Uma carta de Pemberley escrita por Mrs Darcy


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

(leia aqui, é importante)
Nessa oneshot, a personagem Charlotte Lucas nunca se casou com Mr. Collins.
Os acontecimentos que houveram foi: Mr. Darcy se declarou à Elizabeth, ela recusou (pelas mesmas causas do livro/filme), ele escreveu a tal carta falando sobre Wickham, Georgiana, Bingley e Jane. Mas ao invés dele não desistir deles se encontrarem em Pemberley e tals, ele simplesmente foi embora.
Isso tudo foi meio que esclarecido na história, mas é só p vcs n ficarem perdidos.

Boa leitura ♥3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/654109/chapter/1

Um ano após o casamento de Mr. Collins e Elizabeth Bennet.

Uma carta de Pemberley? — pensou Elizabeth.

Sua respiração se intensificou e o seu coração palpitou de maneira acelerada quando leu o remetente: Fitzwilliam Darcy.

Sem sua característica tranquilidade, vagou seus olhos pela letra cursiva e firme que se estendia por toda a carta.

“Cara Elizabeth Collins,

Dói-me não poder mais lhe denominar como Elizabeth Bennet. Estou ciente de que casara com Mr. Collins, Lady Catherine me manteve informado quanto à isso. Lhe desejaria toda a bênção desse mundo se não soubesse que esse casamento é infeliz.

Mas nada lhe supero, pois estou na mesma inferioridade. Casei-me com Ms. De Bourgh por pura influência de minha tia, e esses últimos anos foram os mais desgraciosos que já pude presenciar. Perdi toda a minha liberdade e felicidade, mas apesar de tudo, mantive-me leal. Nunca procurei desonrar minha esposa; de maneira alguma.

Entretanto, desvendei o enigma dos meus sentimentos. Meu coração, minha cara, palpita por você desde a primeira troca de olhares. E nesse coração, há um desejo que só pode ser saciado por sua pessoa.

Jamais superei a sua rejeição, e esse é o verdadeiro motivo da minha imensa infelicidade. Após tanto tempo, constatei que já não consigo; já não posso viver sem você. Devia ter detido esses sentimentos o quanto antes.

Eu lhe amei, lhe amo e lhe amarei por toda a eternidade, cara Elizabeth Collins. E se esse sentimento é mútuo, peço que me encontre no bosque próximo a Rosings Park, ao amanhecer, no segundo dia de agosto.

Mas, caso seus sentimentos sejam indiferentes aos meus, peço que me desiluda. Me faça lhe odiar com toda a intensidade possível, pois a amo mais do que posso suportar.

Cordialmente,

Mr. Darcy.

A surpresa de Lizzie não poderia ser, de jeito nenhum, clarificada através de palavras. Á princípio, desconfiou. Depois, sentiu-se ofendidamente afetada por Mr. Darcy haver cogitado a idéia de que ela pudesse ter a desonra de adulterar. Mas após reler diversas vezes, notou que não era capaz de se zangar com o homem — nem se quisesse — após a escritura.

Era inevitável se lembrar do drama que haviam passado. Após ler a carta de Mr. Darcy, esclarecendo as questões de Mr. Wickham, Elizabeth se culpou severamente por ter sido tão cega e preconceituosa. Mas sua dor só se amplificou quando soube que Mr. Darcy havia, permanentemente, ido embora de Hertfordshire.

Sentindo que suas chances já foram podadas, aceitou o pedido de casamento vindo de Mr. Collins. Foi um ato impensado que resultou em um ano infeliz e tormentoso ao lado de quem não amava.

Em algum dia de sua vida, Elizabeth amou Darcy, todavia, esses sentimentos foram oprimidos devido à longitude e ausência de presença do homem.

Esses mesmos motivos levariam Lizzie ao aceitamento do encontro de Mr. Darcy, caso não temesse. Possuía sinceras dúvidas se este encontro provocaria a ascensão e o despertar de um amor já hibernado.

Lembrou-se, também, do desalegre estado no qual se encontrava após a união de si mesma com Mr. Collins. Havia Lizzie, algo a perder além de sua reputação e confiança de seu marido?

Ela sentiu-se culpada pela decisão que já havia tomado em sua mente: aceitaria o convite de Darcy. Mas também não poderia rejeitar, não novamente.

Os dias passaram tão vagarosamente que Lizzie, mais do que nunca, desejara ter manipulação e controle sobre o tempo. Quando o segundo dia de agosto finalmente chegou, a mulher mal conseguira dormir; o que a levou a chegar mais cedo no local de encontro.

O homem não estava lá, e sem a sua presença, Lizzie fraquejou. Suas hesitações voltaram à mente. Valia a pena o sacrifício da adulteração? Isto realmente me fará feliz? Mas então, quando observou um cavalheiro que vinha ao seu encontro, camuflado pelas árvores, encontrou-se atônita e mal podia acreditar. Suas vacilações se esvaíram, e sua respiração se intensificou. De alguma forma, ela implorava mentalmente para que aquele homem acelerasse a sua locomoção.

Elizabeth. — ele a chamou, com voz deveras grave. Não havia se passado tanto tempo desde a última vez em que se viram, mas Mr. Darcy parecia um completo estranho para ela.

— Mr. Darcy. — Lizzie reverenciou.

Ambos não sabiam exatamente como introduzir o assunto. Não era fácil, de maneira alguma.

— Como está Georgiana? — Lizzie prosseguiu e Fitzwilliam se advertiu mentalmente por se manter tanto tempo em silêncio.

— Desde a última vez em que a vi, estava perfeitamente bem. Mas nós dois sabemos que não viemos aqui para discutir sobre isso.

Hum.

Peço que acabe logo com a minha agonia. Dê-me a sua resposta, de preferência, o mais breve possível. Á essa altura, não sou mais capaz de carregar a carga pesada de meus sentimentos sem estar ciente se é recíproco ou não.

Não era exatamente necessário uma resposta pronunciada, um ato foi capaz de preencher quaisquer palavras. Elizabeth encurtou a distância entre os dois corpos e enlaçou sua mão na dele. Os dedos de Mr. Darcy pareciam eletrizados, e o seu olhar sempre pousava nos lábios da mulher; por mais que tentasse deter a si mesmo. Contemplou os olhos castanhos de Lizzie com mais proximidade do que nunca havia feito.

— O que faremos após isso? — após se separarem, disse Lizzie, enterrando a cabeça no peito do amado. — O que me sugere, Mr. Darcy?

Era esse assunto que ele mais temia. Por um momento, hesitou em dizer, mas reuniu todas as forças possíveis e pronunciou as palavras:

— Proponho que fujamos.

Agora é que fora mais surpreendida do que nunca.

Mr…

— Eu sei que isso parece loucura, e certamente é! — prosseguiu ele, interrompendo a dama. — Mas lembre-se, foi forcejando à fazer o bem que perdemos a nossa liberdade e felicidade.

Pensou em dizer não, que era uma proposta absurda e insensata, que ele jamais devia ter cogitado essa ideia em sua mente. Mas ao olhar para os seus olhos agonizados, lembrou-se da primeira vez em que Mr. Darcy se declarou e a exasperação que sentiu ao se lamentar por ter rejeitado.

Lizzie direcionou o seu olhar aos lábios trêmulos de Mr. Darcy e o ansêio de tê-lo somente para ela pulsou em seu coração. Aproximou-se dele de maneira involuntária e precipitadamente, mas não houve nenhum vestígio de arrependimento. Suas pernas bambeavam e as palavras que tentava pronunciar saiam trêmulas afetadas pela explosão de emoções que esse momento ocasionou à ela.

Mr. Darcy acariciou a pele facial de Elizabeth com ternura e suavidade, e então, selaram os lábios em um beijo duradouro, afetuoso e sereno; que era capaz de demonstrar tudo que os jovens comprometidos sentiam. Era um ato de ousadia no qual Elizabeth estava incerta, porém, não mais. Ele a amava, da maneira mais drástica e intensa possível, e ela o amava, da maneira mais conservada e discreta, mas também, agudamente; com urgência e necessidade.

É evidente que a resposta fora positiva e Elizabeth voltou para casa com o intuito de fazer suas malas escondido de Mr. Collins. Se sentia culpada e responsável por sofrimento, e para amenizar essas impressões, informou à Jane e sua família o seu paradeiro. A reação deles certamente não foi apreciável, mas isso não impediu os jovens amantes.

Já na carruagem, Mr. Darcy perguntou à Elizabeth:

— Devo lhe perguntar algo. Há uma dúvida que vagueia pela minha mente e me aborrece. Você me ama inquestionavelmente ou está fugindo para preencher os vazios de seu casamento descontente?

— Suspeito que essa seja a mais tola das perguntas que já me fez. Eu o amo, indiscutivelmente, por mais que o senhor mal seja tolerável.

O homem sorriu suavemente, porém, de maneira verdadeira; na qual Elizabeth amava e apreciava tanto. E após, beijou os lábios da amada mais uma vez.

Então, finalmente partiram à um lugar distante de qualquer dor para dar início à jornada incerta do amor. O paradeiro dos dois jovens sempre fora um mistério, exceto para os amigos próximos e família de ambos. Lizzie com frequência escrevia cartas destinadas à Jane e ao seu pai, e Darcy, à Georgiana.

Ele abdicou a sua posição e ela suas relações para que compartilhassem uma vida juntos e pudessem finalmente desfrutar do deleite da paixão e do amor.

E, de fato, desfrutaram.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Digam o que acharam!!
Beijos ♥