Meu doce Rogers escrita por Aquarius


Capítulo 18
Reunião de família


Notas iniciais do capítulo

AHHHHHHHH. Eu realmente não sei o que comentar, mas espero cumprir as expectativas, não tenho nenhuma ideia se elas serão alcançadas, mas vamos lá. Boa leitura galera.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/654754/chapter/18

Quando você fica na expectativa de algo, o tempo parece correr a passos de tartaruga. A semana parecia ter levado uma eternidade para passar, mas finalmente chegou o dia da verdade, iria visitar meus pais.

–Acho que está tudo aqui. Comentei enquanto colocava uma pequena mala no carro.

–Sim. Já chequei o óleo, a água e os pneus. Podemos ir agora mesmo. Steve falou.

–Para onde vamos mummy? Sarah se manifestou.

–É surpresa filha.

Saímos cedo, por volta das 5 da manhã, e fomos fazendo algumas paradas no caminho, sendo uma delas em Fênix para ver Alice.

–Tia Lice. Gritou Sarah.

–Minha pequena, vem cá me dá um abraço linda. Ela disse enquanto pegava minha filha no colo.

–Alice. Disse sorrindo. -A quanto tempo.

–A muito tempo. Lena minha amiga, você não pode mais ignorar a tecnologia na sua vida, compra logo um celular moderninho e fica em contato comigo diariamente sua doida. Ela falou em um tom divertido.

Alice logo parou desviando o olhar para Steve que estava atrás de min. E eu bati a mão na testa como uma punição por ter sido tão lerda.

–Ah me desculpem, nem apresentei um ao outro. Alice este é o Steve Rogers, meu vizinho de Nova York.

–Hum, ... vizinho é? Ela falou arqueando a sobrancelha. Sei... queridinho tem um restinho de batom aqui. Disse apontando para o canto da boca.

–Deixa que eu limpo. Falei passando o polegar na manchinha. -Não sai. Steve por que você não tenta tirar isso no banheiro? É a segunda porta a direita.

–Ok, Lena.

–Então... Esse é o tal pedaço de mal caminho que o Peter me disse? Helena minha amiga você nunca esteve tão bem acompanhada. Falou rindo assim que Steve saiu.

–Alice. Não é nada disso..

–Somos amigas a quase cinco anos, te conheço o suficiente para afirmar que vocês estão tendo algo a mais que uma simples relação de boa vizinhança. Admita Lena.

–É... tá bom é verdade, mas o que tenho com ele ainda não está definido, estamos começando bem devagar, sabe?

–Sim. E estou feliz por você estar pelo menos tentando.

–Agradeça ao seu namorado.

Pov Steve

Limpei rapidamente a manchinha de batom e antes que eu saísse recebi uma ligação do Tony.

–Tudo certo.

–Mesmo?

–Sim. Só haviam escutas na sala. O apartamento está seguro agora.

–Obrigado Stark.

–Não tem o que agradecer.

Eu ia desligando o telefone quando Tony chamou minha atenção.

–Steve.

–Sim.

–Cuide bem dela. Esses brinquedinhos que estavam na casa não são qualquer bugiganga que alguém compraria em um site qualquer de espionagem.

–Farei isso Tony. Ela realmente está salva agora?

–Por hora sim. Não tenho a mínima ideia do que queriam com ela, uma civil comum, mas por precaução configurei o computador para me enviar uma mensagem de alerta caso isso ocorra de novo e o Jarvis bloqueará qualquer tentativa de acesso a informações relacionada a ela.

–Fico aliviado. Obrigado mais uma vez Tony.

Pov Helena

–É um prazer te conhecer senhorita Summers. Helena já havia me falado sobre você. Steve falou assim que voltou do banheiro.

–O prazer é todo meu, senhor Rogers. Bem eu não esperava que vocês fossem aparecer hoje. Que tal umas comprinhas na cidade para fazermos um almoço mais que especial?

–Infelizmente não vai dá. Só viemos te ver rapidinho Lice. Estamos de passagem apenas, nosso destino final será Lágrimas da Sereia.

–Mentira!!! Sério?

–Sim. Vou visitar meus pais.

–Estou morta Lena. Meu Deus.

–Não exagera Alice.

–Ok, pelo menos o seu ex não deve te incomodar com o grandão ai do seu lado.

–Alice!

–Você sabe que ele é imprevisível.

–Eu prometo cuidar da Lena e da Sarah. Fique tranquila. Steve disse calmamente.

–Ele é policial... Comentei.

–Eu já sei disso. Peter me passou a ficha toda. Falou dando uma piscadinha.

Foi uma pena não termos mais tempo para ficar com Alice. Ela é aquele tipo de pessoa que melhora o astral de qualquer ambiente e eu sentia falta desse jeito dela, de estar com ela. Permanecemos apenas por meia hora e logo caímos na estrada comigo no volante é claro.

–Estamos quase lá, e acho que chegaremos em um bom horário.

–Certo. Não acha melhor ligar agora para seus pais e avisar que já estamos perto? Steve perguntou enquanto mexia no rádio.

–Na verdade não. Eles não sabem que estamos indo, achei melhor assim. Quero encontrar o meu pai primeiro, por segurança, não sei se Marie realmente quer uma conversa de mãe e filha.

–Entendo.

Pov Otávio Ocean.

O dia estava ótimo. Temperatura agradável, boa umidade no ar, Marie havia saído, seria perfeito para fazer uma manutenção no jardim. Separei os equipamentos, coloquei meu velho macacão de jardinagem, um par de luvas, botas emborrachas e um chapéu de palha.

Começo retirando as ervas daninhas e um pouco de grama de perto das flores. Depois limpo outra área para plantar morangos e girassóis, molho algumas mudinhas de árvores, mas quando vou começar a podar alguns arbustos, escuto a campainha me chamar insistentemente.

Tento gritar um já estou indo enquanto retiro minhas luvas e as botas e vou até a porta.

–Helena? É você mesma? Falei sem conseguir acreditar.

–Sim pai. Responde vindo em minha direção e me dando um abraço.

–Como você está querida?

–Estou bem pai.

–E essa é a pequena Sarah? Falo enquanto pego ela do colo de um homem alto e loiro.

–Quem é ele mamãe? Ela pergunta olhando para min.

–Seu avô, querida.

–Eu tenho um vovô? Aquelas palavras me machucaram de certo modo. - Isso é muito bom mamãe. Qual seu nome?

–Otávio, pequena Sarah. Disse com a voz afetada pela emoção.

Saímos da entrada da casa e fomos para uma área de lazer que ficava no jardim. Preparei uns refrescos e levei uns biscoitos caseiros para uma mesa que tinha por lá.

–E você é? Perguntei finalmente observando com atenção para o homem loiro.

–Steve Rogers, senhor Ocean. Respondeu levantando a mão para me cumprimentar.

–É um prazer conhecer o?

–Amigo e vizinho da Helena.

– Ah... Bem fique à vontade. Falei pegando na mão estendida, bem-vindo a minha casa.

–Obrigado.

–Dona Marie está na igreja a esta hora, não é? Minha filha perguntou.

–Sim. Ela ainda tem esse hábito.

–Perfeito. Se ela chegar e resolver dar uma de louca, pelo menos teremos passado um tempo juntos.

–Filha. Disse a repreendendo um pouco.

–Ok, ok. Bem vou levar a Sarah no banheiro, vocês vão querer que eu traga alguma coisa?

–Não. Respondi ao mesmo tempo que o tal Steve.

Helena saiu levando Sarah no colo e assim que fiquei sozinho com o Rogers, comecei um pequeno interrogatório.

–Você faz o que mesmo?

–Sou policial, senhor. E trabalho com consultorias de segurança também.

–Hum... interessante. Tem algum plano para o futuro?

–Não. Não um específico quero disser. Ele parecia ser tímido apesar do porte físico. -Eu penso em tentar uma promoção de cargo daqui a um ano, sem sair de Nova York é claro. Construir uma família. Você sabe, tudo o que um homem sempre sonha.

–Entendo. E o que você sente em relação a Helena?

–Eu gosto dela como... amigo.

–Filho, eu não nasci ontem. Falei um pouco sério.

–Sinceramente, senhor. Eu gosto muito dela, e compreendo a sua preocupação, mas eu não sou o John.

–Ah, então ela te contou o que aconteceu? Perguntei normalizando a voz.

–Sim. E mesmo assim disse que deveria vir aqui hoje, que eu daria apoio a ela. Apesar disso tudo ainda mexer bastante com ela, essa prisão com o passado está impedindo que ela siga realmente em frente. Vocês são os pais dela. E mesmo ela conseguindo manter uma boa relação com o senhor, a tensão com a mãe está a torturando.

–Marie é uma pessoa difícil. Falei em um tom triste e lembrando do recente delírio dela de querer fazer a Helena voltar para John.

–Ei, que cara de enterro é essa, pai? Pensei que tinha gostado de me ver aqui. Helena me surpreendeu antes que eu falasse mais alguma coisa.

–Eu adorei filha, mas tenho algo para contar e gostaria de fazer isso a sós. Disse olhando para Steve.

–Bem acho que vou conhecer a cidade com a Sarah. Ele disse se levantando e pegando minha neta.

Pov Steve

A cidade aparentava ser bem agradável, entretanto os constantes olhares que comecei a receber começaram a me incomodar. Os homens ficavam sérios na minha presença e as mulheres me olhavam indiscretamente, parecia que eu tinha uma daquelas placas luminosas escrito “Eu não sou daqui”, então resolvi ficar um tempo em uma lanchonete que tinha por perto.

–O que vai querer? Falou sensualmente uma garçonete.

–Dois pedaços de torta de morango e chocolate, e uma jarra de suco de manga.

Logo ela retornou com o meu pedido.

–Bom apetite. Disse dando uma piscadinha.

–Obrigado. É... vocês teriam uma cadeirinha para criança aqui?

–Acho que hoje é seu dia de sorte. Meu chefe comprou uma ontem. Vou pega-la para você.

Pov garçonete.

Sai sorridente da mesa daquele estranho e fui o mais rápido possível buscar a tal cadeirinha. Será que ele é casado? Pensei tristemente. Não deve ser daqui. Pensando bem não vi nenhuma aliança, pode ser um viúvo. Ah, essa pode ser sua sorte grande garota. Sorri mais uma vez e de repente fui tirada dos meus pensamentos por um puxão no braço.

–Não está me ouvindo falar com você não? John me perguntou sério.

–Desculpe, estava distraída.

–Você não é paga para ficar distraída. Falou aumentando o volume da voz. -Esse lugar está cada dia pior mesmo viu. Cadê o meu pedido?

–Desculpe, eu já vou pegar, já estão quase prontos.

–Desculpe, desculpe. Ele falou com uma voz fina, tentando me ridicularizar. - Acho que vou ter uma conversa séria com seu chefe. Falou sério, apertando meu braço.

–Solta meu braço, por favor. Eu vou dar um jeito de pegar o seu pedido agora mesmo.

–Não. Até você ter uma lição de como tratar um cliente especial como eu.

–Solta o braço dela agora. Disse o tal estranho seriamente, colocando sua mão no braço de John.

–E se eu não quiser? John perguntou debochando.

–Acho que vou ter que te convencer do contrário. Larga a moça, ela já te pediu desculpas, já disse que seu pedido está a caminho. Por que você não senta e se acalma um pouco?

–Porque isso é assunto meu. Não se meta garoto Whey(Produto usado para ganho de massa muscular).

–Eu vou ter que discordar.

O clima ficava cada vez mais tenso e John em um momento de descontrole largou o meu braço, e tentou dar dois socos no desconhecido que desviou habilmente, agarrando e imobilizando as mãos de John nas suas costas, jogando-o na mesa que estava na frente, fazendo com que ficasse com o rosto e o corpo colado nela, completamente imobilizado. John tentava se debater, mas era inútil, ele não conseguia um mínimo espaço para se livrar do desconhecido.

–Aqui está o pedido. Gritou desesperadamente uma colega, trazendo duas sacolas.

–Vai deixar essa senhorita em paz agora?

–Sim. Respondeu John com dificuldade em meio ao aperto de seu braço. –Agora solta o meu braço.

–E você soltou o dela quando pediu o mesmo? Só solto quando pedir desculpas para a moça.

–Desculpe, tá bom. Satisfeitos? Ele disse controlando a raiva.

–Não estou, mas não ficarei o resto do dia te segurando. Disse o estranho soltando John.

A essa altura todos estavam prestando atenção no que acontecia e provavelmente eu estaria bem encrencado depois. Ninguém batia de frente com John, e isso só provava que aquele estranho não deveria ser da região.

–Passarei aqui mais tarde para uma conversa, senhorita. Falou enquanto pegava violentamente as sacolas com o pedido e saia enfurecido da lanchonete.

–Meu deus. Sussurrei.

–Você está bem? O estranho perguntou calmamente.

–Sim, sim. Obrigada. Eu... eu levarei agora a cadeirinha.

Pov Helena Ocean

–Helena o que você sente pelo seu ex querida?

Estranhei de cara aquela pergunta, mas respondi assim mesmo. -Bem, eu estaria mentindo se dissesse que não sinto absolutamente nada. Quero dizer, eu ainda gosto dele de alguma maneira, mas o sofrimento que ele me fez passar acabou abalando muito os meus sentimentos.

–Você voltaria para ele?

–Sinceramente eu não sei. Minha cabeça está bem confusa neste momento. Por um lado, eu luto para guardar meus bons sentimentos por John, tudo o que vivemos naqueles dois anos, por outro quero esquece-lo de vez, as vezes penso em nunca mais me relacionar com ninguém e ... em outras quero me entregar de vez ao ... Steve.

–Hum... para seu amigo?

–Sim, pai. Amigo porque eu mesma coloquei esse limite. Mas, sabe? Ele é tão diferente do John que me faz pensar que pode valer muito a pena. Eu me deixei ceder um pouco. Ele realmente é uma ótima pessoa, até o Peter gostou bastante dele, Sarah o adora e eu bem... sei lá, ele nunca ligou por eu ser mãe solteira ou ao menos rejeitou Sarah em algum momento.

–Você acha que ele poderia ser um pai para ela?

–Sim, e mais que isso também. Ele pode ser tudo o que John poderia ter sido na minha vida. Quero disser, meu amigo, companheiro, marido.... Ai desculpe, acho que viajei de vez. Falei rindo sem graça.

–Não filha. Você não viajou em nada.

–Otávio? Onde você está. Gritou Marie.

Olhamos um para o outro e fiz uma afirmação mexendo a cabeça.

–Estou no jardim. Ele gritou em resposta.

–Por que demorou tanto para responder? Ela perguntou gritando de volta. -Você não sabe que... Helena? O que... o que... como? Você veio então.

–Sim.

–E achou melhor não me avisar?

–Não avisar ninguém, na verdade.

–Me dê um segundo. Disse voltando para o interior da casa.

Pov Marie Ocean.

–Atende a merda do celular John! Droga! Só dá caixa postal. Vou ter quer deixar uma mensagem, não posso ficar o tempo todo ligando.

Helena está aqui na minha casa. Ela veio de surpresa e não sei quanto tempo permanecerá. Acabei de encontrá-la. Venha logo.

Pronto. Mensagem enviada, só espero que ele veja a tempo. Procurei não demorar muito e fui até o encontro dos dois idiotas no jardim.

–Onde está minha neta? Perguntei ao perceber que realmente só havia os dois ali.

–Com um amigo, Marie. Helena respondeu-me.

–Amigo é? Sei. Filha, não quero ser chata, mas você sabe que tem seus direitos, por que não tenta o reconhecimento paterno novamente? Você não tem um amigo advogado?

–Então esse era o tal assunto da conversa? Sério? Dinheiro e status é tudo que você se importa?

–Não é nada disso filha. Mas pense na menina, que vai crescer sem um pai, e que logo precisará de coisas que você não terá condições de dar.

–John já deixou mais do que claro o posicionamento dele, acho que seria bem pior ela crescer sabendo que tem um pai que a rejeita, que não liga, não a ama. E bens matérias? Francamente. Sei que não sou rica nem nada desse tipo, mas posso me virar muito bem quando algum momento como este chegar. Afinal, já faço isso desde que ela nasceu.

–Helena, pensa direito filha.

–Já pensei o suficiente mamãe. Ela disse com sarcasmo. – Desde o dia que fui ameaçada pessoalmente pelo pai do John. Ah, mas acho que você não sabia disso, não é? Que ele quase me estrangulou e ainda insinuou que poderia acontecer coisas ruins comigo e com a vó Lena.

–Não deve ter sido bem assim, filha.

–Você não se importa. Se for insistir mesmo nesse assunto, acho que já deu a minha hora. Foi bom te rever pai.

–Filha! Fique por favor, eu nunca mais falo disso.

–Não dá. Ela respondeu-me de costas para min, andando até a saída.

–Ao menos me dê algum contato seu.

–Melhor não.

–Filha, agora quem está pedindo sou eu. Por favor fique mais um pouco. Se manifestou Otávio fazendo ela parar na porta.

–Ok, por você eu fico pai, mas se Marie tentar falar qualquer coisa relacionada ao John eu vou embora na mesma hora.

Pov John Allen.

Aquele babaca vai pagar caro pela ousadia dele. Ninguém me humilha. Este é o meu território. Eu mando nessa cidade. Droga. Espero que minha trilha não seja perdida, meu único momento de me desconectar do mundo e relaxar um pouco. Esquece ele por enquanto John, esquece aquele merda. Na volta você acerta as contas com ele. Pensei enquanto desligava o meu celular e o colocava no porta luvas.

Pov Steve Rogers.

–Você está bem mesmo? Perguntei para a garçonete quando ela trouxe a cadeirinha.

–Sim. Obrigada por tudo e espero que eu não tenha arrumado problemas para você.

–Eu sei me cuidar, não se preocupe comigo.

–Você não é daqui, não é?

–Nova York.

–Pretende se mudar para esta cidade?

–Não, só estou de passagem. E ela pareceu ficar tranquila ao ouvir aquilo.

–Aquele homem realmente aterroriza vocês, não é?

Ela olhou o lugar por um tempo, verificando se alguém estava prestando a atenção na nossa conversa e respondeu-me falando baixo para que somente eu pudesse ouvir. – Você não sabe o quanto. Bem, caso precise de um novo pedido, é só me chamar. Falou retornando ao seu tom de voz normal.

Fiquei um tempo com Sarah naquela lanchonete e depois fomos gastar tempo em uma pracinha que a garçonete havia me indicado.

–Você quer brincar ali Sarah? Perguntei apontando para um balanço.

–Sim. Ela gritou animada. –Você me empurra?

–Claro. Disse enquanto a pegava no colo e ia até o brinquedo a colocando ali. Comecei empurrando bem devagar, mas logo Sarah reclamou para que eu a fizesse ir cada vez mais alto, e a sua gargalhada fez com que chamássemos a atenção das pessoas que passavam na hora, mas eu não liguei porque aquele estava sendo um momento precioso com ela.

–Agora me leva no escorregador, Steve. Dizia ela uma hora. –Eu quero subir naquelas cordas ou – Me empurra no gira gira.

–Sarah, espera um pouquinho que vou atender a ligação da sua mãe. Falei antes que ela mudasse para outro brinquedo. –Oi Helena, está tudo bem por aqui.

–Que bom. Onde vocês estão? Poderiam voltar para cá?

–Claro. Estamos em um parquinho.

–Sei onde é, estão bem perto. Se pegar a rua principal vão chegar logo.

–Ok Helena. Até daqui a pouco.

–Até. Disse desligando.

–Sarah, vamos volt... Sarah? Cadê você? Perguntei em meio a um calafrio que passou pelo meu corpo.

–Estou aqui. Ela respondeu para meu alívio. – Você não me pega. Disse e saiu correndo enquanto gargalhava.

–Sarah tenha cuidado. E assim que falei ela olhou para trás e chocou-se com um homem, caindo de bunda no chão.

Ele ficou um tempo sem entender o que havia acontecido, mas ao olhar para baixo e vendo que Sarah havia se chocado com ele e cairá no chão, a pegou no colo.

–Você está bem garotinha?

–Estou sim. Me desculpe...

–Está tudo bem. Qual o seu nome?

–Sarah... Sarah Ocean. Ela falou envergonhada.

–E você está sozinha aqui pequena?

–Não, ela está comigo. Respondi me aproximando. Está machucada?

–Não, Steve.

–Obrigado. Disse olhando para ele e estendendo meu braço para pegar Sarah, o que ele não deixou na hora, olhando-me sério por um tempo.

–Tenha mais cuidado. Disse em um tom grosso de voz e me devolveu a menina.

–Terei.

Pov Marie.

Em menos de cinco minutos o tal amigo da Helena chegou com minha neta. Estava um pouco ansiosa, confesso, não sou uma pedra de gelo como me julgam, realmente queria conhecer a criança.

–Está é a sua avó. Ela falava para a menininha que estava em seu colo. – O nome dela é Marie.

–Eu tenho uma avó também mamãe. Por que não me apresentou eles antes?

–Por que sua mãe estava muito ocupada querida. Disse enquanto passava a mão em seus pequenos cachos.

–E por que vocês não foram nos visitar como o tio Peter?

–Porque é muito distante filha. Helena respondeu meio constrangida. -Vem, Mari... Mãe, tem uma outra pessoa que você não conhece ainda.

–Suponho que deve ser o seu tal amigo.

–Exatamente. Steve. Dá um pulinho aqui, por favor.

–Sim Lena. Respondeu um homem incrivelmente lindo.

–Está é minha a mãe. Marie Ocean.

–É um prazer conhece-la. Ele falou enquanto vinha sorridente em minha direção e pegava na minha mão para um cumprimento.

–Não posso disser o mesmo. Sussurrei em seu ouvido, e vi seu sorriso morrer. –Ele é só seu amigo mesmo Helena?

–Sim. O que mais ele seria? Ela perguntou já ficando irritada.

–Deixa para lá. Vamos só aproveitar o tempo que temos. Quero conhecer minha neta melhor, me deixa segura-la um pouco.

–Ok. Respondeu e me passou a criança. –Steve me ajuda a pegar uns aperitivos.

–Claro.

Droga, meu plano corria um sério risco. Qualquer um pode perceber que esses dois bananas estão se envolvendo. Tomará que John veja a mensagem logo.

Helena demorou quase dez minutos para retornar com a tal comida, acho que ela é que estava sendo o aperitivo, e mais tarde deveria ser o prato principal. Pareciam um casalzinho em início de namoro, ela colocando comida na boca dele e ele fazendo pequenas brincadeiras.

–Filha. Vocês devem estar bem cansados. Passa a noite aqui. Falei para ver se diminuíam mais aquele açúcar.

–Não mãe. Temos que voltar hoje ainda. Steve é policial e pode surgir alguma emergência no trabalho.

–Hum... policial é? Não aparenta ganhar o salário de um pelo que vejo.

–Faço consultorias de segurança também, senhora. Respondeu-me sério.

–Que bom para você. Mas isso não torna minha filha um possível alvo?

–Creio que não. Sou bom no que faço, não saiu deixando rastros por ai, para que me localizem. Nossas identidades são protegidas.

–Que seja. Só não ponha minhas meninas em risco. Ok?

–Ok.

–Steve você quer mais alguma coisa?

–Não. Estou satisfeito Lena.

–Então me ajuda a pegar...

–Deixa que vou com ele dessa vez. Me manifestei antes que os dois se levantassem.

Pov Steve Rogers

Apesar do pai da Helena ter começado a me tratar melhor quando voltei, a mãe dela parecia me odiar.

–Se afaste dela. Disse repentinamente.

–O que disse senhora?

– Quero você longe da minha filha.

–Lamento, mas isso não é uma decisão sua. Falei dando as costas e saindo daquele lugar.

–Ainda não terminei com você. Gritou rispidamente me fazendo virar para encara-la.

–Eu sim. Com sua licença.

–Não te dou. Olha aqui, Helena vai voltar para o ex namorado e eles serão uma linda família feliz. Vai querer que ela estrague seu futuro com você? Um simples assalariado? Me poupe. Falou com desdém. – Você só é homem para cama e nada mais que isso. Deixe que ela tenha a oportunidade de uma vida melhor. Se veja no espe... Helena? Filha a quanto tempo está ai? Perguntou quase sem palavras

–Tempo suficiente. Olha, acho que já deu nossa hora. Obrigada por estragar tudo mãe. Disse brava, puxando-me pela mão.

–Não vá embora. Falou desesperada, se esforçando para acompanhar Helena.

–Dessa vez não tem conversa. Falou tentando controlar a raiva. –Sarah se despeça dos seus avós. Disse assim que pegou a menina do colo de Otávio.

–Tchau, vovô Távio, tchau vovó Marie. Disse meia tristinha, balançando o bracinho e olhando para eles pelo ombro de Helena enquanto iam se afastando.

–Foi um prazer te conhecer. Falei apertando a mão de Otávio em cumprimento e saindo. – Não posso disser o mesmo a seu respeito, passar bem. E dei as costas para aquela mulher.

Pov John Allen.

Não estava conseguindo aproveitar a trilha, então decidi retornar para a cidade. Voltei para meu carro e liguei o celular, o que para minha surpresa havia uma mensagem:

Helena está aqui na minha casa. Ela veio de surpresa e não sei quanto tempo permanecerá. Acabei de encontrá-la. Venha logo.

Mal acabei de ler a mensagem e disparei com tudo para a casa dos Oceans, chegando lá quase quarenta minutos depois.

Desci rapidamente do carro e apertei a campainha incansavelmente.

–Ela não está mais aqui. Marie falou no momento em que abriu a porta e eu reparei que seu rosto e olhos estavam vermelhos.

–E para onde foi?

–Não disse. Nem deixou qualquer contato.

–Merda. Falei dando um soco no ar.

–E pior...é que ela estava acompanhada. Muito bem acompanhada por sinal. Falou chorosa.

–Você está de que lado mesmo? Perguntei irritado.

–Do seu, mas um homem alto, loiro e com aquele porte físico não passa desapercebido por ninguém, nem mesmo pela minha filha. Ela disse que são só amiguinhos. Passou a mão em um lado do rosto para tirar as lágrimas. -Ele trouxe ela até aqui só pela amizadezinha deles.

–Espere. Só falta me disser que ele tinha lindos olhos azuis. Eu falei com sarcasmo.

–Sim. Você o viu?

–Talvez. Ele ficou o tempo todo com vocês?

–Não. Quando cheguei em casa só estava Helena e Otávio aqui. Ele estava em algum lugar com minha neta. Falou ainda chorosa.

–Tem mais alguma informação? Perguntei sem paciência.

–O nome dele é Steve... Rogers, é policial e pelo que pude tirar do meu marido, ele é vizinho da Helena também.

–Ótimo. Falei com sarcasmo e voltei para o meu carro. –Me mantenha sempre informado. Disse e sai dali, indo até a lanchonete, sem me importar do motivo daquela choradeira.

Entrei e fui direto para minha mesa de costume. Logo quem eu queria ver apareceu, e ela estava morrendo de medo.

–O senhor gostaria... de anotar o seu pedido agora?

–Fique tranquila. Não vim brigar com você... ao menos que não coopere é claro.

– O que você realmente quer? Ela perguntou tentando controlar a voz.

–Muito bem. Assim é que se fala. Quero saber tudo sobre o homem que me atacou mais cedo.

–Olha John, melhor não perder seu tempo com ele.

–Eu te pedi algum conselho garota? Fala logo o que quero saber.

–Ok. É por sua conta. Ele não é daqui, estava apenas de passagem. Mora em Nova York. E estava com uma garotinha.

–Essa garotinha é parecida com a menina desta foto? Perguntei tirando a foto de Sarah da carteira e mostrando a ela.

–Sim. Só que um pouco mais velha.

–Obrigado por sua ajuda.

Sai daquele lugar e mandei uma mensagem para o investigador com as novas informações.

–Cedo ou tarde eu te encontrarei Helena. Você não vai escapar de min. Sussurrei para min mesmo enquanto ligava o carro e ia para casa.

Ao chegar lá, percebi que as luzes estavam acesas, o que indicava que meu pai já estava lá. Abri a porta lentamente e tentei entrar sem fazer muito barulho, pois não estava com muita vontade de conversa naquele momento. Mas acabou sendo inútil.

–Pelo visto você perdeu a reunião de família hoje. Ele comentou sentado na poltrona que estava de costas para min.

–O que você quer disser com isso?

–Que hoje, por uma incrível força do destino, sua filha, a minha neta esbarrou em min. E pelo que pude observar, enquanto você estava perdendo tempo fazendo sua “trilha” por aí, como um adolescente, tem um homem tomando o seu lugar, e em breve será ele quem ela chamará de pai. Será que você nunca irá mudar?

–Eu já mudei! Gritei em resposta.

–Não o suficiente. A briga da lanchonete já chegou aos meus ouvidos. O que pretende fazer quando encontrar Helena? Vai agarra-la pelo braço exigindo que volte e que formem uma linda família de porta retrato? Me desculpe filho, mas isso não vai dar certo, no máximo você conseguirá reconhecer a menina como sua, isso Helena não tem como mudar, mas quanto ao resto...

–Eu já entendi pai. Vou tratar de ser uma pessoa melhor. Ok?

–Muito bem. Muito bem, você terá bastante tempo para isso mesmo.

–Como pode ter tanta certeza?

– O investigador ligou.

– E o que foi que ele disse? Perguntei ficando impaciente.

–Que todas as informações relacionadas a Helena sumiram do sistema.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muitos pontos de vista, algumas novidades, foi tenso escrever esse capítulo. Mas o que acharam? John já com raiva de Steve, Marie chorando (será arrependimento?), Otávio ainda um pouco neutro... Sintam-se a vontade para comentar :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu doce Rogers" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.