Meu doce Rogers escrita por Aquarius


Capítulo 15
Ela será sua.


Notas iniciais do capítulo

Um boa semana para todxs ^^ , boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/654754/chapter/15

Despertei com um cheiro muito bom de comida. Me espreguicei e levantei da cama indo em direção a cozinha.

–Ah, Peter que amor, não precisava. Falei enquanto ia em sua direção e dava um abraço nele. – Bom dia.

–Bom dia. Ele falou enquanto dava um beijo na minha bochecha. Torradinhas ou Panquecas?

–Panquecas. Falei animada.

–Aqui. Peter falou enquanto me dava um prato com várias panquecas.

–Obrigada. Agradeci enquanto ia em direção a mesa.

–Não tem o que agradecer. Ele falou enquanto trazia o café e duas xícaras. – Ei. Você vai querer uma carona?

–Na verdade, sim. Quando você sairá?

–Umas 07:20, esse horário está bom para você?

–Está ótimo.

– Certo. No caminho você me passa o endereço da creche e das Industrias Stark.

–Só o das Industrias Stark, eles tem uma creche em um local na própria empresa.

–Que legal. Eu tinha lido em algum lugar que haviam empresas com esse tipo de política, com berçários e flexibilização dos horários de trabalho. Mas nunca imaginei que lá estaria assim.

–Nem eu. Fiquei imensamente feliz quando a Pepper me falou sobre esse local. Hoje será o primeiro dia que a Sarah vai para lá. Espero que dê tudo certo.

–Não precisa. Irá dar tudo certo. Sarah se dá bem com todos.

–Concordo. Falei levando um pedaço de panqueca a boca.

Ficamos por mais uns sete minutos colocando a conversa em dia, quando decidimos que deveríamos ir nos arrumar. Saímos as 07:05 e pegamos o elevador vazio.

–Ainda bem que só tem nos dois aqui. Imagina pegar um daqueles horários lotados e com suas malas. Falei enquanto ajeitava Sarah na bolsa canguru.

–Não quero nem pensar.

–Não mesmo... Peter

–Não acha que Sarah já está grandinha de mais para esta bolsa não?

–Acho não, tenho certeza.

–Bem. Você poderia começar a se planejar para comprar um carro. Será melhor para as duas e pelo que você mesma me disse, além da carteira de motorista que você já tem, está ganhado um bom salário.

–Sim. Estava pensando nisso. Mas antes de tudo vou pesquisar uns preços e guardar uma quantia por alguns meses para dar uma boa entrada.

–Ok. Mas por favor não compra aqueles carros rosa ou amarelo. Aquilo é bem indiscreto, é muito chamativo. Peter disse enquanto fazia uma careta.

–Isso nem passou pela minha cabeça. Falei rindo e parando de vez em seguida. –Peter, você tem mesmo que ir embora?

–Sim, infelizmente. Recebi uma ligação agora de manhã e tenho que ir em Fênix a pedido de um cliente. Para minha sorte, posso voltar aqui outro dia e resolver o que eu tinha para fazer.

Eu e Peter fomos até o meu trabalho aproveitando o máximo a companhia um do outro. Sentiria muita falta dele. Mas fazer o que? Pelo menos ele se despediu de min com a promessa de que voltaria para me visitar logo.

Cheguei na empresa cedo e levei Sarah até a creche que tinha lá. Era um espaço incrível. Haviam vários brinquedos e uma rotina estabelecida com uma série de atividades, hora da história, lanche, pintura com as mãos, modelagem com argila, dormir... Seria ótimo. Poderia ver Sarah na hora do almoço e de vez em quando verificar se ela estava bem.

Depois de deixar ela na creche, fui direto para minha sala e encontrei Pepper no caminho.

– Bom dia senhoria Potts.

–Bom dia senhorita Ocean. Quero te agradecer pelo conselho que deu ontem. Agora tudo está um mar de rosas. Acredita que o Tony até falou de construir uma mini armadura de ferro?

–Sério.

–Sim. Mas falei a ele que só se fosse para proteção. Sei que Tony é louco o suficiente para sair por aí com o bebê em uma armadura.

Fiquei de boca aberta por um tempo.

–Não precisa ficar assim. É normal. Ele até já está adaptando uma que ele fez para min para comportar a barriga quando crescer mais, e por falar nisso. Helena, tenho consciência de que você é nova aqui, mas queria saber se tem disponibilidade para trabalhos extras. Estou começando a organizar tudo para o período em que ficarei afastada.

–Tenho sim. Podemos combinar os dias em que ficarei até mais tarde aqui então.

–Isso não será necessário na verdade. São alguns relatórios que você pode fazer em sua casa mesmo. Arquivos simples.

–Certo. Me envia mais tarde.

A manhã e à tarde foram tranquilas. No horário do almoço sai com a Pepper e Sarah e na volta tive uma agradável surpresa, Steve havia passado por ali e deixado um pequeno buquê de margaridas com uma barrinha de chocolate. Peguei o buquê e puxei o ar para sentir o aroma das flores. Notei um pequeno papel e sorri ao ler o que estava escrito.

Passei aqui para te convidar para um

Almoço, mas você já tinha saído com

A Pepper, então espero não ter chegado

Tarde demais para a sobremesa.

Um pequeno mimo para adoçar a sua tarde

Steve.

Pov John Allen.

Retomaria minha busca começando pelos pais de Helena, eles poderiam ter alguma informação útil. Então, assim que sai da empresa para almoçar, fui até a casa deles. Cheguei em menos de vinte minutos e logo que desci do carro, chamei pela mãe de Helena.

– John? Ela falou em dúvida se era realmente eu que estava ali, e assim que confirmou abriu um largo sorriso, vindo em minha direção para me dar um abraço.

http://cdn2-b.examiner.com/sites/default/files/styles/image_content_width/hash/d2/d1/d2d1e77a96e0a2e520258322fafe1a3e.jpg?itok=9Pqt_gZx

–Oi, senhora Ocean, é um prazer te encontrar. Falei dando um dos meus melhores sorrisos.

–O prazer é todo meu John. Ela falou enquanto ajeitava a gola da minha camisa. – A que devo sua visita inesperada.

–Bem, você já deve imaginar o motivo. Vim atrás de informações para poder localizar Helena.

–Entendo. Venha entre e tome um café conosco.

Entrei e me acomodei no sofá, enquanto Marie chamava por seu marido e já trazia umas xícaras com café.

–Bem, infelizmente não poderia ser de grande ajuda em relação a isso. Helena e eu não mantivemos qualquer tipo de contato desde a morte da minha mãe. Mas acredito que Otávio deve saber alguma coisa. Ele vivia ligando escondido para ela. Ela falou a última parte sussurrando como se estivesse contando um segredo.

Não demorou muito e Otávio apareceu na sala. Assim que me viu, sua expressão mudou para raiva, mas logo voltou ao normal no momento em que ele encarou Marie.

http://previews.123rf.com/images/goodluz/goodluz1309/goodluz130900287/22073749-Handsome-40-year-old-man-relaxing-in-sofa-Stock-Photo-men.jpg

–A que devo a honra de sua visita? Ele perguntou com uma falsa educação.

–Helena. Quero informações que possam me levar até ela.

– Ah, não acha que ... ele malmente terminou de falar e foi interrompido por sua esposa.

–Você sabe ou não sabe de algo querido? Ele abaixou a cabeça diante de Marie e demorou alguns segundos antes de responder qualquer coisa.

–Não. Eu nunca liguei para Helena, ela que sempre me ligava, falava rapidamente que estava bem e nada mais além disso.

–E você não conseguiu o número dela pelas contas do telefone? Perguntei já consciente da resposta.

–Ele nunca apareceu, acho que era um número anônimo. Desculpe.

–Tudo bem, obrigado. Mentiroso, pensei comigo mesmo. – Acho que vou indo então. Falei me levantando e colocando a xícara de café na mesinha de centro.

–Eu te acompanho até a porta. Se ofereceu Marie.

–Obrigado. Tchau Senhor Ocean. O café estava ótimo senhora Ocean.

– Obrigada.

Quando estávamos do lado de fora, entreguei um cartão meu para ela.

–Para o caso de alguma novidade. Não hesite em me ligar.

–Não hesitarei. E ela deu um largo sorriso.

Fui até o meu carro e quando o destranquei ela me chamou, antes que eu entrasse.

–John. Helena é frágil, se magoa com facilidade, e é orgulhosa também. Acho que será bem difícil ela querer voltar para você ou talvez até mesmo deixar que se aproxime da criança.

–Isso eu sei, mas onde você quer chegar? Perguntei estranhando.

– Você deve ter um plano B. Helena pode não querer mais nada com você, mas se levar a criança ... ela será sua de novo. E caso precise de alguém que deponha a seu favor no tribunal, estarei disponível. John, você pode ter a guarda da sua filha!

Pov Helena Ocean

Não demorei para chegar em casa quando sai do trabalho e assim que entrei no prédio, percebi que o elevador já estava fechando e gritei para que o segurassem, e infelizmente eu fui ouvida... por Sharon.

–Boa noite, Sharon. Obrigada por segurar o elevador. Tentei ser a mais educada possível.

–Boa noite Helena. Não precisa agradecer. Respondeu sorrindo. – Oi fofinha. Disse enquanto passava uma mão na cabeça de Sarah.

–Oi. Sarah respondeu tímida.

Sharon parou de passar a mão na cabeça de Sarah e olhou para min.

–Olha, Lena. Acho que... lhe devo desculpas. Mesmo. Fui uma idiota com você naquele dia. Eu não deveria ter dito aquelas coisas, é só que... eu estava com um pouco de ciúmes do Steve.

–Tudo bem Sharon. Para falar a verdade, não estava nem lembrando disso, mas quando te vi agora preferi ficar afastada, não me agradou a ideia de ter que ficar perto de você nem por alguns minutos.

–Entendo. Eu realmente entendo. Isso não vai mais se repetir. Te garanto.

Antes que eu respondesse qualquer coisa, as portas se abriram e chegamos no nosso andar. Sharon pediu desculpas novamente e como um meio para se redimir, insistiu para cuidar de Sarah essa noite, e como eu estava com trabalho extra acabei aceitando. Entrei em casa, dei banho e comida para Sarah e mais ou menos as 18:40 Sharon veio busca-la.

Resolvi ir direto fazer o relatório assim que sai do banho, deixaria o jantar para mais tarde. Fiquei na sala tentando adiantar o trabalho, mas o computador toda hora reiniciava. Então decidi ler uma revista sobre decoração de apartamentos que o Peter havia esquecido. Folheio umas cinco páginas quando escuto o telefone tocando. Levanto e o pego de dentro da bolsa, e vejo que é meu pai.

–Oi filha. Como vocês estão?

–Estamos bem. E o senhor?

–Na medida do possível sim. Olha estou ligando para avisar que ficarei um tempinho sem entrar em contato. Sua mãe está ficando desconfiada e terei que ver um outro número para poder me comunicar com você.

–Tudo bem pai. Mas antes que desligue, por favor, por que o senhor não se impõe? Eu sei que ela é sua mulher, mas ela te domina, parece que sabe de algo porque sempre que você toma coragem para tomar alguma decisão, te faz recuar.

–Eu sei filha. Ela só tem o seu jeito torto de fazer as coisas, mas só quer o nosso bem. Disse tentando desconversar.

–Conheço de perto o bem dela. Ouvi ele respirando do outro lado da linha.

–Ela estava de cabeça quente.

– Ela me expulsou, tentou vender a casa de vó Lena, e se conseguisse ia me expulsar de novo, isso no momento que a própria mãe tinha acabado de morrer. Acho que não é a cabeça que é quente, mas sim o coração gelado como uma pedra.

–Mas ela estava considerando te chamar.

–Sério? Perguntei descrente.

–Sim. Ela estava mudando... Ele foi interrompido por uma voz.

–Com quem você está falando querido?

–É só uma moça que ligou errado Marie.

Droga, é agora que minha mãe vai descobrir.

–Errado é? Mas a conversa está parecendo tão boa, para alguém desconhecido. Me dá esse telefone aqui. Ela falou puxando o telefone da mão dele. – Helena, eu sei que é você. Filha, precisamos conversar. Disse mudando o tom de voz sério para carinhoso rapidamente. – Por que você não vem aqui com minha netinha no fim de semana que vem e...

–Porque eu fui expulsa pela senhora. Porque todos nessa cidade acham que tentei dar o golpe da barriga no santo do John Allen. E porque, parei para respirar, ... Esquece. Estou bem aqui, finalmente vou seguir com minha vida, deixei meu passado aí e é assim que eu prefiro deixar as coisas. Então finja que morri como você fez antes, esqueça de vez que tem uma filha. Passar bem. Falei desligando o telefone.

Pov Marie Ocean

–Droga desligou. Falei decepcionada, mas logo a raiva tomou conta de min quando olhei para Otávio. –Então você manteve contato com ela esse tempo todo! O que você mais fez pelas minhas costas?

–Ela é minha filha Marie! Queria que eu fizesse o que?

–Que me deixasse informada de tudo! Gritei.

–Para que se você não liga para ela! Ele respondeu de modo a desafiar minha autoridade.

Respirei fundo enquanto passava a mão pela minha cabeça abaixada, e quando terminei encarei meu marido.

–Vou fingir que nada disso aconteceu. Agora me passa o endereço dela! Disse quase em um rosnado.

–Não tenho. Ele falou calmo. E mesmo que tivesse não te daria. Você só quer empurrar a Helena para aquele desgraçado do John, não é? Quer dar uma de amiguinha dele depois de tudo o que aconteceu?

–Claro. Por um acaso você é burro? Ele e sua família mandam e desmandam nessa cidade. Imagine o quanto poderíamos ser influentes por aqui, os pais de Helena Allen...

Ele me interrompeu levantando uma mão pedindo que eu parasse de falar e andou na minha direção, parando bem na minha frente. – Ouça com atenção Marie, pode fazer o que quiser comigo, não me importo, mas não vai tentar sabotar a vida da minha filha de novo! Você acha o que? Que ela vai se jogar nos braços dele, largar a vida que ela está começando a construir lá e voltar para este lugar?

–Sim. Falei secamente.

–Está louca. Só pode ser isso. Sinto te disser, mas eu conheço minha menina e duvido muito que ela vá fazer exatamente isso.

–Ela irá fazer exatamente isso... querendo ou não.

–O que pretende mulher amarga? Deixe esse homem longe dela!

–Não mesmo! Falei saindo e batendo a porta com força.

Andei um pouco e parei na frente do antigo quarto de Helena e entrei. Então uma lembrança começou a inundar minha mente.

Flashback on

–Vamos irmã. Você tem que fazer força ou o bebê não irá resistir se demorar mais tempo.

http://a4.files.biography.com/image/upload/c_fill,cs_srgb,dpr_1.0,g_face,h_300,q_80,w_300/MTE5NTU2MzE2NTkwNDA5MjI3.jpg

–Não consigo Marie. Não sem meu marido aqui. Cadê o Otávio? Você não havia ligado para ele?

–Liguei várias vezes, mas só dá caixa postal . Menti descaradamente. Continue, por favor. Já está quase vindo.

Minha irmã respirava rapidamente enquanto tentava fazer força mais uma vez, até que o bebê finalmente nasceu. Uma preciosidade, uma menininha linda. Peguei ela e cortei o cordão umbilical, limpando-a em seguida e enrolando-a em uma manta azul.

–Marie. Quero ver minha bebezinha.

–Claro maninha. Falei entregando relutantemente minha sobrinha.

–Minha menininha. Ela disse fraquinha no momento que Otávio entrou agitado no quarto.

–Amor, me desculpa por favor. Eu não consegui chegar a tempo. Falou enquanto corria na direção dela.

–Tudo bem. O importante é que está aqui. Disse carinhosamente enquanto dava um selinho nele.

–E você já escolheu um nome para ela? Perguntei para interromper aquele momento meloso.

–Sim... Helena!

Flashback off.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tenso, mas acho que agora dá para ter uma noção porque a " mãe" dá Helena fez o que fez com ela.