar com a guarda de Sarah Ocean Allen e não o que uma testemunha deixou ou não de fazer.

—Senhor Davis, tenho que intervir, onde exatamente você pretende chegar com tudo isso? O juiz me questiona impaciente.

—Quero comprovar que o depoimento da senhora Ocean, mãe da Helena é totalmente irreal. Tenho em mãos, se me permite, um pedido de avaliação de imóvel solicitado e assinado por Marie Ocean em menos de vinte quatro horas após a morte da proprietária, a avó de Helena, que deixou um documento registrado em cartório e assinado por sua equipe médica indicando sanidade da mesma.

—E o que diz tem neste documento?

—Em resumo ele afirma que Helena é a única herdeira da casa e o quanto a sua avó teme que sua neta e bisneta fiquem desamparadas caso Marie tente expulsa-las, como havia feito antes, para vender a casa e as terras.

Deixe me analisar isso. O juiz pede o documento e confesso ficar tenso neste tempo que ele olha com certo desdém para a carta.

—Anulado. Meirinho anule o depoimento de Marie Ocean.

Respiro aliviado. E o advogado de John me olha com uma cara estranha.

—Isso não vai ficar assim. Ele silaba sem emitir som. –Posso chamar minha testemunha final?

—Sim. Peça que entre.

—Luther Allen. Entre e faça seu juramento da verdade.

—Fu... Sussurro. O pai de John é uma testemunha de peso, e nada pesa mais do que o dinheiro da família Allen em situação dessas.

.........................................................SALA...DE...PARTO.................................................

—Ok. Helena. Está na hora. O bebê já está quase saindo. Agora só preciso que faça mais um pouco de esforço e empurre para baixo.

Estava difícil, já estava empurrando o bebê a quase duas horas e minhas forças já tinham praticamente me abandonado. 

—Falta pouco amor, respira fundo. Ela já está quase aqui conosco. Steve segurava um dos meus braços e Alice o outro.

Respiro profundamente e me vem a mente a imagem de Sarah sorrindo docemente para mim.

“Eu te amo mamãe”, ela me abraça forte. E eu reúno minhas últimas forças e dou um último empurrão, deixando meu corpo relaxar quando meu bebê finalmente sai e desliza pela água.

—Bom trabalho Helena. Steve está chorando e beija a minha testa.

Eu sorrio quando Bruce se aproxima e dá a tesoura para Steve. –Gostaria de cortar o cordão umbilical?

—Seria uma honra. Diz fungando.

—É só cortar aqui e aqui. Bruce aponta os locais.

Steve corta com receio, mas não demora muito para cortar o cordão. Bruce abre a boca do bebê para limpar suas vias e o vira de costas dando pequenas batidinhas. O chorinho infantil logo inunda a sala e ficamos extremamente emotivos. Bruce deixa minha filha em meus braços e eu a seguro com o maior amor do mundo.

—Ei pequena. Seja bem-vinda. Falo baixinho enquanto ela se acalma e diminui o choro.

—Você está com seus pais agora querida e prometemos dar o nosso melhor para esteja sempre segura e feliz. Steve a beija na testa e ela sorri mostrando as gengivas nuas.

—E a nova vingadora já tem um nome? Bruce brinca.

—Sim. Eu sorrio olhando para Steve. –Hope Peggy Ocean Rogers.


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Notas finais do capítulo

Então. Estamos mais do que na reta final. O próximo capítulo será o último e eu sentirei falta de tudo isso. De escrever a história da Helena e Steve, mas promessa é dívida e eu tinha prometido que por mais que demorasse eu iria concluir a fic.
Espero que tenham gostado deste capítulo e dos outros até aqui.
Desculpem a demora, se eu pudesse todo dia estaria atualizando, mas não dá.
Bem, nos vemos nos comentários e até o próximo capítulo.



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