A Vingança escrita por mazu


Capítulo 15
Bônus: Outro universo.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, gostaria de lembrar que esse capítulo é como se fosse um mundo paralelo. Ele não tem nada a ver com a história. É como se fossem um bônus, aproveitem! ❤



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–Hey, Hasegawa! Acorda.
Abro os olhos e Ren está na minha frente, me cutucando.
–Levanta, a gente tem trabalho pra fazer.
Levanto da cadeira e coço os olhos. Meu uniforme está amarrotado e minhas chaves quase caindo.
–Que dia é hoje? -Pergunto.
–Sexta, dia de levar o Louco Yamada na Vics.
–Ah, que merda.
Me estico e ajeito as chaves para que elas não caiam.
Começamos a andar pelos corredores. Odeio esse lugar, bandidos, assassinos, estupradores, psicopatas e todo o tipo de escória vivem aqui. NY Gate é uma das maiores prisões do país e já trabalho aqui a uns 5 anos. Já ví de tudo, de assassinos cruéis a jovens problemáticos e pessoas inocentes presas injustamente. Mas o "popular" desse lugar é o Yamada, ele é como um 'superstar' aqui.
Enquanto vamos passando pelas celas os presos nos xingam e nos ameaçam. Mas não ligamos, já estamos acostumados.
Eu e Ren chegamos nas celas da solitária e abrimos a porta da cela 3.
O Yamada estava sentado no chão, com a cabeça baixa e os cabelos negros caíndo sobre o rosto.
–Hey, Yamada. Tá acordado? -Pergunto e ele levanta a cabeça com um sorriso no rosto.
–Oi, vocês vieram.
–Claro que viemos, hoje é sexta, vamos te levar pra conversar com a Doutora. -Ren diz e a expressão do Yamada muda.
–Eu não quero falar com ela. Ela fala coisas ruins.
–Mas você tem que falar Yamada, faz parte do acordo. Vamos por favor, pela gente. Somos seus amigos, não? Então...
–Vocês são meus amigos?
–Claro que somos.
–Então tá bom.
Conseguimos o convencer e vamos o ajudar a se levantar. Ele usa uma camisa de força para ficar preso pois é consideravelmente perigoso. Não me pergunte o porquê, não tenho idéia.
Seguimos com ele em direção a sala da psiquiatra e entramos lá.
O colocamos sentado em uma das poltronas e vamos pro cantinho pra esperar. Alguns minutos depois a Victoria, a psiquiatra, chega e senta na poltrona de frente a que o Yamada estava sentado.
–Olá, tudo bem? -Ela pergunta e ele olha ela com desprezo.
–Tudo.
–Então, vamos começar?
–Vamos.
–Então vamos pelo básico. Seu nome, você lembra?
–... Hiroshi?
–Sim, exato. E o sobrenome?
–Maruyama.
–Não, não é, tente de novo.
–... Yamada?
–É, certinho. Agora... Você lembra o que fez pra vir pra cá, Hiroshi?
–Eu não lembro.
–Hiroshi... Eu não sei como te dizer mas... Você matou o seu irmão Ryo quando tinha 14 anos. Você o afogou no lago e foi mandado pra uma clínica psiquiátrica mas lá matou 2 funcionários então foi mandado pra cá.
–É mentira.
–Não, não é. É verdade e você sabe muito bem.
–VOCÊ ESTÁ MENTINDO.
Ele grita e a Victoria se encolhe.
–Hey Yamada. Fica na sua, ela tá falando com você de boa, não precisa gritar. -Ren diz e o Hiroshi se acalma.
–Eu não matei o Ryo, e nem irmão de sangue dele eu sou. Meus pais são...
–Takashi e Mio Yamada.
–Errado.
–Não, e eu posso provar. -A Victoria diz e pega uma papel que estava em cima da mesa de centro, era uma certidão de nascimento, a certidão do Hiroshi.
Victoria põe a folha na frente do rosto dele e o Hiroshi começa a ler, quando acaba ele simplesmente começa a rir.
–Porque está rindo?
–Porque eu quero. Porque vocês continuam insistindo dizendo que eu matei meu irmão, sendo que o verdadeiro assassino está solto por ai.
–Você é o verdadeiro assassino.
Hiroshi para de rir e se levanta lentamente, eu e Ren começamos a andar mas a Victoria faz um sinal para pararmos.
Ele se aproxima bastante dela até os dois ficarem com os rostos quase colados.
–Escuta aqui sua vadia inútil, eu não matei ninguém mas realmente olhando pra essa sua cara estou começando a ter essa vontade. Não pense você... Todos vocês, que só porque eu estou preso nessa camisa de força vocês estão seguros. Eu vou me soltar disso e eu vou atrás de todos vocês... Um por vez, tá me ouvindo?
–Já chega, já chega.
Ren segura o Hiroshi e começa a levá-lo de volta pra cela. Eu ando até a Victoria que estava chorando e a abraço.
–Calma, não liga pra ele. Ele é louco.
–Eu sei mas não posso deixar de me comover com isso. Eu queria tanto ajudá-lo.
–Eu sei, eu sei. Mas não é todo mundo que tem salvação. Vai pra casa descansar, a gente assume daqui.
–Tá bom Shinji, obrigada.
–De nada, Vics.
Saio da sala a deixando sozinha e no corredor quase esbarro com um outro funcionário do presídio.
–Que susto, Doley. O que está fazendo? -Pergunto e ele me encara.
–Oi Hasegawa. As tias do Yamada estão aqui pra vê-lo.
Olho atrás deles e as duas estavam paradas lá.
–Ah... Oi Mina, oi Miya.
As duas dão um sorrisinho.
–Olá Shinji, e então, aonde está o Hiroshi? -Mina pergunta e eu fico pensando em uma resposta.
–Olhem, me desculpem mas o Hiroshi acabou de sair bem mal da conversa com a psiquiatra então não acho bom vocês o verem agora.
–Tem certeza mesmo? -Miya pergunta e eu balanço a cabeça positivamente.
–Bom... Então não temos muita escolha, não é? -Miya pergunta pra Mina que balança a cabeça.
As duas se despedem de mim e do Doley e vão embora.
–Sério isso sobre o Yamada? -O Doley pergunta.
–Sério, ele ameaçou todo mundo, coitado.
–É, ele acha que pode fazer muita coisa dentro daquela camisa de força, só tenho pena... Aff, então é isso. Vou voltar pro trabalho. Bar, eu, você, Ren e o Dylan depois do turno?
–Que pergunta besta, é óbvio.
–Beleza, vou esperar vocês quando acabar aqui.
Ele diz e segue pelo corredor, já eu vou na direção contrária a dele, vou na cela do Yamada, conversar com ele.
(...)
Quando chego lá eu olho pros dois lado antes de abrir a porta da cela. Ele estava sentado no chão como sempre, eu fecho a porta e me sento ao seu lado.
–O que foi aquilo mais cedo? -Pergunto.
–Eu tava nervoso.
–Mas só porque tá nervoso você vai ameaçar todo mundo?
–Olha eu sei que foi errado, tá legal? Pode parar de encher a merda do saco?
–Eu encho o seu saco porque quero te ver melhor. Porque você não se esforça?
–Eu tento, só não é fácil. Nunca aceitarei que matei o Ryo, não foi eu!
–Tá bom, mas não é isso que os papéis dizem...
–Quanto a isso eu já não posso fazer nada.
–Certo então. -Concordo pra não irritá-lo.
–Porque veio aqui?
–Vim te contar que eu e os rapazes vamos sair hoje a noite.
–Sério?
–Sim, vou trazer fotos pra você ver. Ren tá estressado então provavelmente vai encher a cara e dormir a noite inteira, então eu e os outros rapazes vamos zoar com ele.
–Ah eu quero ver.
–Então beleza, amanhã trago as fotos pra você ver.
Quando eu olho pro rosto dele ele não estava me olhando e sim olhando pra única janelinha que havia na cela.
–O que você está olhando?
–Meus passarinhos.
–Você tem passarinhos?
–Não é que eu tenha... Mas eles vem aqui de vez em quando.
–Ah entendi, eles tem nome?
–São fêmeas, Erin e Elizabeth.
–Eu gostei mas preciso ir, amanhã conversamos mais certo?
–Certo, até amanhã. E ah... Você já melhorou daqueles sonhos?
–Ainda não, é estranho. Eles são tão reais...
–Eu sei, mas uma hora eles param.
Me levanto e paro na porta da cela. Olho pra trás e vejo o Hiroshi rindo enquanto olhava os passarinhos na janela. Pobre garoto.
Saia de lá e fecho a porta.
Apenas mais um dia comum nesse mesmo inferno.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês na segunda temporada!



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