Imortal escrita por Socko


Capítulo 5
Capitulo 5




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O Imortal

—Sieghart, temos algo a discutir com você...—O moreno viu o sinal de Gaia para se sentar em uma das cadeiras mais baixas da sala, provavelmente de um deus menor e fez como ordenado.

—E eu com vocês deuses. -Todos olharam para ele intrigados e Periett, deus da destruição faz sinal para que ele prossiga com sua explicação. Sieghart então lhes conta sobre seu sonho e enquanto falava notara a expressão séria dos deuses a cada frase proferida.

Interessante... —Disse Juniore, deusa da harmonia. -E muito perturbador.

—Muito perturbador, quem achas que é a mulher no teu sonho imortal? -Lhe perguntou Gaia que estava sentada em uma das cadeiras altas da sala adornada com galhos secos, fosforescentes e com variedade de flores e folhas.

—Não sei ao certo... Mas o meu palpite e tenho medo que seja realmente... É... -Sieghart estava receoso em dizer o nome.

Sim imortal? —Perguntou Zig, deus das chamas, já sabendo assim como os outros deuses de quem se tratava. Sieghart notara a mudança nas faces de cada um dos deuses e sabia que realmente era quem ele estava pensando.

—Cazeaje!!! -No mesmo momento que o nome foi dito uma escuridão se formou no salão uma vez claro como a lua. As paredes trincaram, o chão ficou sujo e as portas para o salão se abrirão vagamente.

No começo foi como se alguém a abrisse para expiar o local, mas não fazia sentido pois o local onde estavam era um lugar psíquico. Da greta aberta das portas uma fumaça negra começou a sair e a primeira coisa que virão foi uma pata branca e grande pisando no salão. Essa pata logo foi-se transmutando e logo deu lugar a uma perna feminina. A fumaça foi-se juntando agora ao corpo que entrava no salão e se transformava no vestido da mulher. Estava tudo lá, tudo do sonho do moreno. Os chifres, os cabelos roxos, os olhos carmesins... Era Cazeaje.

—A própria meu belo imortal. -A voz dela entrava nos ouvidos de Sieghart e ele sentia um misto de emoções. Era uma voz sensual, provocante, mas também trazia em si uma carga ameaçadora e que lhe faria pensar duas vezes antes de chegar perto de tal criatura.

Mas como? Este lugar é sagrado! —Disse Zig sacando suas grandes laminas dos punhos.

—Ahh é? Não parece tão sagrado assim viu? Aqui estou eu, não estou?

—Mas como? Você foi destruída pela Grand Chase! -Sieghart sacará as laminas gêmeas e estava numa posição defensiva, assim como os outros deuses.

—Assim como eu fui “destruída” por você meu belo? -Sieghart foi pego de surpresa, realmente sua vitória como é contada a seiscentos anos não adiantou de nada. Cazeaje riu ironicamente e saboreando a cara do imortal. -Você não se lembra, não é? O que realmente aconteceu aquele dia? -Sieghart achava que ela estava ficando louca, como assim o que realmente aconteceu, ele lutou bravamente e derrotou a maldita bruxa quase dando sua vida no processo.

—O que quer dizer com isso bruxa?

—Bruxa? Eu? -E soltou outra gargalhada. -Bem meu amado imortal, isso não importa agora. Só vim para lhes dar um oi. -Ela começou a dar pequenos passos em direção a Sieghart. E a cada passo símbolos mágicos apareciam no chão ao seu redor.

—Sieghart, corra! -Gritou Gaia, mas já era tarde demais todos estavam presos em sua magia. Não conseguiam se mover, somente falar e fazer movimentos lentos

—Não dá estou preso! -Cazeaje chegou perto do moreno e sorriu maliciosamente para ele. Sieghart estava em posição de ataque, mas como estava preso não teve como reagir. Ela o pegou pelo rosto e o beijou na testa o abraçando e colocando o rosto do imortal entre o decote do seu vestido.

Eu ainda vou me divertir muito com você meu amado... -E desapareceu em fumaça.

Todos conseguiam se mover livremente, as paredes voltaram ao normal, a luz voltou a adentrar o local, a porta se fechou e Sieghart caiu o chão assustado.

—O que... Foi isso? -Indagou Sieghart aos demais deuses com um olhar assustado. Gaia desceu de sua cadeira e fora socorrer o imortal junto de Periett. Ela olhou para seu amante o deus da destruição e disse:

—Acho que agora é hora dizermos o que queremos de você imortal. -Sieghart se levantou com a ajuda dos deuses e voltou a se sentar na cadeira aonde estava. -Tínhamos, melhor temos uma missão que lhe interessa e também o futuro da grande caçada...

Se passaram horas dentro da mente do imortal e estava de volta agora ao lar provisório da Caçada. Estava com a mente cheia e cansada, pois o processo da reunião requereu muito do corpo humano dele. Se lembrava das últimas palavras da deusa para ele:

—“Não conte para eles, não os interessa saber por enquanto, essa missão é somente sua. Você terá três dias para se despedir e ir viajar para Atôn... Sinto muito Sieghart.” -Bem agora tinha um motivo real para ir embora, o que estava relutante de fazer, mesmo que tudo estava em seus planos. Teria que agir rápido, e como disse a Lass fortalecer os laços que tinha criado.

Sieghart entrara no quarto e fora recebido novamente por Amy que se aninhou no seu peito, mas logo foi para cozinha conversar com Lire e Arme que faziam o jantar. Já era início de noite novamente e Sieghart pensava o quanto tempo uma ligação psíquica toma do tempo do mundo real.

—Sieghart? -Seus devaneios foram parados por Ronan que reparou que ele estava parado na porta de casa com uma cara séria e cansada. -Está tudo bem? -O imortal tratou de colocar o melhor sorriso para tentar passar a imagem de tranquilidade.

—Hun, claro, acabou que os deuses também não sabiam sobre o paradeiro de Aztaroth. -Disse tirando o casaco e jogando no sofá da sala e sentando-se. -Então é acho que vamos voltar para Serdin de qualquer maneira. -Ronan sorriu e tirou um pergaminho do bolso e entregou ao imortal que o olhou curioso.

—Sim, você está certo. A comandante Lothos nos enviou essa carta hoje cedo. Ela quer que voltemos. Serdin está passando por dificuldades, parece que está tendo insurgência de oaks e goblins na região como nunca tivera antes. E como estamos num beco sem saída aqui, creio que devemos ir para Serdin. -Sieghart concordou com a cabeça e a encostou no sofá fechando os olhos. -Ahh e tem mais. Ela nos deu três dias para ficar aqui a partir de amanhã pois daqui a dois dias será aniversario de Elesis lembra?

O moreno arregalou os olhos e tentou parecer calmo com a pergunta. Pelos deuses, como havia se esquecido, ele irá embora justamente no aniversário de dezesseis anos de Elesis.

—Sim, como poderia me esquecer... É claro. -O moreno se levantou e perguntou a Ronan. -Falando nisso onde ela está agora?

—No seu quarto ainda, não saiu de lá desde cedo. -Quem respondeu era Arme um pouco envergonhada. -Sinto muito vovô ela queria ficar sozinha e estava com cara de poucos amigos...

—Nós tentamos Sieg-kun. -Completou Lire.

—Tudo bem garotas, irei lá ver o que posso fazer. -Disse subindo as escadas. Queria deitar tomar um banho e deitar, era a melhor coisa a se fazer, mas antes tinha que resolver esse problema. Sinceramente ele não sabia lidar com essa situação, ele deve completar sua missão em Atôn, deve sair em três dias. Mas o seu coração queria ficar com ela e ver o que as possibilidades lhe trariam. Estava cansado o imortal, cansado das lutas, cansado das ordens, cansado de subordinados... Cansado de viver... -Elesis está ai? -Disse batendo na porta três vezes. Houve um silêncio curto e de dentro do cômodo veio a voz da ruiva:

—Pode entrar Sieghart... -O moreno adentrou o cômodo e logo notara que Elesis estava sentada no peitoril da janela de duas portas olhando para o pôr-do-sol. Ela estava sem suas armaduras pesadas e vestia roupas leves. Ele seguiu o exemplo e retirou suas armas e as colocou ao lado da cama e sentou-se.

—Desculpa a demora, espero que não tenha sentido minha falta? -Disse deitando-se deixando as pernas para o lado de fora da cama de solteiro. Ela o olhou com desdém e abraçou os joelhos colocando o queixo em cima de seu braço. -Ok me sinto ferido por não ter sentido...

—Como foi a reunião com os deuses? -Disse Elesis, o interrompendo, ainda olhando o horizonte onde o sol já estava escondido entre as montanhas, mas o céu temia em manter as cores quentes do dia. Sieghart entendeu que ela não estava para piadas e se levantou para ficar ao lado dela na janela.

—É confidencial ruiva, sem querer ser chato, mas não posso contar. -Ela o olhou de lado e Sieghart notou fogo nos olhos dela e soltou uma leve risada, mas ele iria contar, mas assim como com os outros não contar o conteúdo da conversa e continuaria a contar a mesma mentira que disse a Ronan. -Opa! Desculpa, parei, parei. Bem eles queriam falar comigo que não conseguiam rastrear as essências e Aztaroth e que o rastro que seguiam sumiu. Nos indicaram a voltar para Serdin e como a carta de Lothos já chegou acho que é o que realmente faremos. Eu os indico a fazer isso.

Elesis soltou o queixo do braço e o olhou curiosa:

—Como assim? “Os indico a fazer isso”, você também vem conosco, não múmia? -Sieghart parou por um segundo analisando o erro que cometera e novamente fingiu o melhor sorriso que podia.

—É claro né ruiva, foi somente um modo de falar. Eu vou com você sim, pode ter certeza... -Elesis notara o mesmo olhar que ele fez na floresta e novamente como ele colocava um sorriso forte para mudar a expressão. -Afinal de contas você não aguentaria ficar sem min, não é MESMO?! -Ela não teve nem como reagir. Sieghart a pegara no colo e começou a rodopiar com Elesis nos braços.

—Seu imbecil, me SOLTA! -O moreno então a jogo na cama e começou a fazer cosquinhas na menor. Pronto conseguiu o que ele queria, tirara um sorriso da cara marrenta e deprimida de Elesis.

—Bom saber que você sabe sorrir ainda. -Disse se juntando a gostosa gargalhada de Elesis. Ele gostava de vê-la se soltar um pouco. Ele entendeu que tinha horas que ela precisava passar um tom sério e de liderança, mas mesmo nessas ocasiões ele fazia piadas. Ele não conseguia parar de pensar como iria sentir saudade dessa risada. Ele ia se sentir culpado de deixá-los, mas era o melhor a se fazer. A missão dele era muito importante para impulsos adolescentes de seiscentos anos atrás viessem à tona.

Ele parou e sentou-se na beirada da cama olhando para ela que tinha lagrimas de risada e estava com os braços erguidos na defensiva esperando ele fazer mais alguma traquinagem.

—Seu idiota! -Disse sorrindo para o mais velho. Dessa vez quem puxou quem foi Elesis. E no próximo momento era ele que estava rindo sem parar com as cocegas da ruiva.

Sieghart pensava o quanto de uma infância reprimida ela não deve ter tido. Uma adolescência a qual passou despercebia, pois, a vida adulta de guerreira a chamava. Eles pararam de fazer cocegas um no outro simplesmente apreciaram o momento de tranquilidade. Era claro que tinha certa tensão sexual envolvida, mas não era o que ambos queriam.

Queriam ficar ali, descansando olhando nos olhos do outro enquanto a lua tomava o posto que o sol tivera a poucos instantes, a cor amarela do quarto dava lugar a uma cor azulada fria e confortável. O moreno fez um sinal para ela se aproximar e Elesis deitou sua cabeça no peito do imortal onde ali ela sabia que era seguro. Ele fechou seus braços ao redor dela e beijou os cabelos cor de fogo da menor.

E assim iniciou-se a noite para os dois. Onde ali nos braços de Sieghart, Elesis então pôde chorar. Chorar pelo seu pai, pelas lutas sem direcionamento, pelas pistas que não levam a lugar algum, pelo cansaço que padecia nos ombros da jovem que próximo de chegar os dezessete já era a líder da grande caçada.


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Notas finais do capítulo

Estoy de volta!



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