Diário de Caroline escrita por Wraquel Quity


Capítulo 3
Sonho


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo entregue, espero que estejam gostando.



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O dia estava lindo, os passarinhos cantavam no imenso jardim da mansão dos irmãos Salvatore. Os galhos se debatiam um no outro, fazendo com que minha atenção fosse desviada por alguns segundos. Vi uma matilha de coelhos passando a uns cinqüenta metros próximo à nós dois. Ri mentalmente ao pensar que poderia ser Stefan tentando os pegar.

Sua feição não era das melhores, ele parecia nervoso, e eu não acreditava que aquilo estava acontecendo. Mas Klaus parecia realmente se encontrar perante a mim. Com carne e todos os osso. Por um instante achei que fosse um feitiço, mas seus movimentos eram claros e precisos.

Meus olhos encaravam seu rosto, que transmitia seu sorriso mais atraente.

Sua expressão seria de felicidade? As questões eram muitas, mas aquela pergunta era a que eu mais me perguntava.

— Olá... Caroline.

Suas palavras saíram sarcásticas ao me ver reagir.

— Olha o Matt foi enterrado vivo, não podemos conversar.

Eu estava com pressa por vê-lo ali tão perto de mim, e ao mesmo tempo com raiva, pois acreditei que realmente tinha ido embora para sempre. A liberdade naquele instante parecia inalcançável.

Eu não estava preparada para ter conversas alheias, talvez daqui uns duzentos e sete anos quando nos esbarrarmos poderíamos colocar os assuntos em dia.

O que apenas queria era desaparecer, sumir da presença de Klaus, livrar-me dos efeitos Michealson em minha vida.

Se antecipando após minha saída, ele me encontrou voltando a andar normalmente, sua voz soou atrás de mim com ironia.

— Não quer saber porque estou aqui?

Seu dedo pedia para que eu parasse.

— Eu literalmente sumi da sua frente, então não.

Dei uma pausa abrindo um sorriso de quem não se importava, mas mesmo com tudo ele ainda estava feliz.

Fixando seu rosto a mim ele novamente expôs suas péssimas palavras intimidando-me.

— Damon me informou que Katerina Petrova terá um destino trágico.

Deixei que Klaus notasse minha reação, mas logo em seguida tentei disfarçar, entrando no seu jogo e falando na mesma língua.

— Já entendi... Você está aqui para ver o futuro cadáver.

Seus gestos mostraram-me como estava errada, contudo continuei a falar.

— Para poder se deliciar por quinhentos anos de vingança, agora, sim, que estou menos interessada.

E mais uma vez evaporei diante de seus olhos, mas desta vez não o notara fisicamente.

Trombei com ele no meio do caminho sendo obrigada a parar e relembrar que por ser mais velho do que a mim correria mais rápido. Não havia escapatória.

Quando realmente pensei que iria embora Klaus veio com uma de suas conversas tocantes.

— Talvez esteja mais interessada em falar sobre Tyler.

Meu rosto franziu, expondo minha tristeza ao ouvir seu nome. Olhando duas vezes para cada olho de seu rosto, busquei uma melhor resposta:

—Ele...

Balancei a cabeça negando tal pensamento e tentando voltar a realidade. Meus lábios produziram um som que não dava para se explicar.

— O mandei embora com o ego um pouco machucado, mas tudo bem ele me odeia mesmo.

Klaus certamente descobriu o que aconteceu. Como não saber, seus amigos hipnotizados poderiam ter dito.

— A vingança o devora.

Respirei aliviada, ele realmente não sabia.

Esperei suas próximas palavras retirando o ar que estava preso em meus pulmões:

— Soube que vocês terminaram.

Como não saberia?

— Fiz com que ele escolhesse entre eu ou essa fantasia inútil de vingança.

Minhas falas foram claras, eu estava jogando de graça  minhas emoções a ele. Tyler mesmo afastado desequilibrava minha vida e minha relação com Klaus.

— E veja, escolheu errado, e espero que aprenda com os erros dele e deixe Katerina morrer em paz, a morte já é uma grande lição, ninguém precisa esfregar na cara dela.

Foi uma boa forma de mudar de assunto e desaparecer. O ambiente estava tenso e se espalhava por todo perímetro.

Minhas palavras foram como facadas, todas super sarcásticas. Eu esperava que naquele exato momento ele estivesse seguido seu rumo, indo para sua casa.

Continuei andando a procura de Matt, que deveria estar desespero preso em um cofre e sem ter força o suficiente para escapar da  asfixia. Tento parar de pensar nisso.

Após berrar e gritar, o único sinal que tive foi do meu fracasso. Só me restava uma carta na manga, porém Klaus me interrompera com suas grandiosas palavras.

— Você me daria a mesma opção?

Me voltando para ele pretendi ver se havia escutado aquilo.

— O que?

Sem me dar tempo para continuar prosseguiu com suas palavras:

— Se eu desistisse de minha vingança contra Katherine, você me daria a mesma opção que deu ao Tyler?

Mas que assunto é esse?

Eu não gostaria de retomar os velhos tempos de quando vivíamos discutindo, porém isso parecia uma tentação a mim e especialmente ao caráter de Klaus. Mas também não queria parecer entender, pois renego a sentir tudo o que reprimi com tanta dificuldade.

—É... Eu não sei do que você esta falando.

Klaus dara um passo para mais próximo a mim sabendo que eu realmente havia entendido tudo.

— Sabe sim!

Minhas sobrancelhas se debateram uma na outra com o mexer de seu olhar.

— Você não pode fazer isso comigo, está bem!

Me encontrava realmente indignada aquele dia. Ele não tinha o direito de aparecer daquele jeito e acabar com tudo.

— Enquanto meu amigo esta em perigo.

Após dizer a mim que Matt se encontrava seguro, Klaus continuou me seguindo, lado a lado comigo, enquanto me dirigia a casa dos irmãos Salvatore. O caminho era estreito e sorrateiro, e não cabia mais do que uma pessoa naquele emaranhado de folhas e árvores. Sobrando logo pra mim os galhos.

— O zagueiro já foi salvo, e agora?

— Não tem que punir uma moribunda por todos pecados cometidos por ela?

— Mas eu não vou, por você.

Suas palavras no passado soariam ridículas aos meus ouvidos, porém hoje causaram uma reação chocante a mim e vi que nele também.

Nossos rostos se viraram e debateram-se entre olhares, e para que o clima não se afundasse virei o rosto simultaneamente, mas não antes que eu e ele percebêssemos as expressões um do outro, fixando a frente.

—Quer dizer que você veio a Mystic Falls, só pra pedir que vá embora quando eu quiser?

Foi quando eu abri o primeiro sorriso desde o início da conversa.

Brincando, ele disse a mim:

— Não, eu vim me vingar de um cadáver como você mesma disse.

Ele ria ironicamente como eu.

— Mas irei deixar a parte da vingança de lado em troca de uma coisinha.

Seus olhos se fixaram sinceramente aos meus esperando uma resposta.

— E o que é? – minha voz saíra ríspida.

— Quero sua confissão.

Mantendo seu olhar sério seus lábios se moveram formando um sorriso atraente.

— Confissão, mas eu não fiz nada.

Klaus tocou em nosso elo mais a fundo fazendo transbordar, em meus lábios, risadas de nervosismo em relação a questão proposta.

— Sobre mim.

Suas palavras afetaram mais a mim do que a ele, imobilizando-me.

— Pois assim que acabar aqui irei embora e nunca mais voltarei a perturba-la, nunca mais precisará olhar em meus olhos e esconder nossa ligação por repulsa e nunca mais precisará xingar o seu lado mais obscuro, que gosta de mim, apesar de tudo que eu fiz.

Eu não tive reação para nada, não tinha ideia de como iria me defender, mas de uma coisa eu tinha certeza, pois todo aquele assunto estava deixando a minha respiração mais ofegante.

— Eu vou embora, e você vai estar livre.

Klaus se aproximou de mim, dando um de seus passos curtos, esperando pela minha resposta, no entanto algo lhe veio a mente:

— Mas eu só quero que seja honesta comigo.

Esperei que terminasse para falar o que estava em minha mente.

Mesmo que ele estivesse com todas as razões do mundo, francamente precisava lhe contar a verdade, e sabia que no fundo minhas palavras custariam minha honra.

— Eu estou na universidade, construindo uma vida pra mim, tenho planos e um futuro e coisas que ainda quero e nenhuma delas envolve você, está bem.

Seus olhos começavam a se lacrimejar, mas mesmo assim ele continuou firme mantendo sua postura.

— Eu entendo.

— Você realmente não entende, porque, sim, escondo nossa ligação com hostilidade, porque sim, eu me odeio por essa verdade. Se prometer a mim que vai embora como disse, e nunca mais voltar, eu serei honesta com você, e te direi o que eu quero.

Jogando seu olhar de pressa pra cima de mim prometeu a mim que iria embora e que jamais voltaria a Mystic.

Desta vez ele deu um passo mais largo na tentativa de se aproximar cada vez mais, mas não foi o suficiente, e para que não o percebesse sorrira para mim.

Não conseguia destravar os olhos de seus lábios durante um dos movimentos mais loucos que já pratiquei. Meu rosto agora estava o mais próximo possível de sua face, e foi assim que descobri o efeito que Klaus provocava em mim, era um desejo obscuro só o imaginava nu em minha frente, sem aquela maldita camiseta que tampava sua linda tatuagem.

Seus lábios me encaravam a espera de minha recaída e assim foi feito,

Se mantendo firme ele continuou na mesma posição:

— Klaus.

Sim, era isso o que eu queria.

Antes que Klaus dissesse ou fizesse qualquer coisa meus lábios se cruzaram com os dele, e a cada vez que sua língua tocava a minha eu tinha certeza de que era o correto a se fazer.

Seus movimentos eram brusco, porém eram precisos e macios.

Antes de parar dei lhe um selinho demorado, enquanto eu apreciava seus rosto, orelhas e nuca, e quando parei para respirar (mesmo sabendo que nós vampiros não precisávamos disso) nossos sorrisos se alargaram um para o outro, era uma espécie de desvio, mostrando que havíamos gostado, contudo não queríamos parar por ali.

Acordei gritando por ele, e assustando minha mãe que estava tentando dormir depois de todas as movimentações em Mystic Falls. Ela estava na fronteira, em um apartamento que aluguei. Eu não ia a muito tempo em Mystic, por causa do Stefan.

— O que houve Caroline? – minha mãe passava a mão em meus braços tentando me acalmar.

— Eu não sei, mas pode ir dormir, eu só tive um pesadelo.

Ela se demorou um pouco, até que a convenci ir embora.

Demoraram-se horas para que eu pegasse no sono. Passei grande parte da noite pensando nele e em Stefan. Porque estaria pensando nos dois? Eu entendo o Klaus, mas o Stefan não.

Que saudades eu tenho de Stefan de quando eu podia expressar o que sentia  em sua presença. De quando ele me contava suas histórias.

Eu poderia passar a noite inteira pensando nele e como ele é especial para mim. 

E como sempre digo a ele, "o Stefan é o Stefan".


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ;)



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