Vendo todos meus livros espalhados me deu uma raiva, comecei a xingar baixinho, percebi que alguém se abaixou para me ajudar, mas muito brava nem liguei continuei pegando minhas coisas, olhei meio de canto e notei que em uns dos braços tinha uma tatto e ate que achei interessante mais fiz pouco caso e me levantei fingindo não notar, apenas senti alguém segurando meu braço e me puxando para trás, bom a pessoa era mais alta que eu e bem forte, levantei a cabeça para xingar e reconheci aqueles cabelos castanhos na mesma hora, sim quem ia imaginar que iriamos nos esbarrar novamente...
Disfarcei um sorriso bobo, olhei para o lado, para ele não notar minhas bochechas avermelhadas, ele estava com uma cara de poucos amigos.

– Você e sempre marrenta assim?–Ele falou cruzando os braços e levantado a sobrancelha, eu tentei não cair no riso, tentei me desculpar mais a única coisa que saiu da minha boca foi;

– Você... Idiota!–Caramba não era isso que queria dizer, ele jogou aquelas belas franjas para trás e me encarou, coloquei a mão na boca e comecei a caminhar não queria mais pagar mico. As ruas de Paris eram sempre cheias me misturei na multidão andei ate minhas pernas começarem a tremer, bem para alguém que não vai quase na academia estou correndo bem, me sentei num lindo banco que ficava de frente de um belíssimo lago, as arvores por todo o lugar tinham folhas laranjas e muitas no chão, Novembro deixa esse lugar bem perfeito, deslumbrada com a paisagem senti algo vibrar em meio dos meus livros, que susto quando vi um tablet na minha mão...
Olhava para o tablet e para os livros e não conseguia imaginar como ele foi para ali, depois com calma lembrei de te esbarrado no cabeludo lindo, bem o que eu poderia fazer, pensei em duas coisas deixar o tablet em qualquer lugar ou ligar e ver se acho qualquer coisa que me leve ao dono.

– Ta... vou ligar! Ai paizinho não me mate!–Rindo liguei e esperei assim que ligou apareceu foto dele sem camisa como tela de descanso, serio... ele sem camisa que ego alto ele tem, bom para debloquear a tela foi fácil e adivinha o que eu vi como wallpaper ele abraçado a duas belas moças, serio que ridículo, revirei os olhos e procurei algo util, bom uma pasta me chamou atenção, pensei varias vezes em não mexer, mas minha curiosidade falou alto, eu abri a pasta vi vários vídeos, e pensei mil besteiras! Bem acabei me surpreendendo eram vários vídeos de fotos de casamentos, lugares lindos, e me deixou encantada e percebi que ele que tirava todas as fotos, e no fim dos vídeos tinha o seu contato, Bom já tinha como acha-lo, só faltava a coragem.

– Alô, você perdeu... bom sem querer peguei seu tablet e queria devolver, estou na rua....
Respirei fundo e continuei falei a localização, não conseguia parar de balançar uma das pernas, meu nervosismo estava transparente, nem deixei ele falar e desliguei, eu sentava, andava em volta do banco, olhava para os lados como se tivesse fugindo de algo, tentei me distrair com algum livro mais nada adiantava, estava escurecendo e o frio me rodeando, estava decidida se ele não aparecesse eu iria embora, me sentei e fechei os olhos e senti uma respiração um pouco pesada muito próxima e quando abri os olhos vi ele me admirando, bem com a cara quase grudada na minha, puxei todo o ar pela narina e soltei pela boca para não tacar aquele tablet na cara dele, olhei para o lago e entreguei, ele pegou e deu uma olhada, tipo como se eu fosse pegar alguma foto dele e vender por ai, aproveitei para arrumar meu belo cabelo que estava em guerra com o vento, depois dele avaliar me levantei e pedi desculpa pela confusão, não tinha culpa de ser desastrada...

– Que isso, tomar um vinho comigo?– ele falou guardando o tablet, eu fiquei sem saber o que dizer, acho que ele estava ficando louco, serio me chamar para beber com ele, um estranho, ele fixou seus olhar em mim e suspirei sem perceber.

– Claro... que não!– bem novamente falei o que não queria, bem perto dele meio que meu corpo travava, eu pensava uma coisa e fazia outra, e isso era frustrante, balancei a cabeça negativamente, quem sabe assim meu corpo me obedecia. Ele chegou mais perto colocou a mão num bolso e com a voz rouca e grossa disse:

– Garota! Você esta me devendo isso, por sua causa perdi uns clientes!– a voz seria que me fez arrepiar, mordi o lábio, queria muito não ter me enfiado naquela situação, e naquele momento ninguém poderia me salvar, e antes que eu desse a resposta ele envolveu seu braço na minha cintura e começamos a caminhar, bem poderia gritar ou ficar quieta e aproveitar...

Depois de caminhamos um pouco paramos e ele subiu em cima de um mobilete, logo eu subi sem parar de rir, serio ele com toda aquela pose andando numa pcx 150, não aguentei e soltei uma piadinha sobre sua motinha, ele acelerou e deu uma leve empinada e aquilo me assustou acabei agarrando ele, contra minha vontade, mais tive um medo de cair e no calor do momento envolvi meus braços em volta da sua barriga, e o abracei forte, aposto que ele amou a situação, bem o vento bateu fortemente no meu rosto, minha juba já estava mais que armada, bem até que eu estava linda, quando dei por mim estávamos longe da cidade, e aquilo me gelou a espinha, ele parou em frente de uma trilha e pronto comecei a orar e fazer voto, prometi ao papai do céu que nunca mais ia pecar.
Alguns minutos de caminhada, chegamos ate um lugar lindo, tinha umas pedras rochosas e lindas, ele tirou da bolsa uma toalha e forrou no chão, e depois uma garrafa de vinho, ai pensei quem em Sã consciência carrega um vinho e leva uma desconhecida em um lugar meio que deserto, estava certa que não voltaria para casa, ele serviu o vinho e sentou todo momento tinha um lindo sorriso no rosto, eu não tinha para onde fugir então me abaixei ao lado dele e peguei um copo, bem enrolei no máximo ate ele beber primeiro, contei um pouco da minha historia e o que eu estava fazendo ali, vai que ele fica emocionado com a minha historia e me deixa livre, bem ele começou a contar sobre ele, será que era uma forma de me deixar mais calma, então ele me disse que era fotografo, bateu um medo, imagina eu pelada sendo explorada, fechei os olhos e balancei a cabeça, ele também me falou do seu sonho e como chegou aqui, bem percebi que tínhamos muito em comum, apesar de não termos nascido em berço de ouro tínhamos garra para lutar...
Acabei bebendo mais um copo de vinho, ele me mostrou como era palhaço me falando da vida amorosa, que não tinha sorte, bem pudemos dar as mãos e ser felizes nesse assunto, depois me falou das duas irmã, ai que lembrei da foto do tablet, e eu pensei tão mal dele, senti meu rosto meio que queimar mas já não sabia se era de vergonha ou o álcool que estava subindo, acabamos falando da nossa vida como se a gente se conhecesse a anos...