Depois que voltei pro meu quarto Dite e Ártemis tinham dormido na minha cama, ou seja, vou ter que dormi no quarto da Ártemis, porque não to nem um pouco afim de ouvir Hefesto reclamando que Afrodite dormiu em outro quarto e as suspeitas de traição dele.

—É bom minha coruja está inteira – Sim, eu sou apegada a essa coruja.

Ainda bem que encontrei ela jogada no chão pelo menos estava inteira. Peguei uma camisola e fui pro quarto de Ártemis, ao longo do caminho as cenas do baile vinham a minha cabeça, principalmente os olhos do cara da máscara branca – foi assim eu passei a chama-lo. Me deitei na cama e comecei a pensar se eu e Poseidon poderíamos mesmo nos dar bem, o que parece pouquíssimo provável.

—É Atena, será uma longa noite – Suspiro e me viro pro outro lado. Tentei não pensar no idiota do meu tio, mas nada feito, parecia que toda vez que eu pensava em outra coisa automaticamente o problema me vinha a cabeça ocupando o espaço de qualquer outro assunto que eu tentasse imaginar.

Se eu e ele nos déssemos bem será que meu pai gostaria? Ele ainda briga com Poseidon e Hades, e o tadinho do tio suquinho sempre leva a pior, porque meu pai e Poseidon se juntam contra o coitado, é engraçado de se ver as brigas dos três, mas do mesmo jeito poderia vir a piora-las.

Ártemis e Afrodite com toda a certeza iam tirar o resto de paz quase inexistente que eu ainda tenho, ou seja, MAL.

Mas quem sabe se a gente não brigasse mais, eu tivesse um pouco de paz sem ele ficar me provocando todo tempo e toda hora. Me levantei e sai do quarto, caminhar quem sabe o sono não aparece.

Comecei a caminhar e, claro, fiquei com frio, mas tinham esquecido o casaco no meu quarto e eu não ia acordar as crianças que resolveram se apossar dele, então continuei andando até que eu encontrei com a Louise sentada numa pedra encarando um lago sem parar. Me sentei ao seu lado e ela nem notou.

—Louise? – chamei e a coitada levou um susto quase caiu no lago – Desculpe! – Falei rindo fraco

—Não está tudo bem – Ela sorriu e voltou a encarar o lago – Sem sono, Lady Atena? – Ela perguntou sem me olhar.

—É. Muitos pensamentos rondando minha cabeça, estão me deixando sem sono – Suspirei. -Se esse problema está tirando seu sono é porque você se importa com a resposta, não é Senhora? – Ela fala balançando os pés por cima da água.

—Esse é um outro problema, eu não queria me importar com isso – Respirei fundo. Será que esse cara ia deixar de me perseguir? Ou ele está no lugar ou ele me faz pensar nele, isso é um pesadelo!

—Quem sabe se você tentar não se preocupar o problema simplesmente suma – ela fala como se fosse fácil.

—Ahh minha criança esse problema vem se arrastando junto a mim por séculos, não acho que seria tão fácil me livrar dele. E olha que eu já tentei – No final essa sempre foi e sempre será a verdade, Poseidon é o único problema que eu não consigo simplesmente dar uma solução que acabe com ele pra sempre, por um dia, uma semana quem sabe, mas por tempo indeterminado? Nunca.

—Então porque a Senhora não assume o problema e tenta soluciona-lo – Ela sorri pro reflexo que aparecia no lago.

—Ahh, estou começando a pensar que é impossível solucionar esse problema – Suspirei.

—Nenhum problema é tão ruim que não consiga ser resolvido – ela fala convicta.

—Também pensava assim, mas depois que esse problema começou a se agravar estou começando a mudar de ideia – Ela balança a cabeça negativamente.

—E qual seria o problema que está deixando a senhora sem esperança, Lady Atena? – Ela me olhou mas logo volta a atenção ao lago. Uma garota que no máximo aparenta ter 15 anos parece me entender melhor que minhas próprias irmãs, vai entender...

—Acho que você sabe minha criança mas mesmo assim eu respondo, estamos falando do meu tio, Poseidon. – fecho os olhos mas logo abro de novo.

—Não acho que o lorde Poseidon seja um problema, Lady Atena. Ele está mais pra solução – Ela sorri.

—Pois essa solução precisa arranjar outro problema e me deixar dormir – Ri um pouco.

— Se o lorde Poseidon está lhe tirando o sono deve haver um motivo especial pra isso, não? – Ela continua sorrindo alegre.

—É você tem razão, tem um motivo. Ele meio que me salvou de me afogar hoje, e eu não consigo parar de pensar no porquê ele ter feito isso – Falo pensativa.

—Provavelmente ele não te odeia como você pensa. Na verdade está mais do que na cara que os dois não se odeiam, só tem medo de falar isso em voz alta – Ela me olha como se me desafiasse a algo.

—Está engada, o Poseidon tem apenas uma enorme capacidade de me deixar confusa, e eu odeio terrivelmente está confusa – Falo convicta.

—Se o lorde Poseidon está lhe deixando sem sono com certeza tem algo ai, não foi só porque ele lhe salvou e a senhora sabe – Ela fala como se tivesse certeza disso, como um filosofo discute suas questões, sabe? Pensando além do que aquilo representa?

—Talvez você tenha razão, mas eu espero que não. Não quero está pensando que ele e salvou por que quis – Ela me olha confusa.

—Como assim a senhora está mesmo pensando que ele lhe salvou por obrigação? – Ela parecia até assustada com a hipótese disso acontecer.

—Não é uma ideia a ser descartada – Fale e sorri amarelo.

—Eu não acredito nisso, a senhora precisa ter um pouco mais de fé nele, só porque os dois brigam não quer dizer que ele faria isso, ele não seria tão infantil a esse ponto – ela fala parecia até estar com raiva.

—Que mania que todos aqui tem de fazer dele sempre o mocinho, sempre o certinho – suspiro com raiva, toda vez é assim, “Poseidon está certo Atena, deixa de implicância”.

—Não é que ele esteja certo e nem que você esteja errada, é só que a senhora desconfia muito dele, ele pode ter te salvado porque quis.

—É pode ser – faço bico e ela ri

—A senhora devia dar um voto de confiança pra ele, ele já fez você ficar pensando nele assim. Por que não? – Ela ergui a sobrancelha. Eu não estou pensando nele assim que mania chata que as pessoas tem!

—Não sei se posso confiar nele, e por que eu confiaria? – tá, talvez eu seja um pouco desconfiada

— Porque ele já deu motivo? - Ela fala e eu suspiro.

—É mais complicado do que parece, criança – Falo e ela ri.

—Se a Senhora está falando – Ela sorri

—Você tem que parar de me chamar de Senhora ou de Lady Atena, me chame de Atena, só e simplesmente Atena – Sorri e ela ficou vermelha. 

—A Rainha Hera não gosta que eu chame os deuses pelos nomes – Ela fala abaixando a cabeça.

—Hera não gosta de praticamente nada – Rimos um pouco.

—Você irá dar uma chance ao lorde Poseidon? – ela me encara

—Então a senhorita é uma das pessoas que vota sim pra “poseitena”? – Fiz cara de desconfiada

—Na verdade eu voto sim pra ver os dois felizes, e o lorde Poseidon parece mais feliz quando está provocando você – Até parece, ele pode achar divertido, mas não fica feliz, isso chega a soar doentio! – E você parece mais alegre quando está brigando com ele – Eu não fico mais feliz brigando com ele! Isso é calunia

—Discordo. Como é que eu vou ficar feliz brigando com alguém?

—Atena, você fica radiante depois de uma briga com o lorde Poseidon – ela me olhou de novo como se me desafiasse a algo.

—Não fico não – Faço bico

—Não vou discutir, até porque eu estou certa – ela deu ombros.

—Então tá. – rimos – Mas o que a senhorita faz aqui a essa hora? – devia estar tarde e ainda estava frio.

—Ahh, eu gosto desse lago e eu estava passando por aqui por perto e resolvi ficar um tempo aqui – Ela sorri.

—Está na hora de criança está na cama, e eu também – Ela assentiu e se levantou- com um pouco de dificuldade por sinal- da pedra.

—Boa noite, Atena – Ela me abraçou e saiu caminhando

—Boa noite – falei mas sabia que ela não escutaria, afinal, já estava longe. Voltei pro quarto de Ártemis e me deitei na cama.

—É bom você me deixar dormi agora – Falei pra mim mesma e me virei pra dormi