No momento em que eles entraram na cidade eles não sabiam que havia algo errado.

Todos sabiam que eles podiam se deparar com um usuário de Stand durante sua jornada, mas já fazia quatro ótimos dias que eles não eram atacados por um.

Polnareff suspirou em frustação, finalmente um pouco de paz e não chegou a durar nem uma semana. Kakoyin sorria com uma cara de arrogância de quem sabia que a tranquilidade não iria durar muito.

A reação dos dois seria estranha para qualquer outro, mas Jotaro, Avdol e Joseph estavam presentes quando os dois começaram a argumentar até o ponto de apostar quanto tempo a paz duraria.

O resultado era claro. Kakoyin acertou, e com isso também ganhou café, almoço e janta para ele e os outros três, tudo pago por Polnareff.

Ainda sorrindo, Kakoyin parou ao lado de Jotaro.

"E então alguma sugestão de onde podemos parar para um bom café, Jotaro?"

Jotaro sabia muito bem qual era a intenção de Kakoyin e por isso procurou pelo lugar que parecia ser o mais caro da região.

"Que tal ali?"

Kakoyin nem chegou a responder quando ouviu Polnareff falar.

"Nãoo!"

"Oh My GOD! Eu gostei!"

"Bem acho que estamos de acordo. Vamos lá Polnareff! Vamos tomar um café!"

Polnareff olhou para Joseph e para Avdol, mas do senhor só ganhou dois joinhas e de Avdol um pequeno gesto com os ombros. E cabisbaixo ele entrou no estabelecimento.

Já sentados e esperando pelo os seus pedidos, Polnareff continuou a argumentar contra a aposta.

"Eu acho isso errado. Nós não fomos atacados, estamos aqui tranquilos, eu não perdi aposta nenhuma!"

"Nós não fomos atacados ainda..."

Todos olharam para Avdol aguardando algo mais.

"Não olhem para mim, essa cidade tem algo estranho nela. Aqui até parece a Europa."

"Agora que você falou isso..." Polnareff ficou olhando o ambiente a sua volta. "Aaah! Eles só tem bom gosto!"

"Esse não é o problema."

Joseph que estava estranhamente quieto até então finalmente falou.

"Estão vendo aquilo?" Ele disse apontando para um veiculo do lado de fora. "Aquilo pertence a essa época. Já aquilo..." Ele apontou para um motocicleta estranha com uma casal namorando ao lado dela. "Aquilo eu não vejo já faz uns 40 anos.”

Polnareff ainda não estava entendo.

"Hehehe...aquilo é um casal namorando. Eu sei que o senhor é casado, mas isso ainda acontece..."

"O Senhor Joestar está falando do motocicleta. Aquele modelo é dos anos 30, e aquele casal, as roupas deles também."

Jotaro estava só observando, o velho estava meio gaga e nunca bateu muito bem da cabeça, mas se Kakoyin estava concordando então realmente aquilo devia ser algo muito fora da padrão.

"Isso é muito nostálgico. A ponto de ser incomodo."

Eles foram servidos, somente para serem surpreendidos por um tanque passando na rua, acompanhado por alguns soldados.

"OH MY GOD!"

Joseph se levantou de repente.

Aquele tanque, aqueles uniformes.

Não aquilo não era possível, a segunda guerra havia acabado, aquilo tudo pertence a museus.

"O que foi Jiji?"

"Aquele tanque, aqueles uniformes...eu não...eu não."

Avdol e Kakoyin notando o quão pertubado Joseph estava, se levantaram para acalma-lo.

O que nenhum esperava é a voz que chamou por um deles.

"Jojo?"

Jotaro foi o primeiro a olhar, mas ele nunca viu aquele rapaz.

Polnareff, Avdol e Kakoyin olhavam para o estranho e para Jotaro na dúvida se ele conhecia ou não o rapaz.

Seria ele um inimigo?

Não demorou para que eles notassem que Joseph travou no lugar, seus punhos cerrados, se recusando a olhar para trás.

"Jojo? É você?"

O rapaz era loiro, e tinha uma roupa bem peculiar, colada em seu corpo sem deixar muito espaço para imaginação.

"Conhece ele, Jotaro?"

"Nunca vi."

Joseph então finalmente se virou, seus olhos cheios de lagrimas, sua voz falhando.

"Cae-Cae-sar..."

Todos notaram o tão de espanto e dúvida, o olhar incrédulo do Joestar mais velho.

Assim como era evidente o tom suave e carinhoso do rapaz desconhecido, até a postura dele havia mudado, ele sorria.

Ninguém teve tempo de reagir, o rapaz correu e pulou abraçando Joseph, que parecia estar em choque.

Avdol e Polnareff se olhavam sem saber o que fazer.

Jotaro não parecia nem um pouco feliz e só não separou os dois graças a Kakoyin que acenou com a cabeça pedindo para ele esperar.

Já Joseph não sabia o que fazer, ele estava feliz, extremamente feliz. Porém aquilo não era possível, Caesar morreu há muitos anos atrás.

A falta de reação da sua parte fez com o rapaz interrompesse o abraço se afastando um pouco do mais velho, e com o rosto corado, evitando o olhar comentou.

"Huumm...me desculpa. Eeerr...você não se lembra de mim, JoJo?"

Joseph queria acreditar, tudo parecia tão real.

Ele queria que fosse verdade, ele queria ver, ouvir, sentir Caesar outra vez, nem que fosse só por alguns segundos.

E por esse motivo ele ignorou tudo e todos e com as duas mãos segurou o rosto do rapaz.

Só podia ser ele, o mesmo cabelo loiro tão bem cuidado, os mesmos cílios longos e olhos verdes, o mesmo rosto que ele nunca admitiu a ninguém que achava tão belo.

"Meu Caesarino!"