Crests of Waves escrita por Blair Herondale


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Gente! Primeiro, gostaria de pedir desculpas pela demora. Realmente, realmente me desculpem! Mas muito obrigada para todas as pessoas que me mandaram reviews e mensagens privadas para eu continuar. Aqui esta esse capítulo! Acredito que vocês irão gostar tanto quanto eu gostei de escrevê-lo. Beijinhos!



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Quando os três chegaram na casa de praia Anne foi logo tirando as suas sandálias para ir tomar banho.

—Eu vou na frente, tudo bem, Cath? Assim que eu acabar, te chamo.

—Tudo bem, sem pressa. -a loira respondeu, mais preocupada em acompanhar o caminho que o moreno tomava. Ele lançou um olhar carinhoso para as duas antes de se dirigir para o escritório de Lauren -Acho que vou estar esperando na cozinha.

A verdade, era que a loira estava apavorada com a possível conversa que ela e Nathan teriam assim que ele saísse do escritório. Seria a primeira que os dois ficariam juntos desde a briga e o maravilhoso beijo na garagem. Catherine não queria que ele dissesse que era um erro, não queria que ele dissesse que era apenas por diversão, não queria ser mais uma da lista dele. Queria que ela tivesse importância para ele. Portanto, no momento em que o garoto entrou na cozinha, ela sentiu todos os músculos do seu corpo se contraírem em apreensão.

Catherine soltou o copo de água que havia pegado assim que chegara e estava preparada para começar a falar qualquer coisa, quando percebeu a expressão que Nathan trazia no rosto.

Tudo que ela tinha para falar perdeu a importância ao vê-lo apoiado no balcão da cozinha. Os lábios estavam franzidos ao ponto de ficarem brancos e Catherine soube que aquilo era algo relacionado com a Sra.Tanner.

—Nathan, está tudo bem com Lauren? -perguntou se aproximando lentamente do moreno. Ela não sabia bem o que dizer ou o que fazer.

—Claro que não. Meu pai está pedindo demais, impondo exigências, dificultando o processo de separação, como se o que estivesse acontecendo fosse culpa da minha mãe e não dele! -respondeu irritado e, também, cansado -Não entendo porque ele está fazendo isso com ela, com a gente! Quando Annie descobrir...

Catherine permaneceu calada vendo Nathan procurar por palavras que pareciam fugir de sua boca.

—Você passa tanto tempo tentando proteger uma pessoa de tudo e de todos que quando você se encontra em uma situação como essa você fica desamparado. E eu estou me sentindo completamente sem valor. Como Anne vai lidar com a informação de que nossos pais estão se separando? -Nathan se perguntou, passando a mão rapidamente pelo rosto, logo em seguida pelo cabelo, desarrumando-o em um típico gesto de nervosismo para então repousa-la sobre o balcão. Catharine não precisava olhar duas vezes para saber que elas estavam tremendo- E agora minha mãe está se trancando em um escritório tentando se fazer de forte, enquanto meu pai faz várias exigências que estão além do que ele merece, apenas para tornar o processo de separação o mais exaustivo possível para ela. Quando Anne souber disso... -a voz do garoto quebrou e ele precisou dar um longo suspiro antes de reformular a sua frase- Saber disso vai partir o coração de Anne e não haverá nada que eu poderei fazer para evitar isso. Essa vai ser uma das primeiras situações em que minha presença será completamente inútil e, puta merda, isso está me matando.

O moreno soltou a última frase como se estivesse soltando um peso de cima de seus ombros. Simplesmente por dizer uma pequena e indefesa verdade.

Catherine se aproximou ainda mais de Nathan e segurou nos dedos que faziam movimentos repetitivos sobre o balcão. Ela sentia seu coração se apertar de dor devido à toda angústia que Nathan estava guardando dentro de si por tanto tempo. Deu um pequeno sorriso para ele, embora esse não tenha chegado ao seus olhos. Como poderia?

—Nathan...Nate, olhe para mim. -pediu, se aproximando e apertando ainda mais a mão do garoto- Você não precisa passar por essa sozinho. Eu estou aqui, sabe? Estou aqui desde que eu me conheço por gente e, sim, talvez descobrir que seu pai não é o santo que Anne acreditava ser pode machucar o coração dela, mas você não poderia protege-la de tudo Nate. É da vida que estamos falando. Acidentes acontecem, pessoas são despedidas, outras são assassinadas e...outras se separam. Separação não é o fim do mundo, ela irá sobreviver. Se Anne se machucará ao descobrir? Sim. Se será difícil? Claro que será. Mas, ela tem você, Nathan. E vocês têm a mim. -Catherine falou mostrando seu sorriso mais carinho para o moreno. E, dessa vez, permitiu que esse se refletisse em seus olhos. O azul de seus olhos ficando mais claros do que o normal.

Nathan soltou o ar que nenhum dos dois perceberam que ele prendia até aquele momento e, com a sua mão livre, a trouxe um pouco mais para perto de si até encostar em sua testa.

—O que nós iríamos fazer sem você, senhorita Brooke?

—Só os céus sabem. -ela brincou com um sorriso no rosto, apesar de não conseguir mantê-lo. Os dois estavam próximos demais e, quando o azul encontrava com o amarronzado, não havia muita coisa que ela pudesse pensar. Ela percebia, entretanto, que ele tinha pequenas manchas douradas escondida de qualquer um que não estivesse perto o bastante, percebia como a pele dele era quente devido aos dias na praia sendo exposto ao sol e como ela não conseguia mais esconder a sua vontade de beijá-lo.

Umedeceu imediatamente os lábios com o próprio pensamento.

—Me desculpa. -Nathan pediu, forçando um pequeno sorriso para a loira. Catharine sabia que a questão da separação dos pais ainda o preocupava pela pequena linha quase desenhada entre as sobrancelhas do garoto, mas se manteve em silêncio. Ele merecia o tempo dele- Eu não queria que a nossa primeira conversa sozinhos, desde o acontecimento da garagem, fosse sobre isso. Não queria que você me visse dessa maneira tão fraca.

—Você é humano, Nate. Não tem obrigação nenhuma de ser forte e perfeito o tempo todo. Tudo bem se você quiser fazer essa atuação para o resto do mundo, mas não precisa fazer isso na minha frente. Eu te conheço. Sei como você está mesmo sem precisar dizer nada. -A respiração dos dois se misturavam e tudo que Catherine queria naquele momento era encerrar a conversa e beijá-lo. Beijá-lo como se fossem morrer no minuto seguinte e ela precisasse aproveitar os seus últimos segundos da melhor forma possível.

—E mesmo assim você não percebeu que o nosso primeiro beijo me deixou louco. -resmungou baixinho, os dentes brancos aparecendo ao perceber que Catherine havia prendido a respiração -Sim, isso estava ficando claro até para minha mãe e então eu passei a semana procurando preencher a sua presença com cópias terríveis de você. -Ele parou alguns segundos ao receber o olhar fuzilador de Cath- Não me olhe assim, eu pensava que o motivo da minha fixação por você se devia ao fato de ser loira, pensei que se eu ficasse com a loira certa pararia de pensar tanto em algo que não deveria ter acontecido. Ia ser tão mais fácil. -Murmurou, fechando os olhos por breves segundos antes de colocar ambas as suas mãos sobre o rosto de Cath, segurando-o para que ela não tivesse outra opção a não ser olhá-lo nos olhos- Mas claro que não poderia ser a opção mais fácil. Loiras não serviram, nem ruivas, nem morenas e, eu havia desistido quando conheci Emily.

Catherine instantaneamente sentiu o incômodo com a garota sobre o seu peito. Ela não era uma pessoa ruim, apenas não era a garota certa para Nathan. O seu Nathan.

—Não me lembro de você ter trazido nenhuma loira para casa. -Catherine conseguiu dizer, desviando levemente o foco da conversa, por temer o que Nathan iria dizer sobre Emily.

—Você não poderia. Eu não trouxe nenhuma para cá. Seria estupidez da minha parte deixar Anne notar o padrão. -Nathan parecia sentir orgulho de si mesmo pela própria esperteza, como se nem todas as pessoas tivessem a capacidade de pensar em tal possibilidade -De qualquer forma, Emily me ouviu falar uma noite inteira sobre você. Era simpática e compreensível e eu pensei que, como não poderia ter você, ao menos deveria estar acompanhado nessa tortura que é tentar resistir a você.

—Você é louco. -Retrucou, um pouco irritada pela decisão tomada pelo garoto. Não havia sido a mais prática de forma alguma.

—Me deixe continuar. -Pediu, quase implorando, enquanto apertava levemente o aperto de seus dedos contra o rosto de Cath- Eu achava que não deveria ficar com você porque, por Deus, você é quase uma irmã para mim. Nós crescemos juntos e brigamos juntos e rimos juntos e você é a melhor amiga da minha irmã! Não era correto!

—Que se dane o correto, Nate. Você deveria fazer o que você quer.

—Mas ai. -continuou o garoto, ignorando o comentário de Cath, apesar dela ter percebido o sorriso de dentes brancos e perfeitos se alargar alguns centímetros- Ai começamos a brigar e, não sei, eu simplesmente perdi a cabeça. Não queria ter brigado com você naquela garagem. Me desculpa, Cath. Eu realmente, realmente gosto de ti e eu acho que ficarei louco se precisar passar mais um segundo longe de você.

Talvez Nathan ainda estivesse bonitas palavras para dizer, talvez ele ainda fosse pedir desculpas algumas vezes, talvez ele fosse se inclinar em direção a Cath com o término do seu pequeno discurso. Como eu disse, talvez. Porque todas essas possibilidades morreram no momento em que Cath, em um gesto quase desesperado, colocou as suas mãos ao redor do pescoço de Nathan e o trouxe para si. A garota apenas queria que a dor de Nathan sumisse, queria que o vinco quase fixo no meio da testa dele desaparecesse, queria que aquele beijo amenizasse alguma coisa do que o garoto havia passado naquela última semana. Tanto por causa dela, quanto por causa de sua mãe.

E, embora Nathan tenha sido pego de surpresa pela garota, não hesitou nem por um segundo antes de colocar as mãos na cintura de Cath e pressioná-la contra si. Os dedos dela se prenderam contra os fios de cabelo de Nathan, puxando-o mais e mais a cada mordida que ele dava no canto de sua boca, a cada vez a mão larga e quente fazia um caminho imaginário sobre a sua coluna ou a cada vez que ele soltava baixos gemidos de satisfação. Depois de tanto tempo reprimindo sentimentos, nenhum dos dois conseguia conter os próprios atos.

Quando, por fim, o ar faltou, Nathan encostou novamente sua testa na de Cath. Ambos tinham um sorriso bobo no rosto e ela quase seria capaz de rir, mas preferia não inchar muito o ego do moreno.

—Muito melhor do que qualquer coisa que eu tivesse para dizer. -ele murmurou, dando um rápido selinho nela.

—Às vezes você se preocupa demais.

—Não sou o único a fazer isso, senhorita. -retrucou, ainda sorrindo.Catherine mordeu o lábios inferior antes de se afastar lentamente de Nathan e lhe dar um fraco tapa no peito, um gesto inconsciente que fazia toda vez que precisava fazer algo que não queria, como se o tapa pudesse, de alguma forma, lhe dar força.

—Certo, você precisa me soltar, Anne já deve estar terminando o banho e não queremos que ela nos veja nessa situação.

—Qual o problema dela saber? Não acho que ela vá ficar chateada, talvez isso seja algo que Anne sempre esteve esperando acontecer.

—Não sei. -A loira disse sincera, enquanto dava de ombros, embora não tenha continuado a forçar a mão de Nathan sobre sua cintura- Mas eu preferia que não comentássemos sobre o que está acontecendo entre a gente até ela descobrir o caso de seu pai. Não quero que ela se sinta desamparada ou deixada de lado.

—Verdade, não tinha pensado nisso.

—Exatamente, porque você não pensa, Nate. -Cath brincou, antes de se inclinar e começar um beijo digno de cinema. Após alguns segundos, a garota se aproveitou da confusão que ele sentia pelo beijo para se afastar.

—Isso é golpe baixo! -resmungou, tentando alcançá-la novamente, mas ela já estava longe demais para isso.

—Posso só te dizer uma última coisa antes de subir, Nathan Tanner? -Perguntou com um pequeno sorriso nos lábios, ignorando os resmungos do rapaz- Nós somos batalhadores, pequenos guerreiros e iremos sobreviver à essa separação. Eu, você e Anne. Juntos. Não precisa fazer isso sozinho.

Nathan cruzou os braços e se apoiou no balcão. Catherine pôde ver os lábios ainda inchados dos últimos beijos, os fios desalinhados e discretas marcas de unhas sobre os ombros do garoto. Era, de fato, uma bela visão, que apenas melhorava quando ele a olhava com aqueles olhos, quando ele a olhava como se estivesse diante de uma das sete maravilhas do mundo, como se ele pudesse ver no fundo da sua alma e, imediatamente um arrepio percorreu a espinha da loira.

—O que foi?- perguntou, confusa com o olhar que recebia.

—Nada. -ele respondeu com um sorriso de lado- Apenas, estou feliz por você estar comigo nessa.

—Ah. -disse, relaxando os músculos após os segundos de apreensão- E como eu poderia não estar com vocês?

Catherine agiu como se perguntasse "como o céu não poderia ser azul?", como se a pergunta fosse tão óbvia que não necessitas uma resposta. Era aquilo e pronto.

E, se ela tivesse pensado em dar uma última olhada no momento antes de subir as escadas, teria visto não apenas um garoto de braços cruzados, mas também a sua alma transbordando pelos seus olhos.


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Notas finais do capítulo

Bem...tenho uma péssima notícia para vocês. Esse é o penúltimo capítulo da fanfic. Antes eu queria fazer algo longo, grande e cansativo, mas mudei de ideia. O foco dessa fanfic será mesmo apenas Cath e Natan, por isso, bem, por isso o próximo capítulo será o fim.
Adoraria receber comentários de todos os leitores e, se a maioria de vocês comentarem o que acharam desse capítulo, postarei o próximo na segunda que vem. (O capítulo já está pronto e guardado). Amo muito vocês.
P.s: Se alguém quiser recomendar, se sinta livre para fazer esse belo gesto!!
P.s.s: Desculpa pelos possíveis erros ortográficos. Eu revisei uma vez, mas ainda estou com medo de ter deixado passar algo.