Sob o Luar escrita por Lawliette


Capítulo 6
05 — Luz da lua


Notas iniciais do capítulo

WOOOOOOOOOOOO chegamos ao capítulo cinco da fic, que coincidentemente tem um nome bem sugestivo pro título, non? Ohohoho, I know, my good friends, estamos chegando naquele momento em que todos nós *olha pra categoria vazia* estávamos esperando.

Foi difícil. Foi muito difícil, eu confesso, especialmente por que suddenly eu não sabia mais como fazer angst, mas é, estamos aqui. E eu vou parar de encher vocês nas notas por enquanto. É melhor vocês verem o que eu quero dizer no próprio capítulo (que por sinal não tá revisado, me mata).

Até lá embaixo~



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É claro que a resposta para a última pergunta viria à mente de Stocke assim que foi acordado no meio da noite, surpreendido por um som que se parecia um pouco demais com o que um galho sendo quebrado por um par de botas pesadas.

Era pelo único e odioso fato de que, apesar de tudo, Stocke continuava a se sentir receoso de suas ações, com medo de que nada daquilo pudesse dar certo e ele tivesse de ser obrigado a voltar a obedecer aqueles que deveriam guiá-lo durante sua jornada. As coisas estavam dando certo até demais para o loiro até então, e em histórias e na vida real, muitos acontecimentos bons seguidos sempre resultavam em algo ruim no fim e era disso que ele tinha medo. Que sua chance fosse despedaçada porque na verdade Stocke não era suposto de continuar tentando. De que ele não pudesse salvar Rosch porque ele tinha uma responsabilidade maior a ser feita e ele tinha de continuar vivo sem a sua relação.

Stocke não queria isso. Havia passado e relembrado todas as vezes em que se beijaram, em que se abraçaram e os momentos de uma relação que suspeitava sempre ter sonhado em ter com o loiro. Ele não aguentaria ir para uma linha do tempo em que ele não se lembrasse de nada, em uma que a distância deles não fosse lá tão grande, mas ainda assim fosse o suficiente para impedi-lo de ter um toque mais íntimo com Rosch. Quem mais iria cuidar dele e insistiria para que usasse roupas a mais para protegê-lo do sol? Quem mais o abraçaria pela manhã e aguentaria seu humor? Quem mais diria que sua presença era sombria, mas ainda assim continuaria ao seu lado com toda a animação que pudesse juntar?

Por mais que ele soubesse quais suas responsabilidades, Stocke queria continuar a cumpri-las com a presença de Rosch. Ele sabia que, de alguma forma, em alguma linha do tempo, isso seria possível, mas por culpa daquele ultimato e de todo o seu medo, era muito provável que no fim de tudo, ele não pudesse ter seus desejos atendidos.

Certo, Stocke deveria ter aceitado que não podia manter alguns acontecimentos desde o momento que recebera a White Chronicle. Afinal, aquele não era o seu objetivo e nem o motivo de tê-la recebido, mas ainda assim, Stocke tentava insistir que conseguiria salvar o homem e de que o faria, e era essa a determinação que conseguia para ter dormido naquela noite, essa mesma determinação que o levara a relaxar diante da situação e se obrigar a descansar. Ao contrário de algumas coisas, dessas ele sabia que seria idiotice não descansar quando necessário, e por isso tinha relaxado e plantado na mente que tudo daria certo. E realmente pareceu que daria, em algum momento.

Mas ainda assim, lá estava Stocke sentado no canto que separara para dormir, olhando fixamente para a mata fechada a vários metros dele. Lá estava ele, com uma quase aceitação de que Rosch estava saindo por entre a folhagem e de que o som que o acordara não fora apenas um animal curioso.

Os olhos de Stocke tiveram de analisar a cena diversas vezes para sequer considerar aquilo como parte da realidade. Pensou em todo o tipo de sonho e pesadelo que teria com o momento que ele lhe encontraria, e pensou em todas as maneiras de afastá-lo e simplesmente voltar a dormir.

Mas Rosch estava realmente ali, e o olhava com tanta confusão no olhar quanto Stocke estava tendo agora.

Porque ele não acreditava que Rosch pudesse estar realmente ali.

Porque ele achava que estava sonhando.

Porque caso ele não estivesse, então tudo estaria perdido.

— Stocke... — murmurou Rosch, ainda de longe e olhando para ele. Não trajava nenhuma das armaduras usuais, apenas o braço mecânico e uma espada presa à cintura. — Achei que não fosse mais te encontrar.

O loiro apenas fechou os olhos em resposta, incapaz de encontrar meios de respondê-lo. Talvez, se ele mantivesse seus olhos fechados por tempo o suficiente, poderia descobrir-se num sonho quando os abrisse novamente.

— Stocke, porque foi embora? Porque não me avisou? — Ah sim, lá estava enxurrada de perguntas sendo jogadas contra ele. — Por que teve que me enganar com a desculpa de que estava se sentindo doente... Por que teve que me enganar tanto? — Ele não entenderia caso explicasse. Ele não compreenderia e era por isso que continuou calado, os dedos arranhando a grama abaixo de si.

Abriu os olhos, e então olhou para Rosch.

— Eu tive meus motivos... — conseguiu murmurar.

— E que motivos foram esses que o fizeram praticamente trair o seu reino, a sua casa? — A voz dele aumentou de tom, e Stocke pareceu confuso por alguns momentos. Aquilo estava parecido demais com outra cena.

— Não foi bem isso que ocorreu. Eu saí por outros motivos, e nenhuma delas tem a ver com trair o reino.

— Eu chamei o mensageiro depois que notei que havia ido embora — ele disse simplesmente. — E ele me explicou o que tinha naquela carta e o que veio fazer.

— Então você acredita nas palavras de um mensageiro, mas não nas minhas?

— Queria não acreditar — murmurou o general, a voz soando baixa. —, mas sabe o que aconteceu enquanto esteve fora e porque demorei tanto tempo pra te encontrar, Stocke?

O silêncio foi a resposta de Stocke.

— Um dia depois que você saiu, atacaram a Sand Fortress. — Agora sim ele estava surpreso. — Perdemos muita gente pelo ataque surpresa, ninguém estava preocupado em defender o lugar quando o sargento estava longe. Foi a oportunidade perfeita.

— Não...

— Era só juntar as peças depois, e todas as suspeitas apontavam pra você. — Ele estava alterado. Parecia tremer tanto quanto Stocke, quase como se quisesse acreditar na expressão confusa do rapaz e dar-lhes chances de se explicar.

Stocke, porém, podia muito bem imaginar como Rosch estaria se sentindo naquele momento. Todas aquelas viagens de volta lhe deram conhecimento o suficiente para saber que, no fundo, Rosch pensava em seus soldados como se fossem sua família. Fazia o possível para não perder ninguém até o momento, coisa que vinha tendo sucesso até o momento.

Ele provavelmente teria feito tudo o que conseguira para protegê-los, talvez se ferido mais do que o necessário. Quando vira boa parte de seus soldados perecerem nas mãos do inimigo, porém, talvez o fardo de carregar aquilo tudo como sendo sua culpa não fosse o suficiente para Rosch. Então, porque não depositá-la em Stocke, a figura sombria que quase sempre fazia o possível para se tornar suspeito e nunca explicava como conseguia certas coisas para quem deveria ser seu melhor amigo?

— Rosch, por favor... — pediu ele, sentindo algo fechar-lhe a garganta. Ele tentou engolir, mas o que quer que fosse aquilo queria fazê-lo morrer sufocado. — Acredite em mim, eu não faria isso...

— Não faria mesmo?

— Tentaram me enganar com aquela carta, me disseram que haveria um ataque e eu poderia impedir se fosse para Granorg, o que queria que eu tivesse feito?

— Que tivesse me contado!

Ele quase riu daquilo. No máximo, deu um sorriso triste. Ele sabia que Rosch não acreditaria nele caso o dissesse.

— O importante disso é que você nos traiu, Stocke — ele continuou dizendo do mesmo modo. — Nos deixou quando podia ter ajudado, e seja lá qual tenha sido o motivo, não muda que acabou sendo culpado por matar tanta gente inocente.

— Rosch...

Stocke não conseguiu encontrar mais palavras para explicar o que estava errado, e Rosch também não se preocupou em dizer alguma coisa a mais. Afinal, ele notou tarde demais que havia alguma coisa muito errada com Rosch, e isso não se dava pelo fato de existir uma faísca de desconfiança para com o namorado.

Quase tarde demais, ele se jogou para o lado para desviar do primeiro golpe que veio em sua direção. Rosch praticamente urrava de raiva para o loiro, e se não fosse pela luz do luar, ele não teria notado a aura negra que o envolvia.

Stocke quis se explicar um pouco mais, convencer o Rosch que conhecia a voltar a acreditar em suas palavras. Poderiam corrigir aquelas mortes, ele sabia, mas como poderia fazê-lo quando tudo se demorava ao seu redor com tanta facilidade?

Não soube como conseguiu forças para puxar sua própria espada do chão e revidar. Talvez fosse o senso de sobrevivência, talvez fosse uma chama que gritava em seu interior que ainda não queria morrer e que talvez pudesse conseguir alguma coisa em meio aquele combate. Não sabia.

A espada zuniu no ar novamente, cortando os pensamentos de Stocke e provavelmente cortando ele próprio também se não tivesse bloqueado o ataque. Logo depois, veio outra tentativa, outro bloqueio, e nos momentos seguintes o lugar estava repleto pelo som das espadas se chocando. Quanto tempo até Liese e Vanoss chegarem e descobrir no que Stocke havia se metido? Quanto tempo até ele próprio decidir fazer alguma coisa? Quanto tempo até as coisas darem errado novamente?

Por mais que ele tentasse pará-lo ou encontrar uma brecha para voltar a se explicar, Rosch continuava atacando, golpes fortes e direcionados para locais que seriam restritos em algum treino comum. Urrava em fúria vez ou outra, frustrado pelo oponente apenas se defender, mesmo quando ele parava por alguns segundos para respirar e recomeçar a atacar.

As respirações ofegantes vieram mais rápido do que ele esperava. Suspeitou que os três sátiros também estavam ali, confusos com a situação, porém sem nada para fazer senão observar a cena que se seguia. Pelo menos eles sabiam que não podiam fazer nada mais para contornar a situação e parar as coisas. Se fosse por Stocke, ele continuaria defendendo os ataques que faziam a força de seus braços vacilarem e as pernas tremerem até que não fosse mais capaz. E por um tenebroso momento, ele pareceu perigosamente perto de não poder mais se defender.

Ele notou que as cenas começaram a se repetir quando o odor da floresta se impregnou em suas narinas. Notou também quando Rosch urrou de raiva novamente, frustrado por apenas ele estar atacando. Depois, vieram mais golpes, e então um Rosch segurando a espada durante alguns momentos, os olhos repletos de fúria e a face parecendo mais pálida sob a luz do luar.

Stocke cogitou fugir. Cogitou largar a espada, e cogitou até mesmo simplesmente atacar Rosch quando tinham aquele momento para respirar, mas ele não teve tempo de fazer qualquer coisa.

Rosch foi o primeiro a erguer a espada no ar novamente, e Stocke foi o primeiro a fechar os olhos.

Ainda assim, nada pôde impedi-lo de ouvir o som da carne sendo dilacerada. nada pôde impedi-lo de ouvir o grunhido inteligível de Rosch, e muito menos quando seu corpo caiu no chão com força, um baque surdo para sua espada e outro para seu corpo caindo.

Quando abriu os olhos novamente, encontrou a figura de Aht da quase mesma forma que Marco estivera da última vez. Segurando a adaga coma s duas mãos, e tremendo incontrolavelmente.

Stocke tremia incontrolavelmente.

De repente, ele não se viu mais capaz de segurar a espada e ela acabou escorregando para o chão. As forças lhe deixaram com facilidade, e em questão de segundos, ele estava caindo de joelhos no chão.


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Notas finais do capítulo

VOCÊS ACHARAM QUE ESSE SERIA O ÚLTIMO CAPÍTULO DA FIC, MAS SOU EU, DIO, I MEAN, ainda temos mais dois pela frente! RIARAIARAIIARAIARA eu sei que sou má.

Falando sério tho, o plano realmente foi acabar essa história no 5° capítulo e depois fugir pra casinha de doge. Mas não deu pra terminar aí, especialmente porque depois de conversar com a Altaris sobre os acontecimentos e que esse seria o último, decidi que acabaria ficando muita coisa pra um capítulo só, então dividi para ficarmos com um 6 e um epílogo bonito da vida. Assim eu poderia brincar um pouco mais de Angst e o ritmo não ficaria tão bugado e sem coerência como acabria ficando UAHSUAHUSA

Also esse capítulo. God fucking damn it esse capítulo, sério. vai se fuder, me deu muito trabalho pra escrever, especialmente porque eu estava morrendo, me perguntando se não eram muitos monólogos ali ou se a cena do Rosch não precisava de um pouco mais de diálogo (provavelmente precisa -q) ou se daria pra todo mundo entender o que aconteceu. E também porque o simplesmente me matou. Estava lá eu, escrevendo, depois fiquei "hm, como terminar?" e o capítulo foi lá e me disse: não você não vai continuar daqui, esse é o final, se fode aí, aí esse fim de capítulo aconteceu :v q

MAS YAY, fiquei feliz com o desfecho dele. E mais feliz ainda com o resto que está chegando lentamente, ohohoh. Não vou deixar vocês curiosos por mais tempo, vamos logo para o próximo~



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