Capítulo 2

POV'S Freddie

– Preciso beber alguma coisa! - Sam gritou ao sairmos do táxi e saiu correndo.

– Eu avisei para ela não comer tanta paçoca. - Eu disse e Carly sorriu.

Retiramos nossas malas e mochilas do táxi e vasculhei meu bolso traseiro para encontra a minha carteira.

– Ops... - Falei ao perceber que a carteira não estava no meu bolso.

– O que foi? - Carly me perguntou.

– Acho que esqueci a carteira no seu sofá. - Eu falei já me preparando para surtar.

– Não se preocupe, Spencer me deu dinheiro para pagar o táxi. - Ela disse me tranquilizando.

– Ah, ótimo... Depois eu te reembolso. - Eu disse segurando sua mochila enquanto ela procurava o dinheiro.

– Não precisa... Ah não... - Carly começou a falar preocupada.

– O que foi? - Perguntei.

Ela olhou para trás para ver se o motorista ainda estava nos encarando e depois voltou a olhar para mim.

– Você está me deixando preocupado. - Falei tentando descobrir o que estava acontecendo.

Ela se aproximou de mim e sussurrou discretamente:

"- O dinheiro não está na bolsa, deve estar com a Sam."

– Então vamos esperar ela voltar. - Sussurrei de volta.

– Não, o cara não pode esperar, ele tem mais o que fazer! - Ela sussurrou um pouco mais agressiva.

– Com licença senhores... - O taxista nos interrompeu.

– Preciso do pagamento... - Ele exigiu gentilmente.

– Er... Nós já estamos levando. - Carly disse forçando uma risada e se virou para mim com uma cara de desespero.

– O que nós vamos fazer agora?! - Ela sussurrou com uma expressão assustada. Era visível o nervosismo e preocupação em sua voz, tentei fazer o possível para mantê-la tranquila.

– Calma amor, calma, tá bom? - Sussurrei olhando diretamente em seus olhos e segurando suas mãos.

– Eu vou atrás da Sam e você distrai o taxista. - Falei me livrando das mochilas e malas.

– Mas como eu vou fazer isso??! - Ela sussurrou.

– Sei lá, usa o seu charme! - Eu disse e saí correndo antes que ela pudesse dizer alguma coisa.

Com passos apressados perguntei e procurei por Sam por todo o aeroporto. Já estava começando a ficar louco e me arrepender de ter deixado Carly sozinha, ela não é a melhor pessoa para distrair os outros.

Depois de muita procura, encontrei uma loira sentada de costas em uma barraca de cachorro-quente.

– Graças à Deus Sam! - Corri até ela e segurei seus ombros.

– Anda, precisamos volt... - Enquanto eu falava, a loira se virou para mim.

– Ahhh! - Gritei ao perceber que não era a Sam, e sim um homem de peruca.

Eu o encarei assustado e hiperventilando. Já ele me olhava seriamente como se eu fosse maluco.

– Q-quem é você..? O que é que você..? Porque você... ?? - Eu não conseguia terminar uma pergunta, e minhas tentativas de tentar esclarecer alguma delas falhou.

– Oi Fredorento! - Sam surgiu de trás da barraca de cachorro-quente com um poodle na mão.

Eu saltei para trás pois me assustei novamente.

– Sam!! - Gritei e a abracei.

– Sim, sou eu, que eu saiba... - Ela falou me estranhando.

– Precisamos ir Puckett! Rápido! - Falei apressado.

– Qual é o seu problema cabeçudo?! Ahhh! - Ela não conseguiu terminar de me insultar pois agarrei sua mão e corri de volta para o local onde o táxi estava.

POV'S Carly

Freddie havia desaparecido há 20 minutos, eu não sabia mais o que fazer, nem sobre o que falar. O taxista já estava mais do que impaciente, eu temia que ele saísse daquele carro e me enforcasse com o meu próprio cabelo.

Aquele homem já sabia mais da minha vida do que qualquer pessoa, contei até sobre o hamster do amigo do primo do sobrinho da tia da filha do irmão do meu pai que morreu de tão gordo que estava. E o que o Freddie quis dizer com "use o seu charme?".

– Então... - Falei tentando pensar em mais alguma coisa para mantê-lo ali.

Ele continuava me encarando com uma expressão séria.

– ... Você vem sempre aqui? - Forcei uma risada.

Ele bateu com a mão direita na testa e suspirou.

– Garota, eu preciso do pagamento. - Ele falou e estendeu a mão para que eu o pagasse.

– A-Ah t-tá, m-mas... Assim, tão rápido? - Eu disse me aproximando da janela do carro e jogando o cabelo.

– O quê? - Ele franziu a testa confuso.

Eu não via outra opção, o único jeito de mantê-lo ali era tentar seduzi-lo.

– Você gosta... de Frozen? - Falei completamente sem noção e acariciei seu braço.

Ele continuou me olhando como se eu fosse louca.

– Olha, eu não sei qual é o seu tipo de doença mental, nem o que você está tentando fazer, eu só quero o meu dinheiro para continuar o meu trabalho. - Ele disse irritado.

– E-e-eu.. eu... - Gaguejei não sabendo mais o que diabos dizer.

– Oh, puxa, você é forte. - Elogiei enquanto sentia seu braço.

– Para com isso!! - Ele gritou puxando o seu braço para longe de mim.

– Ai! Que agressividade! - Eu falei ofendida ao me afastar dele.

– Agressividade?! Você está me assediando! - Ele gritou sentido.

Nós discutimos por um bom tempo até o momento em que eu avistei Sam, Freddie e um poodle correndo na minha direção.

– Sam! Freddie! - Gritei e corri para cima dos dois.

– Onde vocês estavam? Porque demoraram tanto? De quem é esse poodle? - Perguntei.

– Bom, a gente... - Sam começou a falar com a boca cheia d cachorro-quente.

– Não importa! Cadê o dinheiro? - Gritei nervosa e comecei a assediar os bolsos da Sam.

– Que dinheiro? - Ela me olhou confusa.

– O dinheiro que o Spencer me deu. - Eu disse.

Sam continuou a me olhar como se não estivesse entendendo nada.

– O dinheiro para pagar o táxi. - Eu falei em um tom mais alto.

– Ah... - Ela fez uma careta e coçou a cabeça.

– Sam... Onde está o dinheiro? - Falei em um tom ameaçador e segurei seus ombros.

– Bom.. Talvez eu tenha gastado uma boa parte do dinheiro em cachorros-quentes deliciosos...? - Ela falou da forma mais doce possível mas não era o suficiente para amenizar a gravidade da situação.

– Sam... - Freddie suspirou passando as mãos pelo cabelo.

– Sam!! - Gritei enraivada.

– Desculpa... - Ela falou dengosa e fazendo biquinho.

Naquele momento eu só conseguia pensar em chorar e esbofetear a cara da Sam.

– Porque você gastou o dinheiro? - Freddie gritou.

– O que a gente vai fazer agora?! - Eu gritei chorosa.

– Qual é o seu problema? Como vamos sobreviver sem dinheiro? - Ele falou.

– Parem de me fazer tantas perguntas!! - Sam gritou mais alto que nós dois juntos, fazendo-nos calar a boca.

– ... Eu vou dar um jeito nisso. - Ela falou em um tom sério e uma expressão ameaçadora.

Sam me entregou o poodle e se afastou de nós, indo em direção ao taxista que já estava prestes a chamar a polícia.

Eu e Freddie, temendo que não iria acontecer nada de legal vindo da Sam, pegamos as malas e nos escondemos atrás de algumas cadeiras enquanto a observávamos discretamente.

– O que será que essa doida vai fazer? - Freddie sussurrou com medo.

– Eu não sei. - Sussurrei de volta.

– Só espero que ela consiga resolver tudo. - Falei ao segurar sua mão.

– Eu também. - Ele falou esperançoso olhando os meus olhos.

– Se bem que... - Ele começou a brincar com os dedos da minha mão.

– Com toda essa correria, ainda não tivemos um tempo para nós... - Ele disse sorrindo e meio sem jeito.

– Temos um tempo agora. Não é o melhor dos lugares mas... - Eu falei sincera fazendo-o soltar uma risada gostosa.

Nossos olhos se encontraram durante o tempo em que aproximávamos nossos rostos. Ao estarmos exatamente há 1 centímetro de distância, o meu olhar desceu para a sua boca.

Meus lábios estavam prestes a tocar os dele até que ouvimos um alarme e gritos familiares. Eu me virei para trás e encontrei Sam correndo na velocidade da luz ao nosso encontro. Não conseguimos nos comunicar devido à sua pressa, e tanto eu, quanto Freddie, não entendíamos que porra estava acontecendo.

Depois de demorados e cansativos minutos correndo com malas e mochilas, encontramos um estacionamento pequeno e vazio onde nos organizamos e sentamos. Resolvemos ficar por ali pois já era noite e não tínhamos dinheiro algum.