Nove Meses. escrita por MissDream


Capítulo 7
Sexto mês: mamãe teimosa:


Notas iniciais do capítulo

VOLTEEEEEEEEEEEI!!

Quem está no grupo do face sabe que fiquei sem notebook, mas graças a Deus eu resolvi o problema. Peço desculpas pela demora, mas compensei com um cap enorme ;) nem respondi os comentários do anterior pq queria att logo.
Espero ver vocês nos comentários em e gente eu tomei vergonha na cara e criei um twitter, quem quiser me segui é @monteirokah1

Por fim, boa leitura!!



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E nós que nem sabemos quanto nos queremos
Que nem sabemos tudo que queremos,
Como é difícil o desejo de amar
Você que nunca soube quanto eu quis
Que não me coube, não me viu raiz,
Nascendo, crescendo nos terrenos seus.
Eu da janela olhando a lua, perguntando a lua
Onde você foi amar?
(Celso Adolfo Marques).

~~FS~~



Eu observava minha barriga de seis meses agora evidente, em frente ao espelho, desde aquele dia em que Oliver a tocou pela primeira vez o bebê tem se mexido, chutado, mas se engana quem acha que ele responde a qualquer um, apenas Oliver conseguia o feito dele dar uma festa dentro de mim. Ter Oliver tocando minha barriga pela primeira vez fez todo o meu corpo se arrepiar e um choque elétrico percorrer minha espinha, a sensação de pertencer aquele momento era deliciosa. Quando todos souberam melhor da minha ideia em manter segredo a respeito do sexo até o chá de bebê, foi como incendiar um ambiente fechado, lembro-me das varias ligações da minha mãe pedindo explicação para esse absurdo, Thea me olhando com cara de pedinte e Sarah adulando em meu encalço, os outros apesar de curiosos pareciam se divertir com o desespero das três mulheres.

As mãos em minha barriga eram constantes, mas as de Oliver eram as únicas que me arrancavam suspiros e agitavam o meu pequeno inquilino, Deus, como eu amo esse homem. Os dias têm estado estranhamente calmos, diria zerados não fosse um bilhete da cupido ameaçando o arqueiro, o que notavelmente tinha mexido com Oliver.

̶ Bom dia Felicity. – ouvi sua voz assim que entrei na cozinha. – Carona?
̶ Oliver, eu estou grávida, não invalida. – falei já enchendo um copo com suco. – Que eu lembre ainda tenho um carro.
̶ Eu me preocupo com vocês, desculpa.
̶ Tudo bem, chegarei mais tarde hoje, tenho consulta.
̶ Eu iria com você, mas Tommy ligou pedindo se poderia ir até o escritório.
̶ Certo conte-me depois o que ele queria, agora preciso ir. – falei apanhando minha bolsa.

Eu estava super atarefada com o trabalho na QC, o team e a organização do chá de bebê. Mas o que mais tomava meus pensamentos era que com seis meses eu não tinha nada pronto para o quarto do bebê, na verdade eu nem sabia se Oliver queria um quarto de bebê em seu apartamento. Senti-me invasiva e resolvi não perguntar.

A manhã correu tranquila e rápida, a consulta era com o nutricionista que me passaria a dieta apropriada para espantar aquela anemia. Eu iria almoçar com Sarah e Thea que estavam bem animadas com os preparativos do chá.

̶ Olá mamãe Smoak. – Thea falou me cumprimentando com um abraço no restaurante.
̶ Não fale assim, faz parecer minha mãe. – falei indo de encontro a Sarah. – Como estão?
̶ Bem e você mamãe canguru? Animada? – não sei o quão falso foi meu sorriso, mas foi o suficiente para elas perceberem.
̶ Ande Felicity, nos conte o que está lhe chateando. – Sarah iniciou. – Tenho percebido você um pouco pensativa.
̶ Por que eu sinto que é algo haver com Oliver? – Thea parecia ter matado a xarada.
̶ É só que... Oliver tem sido bom comigo, só o fato de ter aceitado a loucura da minha mãe e me levado para seu apartamento já é um grande gesto nobre.
̶ Mas...? – recebi um incentivo de Thea para continuar. – Vamos Felicity, o que há de errado?
̶ Tenho medo de estar sendo invasiva demais. Estou no sexto mês e o bebê não tem nem um planejamento de quarto, quer dizer, não que eu esteja cobrando algo, é só que a gente nem se quer conversou sobre aquela noite ou a gravidez.
̶ Liz. – Sara pediu minha atenção. – Você percebe que tudo se trata desse impasse não é? – ela parecia explicar a uma criança o b-a-ba. – Enquanto você não conversar abertamente com ele sobre tudo nunca estará cem por cento.
̶ Eu sei, é só que Oliver impôs essa barreira entre nós e eu sinto que falar com ele seria invadir seu espaço e eu não quero isso.
̶ Lembre-se que agora não se trata mais só de vocês. – Thea acompanhava Sarah em sua explicação. – Tem um bebê envolvido e quando ele vier ao mundo, irá precisar de instabilidade, segurança e principalmente do pai e da mãe juntos ou não.

Ter aquela conversa com as meninas foi esclarecedor, elas tinham razão, eu não poderia ter uma gravidez madura se não resolvesse todas as minhas questões com Oliver. Apesar de apaixonada por ele eu sabia de seus sentimentos por Laurel e não poderia passar o resto da minha vida nessa relação estranha que tínhamos. Meus planos era ter uma conversa franca com ele assim que chegasse em casa, mas vi meus planos mudarem assim que entrei e vi Tommy no sofá.

̶ Olá Felicity, como vai? – ele parecia tranquilo o que me fez circular os olhos a procura de Oliver.
̶ Bem, o que faz aqui? – podia parecer indelicado, mas depois do que Oliver me contou eu tinha um pé atrás com ele.
̶ Direta como bem falou Ollie.
̶ Onde está Oliver? O que faz aqui Thomas Merlyn?
̶ Calma Felicity, Tommy veio aqui para nos acertarmos de vez. – só então o vi sair do deck com duas doses de alguma bebida em mãos.
Eu não estava acreditando que mesmo depois de tudo, Oliver estava recebendo Tommy em nossa casa, quer dizer, sua casa.
̶ Que seja, estou indo para o meu quarto, essas sacolas estão pesadas. – só agora Oliver pareceu perceber os embrulhos.
̶ O que é isso? Deixe-me ajudá-la. – tomou as bolsas de mim sem esperar autorização.
̶ Isso é resultado de passar a tarde com Thea e Sarah.

Oliver me ajudou e logo voltou para seu amigo, o que sim me incomodava. Não o fato dele perdoar, mas a forma como estavam a vontade um com o outro, quer dizer, Tommy o traiu enquanto bancava o amigo compreensivo, não tem desculpas quando ele julgava Oliver e fazia o mesmo ou pior, era hipocrisia em demasiado. Percebi que Thomas havia ido embora quando ouvi as batidas na porta.

̶ Pedi o jantar. – soltou assim que abri a porta. – espero que mexicana esteja do seu gosto.
̶ Claro, precisa de ajuda com a mesa?. – fechei a porta depois de receber seu sinal positivo. – Tudo bem.

O jantar foi silenciosamente incomodo, era obvio que Thomas Merlyn tinha estragado meus planos, toda a minha coragem para conversar havia se transformado em aborrecimento ao ver aquele sorriso cretino na minha sal... Na sala de Oliver.

̶ Temos um evento no sábado. – cortei meus pensamentos ao ouvir a voz de Oliver.
̶ Temos? – questionei confusa.
̶ Tommy não veio aqui só para fazer as pazes. – soltou o ar pesadamente. – Você sabe que as relações aplicadas da QC tem parceria com a Merlyn Global, o que envolve muito dinheiro. – assenti esperando que ele continuasse. – Felicity, eu e Tommy precisamos ter uma relação no mínimo respeitosa, há muito em jogo para se perder por uma briga qualquer.
̶ Você que sabe Oliver, é sua vida e suas escolhas, não sou eu que vou interferir. Mas não me peça para ser gentil e devolver cada sorriso nojento que Thomas me lançar, não exija tanto de mim.
̶ Eu não vou. Só estou pedindo para que me acompanhe a esse evento, é importante para mim ou do contrário nem mesmo eu iria.
̶ Tudo bem, eu v... – o celular de Oliver interrompeu minha frase. – Atende.
̶ Fala Diggle. Sim. Está aqui. Não, por quê? Certo, um momento. – vi Oliver ir em direção a sala e o segui curiosa.
̶ O que aconteceu Oliver? – ele ligou a TV ignorando minha pergunta.

“Olá cidadãos de Starling, eu sou a cupido, vocês não devem me temer porque não sou uma inimiga, não ainda. Tudo o que eu quero é chamar atenção de certo vigilante. Quero dizer ao arqueiro que ele é meu, eu sei dos seus temores em se entregar vigilante, mas é bom fazer ou do contrário eu descobrirei seu maior medo e quando eu achar... Acho melhor vir comigo amorzinho, mas não se assuste, prometo diversão”.

O sorriso doentio daquela mulher me fez estremecer por completo, Oliver desligou a tv com força e em seguida falou algo com Dig que eu não pude entender. As palavras dela ainda rodavam minha cabeça, aquela mulher parecia uma louca obcecada e se ela descobrisse sobre o bebê?

̶ Oliver... – minha mão foi de encontro a minha barriga e ele pareceu ler o medo nos meus olhos.
̶ Felicity, nada vai acontecer, eu prometo. – senti sua mão cobrir a minha.
̶ Tenho medo que ela descubra e se...
̶ Ei, calma. Confie em mim, eu protegerei vocês dois com a minha vida. – senti uma confiança invadir meu peito, então eu sabia que ele cumpriria sua promessa. – Preciso ir até a cave, vamos ver o que conseguimos descobrir sobre essa louca.
Eu até ficaria contrariada em Oliver me manter aqui essa noite, mas estava em demasiado assustada para protestar.
O resto da noite foi inquietante, não consegui descansar até Oliver voltar são e salvo para casa, o bebê parecia sentir toda aquela tensão porque pela primeira vez não precisei de Oliver para fazê-lo se remexer dentro de mim. Dormir parecia impossível, achar uma posição então, era trabalho para o Tom Cruise.
̶ Bebê, ajuda a mamãe. – sussurrei enquanto alisava a barriga. – Precisamos descansar amor, o dia será longo amanhã.
Quando por fim o neném resolveu me escutar, perdi o sono, resolvi fazer um chá para ver se o trazia de volta, mas a verdade é que tudo que eu conseguia pensar era nas palavras daquela louca de cabelos vermelhos.
̶ Não consegue dormir? – me sobressaltei com a voz rouca nas minhas costas. – Vocês precisam descansar. – eu sei que deveria me manter firme, mas ouvir aquele homem falando com preocupação e com um rosto todo amassado me fez suspirar.
̶ Eu sei, mas pelo visto alguém aqui não compreende isso. – falei apontando para minha barriga. – Ta difícil achar posição confortável e se você tiver alguma solução, por favor, fique a vontade porque eu preciso das minhas horas de sono.
̶ Vem. – vi sua mão se estender até mim.
̶ Para onde? – franzi o cenho curiosa. – Não vai me fazer sair de casa as 02:h não é? Aonde vamos, Oliver?
̶ Vamos dormir. – vi um resquício de sorriso no canto daqueles lábios perfeitos.
Não sei ao certo o que me deu, mas segurar a mão dele e deixar que me guiasse até seu quarto parecia tão correto, que eu apenas fiz. Oliver logo deitou me chamando para o seu lado, o que fiz prontamente.
̶ O que está fazendo Oliver? – perguntei sentindo uma pressão nas costas me puxando.
̶ Você precisa achar posição e eu vi uma vez em um filme, deve funcionar. – só então percebi que ele havia me posicionado quase em cima dele, de uma forma aconchegante e confortável.
̶ Desde quando você assiste comédias românticas, arqueiro?
̶ Apenas durma Felicity. – não consegui segurar um sorriso besta, eu sabia qual era o filme, eu mesma já o tinha visto.

Depois daquela noite, Oliver se tornou meu travesseiro, eu já tinha minha posição certa para dormir. Dormir, fazia um bom tempo que eu não dormia tão bem quanto agora, meu corpo estava descansado e disposto e honestamente eu não sei se isso se dava ao fato de ter uma posição confortável ou de estar dormindo com Oliver. Nos braços dele, tudo parecia tão certo, era seguro, tranquilo e aconchegante como um... Lar. Assustei-me com essa dependência crescente dentro de mim, porque apesar de amar muito aquele homem, eu sabia que o coração dele pertencia à outra.


O sábado chegou voando, o dia estava lindo e solar – o que era raro em Starling – com certeza seria um dia preguiçosamente gostoso. Levantei-me disposta a fazer nada, só quando cheguei até a cozinha foi que me lembrei do tal evento.

̶ Thea, preciso de ajuda. – disparei assim que ela atendeu o celular.
̶ Estou indo até você. – por isso eu amava os Queen, eles sempre me salvavam na hora certa.
Oliver havia dito que o evento seria um baile de gala, o qual reuniria todos os grandões de Starling city, então eu já sabia mais ou menos o que usar. Thea e eu fomos as compras, segundo ela eu precisava estar incrivelmente bela para impressionar os grandões e mostrar que Oliver Queen tinha não só uma inteligente como uma bela mulher.
̶ Thea, eu não vou usar esse. – falei assim que me vi no vestido, que era lindo, mas não para esse momento.
̶ Por que, Liz? – a cara de choro dela era quase convincente. – Ele é lindo e te deixa sexy.
̶ Exatamente. Eu não quero estar sexy e não me leve a mal, mas ele beira a vulgaridade.
̶ Felicity, não seja exagerada, o vestido é sim sensual, mas nada vulgar e te caiu como uma luva.
̶ Talvez se eu não estivesse grávida, até usasse. Mas eu estou num momento tão puro e lindo que eu prefiro a delicadeza à sensualidade, entende? – a vi confirmar com um sorriso fofo. – Quero pedras delicadas, quero caimento delicado, cor delicada, quero algo que transmita essa paz e emoção que eu sinto.
̶ Tudo bem, vamos logo antes que eu chore com sua fofura.
Andamos quase o shopping inteiro e nada me agradava, a festa era a noite eu estava entrando em desespero, até que o vi, ele era lindo e tinha tudo que eu precisava.
̶ Thea. – ela pareceu entender e sentir o mesmo que eu quando olhou o vestido.
̶ É esse Liz, é o vestido. – saiu me puxando em direção a loja.

Depois de comprar o vestido, fomos até o salão, como ela também iria ao evento então precisava de um penteado e maquiagem tanto quanto eu.
Cheguei das compras em cima da hora, Oliver estava tomando banho em seu quarto e eu resolvi fazer o mesmo. Quando senti o vestido deslizar pelo meu corpo e me olhei no espelho foi que realmente vi o quão linda eu estava, era perfeito. O vestido era lilás com a parte de cima em pedraria e caimento leve, diria angelical se não fosse pela leve abertura nas costas que combinava perfeitamente com o penteado delicado. Minha barriga estava marcada e para falar a verdade, eu adorava exibi-la.

̶ Vamos? – Falei chegando à sala e dando de cara com um Oliver de terno extremamente lindo. – Estou pronta.
̶ E linda. – seu sorriso carinhoso espelhava o meu. – Como uma princesa.
̶ Obrigada, você também está muito bem.

A verdade é que Oliver sempre estava lindo e ali de terno e em toda sua glória só me deixava mais entorpecida. Diabo de homem bonito era esse que jogava por terra todas as minhas forças com apenas um sorriso.

Chegamos a festa por volta das 21:h e Oliver me cedeu o braço, num ato gentil. Logo que entramos senti meu corpo retrair em vergonha, todos nos olhavam e não era pelo vestido bonito, mas sim por Oliver entrar acompanhado de sua assistente executiva gestante. Senti seu braço envolver minha cintura e seu polegar desenhar círculos de na lateral do meu corpo. Ele estava me tranquilizando. Avistei John num canto e fiz menção de sair a seu encontro, mas senti a pressão de Oliver me impedir.
̶ Onde pensa que vai? – ele falou discretamente.
̶ O que John está fazendo aqui Oliver? – claro que eu estava curiosa, era o John que em seu disfarce, era apenas o motorista e segurança particular.
̶ Um CEO precisa ter sempre um segurança em seu encalço, certo? – Oliver podia ser o melhor mentiroso, mas eu sabia quando ele estava tentando me esconder ou me deixar de fora de algo.
̶ Não minta para mim Oliver. – pedi impaciente. – Não para mim.
̶ Não estou. – ele ia continuar, mas foi impedido por Tommy que se aproximou com Laurel.
̶ Olá casal. – senti vontade de responder a Tommy que não éramos um casal, mas a segurei quando vi o olhar de cobiça da Lance chata em cima do Oliver.
̶ Olá Merlyn. – me limitei ao cumprimento e senti Oliver pressionar minhas costas. – Laurel.
̶ Você está linda Felicity. – babaca. – Parabéns Oliver.
̶ Obrigada Tommy, soube do casamento de vocês. – percebi o desconforto dele e resolvi tocar sua mão em minha cintura num gesto de apoio. – Parabéns casal.
̶ Obrigada. – a sonsa falou. Nojenta. – Aguardem o convite.
̶ Ollie, quero te apresentar ao banqueiro de Central City, ele tem uns projetos financeiros e está louco pra te conhecer.
̶ Vamos até ele então. – fiz menção em acompanhá-lo, mas me surpreendi ao ver Ray entrar no salão acompanhado de ninguém menos que Sarah Lance. De onde diabos eles se conheciam?
̶ Oliver, se você não se incomodar, eu vou cumprimentar Sarah. – tentei ser o mais amena possível. – Te alcanço depois.
̶ Certo. – ele parecia contrariado. – Só não suma de minhas vistas.

Oliver me escondia algo e eu ainda descobriria o que era.
̶ Olá casal vogue. – falei cumprimentando os dois a minha frente.
̶ Hey mamãe canguru. – Sarah me beijou o rosto para em seguida Ray repetir o gesto. – Por que casal vogue?
̶ Vocês já se viram juntos? É muita beleza para pouco espaço. – brinquei. – Afinal, de onde se conhecem?
̶ Longa história. – Ray explicou. – Mas nos conhecemos de longa data.
̶ Claro, só me deem licença um instante, preciso falar com alguns sócios. – vimos à figura masculina se distanciar.
̶ Você vai me contar de onde o conhece, não vai?
̶ Sim, mas não hoje. – ela me deu um sorriso travesso. – Thea está vindo ai.
̶ Cunhada. – Thea me abraçou com entusiasmo. – Sarah, você está um arraso.
̶ Thea, não me chame assim, ou as pessoas vão acreditar. – lhe lancei meu melhor olhar de repreensão.
̶ Desculpa, mas é que vocês estão parecendo um projeto de família feliz. – quem consegue ficar indiferente a essa mulher? Claro que eu ri.
̶ Oi moças. – só então percebi Oliver se aproximar cumprimentando a irmã e a ex-cunhada/namorada. – Felicity, vem comigo, um sócio quer saber mais sobre o projeto novo, preciso da sua ajuda.
Fomos em direção a esse tal sócio e Oliver me apresentou a um senhor que não deveria ter menos que cinquenta e poucos anos, ele estava acompanhado de sua mulher que passou um tempo me perguntando sobre o bebê. Logo demos inicio ao assunto principal; o projeto na ala infantil do hospital dos Glades.
̶ Mr. Queen, vejo que o projeto está muito bem encaminhado. Estive conversando com o Mr. Palmer e ele me disse que sua esposa era realmente uma mulher inteligente, vejo que não mentiu em nenhum dos elogios.
̶ Sim, ela é. – ok, ele deveria ter esclarecido que não somos casados. – Felicity é uma mulher de vários talentos e forte opinião.

Apesar de aquela festa está tediosa, Oliver me tratava com tanta delicadeza, ele era gentil em todos seus gestos e palavras. Sarah estava dançando com Ray e eu conversava com Thea, enquanto Oliver falava de negócios com alguns grandões.

̶ Não sabia que golpe da barriga ainda funcionava. – ouvi a voz estridente de Isabel nas minhas costas. – Mas devo admitir que foi uma bela jogada a sua Smoak.
̶ Isabel, você é sempre assim tão invejosa? – Thea soltou antes que eu pudesse falar.
̶ Cala a boca pequena piranha Queen, eu aposto que as extensões no horário de trabalho na QC resultaram nisso. Pensei que o Oliver fosse mais esperto, mas pelo visto não, cair nesse golpe? É tão velho.
̶ Olha aqui sua vagabunda russa...
̶ Tudo bem Thea, eu assumo daqui. – Falei antes que elas dessem um escândalo. – Olha Isabel, eu passei todos esses meses engolindo sapos e reprimindo a vontade de voar a mão na tua cara. – a forma como eu falava era tão calma que a assustou, eu mesma estava impressionada. – Mas sabe de uma coisa? Não vale apena descer tão baixo, não quando seu intuito está em me afetar e chamar a atenção do Oliver por apenas um motivo; você não passa de uma mulher mal amada. Eu sei que você não tira a noite na Rússia da cabeça, eu entendo, Oliver fez com você algo que nenhum outro foi capaz. – Deus, quem era essa mulher debochada no meu corpo? – Ele conseguiu te levar para a cama sem vomitar.
̶ Você é uma garota muito petulante. – a voz dela carregava irritação. – Não passa de uma ingênua apaixonada.
̶ Pode até ser, mas de uma coisa eu tenho certeza. – falei pousando a mão na barriga tranquilamente. – Você daria um rim para estar no meu lugar. É senhorita Rochev, isso mesmo que você entendeu você adoraria estar morando com Oliver e estar aqui de acompanhante dele essa noite, gostaria que todos a vissem como mulher dele e de estar esperando um filho dele. Sabe por quê? Porque você está fodidamente apaixonada por ele. Mas que fique claro uma coisa, não engolirei mais sapos, agora será diferente e não ouse usar sua boca imunda para falar do meu bebê. – De onde vinha toda aquela confiança, eu não sei, mas era muito bom senti-la.
̶ Eu tiraria esse sorrisinho cretino do rosto se fosse você. – ela tinha raiva na voz. – Afinal, é com a queridinha Lance que ele está dançando.

Virar-me e dar de cara com aqueles dois dançando juntinhos, foi como um murro na boca do estomago, e o pior, toda aquela confiança tinha ido embora. Tudo bem que não tínhamos nada, mas Laurel o traiu, ela o crucificou enquanto deitava e rolava com Tommy e eu sempre era sua muleta. Era para mim que ele corria toda vez que as coisas davam errado, era no meu ombro que ele chorava todas as mágoas. A grande pateta Felicity, que se dividia em várias para atender as necessidades dele, a que defendia Oliver Queen ou o Arqueiro com unhas e dentes, a que sempre se arriscava por ele. E em troca? O que eu recebia? Eu estava cansada de ser o apoio moral de todas as horas.

̶ Quer dançar comigo? – Tommy se aproximou galante.
̶ Não, eu não quero dançar com você. Na verdade eu quero distancia de você Thomas Merlyn, você foi um cretino com seu melhor amigo e se ele não se importa, eu me importo. Mantenha distancia de mim, você e sua namorada.
̶ Oliver é mesmo um idiota, quando eles voltarem diga a Laurel que eu estou a esperando. – saiu me deixando surpresa comigo mesma, mas agora que eu comecei, vou até o fim.
̶ Desculpa interromper vocês dois. – falei partindo uma risada de Laurel. – Eu só vim avisar Laurel, que o seu noivo está te procurando, mas antes só me diz uma coisa; qual é seu plano? Casar com o Tommy e ter Oliver como amante? Porque serio, você se aproxima e se afasta de forma confusa e eu já cansei de ver ele quebrado por você, então me responde, qual é o seu problema? Qual deles você realmente quer? – esperei por uma resposta que não veio. – Como eu pensei, nem você sabe. – sai deixando um Oliver surpreso e uma Laurel constrangida.
̶ Onde você vai? – Sarah perguntou assim que cheguei até ela, Thea e Diggle.
̶ Essa festa já deu para mim, diga a seu patrão que eu fui embora.
̶ Deixa ao menos eu te levar. – John pediu. – Felicity, você veio com Oliver.
̶ Eu pego um taxy John, não serei a primeira grávida a fazer isso.
̶ Você é uma mamãe muito teimosa, senhorita Smoak.

Eu só queria sair dali, aquela festa não era para mim. Estive me iludindo todos esses meses mesmo que despretensiosamente, estar ali com Oliver dividindo um apartamento, passando tanto tempo juntos me fez criar fantasias, o que só me deixava com raiva de mim mesma, eu estava sendo patética.

̶ Onde você vai? – a voz dele era dura nas minhas costas. – Felicity, eu estou falando com você.
̶ Para casa.
̶ Eu te levo. – falou calmo.
̶ Não precisa, eu pego um taxi. – continuei andando.
̶ Tudo bem, eu não tenho paciência para suas birras e odeio quando você age como criança. Então eu vou te levar e em casa conversaremos.
̶ Você é um idiota, Oliver Queen.
̶ Em casa Felicity. – falou abrindo a porta do carro para que eu entrasse. – E então, o que foi aquilo hoje? – falou fechando a porta atrás de si.
̶ Qual é a sua intenção Oliver? Você me trás para morar aqui e passa todo esse tempo brincando de casinha e família feliz comigo, então me leva para essa festa e passa a noite me tratando como se eu fosse importante para você, mas então me larga sozinha num aquário de tubarões e vai dançar com a sua ex namorada que brinca de bem me quer mal me quer com você e seu suposto melhor amigo. – puxei o ar pesadamente.
̶ Eu não te deixei sozinha e sim com Thea e dançar com Laurel não estava nos meus panos, mas eu estaria mentindo para você se não dissesse que gostei. – aquela doeu. – Você sempre soube dos meus sentimentos por Laurel, então não entendo qual é o problema.
̶ O problema Oliver? Serio? – senti a decepção invadir meu corpo. – O problema é você me levar a uma festa e fazer questão que eu me passe por sua esposa, o problema é você sentir ciúmes ou sei lá o que você sente a cada vez que um homem se aproxima, o problema é você me trazer para sua vida, mas estar sempre indo embora, quando ela te chama. – eu estava no limite e agora que comecei, iria até o fim. – Você percebe tudo que eu aguento por você? Percebe o quão unilateral é nossa amizade? Oliver, eu estou cansada. Cansada de te ver quebrado por ela, você vem e segura as pontas comigo, mas basta ela te chamar e você solta todo o peso nas minhas costas e eu sinceramente não quero ser seu estepe. – traguei o ar tão pesado que parecia até chumbo. – Quer se enfiar nessa disputa pelo amor da Laurel com o Tommy, vai em frente, mas não me arrasta para o seu buraco negro se sair perdedor, não mais.
̶ Felicity, eu... Sinto muito.
̶ Não sinta Oliver, eu não quero ouvir desculpas e explicações. Você se aproxima e se afasta de mim quando quer e isso acaba com minha sanidade, eu não quero mais esse jogo onde eu sou a reserva. – ele parecia perturbado. – Eu estou fora Oliver, estou jogando a toalha, não quero mais ser sua confidente nem precisar estar na sua vida pessoal. Teremos um filho, mas será nosso único vinculo pessoal.
– Eu não planejei nada disso, estar aqui com você, ter esse bebê, morar juntos, parecer casados. Eu não queria isso.
̶ E você acha que eu queria Oliver? Eu tinha uma vida planejada, me formar no M.I.T, ter um emprego digno do meu currículo, ser bem sucedida, ajudar minha mãe, ter um relacionamento instável e duradouro com alguém. Mas então você aparece baleado no banco do meu carro e vira minha vida de ponta cabeça, eu passei a viver em função de você, eu aceitei o emprego de sua secretária mesmo sabendo que não foi pra isso que eu lutei tanto, mas eu estava disposta a ajudar o incrível Oliver em sua missão de salvar o mundo. Mas e o meu mundo? Você já se perguntou alguma vez como eu ficava no meio disso? Eu nunca te pedi nada em troca da minha ajuda, então não venha agora se lastimar ou dizer que não planejou, porque eu também não.
̶ Felicity desculpa, não foi o que eu quis dizer, eu só estou confuso.
̶ Eu não quero sua confusão Oliver, eu preciso estar inteira. Por essa criança eu preciso ser forte. – minha voz estava carregada de tristeza. – Não posso sentar e esperar que você tome uma atitude, não posso passar o resto da minha vida sustentando essa situação, a vida é feita de escolhas e a sua sempre será ela.


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Notas finais do capítulo

E ai? Espero vocês nos comentários em!!