Tudo parecia que terminaria bem, estávamos juntos há um bom tempo, mas algo inesperado aconteceu . Depois de minha volta, passei quase todos os meus instantes ao lado dela, Keiko era a luz da minha vida, seu sorriso irradiava o meu ser e tudo se transformava só com sua presença.

Namoramos por um bom tempo, até que eu a convenci de morar comigo. Keiko teimava que queria se casar, mas eu achava que isso não fosse pra mim. Passamos dias memoriáveis, nos amamos e conseguimos seguir nossas vidas muito bem.

Sempre achei que eu deveria ter voltado mais cedo ao nosso mundo, eu sempre ficava pensando no sofrimento que tinha causado a ela e que eu deveria compensar de alguma maneira. Mas os assuntos do mundo espiritual sempre me arrastavam pra longe dela e eu ficava dias sem vê-la e isso a chateada muito. Keiko havia se tornado professora e trabalhava em uma creche perto de nossa casa, ela adorava aquelas crianças. Quando conseguia ia buscá-la e voltamos pra casa com ela me contando o que os pequeninos tinham aprontado.

As vezes íamos até a casa de Baa-chan só pra curtir a natureza e relaxar um pouco, aquilo nos distraia um pouco e eu a tinha só pra mim. Mas minha alegria durou pouco, lembro como todo aquele ano passou rápido e como tudo terminou da pior forma possível.

Era um dia lindo de primavera, eu assistia televisão para passar o tempo e ela chegou em casa animadíssima e disse me abraçando:

_Estou grávida...

Aquilo me assustou um pouco, eu nunca me imaginei como pai, mas sorri e abracei ela dizendo:

_Não podia ser uma noticia melhor.

Beijei Keiko e ela abriu um lindo sorriso pra mim...

Passamos dias, meses imaginando nosso filho e como seriamos como pais. Keiko sempre chamava minha atenção dizendo que eu devia ser mais responsável, pois nosso filho precisaria de nós dois e que o mundo espiritual seria deixado para último plano.

Tudo corria bem até aquela tarde de chuva quando Keiko passou mau na creche e teve que ser socorrida e ser levada para o hospital. Como sempre eu não estava perto dela e quando soube era tarde de mais...

Keiko tinha entrado em trabalho de parto muito antes do previsto, por causa de uma doença em seu coração que ela se quer sabia, e o médico teve que escolher entre ela ou a criança. Soube que Keiko implorou pela vida do filho que mãe não faria isso. Quando eu cheguei no hospital Yukino e Kuwabara estava lá a minha espera e eles me deram a noticia que eu mais odiei em ouvir. Keiko tinha me deixado para sempre, eu nunca mais a veria sorrir, eu não sabia o fazer meu coração tinha se destruído por completo. Eu simplesmente dei meia volta e sai dali eu tinha que falar com Koema, ele precisava trazer ela de volta.

Koema e Botan nunca me viram tão revoltado, só me lembro que disse coisas horríveis aos dois e se quer os ouvia dizer que não poderiam fazer nada. Passei horas chorando de dor, amar Keiko foi a coisa mais importante que tinha acontecido na minha vida e agora eu tinha perdido tudo. Quando me dei conta eu estava mais uma vez no hospital e segui direto para o quarto onde Keiko estava, a ver ali parada destruiu minha alma, eu sabia que nunca mais a veria sorrir. Lagrimas teimavam em brotar dos meus olhos e fui desperto por um choro triste, o segui até o berçário e a vi a única criança que ali estava aos berros como se soubesse que mãe tinha lhe deixado. Pelo que ouvi da enfermeira ela tinha nascido perfeita, ela era um milagre. A enfermeira a colocou em meus braços e por um momento toda a minha dor tinha cessado, pude sentir no fundo do meu coração um sentimento de calma, como se aquela pequena criança o tivesse tocado com uma luz. Keiko poderia ter nos deixado mais havia me deixado uma luz de esperança e eu tornaria o melhor pai que a minha doce Hikari pudesse ser feliz. E eu tive a certeza que naquele momento aonde quer que Keiko estivesse ela estaria feliz pois, sabia que nós sempre a amaríamos.