Nove Meses. escrita por MissDream


Capítulo 9
Oitavo mês: o bebê é meu, eu escolho o nome.


Notas iniciais do capítulo

Meninaaaaas, voltei com mais um cap e esse ta tão fofo gente. Bom, não vou me prolongar aqui pq dessa vez nem demorei, só quero pedir desculpa se tiver algum erro. Bjs e boa leitura 😍😘



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Eu poderia ficar acordado só para ouvir você respirar

Ver o seu rosto sorrindo enquanto você dorme

Enquanto você está longe e sonhando

Eu poderia passar minha vida nessa doce redenção

Eu poderia me perder neste momento para sempre

Todo momento que eu passo com você

É um momento precioso.

(Aerosmith).

~~FS~~

̶ Eu te amo. – soldados mirakuru, Slade Wilson e até a cupido era moleza, mas nada tinha me preparado para ter Oliver em minha porta falando aquelas três palavrinhas. Eu estava em choque, o que ele pretendia com isso afinal? – Felicity, você não vai falar nada?

̶ Vai embora Oliver. – por um momento achei que os olhos dele saltariam de orbita.

̶ Não, nós precisamos conversar. – suas palavras eram firmes.

̶ Também acho que vocês precisem conversar, por isso estou indo dar uma volta. – mamãe que até então estava na cozinha se aproximou pegando seu casaco para sair. – Só, por favor, se forem transar não façam no sofá e tenham cuidado com a minha neta.

̶ Tchau mãe. – falei antes que ela soltasse mais uma sandice, eu já estava vermelha o suficiente. – O que você quer Oliver?

̶ Conversar, já falei. – o rosto de Oliver parecia tão cansado quanto o meu e eu me senti um pouco mal por estar tentando o ignorar, mas no momento era muito a ser processado.

̶ Oliver, você sabe como isso termina, nós não precisamos nos machucar ainda mais. Eu não preciso me machucar mais.

̶ Não Felicity, você falou tudo que estava te sufocando e eu ouvi, agora é minha vez. – permaneci quieta em sinal para que ele seguisse quanto antes ele falasse, mais rápido acabaríamos aquela conversa. – Olha, quando eu voltei da ilha eu tinha um plano, eu honraria a morte do meu pai, punindo todas as grandes laranjas podres da cidade, eu tentaria concertar as coisas com Laurel e seguiria tranquilo na minha sina por concertar os erros de Robert Queen. Eu tinha tudo sob controle, eu conseguia matar sem sentir remorso, Diggle era o parceiro perfeito afinal ele serviu ao exercito, quem melhor que um homem marcado para me ajudar nessa cruzada? Mas então você aparece e põe tudo que tínhamos de ponta a cabeça, você e sua mania de perfeição e quando eu entrei na sua sala pela primeira vez... Eu senti algo que já nem lembrava que existia, Felicity, eu senti uma paz tão grande emanando de você que tudo que eu queria era poder senti-la novamente. No momento que eu te vi morder aquela caneta, ali eu soube que você seria minha ruína e então eu senti medo. – me senti surpresa com essa confissão de Oliver. – Senti um medo enorme, porque eu sabia que você podia ser minha salvação, eu só não sabia se podia ser salvo sem te arrastar para minha escuridão. Eu sabia mesmo inconscientemente que era você, no fundo eu acho que sempre soube e eu passei tanto tempo tentando negar isso que acabei acreditando na minha própria mentira. Eu não sei o momento exato em que me apaixonei por você, mas posso dizer com facilidade todas as vezes em que tudo que eu pensava era em compartilhar meu dia com você, lembro de pensa em como seu sorriso se alargaria quando eu te contasse sobre algum projeto bem sucedido da empresa ou em como você ficaria empolgada por poder invadir algum arquivo policial, eu lembro de você ser a primeira pessoa para quem eu queria correr quando algo dava errado ou meu dia estava péssimo, pois eu sabia que você faria piadas sem graça na tentativa de me animar, porque essa é você. Você é tão generosa que nem percebe, seu coração é capaz de abraçar o mundo e ainda sobra espaço para toda uma constelação e não há nada que mude isso.

̶ Oliver, eu... – eu não conseguia falar, ele estava ali se declarando, mas eu só conseguia absorver tudo. Minha cabeça parecia dar voltas.

̶ Não Felicity, agora que eu comecei preciso terminar. – ele tragou o ar puxando coragem. – Depois daquela noite eu fiz de tudo para te evitar, eu não podia simplesmente olhar na sua cara e fingir que nada aconteceu, não com você. Pra mim era mais fácil fugir porque apesar de sempre fazer isso com outras mulheres, eu sabia que com você era diferente, eu não podia simplesmente te dar uma desculpa esfarrapada, então decidi esquecer tudo e fingir que nada tinha acontecido mesmo sabendo que estava te machucando, eu só não podia te olhar e ter o pensamento de que falhei com você. Mas aquela noite nunca saiu da minha cabeça e por Deus, achei que fosse enlouquecer a cada momento que as lembranças vinham como um flash. – senti meu roto esquentar com a ideia de Oliver tendo lembranças daquela noite. – Então você chega e diz que está grávida, tem noção do quão apavorado fiquei? Eu só conseguia pensar que seria mais alguém com que eu me preocuparia, mais uma fraqueza para que os meus inimigos conseguissem me atingir. Mas você estava tão confiante que eu só conseguia pensar que haja o que houvesse você estava ali, era você e não podia ser ninguém mais. Foi quando eu passei a olhar tudo isso de outra forma, o bebê não era uma fraqueza, mas sim uma fortaleza, porque agora eu teria um sentido maior para salvar essa cidade, eu tinha uma esperança para o amanhã, alguém por quem lutar e a quem defender de tudo e de todos. E foi você quem me deu tudo isso, essa vontade de estar vivo, essa esperança e nossa filha e eu te amamos ainda mais por isso, vem comigo pra casa?

Senti todo meu corpo se arrepiar com aquelas palavras, ele me amava e eu não tinha duvida disso, mas amor não era o suficiente, eu estava confusa. Senti o bolo se formando em minha garganta, o ar parecia chumbo de tão pesado, a neném parecia sentir a tensão, pois senti uma pontada no canto da barriga. Eu tinha dois caminhos, só precisava escolher o que eu realmente queria? Meu coração gritava por Oliver, pedia com todas as forças para que eu me jogasse nos braços daquele homem.

̶ Não. – por mais que meu coração gritasse por ele, eu ainda tinha meus receios, já tinha sido tão machucada que só a ideia de isso acontecer de novo me deixava em alerta. – Eu não posso simplesmente voltar para sua casa como se nada tivesse acontecido Oliver, não posso passar uma borracha e ir brincar de casinha de novo.

̶ Que casa Felicity? Eu não posso chamar aquele lugar de casa, não quando tudo me lembra você, não quando ele parece tão solitário e melancólico. Vocês são minha casa, aquele apartamento é apenas um monte de tijolos sem você.

̶ Oliver eu estou confusa. – eu estava cansada, na verdade só queria dormir e fingir que nada aconteceu. – O dia foi cheio e tudo que eu quero é dormir, por favor, vai embora?

̶ Tudo bem, eu não vou mais tomar seu tempo. Antes de ir, eu queria te dar algo. – o vi puxar uma caixinha delicada do bolso e abrir me revelando a joia guardada ali. – Era minha.

̶ É linda Oliver. – falei tocando o pequeno objeto com a ponta dos dedos.

̶ Eu queria que o bebê tivesse algo meu, um presente especial e vasculhando lá em casa, achei nas minhas coisas. – a joia era uma pulseirinha de bebê com a frase that brings light e um coraçãozinho gravados, era simples e delicado. – Ela é minha luz.

̶ Oliver, é tão especial o que você está fazendo. – eu estava emocionada, malditos hormônios que me fazia chorar até com a morte de uma formiga. – Obrigada.

̶ Não por isso. – ele se encaminhou até a porta comigo o seguindo. – Se cuida. – senti seus lábios na minha testa e tive vontade de parar o tempo só para sentir aquela sensação novamente.

Eu estava deitada de forma confortável pela primeira vez desde que tinha voltado para meu apartamento.

̶ Ainda não consigo acreditar que mesmo depois dele dizer tudo isso, você o deixou ir. – mamãe falou enquanto eu me aconchegava mais a seu corpo.

̶ O que queria que eu fizesse, minha cabeça está dando um nó. – tentei argumentar.

̶ Eu sei querida, mas esse homem te ama e você o ama também, então não vejo motivos para tanta complicação. Eu acho que você deveria é ir atrás do seu homem antes que outra vá.

̶ E eu acho que travesseiros não falam, vamos dormir logo.

̶ Ele realmente te ama muito para aguentar tudo isso.

̶ O que você está querendo dizer com isso, que eu era um fardo para Oliver?

̶ O que estou tentando dizer é que você é assim, você tende a se afastar quando percebe que está indo fundo demais, foi assim com Cooper. O problema filha, é que você vê seu pai em todos eles, você tomou meu casamento fracassado como exemplo de relacionamento e na menor percepção de que está se apegando, você foge, mas você sabe que precisa parar. Oliver tem os demônios dele, assim como você tem os seus, o que não implica que essa relação tenda a dar errado. Você precisa deixar o medo ir Felicity.

̶ Eu só não preciso ter meu coração magoado mais uma vez por me jogar de cabeça sem paraquedas e no escuro.

̶ E quem disse que você precisa se jogar? Vá com calma, procure terra firme primeiro e só então se permita por os pés. – ela falava com uma tranquilidade enquanto mexia em meus cabelos, que me senti novamente aquela garotinha que corria para sua cama no meio da noite com medo de pesadelos. – Está na cara que você o ama e ele a você, o que vocês têm é tão bonito e solido filha, não perca isso de vista.

̶ Eu estou com tanto medo mamãe. – confessei o que vinha guardando há um tempo. – É tudo tão novo, e se eu não conseguir?

̶ Você vai. - seu suspiro saiu nostálgico. – No começo será difícil, mas no fim tudo dará certo. – era disso que eu precisava, dela ali me dizendo que tudo se ajeitaria.

Os dias estavam passando voados, meu barrigão de agora oito meses era o assunto do momento, seja na empresa ou na imprensa, a futura herdeira da Queen Conssolidate era o prato principal de manchetes e fofocas, incomodava-me saber que a minha filha nem nasceu e já tinha esse assedio em cima, mas era algo com que eu precisava me acostumar. O clima entre Oliver e eu não poderia estar mais estranho, depois daquela noite eu não tinha jeito para olhar na cara, não quando aquelas palavras cirandavam num eco estridente na minha cabeça.

̶ Lis, vamos dar uma volta no shopping? Escolher as coisinhas da minha sobrinha?

̶ Precisa mesmo, Thea? – eu queria organizar as coisas da minha pequena, mas hoje era um daqueles dias que tudo que você quer é suas cobertas quentinhas.

̶ Felicity Smoak, olha o tamanho dessa barriga, eu não vou deixar minha sobrinha nascer sem um quarto. – ela puxou meu edredom jogando-o no chão. – Vamos Lis, vai ser divertido.

̶ Tudo bem, vamos logo cuidar das coisinhas da minha princesa.

Thea tinha razão, estava sendo divertido escolher as coisas da neném, era tão gostoso entrar em todas aquelas lojas e sentir o cheirinho de bebê, eu estava cada vez mais ansiosa para ter ela em meus braços. Perdi as contas de quantas vezes me peguei pensando como seria seu rostinho, se pareceria comigo ou com Oliver.

̶ Por que isso tudo parece tão errado, Thea? – seu olhar confuso me pedia para explicar. – Oliver deveria estar aqui, participando desse momento, é nosso bebê e eu sinto que estou privando ele de viver essa gravidez.

̶ Você quer ir embora? Podemos voltar outro dia. – eu amava a forma como Thea me entendia,, ela podia ser teimosa como uma mula, mas sabia decifrar as coisas.

̶ Obrigada Thea, eu sei que você estava empolgada com as compras mas...

̶ Felicity, eu entendo você, não precisa se explicar. – deu partida no carro com um sorrisinho travesso nos lábios. – Vá, faça o que tem que fazer. – só percebi que estávamos em frente à empresa quando olhei pela janela. Passei tanto tempo envolvida nos meus próprios pensamentos que nem me atinei ao caminho que estávamos tomando.

̶ Você não presta Thea Queen. – lhe lancei um beijo no ar e sai do carro.

Minha surpresa foi não encontrar Oliver na empresa àquela hora, sua secretária substituta –já que eu havia saído em licença maternidade- informou que ele tinha saído a um tempo sem dizer onde ia ou a que horas voltaria, eu sabia que algo estava errado. Desci os degraus da Verdant com cuidado encontrando um Oliver de cabeça baia sentado em minha cadeira, pensei em me aproxima, mas estanquei ao ouvir a voz de John.

̶ Oliver, ela precisa saber disso. – sua voz parecia cansada, como se estivesse naquela discussão a um tempo. – Lembre- se que antes de ser a mulher que você ama ou a mãe da sua filha, Felicity é um membro deste time e por mais que você queira mantê-la afastada daqui, nós precisamos dela.

̶ Você não entende John? EU não posso por a vida delas em risco, não posso deixar Felicity saber sobre isso.

̶ Tarde demais Oliver. – seu olhar era tão assustado que por um momento cheguei a cogitar que saltariam da caixa. Eu riria se não estivesse curiosa para saber o que se passava.

̶ Felicity, o que você faz aqui? – perguntou alarmado. – Alguém te viu entrar ou te seguiu? Você tem que sair daqui, ir para casa vamos eu te levo. – levantou se preparando para me arrastar dali, mas o parei com uma mão sob seu peito.

̶ Oliver, sou eu Felicity a garota nerd do T.I que ajuda o arqueiro, lembra? – ele parecia assustado. – Hey, o que está acontecendo?

̶ Nada está acontecendo, eu só preciso que você saia desse lugar... Preciso que estejam seguras.

̶ Não Oliver, não vamos por esse caminho. – puxei o ar numa tentativa de me manter paciente. – Eu odeio isso, sempre que algo ruim está para acontecer você me deixa no escuro como se nada tivesse acontecido. Pare de querer me privar da verdade Oliver, a escolha de participar disso aqui foi minha. – gesticulei apontando para ele, John e eu. – Somos um time, não posso lidar com suas inseguranças a cada vez que nos sentirmos ameaçados.

̶ John. – ele pediu a ajuda do mais velho. Covarde.

̶ Ela está certa Oliver, somos mais fortes quando estamos sendo honestos uns com os outros. – falou vindo em minha direção e depositando um beijo em minha cabeça. – Vou deixá-los conversar a sós. – John saiu nos dando privacidade.

̶ Oliver... Por favor. – minha prece saiu manhosa. – Confie em mim.

̶ Recebi mais um bilhete da cupido. – o olhei confusa não entendendo, não era a primeira vez que ela fazia isso. – Ela ameaçou você.

̶ Quando foi isso, Oliver? – eu estava assustada, mas não por mim. Eu estava assustada pela neném.

̶ Hoje pela manhã, o bilhete estava perto da boate. – o vi passar as mãos no cabelo nervosamente. – Ela disse que sabia que você trabalhava com o arqueiro e que ficaria satisfeita em tiar você de seu caminho. Eu não posso te por em risco Felicity, eu não posso por a neném em perigo.

̶ Ei, calma. – me aproximei tocando seu braço. – Ela só está querendo te desestabilizar Oliver.

̶ E está conseguindo Felicity, olha para você. – falou me apontando. – Olha o quanto sua barriga cresceu e eu não pude aproveitar todos os momentos por estar ocupado demais tentando detê-la. Olha pra mim, eu estou assustado e só com a possibilidade de algo acontecer a vocês.

̶ Não vai acontecer nada conosco Oliver, estamos juntos nessa. – pousei meu queixo em seu ombro, enquanto acarinhava seu braço. – E juntos somos mais fortes, ela não vai te tirar os momentos que você pensa que está perdendo.

̶ O que você está querendo dizer? – ele me olhou confuso.

̶ Estou querendo dizer que você esteve lá nos momentos mais importantes Oliver, você esteve lá no susto do sangramento, no ultrassom, ouvindo os batimentos dela, concordando com minha loucura em manter segredo, na primeira vez que ela mexeu e até mesmo quando ela mexeu para aquelas crianças do hospital. O que eu quero dizer é que por mais que você não esteja vivendo essa gestação como queria, você estava lá quando eu precisei... Segurando a minha mão. – vi um sorriso nascer em seu rosto. – E é por isso que eu vim até aqui. – só percebi nossa proximidade quando ele me olhou esperando que eu continuasse e sua respiração soprou meu rosto. Precisava me manter afastada para me manter sã. – Então, é que eu estou no começo do oitavo mês e nós não temos o quarto... Quero dizer, os quartos dela, então eu pensei que você gostaria de vir comigo resolver esse pequeno problema.

̶ Eu adoraria ir com você. – vi um brilho empolgado nos seus olhos. – Mas ela precisa mesmo de dois quartos? Digo você poderia voltar lá pra casa.

̶ Oliver. – adverti.

̶ Desculpe. – sorriu amarelo enquanto me puxava em direção à saída. – Vamos logo antes que minha pequena Queen nasça sem um quarto.

As compras foram divertidas, Oliver me levou a lojas de tinta, artigos de decoração, moveis, objetos para bebês e tudo que precisaríamos para montar o ambiente dela. Durante a tarde nós discutimos a necessidade de dois quartos e ele me fez lembrar que eu não tinha um cômodo para a neném em meu apartamento, me fazendo reduzir um segundo quarto para apenas um berço, concordei com a condição de que logo procuraria um apartamento maior para mamãe, eu e minha pequena Queen (como Oliver e Thea chamavam).

̶ Oliver eu não vou pintar o quarto dela de rosa. – falei pela terceira vez enquanto o cara da loja nos olhava divertido.

̶ Por que não Felicity, ela é menina e você descartou toda a cartela de cores femininas.

̶ Ela é menina e não um projeto de Barbie querido, pensei em algo mais delicado e então quando ela for maior poderá pintar até de preto se quiser. – o vi fazer uma careta desgostosa.

̶ E então, o que vai ser? – o atendente nos perguntou impaciente.

̶ Vocês tem pintores para indicar? – ele afirmou saindo para logo voltar com um homem que não devia ter menos de trinta e sete anos. – Ótimo, eu tenho algo em mente.

Depois de escolhermos a cor do quarto fomos até a loja de moveis e escolhemos juntos tudo os que precisaríamos para o bebê. Perdi a conta de quantos olhares mortais Oliver distribuiu para os atendentes que me encaravam por mais de cinco segundos, foi uma tarde divertida e cansativa, mas no fim tínhamos tudo que precisávamos e Oliver me deixou em casa com a promessa que o quarto seria uma surpresa e que em duas semanas ele me levaria para ver.

Mamãe ficaria comigo, segundo ela queria estar aqui quando a netinha favorita (e única) viesse ao mundo e como eu conheço Donna Smoak, nada a faria voltar para Las Vegas.

̶ Bom dia mamãe. – falei enquanto enchia um copo de suco, já que além de refrigerante eu fui proibida de tomar café também.

̶ Bom dia filha. – beijou meu rosto. – Bom dia amor da vida da vovó.

̶ Mãe, você deveria parar de falar com a minha barriga dessa fora, ela vai acabar sendo o bebê mais manhoso da maternidade.

̶ E você deveria parar de ser chata e dar logo um nome para ela, não quero que minha neta nasça sem nome. Eu posso escolher se quiser.

̶ Nada disso, o bebê é meu e eu escolho o nome. – falei enquanto mordia uma torrada.

̶ Claro e você fez com o dedo não é mesmo? Está esquecendo que essa criança tem um pai, e eu aposto meu mindinho que ele irá querer opinar também.

̶ Falando no pai dela, é hoje que Oliver me mostrará o quartinho dela, estou curiosa.

̶ Então vocês concordaram que você passaria o resguardo lá? – falou curiosa.

̶ Sim, mas mamãe eu precisarei de você, eu não faço ideia de como cuidar de um bebê. – a ideia de derrubá-la no banho ou deixá-la com fome me assustava.

̶ Calma Felicity, eu vou estar aqui, vou te ensinar tudo o que sei.

̶ Eu só tenho medo. – confessei deixando meu semblante cair. – As vezes me pego pensando, e se eu não a ouvir chorar noite? E se eu a deixar com fome ou não souber diferenciar o choro de cólica com o de frauda suja? – me senti confusa quando ela sorriu jocoso.

̶ Você vai. – suspirou enquanto sentava a minha frente. – A verdade Felicity é que você vai se pegar levantando mais de uma vez noite para conferir se ela está bem, você vai estar sempre velando o sono dela ou checando sua respiração, porque quando você bater os olhos na sua garotinha e olhar dentro de seus pequenos olhos, só ai então você vai ter a resposta para todas as suas duvidas, quando você a tiver nos braços pela primeira vez, você vai perceber o quão pequeno o mundo pode ser perto do grande amor que sentirá por aquele pequeno serzinho. E então tudo que sentirá é amor e vontade de protegê-la, pois você sabe que ela é o que você tem de mais precioso e que nada no mundo será capaz de mudar isso. – eu sabia que ela falava de mim, eu me sentia emocionada por isso. – Então filha, não se preocupe achando que não irá ser capaz, porque você será.

̶ Eu te amo mamãe. – a abracei o apertado sentindo suas mãos afagar em meus cabelos.

̶ Eu também te amo minha bebê. – ficamos alguns segundos naquela bolha. – Mas vamos levantar esse astral porque o dia hoje será de surpresas. – ela saiu em direção ao quarto me deixando com uma expressão confusa. Só quando voltou com um embrulho em mãos, percebi que se tratava de um presente.

̶ Mãe, mais presente? – falei enquanto pegava a caixa delicada de suas mãos. – Ela já tem tanta coisa, nem sei se usará tudo.

̶ Não Liz, esse é especial. – vi um brilho nos seus olhos enquanto eu abria a embalagem.

̶ É lindo mãe. – falei erguendo o pequeno macacãozinho num tom de rosa chá. – É tão delicado.

̶ Eu queria que você usasse na saída da maternidade. – pediu com receio. – Eu usei em você quando nasceu.

̶ A senhora vai me fazer inundar a sala desse jeito. – ouvi sua risada. – Claro que sim, é perfeito para ela e de grande valor para nós. – na caixa ainda tinha um par de luvinhas, uma toucada mesma cor com orelhinhas de gatinho e uma manta vermelha. Era perfeito.

̶ Obrigada por me dar esse presente maravilhoso, filha. – beijou mais uma vez meu rosto.

A manhã seguiu com aquele clima gostoso e acabamos revendo álbuns antigos e recordando alguns momentos. Oliver passou no meu apartamento à tardinha, acabamos levando as bolsas da maternidade para seu apartamento já que o quartinho da neném ficaria lá.

̶ E então, preparada? – eu estava morrendo de curiosidade, mas principalmente nervosa por não saber o que esperar de Oliver. Tínhamos escolhido tudo juntos, mas vai que ele mudou tudo depois.

̶ Você já pode acabar com minha curiosidade, Oliver. – falei enquanto entrava em seu apartamento. Seguimos o corredor até chegarmos a porta em frente ao quarto que eu costumava ocupar. Na porta tinha um quadro de maternidade com o nome baby Queen e uma coroa dourada ao lado. – Nada sutil.

Oliver abriu a porta para mim e me senti totalmente encantada com o que vi, as paredes estavam pintadas num tom suave de azul com alguns mesclados de um rosa quase branco por cima, enquanto nuvens tinham sido desenhadas por cima. O berço branco estava encostado a parede que tinha dois abajures de iluminação fraca no formato de duas nuvens, o móbile tinha nuvens, pássaros, gotas e borboletas flutuando acima do berço. Aproximei-me do berço notando uma bonequinha de pano delicada, a cômoda estava com tudo que a neném precisaria organizado. Vi a poltrona de amamentar num canto e em uma das paredes tinha uma prancha com alguns itens decorativos e dois porta retratos, um com a foto de um ultrassom e outro com uma foto minha e de Oliver que eu nem sabia que existia. Estávamos sorrindo enquanto eu tinha as mãos na barriga.

̶ Thea a tirou a alguns dias. – confessou quando me viu encarar o retrato.

̶ Está tudo tão lindo Oliver, por um momento achei que encontraria um quarto cheio de coroas nada sutis e muito rosa. – confessei.

̶ Se dependesse de Thea teríamos algo assim, ainda bem que Sarah tem a cabeça no lugar.

Voltei a olhar para todos os detalhes daquele cômodo, eu sentia paz em estar ali, era o cantinho da minha princesa, o meu lugar favorito naquela casa.

̶ Oliver, ta tudo tão lindo. – confessei com emoção na voz. – Eu amei tudo aqui, os cuidados com os detalhes e o melhor, nossa princesinha terá um quarto.

̶ Sim, ela terá um quarto. – falou após uma breve gargalhada. – Vem, vamos conversar um pouco no terraço.

̶ Não sei Oliver, pode ficar tarde. Acho melhor eu ir embora. – eu tinha receio de estar no mesmo lugar que ele, essa era a verdade.

̶ Felicity, eu não vou te morder, eu só quero conversar e depois se ficar tarde eu te levo em casa. – seu olhar pidão me deixou encurralada. – Vem? – me ofereceu a mão

̶ Você venceu, Queen. – estiquei minha mão até alcançar a sua, enquanto ele me puxava até a porta. Não sei ao certo como começou, mas quando dei por mim estávamos sentados num estofado do terraço envoltos em cobertores, conversando amenidades e comendo bobagens.

̶ Não acredito que você correu de um poddle zero. – falei enquanto tentava não me engasgar na gargalhada. – Essa eu pagaria para ver, Oliver Queen o garanhão de Starling fugindo de um projetinho de cachorro.

̶ Você fala assim porque não foi você, aquele animal tinha dentes afiados e estava dando tudo para morder minha perna.

̶ Oliver, você tinha quinze anos. – argumentei divertida. – Fico imaginando suas paqueras como não devem ter ficado frustradas.

̶ Chega de rir de mim, agora é a sua vez. – falou enquanto me tomava o saco de bala. – Uma comida menos favorita?

̶ Espinafre. – vi uma careta infantil se formar no rosto dele. – O que?

̶ Ninguém em sã consciência gosta de espinafre, Felicity. – ri de sua cara de obvio.

̶ Tem razão. – deitei sobre o estofado observando-o fazer o mesmo. Estar ali com Oliver, apenas conversando me deu uma sensação de conforto, naquele momento não tinha arqueiro ou cupido ou Laurel, não tinha problema. Era apenas Oliver e Felicity.

̶ Olha quanta estrela. – apontou para o alto me tirando dos meus pensamentos.

̶ Sabe o que dizem sobre o céu estrelado? – ele me olhou esperando a resposta. – Na verdade eu também não sei, mas em algum lugar por ai deve ter uma dessas frases clichês sobre isso.

̶ Felicity, você é incrível. – falou gargalhando. – Ta ai, por que não a chamamos de Estela?

̶ Cafona demais Oliver, não quero esse nome pra minha filha.

̶ E Olivia? – perguntou animado com a ideia. – Sabia que Olivia significa pessoa de personalidade e que se impõe quando tem uma opinião diferenciada?

̶ Oliver, eu não acredito que você foi buscar o significado do feminino do seu nome na internet. – falei divertida. – Você sabe que Olivia significa azeitona, não sabe?

̶ Detalhe. – deu de ombros. – Ela será linda e teria um nome forte.

̶ Sem chances Oliver, não teremos um bebê com nome de azeitona, sem falar na cafonice de termos nomes combinados em casa. – o olhei esperando algum tipo de protesto, mas tudo que tive foi um sorriso terno. – O que foi?

̶ Você falou em casa. – senti sua mão agarrar a minha e seu polegar fazer um carinho ela. Me permitir sorrir e aproveitar aquele momento.

̶ Tenho uma ideia, por que nós não esperamos ela nascer e deixamos para decidir o nome quando a olharmos? Tenho certeza que saberemos escolher.

̶ Me parece uma ideia perfeita. – vi seu sorriso murchar um pouco. – Papai ficaria feliz se estivesse vivo, ele sempre quis netos.

̶ Imagino o quanto deve ter sido difícil para você ter que cuidar de Thea quando eles se foram – apertei mais sua mão tentando passar todo o conforto possível.

̶ Foi como estar cainho num buraco negro. – confessou. – Mas eu sei que estando onde estiverem eles estão orgulhosos de mim.

̶ Eu também estou orgulhosa de você, Oliver. – me virei ficando de frente para ele. – Me orgulho do homem que você é, de tudo que fez por essa cidade e por salvar a todos.

̶ Eles costumavam dizer que Thea e eu éramos o que eles tinham de mais lindo para oferecer ao mundo. – se virou de frente para mim, encarando-me nos olhos. – E agora você carrega aqui o que eu tenho de mais precioso. – alisou meu ventre. Olhar nos olhos de Oliver me fez ver amor, ele estava sendo sincero e doce. Senti seu rosto se aproximar e me deixei envolver pelo beijo, a principio era apenas o encostar dos lábios, mas logo Oliver me pediu passagem com a língua, iniciando um beijo lento e carinhoso. Sua mão tocou meu rosto com tanta devoção que eu me senti emocionada, aquele beijo transmitia todo amor que estávamos sentindo, quando nos separamos, ele tinha um sorriso de deleite nos lábios enquanto encostava nossas testas me dando um beijo esquimó.

̶ Você me deixa confusa Oliver. – confessei após um suspiro extenso.

̶ Felicity eu... – encostei meu indicador em seus lábios num pedido de silêncio.

̶ Eu também amo você. – eu precisava dizer, precisava por para fora ou aquele sentimento me sufocaria.

̶ Por favor, não vai mais embora. – pediu olhando tão fundo nos meus olhos que eu poderia jurar que ele poderia ler minha alma. - Eu não suportaria.

̶ Nos não vamos a lugar nenhum. – prometi mudando de posição, encostando minha cabeça em seu peito. Ficamos ali, envoltos em nossa bolha, éramos nós três e o mundo lá fora, acabei adormecendo ouvindo as batidas ritmadas do coração de Oliver.


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Notas finais do capítulo

E então? Fofo né? Espero vocês nos comentários em