Ele se escondia atrás das grossas laranjeiras que perfumavam o jardim em conjunto com as flores. Não ousava fazer barulho, mantinha sua respiração silenciosa. Apenas observava.

Ela dormia na grama verde, seus cabelos castanhos se espalhavam com doçura pelo chão. Respirava devagar. Uma de suas mãos segurava algo em seu peito. Ela estava sozinha.

Mas o que fazia uma garota dormindo no meio de uma floresta completamente sozinha? Albert procurou se aproximar com cuidado, pisando vagarosamente na grama em que a garota se deitava. Seu vestido branco curto e rasgado se camuflava na pele extremamente alva da garota adormecida, ela era linda.

Albert aproximou-se mais e ajoelhou-se perto da menina. Colocou hesitante uma das mãos eu seus ombros e sacudiu levemente a menina adormecida. Os cílios se moveram.

– Q-quem... é você? – Resmungou a garota enquanto abria os olhos que pareciam um par de esmeraldas de tão verdes.

Albert hesitou por um momento ameaçando correr, mas não correu, continuou a fitar o belo par de olhos esverdeados.

– Eu sou Albert, estudante do Colégio Especializado de Sodon. – Respondeu o garoto quase que automaticamente – Eu lhe faço a mesma pergunta.

– E-eu... – A garota começou a responder, quando os seus olhos perderam o brilho. Ela parecia a ponto de desmaiar.

– E-ei... Você está bem?! – Perguntou Al preocupado.

A garota continuou com os olhos vagos por alguns instantes, quando finalmente fechou os olhos com força e levou as mãos à cabeça. Parecia estar com dor.

– Estou... eu acho... – Respondeu a garota – Onde... Eu estou?

– Onde não deveria estar, creio eu... Não é muito seguro uma garota dormir no meio de uma floresta completamente sozinha. Qual o seu nome?

– O... O meu nome?

– Sim, o seu nome! O meu é Albert, mas pode me chamar de Al.

– E-eu ouvi... Mas... o meu nome... é como... se eu estivesse com ele na ponta da lingua, mas... – Disse a garota.

Neste momento, seu olhos se tornaram vagos novamente, ela iria desmaiar.

Albert levou suas mãos aos ombros da garota de cabelos castanhos e começou a sacudi-la para que não caísse novamente na escuridão.

– Ei! O que aconteceu?! Por que você está assim?! – Gritava o garoto desesperado.

Foi quando percebeu o medalhão de ouro que jazia no pescoço alvo da garota, estava meio-aberto, parecia haver algo dentro dele. Não pensou duas vezes, levou suas mãos ao medalhão e o abriu. Nesse momento, as mãos geladas da garota que estava prestes a desmaiar seguravam assustadoramente forte os seus pulsos.

A garota recobrara a consciência. No mesmo instante, soltou assustada as suas mãos dos pulsos de Albert, mas ele não se importava, lia o que estava escrito no medalhão.

– Clare... Seu nome é Clare? – Perguntou o garoto.

– E-ele me parece familiar... Clare... – Disse a garota que em seguida caiu desacordada nos braços de Al.