Do Outro Lado escrita por Sah Lages


Capítulo 3
A semana Seguinte


Notas iniciais do capítulo

Oi amorecos, tudo bem com vocês? Pronto pra mais uma maluquice da Linda? então vamos-lá :D



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Capítulo 2 - A Semana Seguinte.

O fim de semana do Senhor e Sra. Terrence foi um tanto quanto incomum devido aos últimos acontecimentos. No entanto ambos sobreviveram a essa experiência inédita depois desses anos de casados. O final de semana passou e veio a segunda, John sempre acorda mais cedo do que sua mulher e conseguia deixar a casa de pernas para o ar e junto com a bagunça dele vem a rotina igual todo começo de semana.

Sempre que acorda John deixa tolhas pela casa, sapatos no corredor, camisas e paletós jogados pelos cantos do closet e um banheiro do qual deixa até a mãe dele de cabelos em pé. Sabia muito bem que quando acordasse, Linda iria detesta sua casa naquele estado, mas ele podia pôr a desculpa no atraso para o trabalho como sempre fez nos últimos anos. Antes sair do quarto, descer para a garagem e seguir para o trabalho, ele deposita um beijo casto como de costume na testa de sua esposa que ainda dorme.

John Terrence é diretor executivo de planejamento da Publicity Aflame INC, uma agência de publicidade que é especializada em dar suporte de marketing visual à micro empresas do ramo publicitário, alimentício, vestuário entre outros ramos. Existente a mais de dez anos no mercado, a agência entra na lista de mais recomendada pela sua genialidade e competência.

Sua função na P. Aflame é acolher as empresas e oferecer planejamentos que melhor se adequam ao quadro visionário do consumidor, onde todos os lados possam render bons lucros. John está nessa empresa há cinco anos. Ganha bem mensalmente e a consequência disso tudo é a boa vida que ele e sua esposa levam.

John tem a estúpida mania de dizer que se uma mulher ganha mais que o homem, ele não é digno de ter uma família. Claro, que ele procurava não mencionar isso na frente de sua esposa já que ambos atualmente têm um fundo salarial em nível igualado. Mas ele se orgulha em receber alguns a mais que ela. Pensamento um tanto machista.

Já para a "Senhora Sem Controle Pós Final De Semana", o dia amanhece preguiçoso, depois de duas horas da saída de John, enfim ela decide acorda para se arrumar e ir trabalhar, antes decide mandar uma mensagem para seu marido. Ela pega seu celular que está logo ao lado no criado mudo e digita um pequeno texto para ele.

Bom dia querido quero saber como você está depois desse final de semana turbulento?
Desculpe-me não sei o que deu em mim, quando ver essa mensagem me retorne. Te amo, Sempre sua, Linda.

Ela aperta o botão enviar e coloca o celular no modo silencioso de volta no local anterior e se ajeita para sair das cobertas. Levanta veste seu hobby e calça suas pantufas, indo rumo ao banheiro e trancando a porta. Linda liga o chuveiro e deixa a água cair por alguns minutos enquanto ela tira a roupa para entrar no box e tomar seu banho matinal. Depois de quase quarenta e cinco minutos ela sai do banho, pega sua toalha se enxugar e vai para o quarto se arrumar.

Linda veste uma calça jeans Skinny, uma blusa vermelha lisa de seda sem decote, com um detalhe de crucifixo na barra da blusa, e calça um salto preto nada chamativo. A professora passa um perfume e seu batom cor de boca.
Assim que termina de se arrumar vai pentear seus cachos deixando-os soltos e esconde uma mecha, que se destacava na frente, pondo atrás da orelha. Enfim olha no espelho e faz uma careta de aprovação.

Linda sai de casa, trancando bem as portas, olha para os dois lados sentindo que há alguém lhe observando. Dando de ombro ela vai em direção a um vaso com flores bem próximo a ela e debaixo ela guarda a cópia da chave. Dá meia volta, vai direto para as escadas que dão acesso ao gramado da sua casa. Aproxima-se de sua Mercedes, destravando o alarme, abre uma das portas e entra no automóvel.

Antes de dar a partida ela olha em sua bolsa para ver se não esqueceu nada. Verifica o retrovisor, dá uma ajeitada nos cabelos novamente e vai trabalhar.
No caminho rumo ao serviço ela escuta "Sex On Fire" da banda Kings of Leon, sua música preferida e agradece aos céus por John ter retirado seu carro da garagem.

Aproveita que ainda tem tempo até seu horário de aula e decidi passar no centro da cidade para comprar uns materiais de trabalho que estão faltando e em seguida passa no mercado e compra algumas frutas.

Chegando ao trabalho, estaciona o carro em um lugar reservado aos professores, pega as suas coisas e se dirigi para dentro da escola Harrison Sullivan Middle School. A escola onde ela trabalha é de meio período integral, iniciando as aulas a partir das dez horas, indo até as dezoito e trinta. A mulher leciona matemática para jovens do ensino médio. Ao chegar à escola ela vai em direção a sala dos professores passando antes pelo corredor e por alguns alunos. Linda os cumprimenta.

– Bom dia Ernest, estude mais, sua prova não foi boa.

– Eu vou me esforçar mais na próxima professora. - O garoto tinha uma certa paixão pela professora e se dar mal nas provas era um meio de ter sua atenção.

– Marta, como foi seu final de semana?

– Foi bom professora e o seu? – A garota respondeu toda sorridente

– O de sempre, mas vamos indo para a sala que já eu estarei lá com vocês!

Alguns alunos se escondiam dela não pela sua matéria, mas por nutrirem uma paixonite juvenil pela professora, outros por medo, e os mais novinhos a tinham como uma mãe. Linda sempre fora doce e afável com todos a sua volta e isso fazia dela uma pessoa amada por muitos.

Linda chega à secretaria e passa por Suzanne - a secretária auxiliar dos professores. - Linda lhe deseja, com um sorriso debochado um bom dia antes de tudo e a moça entrega a chave do seu armário lhe retribuindo com um sorriso falso. Linda percebe, mas não liga e vai logo entrando na sala dos professores para preparar sua aula e organizar umas coisas no seu armário.

Enquanto ela está absorta em seu trabalho revendo algumas atividades, se levanta e vai até a cafeteira lembrando-se que não havia comido nada desde que se levantou e nem havia percebido que sua barriga estava reclamando fazia certo tempo. Ela espera um pouco decidindo se realmente quer comer ou se iria esperar pelo horário do almoço. Mais um ronco de sua barriga a fez mudar de ideia. Ela se serve com pouco de café e torradas amanteigadas, geleia de amora e uma taça com um mix de frutas cortadas em pedaços, estava realmente com fome.

Poucos segundos depois de se servir, Michel entra na sala e fica no lado oposto da mesma. A sala dos professores na escola onde eles trabalham é composta por uma grande mesa que cabe um total de quinze pessoas, um armário grande com separações individuais para cada professor, janelas grandes de vidro, boa iluminação, sofás espalhados, uma cafeteira no canto da porta e um bebedouro ao lado da estante de livros.

Ao entrar o professor percebe que Linda já se encontra no local e vendo uma maneira de falar com ela para obter respostas sobre o que havia acontecido na semana passada, naquele "Sábado inesquecível" - É assim que ele passara há chamar aquele dia -, ele vai a sua direção sem chamar muita atenção, já que os professores logo iriam chegar para se prepararem para as suas aulas. Chegando perto da mulher, Michel teve uma tentativa frustrada, pois a professora passou pelo colega de trabalho como se ele não estivesse ali.

O professor com os olhos fixos em Linda e perplexo pelo seu comportamento nada habitual, apenas a observa pelos cantos dos olhos. Para chamar sua atenção ele começa com tossidas e pigarreio, ela por sua vez o ignora a todo instante. A professora então volta do canto da sala põe sua pequena bandeja de café da manhã sobre a mesa de mármore e decide dar uma olhada em uns papéis avulsos que ela não lembrava do que se tratava, enquanto toma um gole de café e mastiga uma torrada.

Linda estava tão entretida em corrigir algumas provas pendentes que nem ela e nem Michel se deram conta que ali também se encontrava outra professora que estava observando tudo a sua volta, inclusive o estranho momento entre eles, dois minutos atrás.

Esta já de meia idade, cabelos pretos a não serem pelos fios brancos à amostra em alguns lados, óculos redondo, roupas largas e sapato baixo. Essas são as características mais marcantes da professora mais velha que fora muito bela na juventude.

A professora a fita tentando encontrar palavras para entender o porquê de Linda não falar com o colega de trabalho, quando o mesmo foi ao seu encontro logo que chegou.

– Linda minha querida, você está bem, quer conversar? - Pergunta a professora.

– Não Dona Rose eu estou bem, só um pouco cansada e exausta por causa de alguns problemas, mas logo vou melhorar. - Faz uma pausa breve e enfim continua - Obrigada pela preocupação. - Responde em tom de doçura na voz.

Rose Kavanna é professora a mais de vinte anos, sete desses vinte longos anos é de total dedicação a Harrison Sullivan Middle School. Dona Rose é a mais velha do grupo de mestres da escola, e por ser assim é a mais temida e respeitada por todos.

A Sra. Kavanna observa Linda por uns instantes e depois volta para suas folhas e nem se dá conta que por um minuto de distração a sala ficou movimentada e barulhenta, os outros professores haviam chegado para começar o dia de mais um longo serviço pela frente.

A sineta ensurdecedora toca e cada um vai para sua sala de aula. Linda se demora mais um pouco mexendo na sua bolsa para pegar uma presilha de cabelo antes de iniciar sua aula logo mais. Michel olha para ela e entende na sua cabeça que ela está lhe dando uma deixa para iniciarem uma conversa, mas engana-se na hora em que ele chega perto dela.

– Não chega perto de mim! Não quero falar com você, não quero ouvir a sua voz e nada que venha de você. Nem hoje, nem amanhã e nem nunca mais. - A mulher pega suas coisas e vai em direção a porta a passos largos e violentos.

Cada "não" dito de forma segura e fria foi uma tentativa de convencer a si mesma que aquilo nunca mais deveria se repetir e nem iria, ela nunca havia feito tal coisa antes, sempre respeitou seu marido. Não aceitava de forma alguma que algo como o que fez no final de semana tenha acontecido justamente com ela. Mas o que exatamente aconteceu?

Linda só lembra-se de sair da porta de seu colega de trabalho e pular para dentro do carro. Entre flashback de cenas cortadas.

Michel perplexo com a atitude da mulher simplesmente passa pela porta aonde a professora havia passado e para olhando para ela.

– Te espero lá fora. Você não vai me deixar sem respostas Linda, você não vai! - Um pouco furioso com a reação da colega, Michel volta para a sala e se senta no sofá, colocando o rosto entre as mãos ele fica ali por breves minutos até que Suzanne vem lhe avisar de que os alunos estavam a sua espera na sala de vídeo no bloco B.

Michel se levanta e vai até seu armário pegar a lista de frequência e um DVD para ministrar sua aula. Ele sai da sala a passos lentos e esbarra em um aluno que estava falando com a secretária da escola. Pede desculpas ao aluno e vai rumo ao bloco.

O dia se arrastou lentamente, a hora do almoço na escola parecia que não chegava nunca e a barriga de Linda já estava reclamando novamente há mais de uma hora. Quando a sineta do intervalo tocou e ela prontamente já estava com as suas coisas arrumadas para ir almoçar no restaurante mais próximo da escola.

Linda não é fã da comida preparada pela escola, gostava de alimentos bem mais saudáveis, então decidiu ir comer a três quadras distantes do trabalho.
Pega suas coisas e decide ir a pé para espairecer no caminho. O dia lá fora está com um friozinho gostoso e uma leve brisa bate em seus cachos que ela tinha acabo de libertar. Vai cantarolando enquanto faz seu caminho habitual até o restaurante Gourmet & Cia.

Tinha exatamente cerca de uma hora e meia para almoçar e como está com muita fome ela decide apressar o passo para que possa aproveitar ao máximo seu horário de almoço, para então se distrair e espairecer mais um pouco.

Chega ao restaurante e logo é abordada pelo garçom que lhe leva até uma mesa mais escondida como de costume.
O garçom tem os cabelos loiros enrolados, olhos castanhos e tinha uma estrutura magra onde o uniforme de trabalho lhe caia bem, por não ser tão justo e não ser tão largo. Na medida ideal.

Linda segue o rapaz até a mesa e ele lhe entrega o cardápio do dia. Ela pede grão de bico, com arroz integral, salada de couve com rúcula e meio peito de frango grelhado no azeite. Para beber, uma jarra de suco de abacaxi com hortelã orgânica.

Já havia se passado dez minutos desde que Linda havia feito seu pedido, quando seu celular toca. Pega sua bolsa e retira o aparelho de dentro e vê na tela o aviso de uma nova mensagem. Achando que é de John, pelo recado deixado mais cedo para ele, decide abrir a mensagem. Percebe que o número é desconhecido, mas não se intimida e abre a mensagem.
A mensagem era simples e muito objetiva.

Certas coisas a gente nunca se esquece de verificar.

Linda fica momentaneamente pensativa. Imaginando talvez que fosse uma brincadeira de alguém tentando assusta- lá. Ela fica em suas lembranças e nem percebe que o garçom entrega seu pedido e se retira após deixar uma pergunta no ar de, “Deseja mais alguma coisa", não respondida.

A professora fita seu prato e vai despertando desse susto, decide então comer antes que passe seu horário de almoço, pois estava com muita fome. Não seria uma mensagem sem importância que tiraria sua apetite, até porquê o número ela já tinha, mais tarde poderia ligar para ver a quem pertence.

O local está cheio agora e barulhento, nenhuma mesa disponível. Se passaram vinte minutos e Linda ainda estava em seu prato. O garçom se aproxima da mesa da mulher, lhe interrompendo.

– Com licença. - Se inclina para poder olhar para Linda que está com a cabeça baixa comendo. A professora lhe dá atenção.

– Ainda estou comendo, não precisa retirar agora. - Comenta, imaginando que o garoto estava ali apenas para retirar seu prato.

– Não, não é isso Sra. Terrence. Apenas vim lhe perguntar. Até peço desculpas pelo incomodo...

– Não há incomodo nenhum - Interrompe - Mas diga o que quer de mim exatamente?

– Então, como o restaurante está cheio e essa é a única mesa que há cadeiras desocupadas. - Faz uma pausa breve, escolhendo as palavras e então continua. - Se a senhora permitir, é claro, poderia dar uma dessas cadeiras para uma cliente que acaba de chegar. Ela disse que pode comer na bancada mesmo e ...

Linda verifica o local que realmente estava cheio e fica procurando a quem o garçom se referia.

– Pode trazer ela para cá, se ela quiser sentar comigo, é claro. Por mim não há problema nenhum.

– Está falando sério, senhora?

– Claro! - Comenta em um tom bem sereno. - Ah, antes que eu me esqueça, daqui a dez minutos traz uma torta Blue Berry de sobremesa, por favor. Obrigada.

– Sim, claro e obrigado senhora. - O garçom se retira, e vai em direção a mulher que está na bancada esperando a cadeira. O rapaz comentou algo com a mulher e lhe trouxe até a mesa.

A mulher fica de frente para Linda que a olha de forma meticulosa, a mesma devolve o olhar. A cliente é um pouco mais bronzeada do que a professora. Tem lindos olhos grandes cor de mel, cabelos castanhos colocados delicadamente do lado direto sobre o ombro, uma boca bem delicada coberta de batom vermelho intenso. Um corpo esbelto com a cintura fina e pernas bem definidas. Provavelmente ela é um ou dois anos mais nova que Linda. O garçom se retira.

– Espero não atrapalhar. - A mulher fala um pouco tímida.

– Não há problema nenhum. É sempre bom almoçar com uma boa companhia. - Diz a professora apontando para a cadeira. - Pode se sentar.

A moça senta de frente para Linda. O garçom trás o cardápio do dia e entrega à nova cliente, anota seu pedido e se retira. Quando está com o prato quase limpo, a professora chama o rapaz que lhe traz a sobremesa juntamente com o pedido da mulher que está na mesa. Linda oferece para a companheira de mesa que recusa. Um silêncio infinito surge entre elas deixando o barulho do local tomar conta do momento. Até que é interrompido.

– Desculpe não me apresentei. Chamo-me Linda, Linda Terrence e você? - Se apresenta com um sorriso descontraído no rosto.

– Sou Deanna Adams, prazer em conhecê-la. - Ela retribui o sorriso dado pela mulher que lhe cedera o lugar.

A senhorita Adams denota seu prato e então dá a primeira garfada em sua comida.

– O prazer é meu! - A professora estava gostando da situação e dá continuidade. – Nossa, sempre almoço aqui e nunca vi tão movimentado desse jeito. - Linda repara surpresa.

– Pois é sempre venho aqui também isso quando posso ou então almoço no trabalho. Mas hoje o movimento está intenso. - Deanna responde olhando a sua volta e vê que outras pessoas esperam por mesas livres.

Linda estava à vontade com a presença de Deanna. Fazia tempos que não almoçava em tão boa companhia. Então decide alongar mais a conversa entre as duas.

– Você disse que às vezes almoça no trabalho. Onde você trabalha? - Pergunta ela interessada, não deixando de comer sua sobremesa que, aliás, estava de lamber os beiços.

– Bom sou dona de um bar que fica a duas quadras daqui. E você?

– Sou professora, trabalho aqui perto também.

– Ah, você é professora. Meu noivo trabalha como professor perto daqui também. Aliás, acabei de ficar noiva - Ela fala mostrando o anel de noivado à professora.

– Meus parabéns. Felicidades ao casal espero que sejam felizes juntos. - Linda joga a cabeça para o lado dando um sorriso.

– Obrigada, estou muito feliz com isso e ele também, eu acho. - Deanna abaixa a mão olhando para anel de ouro, com o pensamento longe.

A dona do bar havia ficado noiva a duas semanas, mas seu noivado estava ameaçado em sua cabeça. Ela suspeita que o seu noivo esteja de caso com outra mulher, mas não tem certeza.

– E você Linda?

– Eu o quê? - A Sra. Terrence pergunta intrigada.

– Tem namorado? Noivo? Está solteira? - Deanna dá uma risada gostosa olhando para sua colega de mesa.

– Ah sim! - A professora dá uma gargalhada acompanhando a mulher ali. Diverte-se com a situação. - Sou casada. - A mulher levanta a mão esquerda que estava debaixo da mesa e mostra a aliança para a moça. A aliança côncava em ouro amarelo de 18K, diamantada com um fio de ouro branco e seis pequenos diamantes cravados.

– Uau! Muito bonita sua aliança.

Linda agradece baixinho, ela não tirava sua aliança por nada, a não ser no banho e outros momentos raros. As mulheres fazem uma pausa na conversa para terminarem de comer.

– Gostei de você. - Comenta a professora.

Deanna abre um belo sorriso mostrando seus dentes perfeitos.

– Eu também. Parece que já te conheço a anos.

Naquele instante o telefone de Deanna toca, ela pede desculpas a Linda dizendo que o noivo estava na ligação e atende:

– Oi amor, estou aqui no Gourmet & CIA. - A outra pessoa no telefone murmura algo.

– Sim, perto do seu trabalho. - Ela olha para Linda que dá uma piscadela. - Estou aqui te esperando para irmos embora juntos. - A moça espera a pessoa no telefone, que responde.

Linda pega em cima da mesa o copo vazio onde estava bebendo suco e coloca mais um pouco dele para beber. E então volta sua atenção para a senhorita Adams

– Tudo bem, espero sim. Te amo - Murmura e logo em seguida desliga guardando o aparelho na bolsa.

A beleza da mulher havia chamado a atenção de Linda que olhou bem para cada expressão da moça à sua frente gravando bem suas feições.

Raramente uma situação ou uma pessoa passava despercebida pelos olhos da professora. Ela tinha uma mania muito grande de gravar os detalhes mais importantes das pessoas. Adquiriu essa capacidade há alguns anos antes de se casar com John, já que o marido tinha um irmão gêmeo que faleceu á alguns anos antes deles se casarem.

Ambas vão terminando seus pratos e batendo um longo papo sobre coisas da vida e papo de mulheres. Até que Linda olha seu relógio e se assusta. Seu horário de almoço iria acabar daqui a dez minutos. Vai arrumando suas coisas. Antes de se retirar da mesa ela para e se vira para a dona do bar.

– Poderia me passar seu número? Assim pelo menos quando eu vim almoçar podemos dividir a mesa novamente. Isso se você quiser claro.

– Que isso, amei sua companhia. Vou te dar um cartão com meu número, qualquer coisa me liga ou passa lá no Pérgola Drink's. Podemos vir juntas, fica perto. - A mulher diz entregando o cartãozinho para a outra que aceita sorridente analisando rapidamente o cartão.

As mulheres se despendem com um abraço e um beijo dado de cada lado de ambas as faces. Linda deixa Deanna na mesa e vai rumo a porta para seguir seu caminho de volta à escola. Quando Linda abre a porta leva um susto ao ver Michel, seu colega de trabalho, adentrando no local. Seu coração dispara e ela deixa a bolsa cair, lembrando-se das palavras de Michel horas atrás na sala dos professores.

De repente Michel é chamado por uma voz que a professora passou a conhecer há uma hora atrás. O professor fica pensando como Linda estava justamente no mesmo restaurante onde ele encontraria a noiva?

Completamente nervoso com aquela situação, nada passa por sua cabeça para tentar sair daquele momento. Antes que ele pudesse fazer alguma coisa, a mulher vem ao encontro dos dois.
Deanna se curva para pegar a bolsa que havia caído das mãos de Linda que permanece imóvel.

– Sua bolsa - Ela entrega a bolsa nas mãos da professora. Percebe que há algo entre seu noivo e Linda, que estão parados se olhando. - Vocês já se conhecem? - Murmura.

– J- já sim - Michel Gagueja, despertando daquele estranhamento.

– Somos colegas de trabalho. - Diz Linda tentando parecer sem importância. Até que funciona.

– Nossa que coincidência. - A mulher passa por Linda, dá um breve beijo em Michel e fica ao lado dele. - Amor, a Linda me deixou almoçar com ela em sua mesa. - Ela pausa por um instante. - Ta vendo como está cheio hoje. Eu não iria conseguir nunca almoçar na hora se não fosse ela.

– Nossa amor, sério? - Dá de ombro.

– Aliás, mais uma vez obrigada pela sua companhia, obrigada mesmo por me deixar ficar em sua mesa. - Agradece Deanna.

– Não precisa agradecer, foi um prazer para mim. Agora me dêem licença que eu estou quase em cima dá hora para voltar ao trabalho. Tchau. - Vai seguindo rumo à porta.

– Te devo essa. - A mulher murmura à professora que já estava fora do restaurante, para não dizer - quase correndo para a rua.

Michel observa a professora saindo, solta o ar que nem percebeu que estava segurando e volta sua atenção a sua noiva que fica com um sorriso de orelha a orelha por saber que no futuro poderá contar com Linda para observar seu futuro marido. Fazendo com que sua suspeita de traição seja ou não confirmada. Mal sabe ela o que a vida lhe reserva daqui em diante.

Deanna perdeu o pai muito cedo e foi criada pela mãe junto com uma meia irmã filha do primeiro casamento de seu pai.

Quando adolescente sua mãe lhe chamou para uma conversa e em meio a muitas palavras ditas que a própria Deanna não deu ouvidos a mãe dela:

– Confiar às vezes é fácil demais, minha filha. Porém o arrependimento vem logo depois, como um tapa na cara ou como uma notícia ruim, as consequências futuras, são frutos dos nossos atos. Dois erros, um acerto.

Esse foi o último conselho que a moça ouviu de sua mãe. Semanas depois a mulher veio a falecer devido a um atropelamento causado por um motorista bêbado.

O dia passa arrastando e logo vem o outro dia com uma manhã revigorante e cheia de vida. Pássaros catam pelas árvores que estão espalhadas pelas ruas.

As pessoas começam a acordar, John já acorda com o cheirinho de café da manhã da sua vizinha, Sra. Cassidy Trevonne. O homem se arruma para um longo dia, cheio de expectativas e muito energia positiva. John levanta como sempre deixando sua bela esposa dormindo ali e um rastro de roupas pela casa.

O Sr. Terrence se banha e coloca um terno preto liso, com abotoaduras em cobre, corte assimétrico, um terno muito lindo. Combinando com o dono.
John sempre fora um homem interessante. Olhos verdes cheios de vida. Ele é alto e tem um corpo musculoso. Sua boca é fina, seu cabelo levemente caído de cor castanho claro e a barba já feita.

O homem sai de casa deixando sua mulher ainda dormindo e vai trabalhar. Hoje ele tem que fechar um acordo que renderia ótimos resultados financeiros para sua agência. John não tem a opção de não conseguir esse negócio. É fechar o acordo ou fechar o acordo.


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Notas finais do capítulo

Heeey, e ai, curtiram? não esqueçam de comentar, até amanha *----*



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