O soldado olhando para todos os presentes não conseguia evitar em se sentir intimidado. Ele havia visto o que aquelas pessoas eram capazes de fazer, e mesmo chamando por Heldsmachine, este não apareceu para ajuda-lo.

Ele se questionava o porquê estava envolvido naquilo – ele estava de boa vivendo sua vida quando um homem loiro, forte que o cativou com sua lábia e beleza lhe disse que ele era especial.

E ele acreditou.

DIO era o nome do homem. E ele disse que precisava dele, e ele sem entender muito bem parou para ouvi-lo. DIO havia sido a primeira pessoa a ver utilidade nos seus poderes, DIO o ensinara o básico para que pudesse ser o homem temido que ele é hoje.

Por DIO ele lutaria até morte, ao menos assim ele achava, no momento ele estava em dúvida, sua fé no homem divino já não era a mesma desde o momento que ele lhe apresentou a um senhor alemão chamado Heiko Shckener.

Para ele o poder do senhor não devia existir tamanho poder devia pertencer somente a Deus.

Mas ali estava ele, em 1938, graças ao poder do senhor.

Ele nunca quis estar na Europa, muito menos durante a segunda guerra.

Mas ali estava ele, abandonado, sozinho e indefeso entre inimigos.

~~~~ QUARTO DO HOTEL ~~~~

“Acho melhor você começar a nos contar o que sabe.” Disse Kakyoin.

“E-Eu...n..o...or.”

Joseph olhou para os presentes coçando a cabeça meio sem graça.

“Gente foi mal, mas eu acho que eu ferrei com o maxilar dele.”

E aquilo era verdade. Eles queriam informações, mas como conseguir isso de um homem que mal tinha dentes e claramente esta com o maxilar quebrado.

Kakyoin pensou rápido e pegou papel e caneta. Ele jogou os dois no chão perto dos pés do soldado e disse.

“Vamos começar com o básico. Qual é o seu nome?”

Eles trocaram olhares por um tempo até que o soldado com as mãos tremendo escreveu no papel.

Ivan Koralenko

“Russo?!”

O soldado concordou. E Polnareff aproveitou para perguntar mais coisas.

“Está aqui a mando de quem?”

DIO

Um silencio pairou no quarto, o clima ficou pesado. Todos sabiam que essa era a única hipótese mas ainda assim receber a confirmação era um pouco demais.

Já Joseph ficou olhando tudo, sem entender nada.

DIO? Que DIO? Ele quis dizer Deus?

Ainda sem entender o que isso tinha a haver com ele e porque ele e Caesar estavam envolvidos nessa, sendo o problema claramente era com os demais, ele perguntou.

“Por que atacou a gente? O problema de você é com eles, por que nos envolver?”

Só precisávamos de vocês para distração. Meu companheiro sabia que essa época iria afetar o Senhor Joestar e consequentemente vocês.

Eles leram e foi então que Sr.Joestar percebeu uma coisa ou outra nas entre linhas.

“Você disse ‘nós’ e ‘meu companheiro’. Você não está aqui sozinho, isso já é claro para mim. Então nos diga quem mais está com você? Quantos são?”

Somos três.

“Onde está os outros?”

Eu não sei.

Polnareff não engoliu aquilo. Ele se aproximou do homem e o pegou pelo colarinho o sacudindo.

“Eu não vou cair nessa! Nos diga onde os outros estão!”

O soldado sacudia a cabeça em negação e levantava as mãos em rendição.

Avdol de longe falou um pouco mais alto na tentativa de chamar a atenção de Polnareff.

“Solte ele! Ele não consegue falar e precisa do papel para se comunicar conosco! Ponha ele no chão e o deixe escrever. Ele foi abandonado pelos colegas ele sabe tão bem quanto nós que a única chance dele é se cooperar conosco.”

Polnareff soltou o homem no chão que rapidamente pegou o papel e escreveu freneticamente. Assim que ele terminou ele jogou o papel para Jotaro que pegou e começou a ler.

“Blue Oyster Cult controla a terra, Love Is Strong consegue alterar o peso do usuário e Heldsmachine consegue mover um certo campo dentro do tempo e tem controle sobre esse tempo. Eu não sei onde ele está mas vocês precisam achar Heiko, se vocês o mata-lo tudo voltará ao normal.”

Eles não tiveram dificuldades em reconhecer a Stand do homem a frente deles, mas os poderes das outras duas Stands eram muito vagos, o que uma pessoa que aumenta e diminui o peso pode fazer?

E quem era Heiko?

O dono da Stand que controla o tempo?

Joseph tirou a dúvida deles quando arrancou o papel das mãos de Jotaro e jogou de volta para o soldado.

“Quem é Heiko?”

O usuário da Stand Heldsmachine.

Jotaro fuzilou Joseph com os olhos e sem olhar para o soldado perguntou uma ultima coisa.

“Como derrotamos eles?”

O soldado – Ivan – olhou para baixo, suspirou e só então escreveu no papel.

Vocês tem que achar Heiko pois nós estamos dentro da Stand dele.

“Isso não é só para nos matar...” Todos se viraram em direção ao Sr.Joestar que se sentou na cadeira que antes estava sentado Jotaro. “DIO quer nos atrasar não é? Quero dizer... como saímos daqui?”

Um pedaço de papel foi arremessado no Sr.Joestar, que pegou o papel amassado e abriu.

Heiko. Encontre Heiko!

“Okay...Okay...Temos que achar o tal do Heiko...entendi.”

“Essa informação não serve para nada.”

Caesar disse saindo do banheiro, vestindo uma calça, joelheiras, luvas e uma camisa azul normal.

“Não me diga.” Polnareff disse ironizando.

Caesar ignorou-o e continuou encarando o soldado no chão.

“Sabemos o nome, mas não sabemos como ele se parece. Como podemos procurar por somente um nome, esse tal de Heiko pode muito bem mudar o n...”

E um bater na porta interrompeu Caesar. Eles se olharam em dúvida e Sr.Joestar que estava mais perto da porta a abriu.

A moça da recepção olhou todo sorridente para eles, isso até ela olhar o soldado no chão. Seu rosto assustado e sua incapacidade de falar após ver aquilo colocou Caesar e Joseph em ação.

Ambos chegaram perto da porta encobrindo a visão dela, e sorrindo começaram a jogar falar bobagens. Aquilo pareceu funcionar, mas o soldado não era bobo e vendo a oportunidade de avisar de sua presença tentou falar.

E ele conseguiria se não fosse Kakyoin que ao notar isso usou Hierophant Green para prender o maxilar do soldado.

Sem notar o que ocorria atrás deles Joseph e Caesar disfarçadamente saíram do quarto fechando a porta atrás deles conversando com a recepcionista no corredor.

“Eu normalmente não viria aqui falar pessoalmente com vocês, mas tem uns soldados querendo falar com vocês.”

Joseph e Caesar trocaram olhares.

“Me leve até eles.” Caesar disse e começou a acompanhar a moça, porém Joseph segurou o seu braço o impedindo de seguir adiante.

“Caesar... não é melhor alguém ir com você?”

“Não. Você e os outros são estrangeiros e muito suspeitos, deixe que eu cuido disso.”

Vendo que Joseph ainda não o soltou Caesar tentou lhe deixar mais tranquilo.

“Se eu não voltar em 10 minutos venha me buscar, ok JoJo?”

“Estou contando!”

E Caesar desceu com a recepcionista.

~~~~ HALL DE ENTRADA ~~~~

Na entrada a recepcionista apresentou Caesar ao oficial responsável.

Ele não podia negar que estava tenso, mesmo estando em contato com os soldados alemães diariamente ele no momento estava encobrindo pessoas suspeitas.

Porém ele foi surpreendido com perguntas simples.

Os soldados estavam mais preocupados com a possibilidade do homem que causou a destruição toda ser um dos homens do pilar.

Não seria difícil os tirar dali, mas Caesar viu que teria que ir com eles para garantir que o homem em questão fugiu e não estava no andar de cima e que ele não era um homem do pilar.

Graças aos meses de colaboração e o fato da Itália ser um aliado da Alemanha o ajudou a conseguir pelo menos dois minutos para subir e pegar seus documentos – a desculpa que ele conseguiu arranjar para poder avisar os demais que ele estava saindo e para onde ele estava indo.

Talvez ele pudesse servir de isca e eles pudessem encontrar o tal de Heiko que colocou todos eles naquela situação.

Enquanto ele subia, ele não notou a mulher que estava sentada lendo revista logo no Hall de entrada.

Caesar não tinha culpa, ele estava lidando com outro problema e ninguém iria achar uma mulher tão quieta e compenetrada como suspeita de algo.

Porém assim que ele começou a subir a recepcionista sem saber que estava anunciando a presença dos demais para o inimigo, perguntou inocentemente se ‘os seus amigos desejam alguma coisa?’.

E isso chamou a atenção dos soldados, cujo superior imediatamente perguntou a Caesar que amigos eram esses.

Como também da moça que se levantou e saiu sem levantar suspeitas.

~~~~ ALGUNS MINUTOS ANTES ~~~~

Ela viu a confusão.

Ela soube desde o começo que seja lá quem aqueles dois rapazes eram, eles com certeza eram problema. Isso sem contar Jotaro e os outros.

DIO já havia deixado claro que eles não eram inimigos que podiam ser subestimados e ela nunca cometeu um erro desses. Ela não subestimava as pessoas porque ela mesma era constantemente subestimada.

Porém isso tinha suas vantagens.

Ela era invisível, mulher, pequena, delicada... Que ameaça ela é?

Ela era uma ameaça enorme, e nada a deixou mais feliz que saber que Heiko tinha mandado eles para Itália. Sendo ela uma Italiana ele entendia muito bem o que todos falavam e por isso ela entendeu o motivo do tumulto.

Por isso ela soube que um dos rapazes se chamava Caesar e em qual hotel ele estava.

Por isso ela ouviu a recepcionista perguntando sobre os demais colegas e então teve a certeza que tinha encontrado todos eles.

Todos convenientemente reunidos em um só lugar.

Mais fácil impossível.

Ela saiu, atravessou a rua e da calçada olhou para o prédio. Ela não sabia em que andar e quarto eles estavam e então decidiu destruir tudo só por precaução.

Ela abriu sua sombrinha amarela e se preparou.

“Love Is Strong! Vamos ter uma visão melhor desse prédio.”

E com um simples pulinho o vento a fez subir e subir e subir. As pessoas na rua olharam espantadas, muitas pararam o que estavam fazendo e outras apontavam o dedo chamando a atenção das demais.

Entre esses um soldado, que querendo mostrar aquele evento sobrenatural para seus colegas voltou para dentro do hotel chamando os demais.

Caesar ao ouvir não pensou duas vezes e subiu os degraus correndo.

Já no lado de fora, a moça que estava a voar com uma sombrinha olhou para baixo e sorriu. Ela fechou a sombrinha e caiu. Na sua queda ela atingiu o prédio o levantou o destruindo.