Fantasma do passado escrita por humgranola


Capítulo 6
Reencontro




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Joseph havia perdido a noção de quanto tempo ele estava deitado olhando para o teto do quarto.

Ele não gostava de pensar em quanto aquilo estava o afetando, no fundo ele ficava tentando se lembrar de que ele é Joseph Joestar, até mesmo quando estava a beira da morte, ele sorriu para ela – não que ele não soubesse da gravidade, não que ele não soubesse das consequências, mas sim por que ele acreditava que assim era mais fácil de lidar com a situação, e que deixaria o ambiente melhor.

Caesar ficava louco com ele por causa disso.

E então Joseph colocou sua mão em seu rosto, cobrindo os seus olhos – lá estava ele pensando em Caesar de novo.

Ele já havia pensado muito nele enquanto se recuperava da luta contra Kars; e depois quando Holly nasceu – ele lembrava que a principio se perguntou o porquê de lembrar-se de Caesar no nascimento de sua filha, quando ele foi lembrado que Caesar queria uma família grande e feliz.

Mas cinquenta anos faz milagres ao coração das pessoas, cinquenta anos lhe fazem esquecer a dor, lhe tornam amortecido por ela.

Tok tok tok

“Sr. Joestar?”

Ele não devia deixar algo assim o afetar desse jeito, ele tem prioridades, a vida da sua filha, e Caesar está morto...

Tok tok tok

“Sr. Joestar?”

Mor-to.

Tok tok tok

“Sr. Joestar? Estamos esperando senhor!”

MORTO!

Joseph se levantou rapidamente. Quanto tempo havia se passado?

“Já estou indo.”

Ele nem precisava perguntar quem era ele reconhecia aquela voz muito bem – Kakyoin.

E como ele imaginava o garoto ficou o esperando sair, e quando o viu lhe deu um sorriso.

“Você nos deixou preocupado, Sr.Joestar. Estamos esperando o senhor para irmos almoçar.”

Joseph só concordou com a cabeça e seguiu Kakyoin até o Hall de entrada.

Ele nunca disse nada, mas ele ficou surpreso ao ver se neto sempre tão indiferente e aparentemente insensível, se arriscar para salvar a vida do jovem. Ele podia notar que Jotaro se importava com eles a sua maneira, mas ao menos para ele era visível que com Kakyoin era diferente.

“Kakyoin...”

O garoto se virou para ouvi-lo – tão educado.

“Sim.”

“Por que você continua conosco? Não está com saudades de casa?”

Kakyoin olhou sério para ele, e depois de um breve silencio, o rapaz lhe respondeu com tanta convicção que ele não o questionou mais.

“É claro que sinto saudade. Mas Dio também me usou, ele se aproveitou das minhas fraquezas e mesmo depois de ter tentado prejudicar vocês, vocês me salvaram. Eu devo isso a mim mesmo... e também a Jotaro.”

Joseph concordou, mas não gostou do que ouviu.

Aquilo era tão - Caesar.

Kakyoin não precisa estar com eles, mas os seus motivos são mais do que justos.

Como negar isso?

Como impedi-lo?

Ele gosta do rapaz e ele podia ver que Jotaro também. Mas aquela jornada era perigosa e Joseph não queria que seu neto passasse pelo mesmo que ele passou.

Ver aqueles com que se importa morrerem, saber que aquele que ama não vai voltar viver enquanto os outros perecem e envelhecer carregando esse peso.Lembranças, fotos, fantasmas - a maldição da família Joestar que afetava não só a eles como todos ao seu redor.

Viver intensamente e morrer jovem.


~~~~ Alguns momentos antes - Hall de Entrada ~~~~

Todos estavam presentes - menos Joseph. Mas devido a situação eles decidiram dar uns minutos para que ele aparecesse.

E foi assim que cada um deles arranjou uma forma diferente de se distrair.

Jotaro abaixou o seu quepe e acendeu um cigarro, somente para ser repreendido por isso.

Kakyoin pegou uma revista para ler, apesar de não entender o que estava escrito era interessante ver o como era as revistas dos anos 30.

Já Polnareff parecia não ter aceitado que seu charme não funcionava quanto a cantada melosa e descarada do Italiano fresquinho dava certo, e foi direto falar com a recepcionista.

Polnareff chegou um sorriso e já levou um golpe em seu ego. A moça da recepção apesar de sorrir foi tão robotica com ele. A fala mansa, o sorriso nada funcionava, ele até mesmo trouxe uma flor!

Mas tudo o que ele recebeu foi uma resposta que demoraria algumas horas para sarar.

"Eu conheço o seu tipo."

Ele não pode conter o sorriso e até estufou o peito.

"É mesmo?"

"Sim. Vem aqui cantando vantagens, trazendo presentes e fazendo elogios bobos achando que vão conseguir algo."

Como é?

Foi exatamente isso que o Italiano fez com a garçonete! E ela mesma estava toda feliz quando falou o nome dele a poucas horas a
atrás.

"Mas...eu..."

O telefone tocou e ele recebeu uma mão.

"Com licença."

Não era possivel, havia algo errado com esse mundo. Com esse universo!

Cabisbaixo ele voltou para junto dos outros já perguntando do almoço, ele não se importava mais se tinha que pagar o almoço, ele só queria comer e esquecer.

"O Sr. Joestar ainda não desceu? Não devíamos chamar ele para que possamos ir?"

"Por que a pressa, Polnareff?"

"Eu to com fome." Ele respondeu contrariado.

Kakyoin sorriu enquanto balançava a cabeça, incrédulo com o exagero de Polnareff, ele guardou a revista e se levantou.

“Tudo bem. Eu vou chama-lo.”

~~~~ Alguns momentos antes – Kakyoin ~~~~

Kakyoin não acreditava que fosse necessário avisar alguém ou comentar algo, todos haviam notado o quão estranho o Senhor Joestar estava.

Ele achava aquilo tudo tão estranho.

Desde que ele os conheceu ele não pode deixar de sentir certa admiração pelo Sr. Joestar, apesar da idade ele era tão vibrante e cheio de energia. Ele tinha um jeito engraçado de ser, uma alegria e otimismo que ele conseguia não só ver como também sentir não só nele como na Senhora Holly.

Nada parecia abalar o Sr. Joestar, ele podia ser excêntrico as vezes, mas aquilo era bom, e ver toda aquela energia virar melancolia, dúvida e tristeza era incomodo.Ainda mais incomodo do que ficar esperando ele sair do quarto depois de ter batido a porta umas três vezes.

Mas nada o preparou para a pergunta do Sr. Joestar.

Por que questionar os seus motivos?

Por que perguntar se ele sentia saudades?

Por que ele sentia que o Sr. Joestar queria que ele voltasse para casa?

Nada disso importava, ele estava convicto e nada além da morte o impediria de enfrentar Dio e ajudar Jotaro.

“Chegamos! Já decidiram para onde vamos?”

Desde o momento que eles chegaram ao Hall, Kakyoin decidiu ignorar o jeito como o Sr.Joestar olhava para ele toda a vez que ele se aproximava de Jotaro. Mas ele não podia negar que aquilo estava o incomodando profundamente, e ele não era do tipo de ficar calado quando algo o incomodava.

Eles ficaram um tempo pensando onde ir.

Avdol era a favor de perguntar a recepcionista por uma sugestão de locais onde eles poderiam almoçar, mas Polnareff era contra, alegando que a moça era muito ocupada.

No fim Joseph os apressou a sair, Jotaro obviamente reclamou para si que o velho primeiro os atrasou e agora queria sair correndo – só dava trabalho.Mas de uma forma ou de outra o que acabou por fazê-los escolherem o local foi o entusiasmo que dois soldados alemães.

Avdol e Polnareff estavam tentando processar a situação; primeiro eles estavam falando com soldados alemães da segunda guerra mundial, segundo, Joseph sabia falar italiano e os soldados também.

Seja lá o que foi que eles disseram entre si, eles acabaram ganhando uma carona até um estabelecimento simples, mas muito aconchegante.

Porém enquanto esperavam sua comida eles foram surpreendidos por um tumulto que estava ocorrendo perto do local, eles não queriam confusão, eles queriam era comer, voltar para o hotel pegar as coisas e ir embora. Mas como aquilo só podia ser a obra de uma Stand, fosse ela inimiga ou não, eles tinham que ver sobre o que o tumulto se tratava. De repente a resposta para como eles vieram parar nos anos 30 estivesse ali perto deles e seria burrice deixar essa chance passar.

Todos saíram correndo em direção ao tumulto e ai chegar lá notaram uma pequena multidão se formando ao fim da rua, todos pareciam estar olhando para baixo, porém a quantidade de gente não permitia que eles vissem o que tinha ali.

Tomando a iniciativa Joseph começou a andar em direção ao povo quando um voz familiar o fez parar.

“Não tem nada ali.”

Ele se virou para olhar para Caesar.

“Certamente há algo ali, senão esse monte de gente não estaria tumultuada.”

“Foi o que eu disse, não tem nada ali, só um enorme precipício onde deveria estar o resto da rua.”

Todos olharam para ele, e sem ninguém notar Kakyoin começou a esticar Hierophant Green. Ele esticou, esticou e esticou e nada.

“JoJo...” Caesar e Jotaro olharam para ele. “É o que ele disse, não tem nada ali.”

Jotaro deu um suspiro meio frustado e andou até ficar frente a frente com Caesar – ele não demonstrou nada, mas ele notou que seu avô ficou tenso quando ele se aproximou do rapaz, o que o velho achava que ele fosse fazer? Socar o cara?

“Okay, estamos presos aqui no seu país e na sua época, alguma ideia por onde devemos começar?”


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Notas finais do capítulo

Elenco reunido, tudo pronto para irmos atrás do responsável por isso e também atrás do Joseph de 1938.
O próximo capitulo vai demorar um pouco pois eu estou entrando de férias e vou viajar, mas assim der eu retorno com essa fic!
Fique de olho!
Beijos!



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