Shot Me Down escrita por Gabs


Capítulo 1
Capítulo 1 - ACORDE-A


Notas iniciais do capítulo

"Alguma vez você já confundiu um sonho com a realidade? Ou roubou algo quando você tinha o dinheiro? Você já se sentiu triste? Ou pensou que o trem estava em movimento quando ele estava parado? Talvez eu fosse louca ou talvez, os outros estivessem"



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Não sei ao certo , mas ainda acredito que mesmo que por um misero segundo acredito que o maior monstro esta na nossa cabeça. Quando eu era criança me achavam completamente louca por falar com as paredes ou com um amigo imaginário, mas parecia tao real que hoje não sei mais o que daquilo tudo era real ou não.
Em algumas noites eu acordava pela madrugada com um sonho, e o sonho era sempre o mesmo. Eu estava a deriva em um barco no meio de um lago ao leste de Londres e uma cançao de ninar começava a soar ao fundo, como um eco, até ele estava lá para me buscar e me tornar dele, mas... Não era ele, quero dizer... Era, mas não era, não por dentro. Seus olhos cintilavam em meio a escuridão e por alguns segundos parecia que nada havia mudado, que você estaria lá quando eu chegasse em casa depois do trabalho de um turno que havia conseguido em uma floricultura, mas ele apenas sorria, aquele sorriso que fazia qualquer um tremer a base e de repente, você sumia em meio a escuridão, e então meu pulmão de enxia de água enquanto me debatia para me soltar, enquanto você me puxava e me carregava para o fundo do mar.
Finalmente acordava e lá estava eu, acordada novamente em mais algum comodo da casa. E dessa vez não havia sido diferente. Abri os olhos e estava deitada no chão da sala, se eu me lembro como cheguei ali? não, eu não lembro. Me apoiei sobre os braços e levantei, segui até escada para voltar ao quarto, a casa estava silenciosa, deveria ser umas duas ou três horas da manhã, meu pai e Tom deviam estar dormindo.

A vizinhança estava assustada e com medo nos últimos dias, soubemos que alguns lobos estavam por perto, dizem que se escondiam na floresta a noite pára caçar. O problema era que de dia os caçadores saiam atras deles, mas nunca encontravam nada e depois de alguns dias de busca resolveram optar por não perder tempo com os animais. Fui até a janela puxar a cortina, mas parei no ato quando pude ver um vulto de algo correndo do lado de fora da casa. Não esperei ver o que era, puxei a cortina com rapidez e segui para a escada.

Quando cheguei ao último degrau, finalmente foi possível ouvir um som horrível de vidro se quebrando no andar de baixo. Corri para abrir a porta do quarto e a tranquei, então fui até a sacada e fechei a porta de vidro só por segurança. Não seria realmente possível que um lobo tivesse entrado pela janela. Por cerca de vinte minutos, tudo ficou em constante silencio, não sabia se havia ido embora ou só estava esperando para que eu apareça.

Arrastei a cama para a porta, na tentativa de o que é que fosse não conseguisse de arromba-la. Sentei em frente à mesma e esperei por longas horas. O mais estranho é não havia nenhum barulho na casa mais, nem se quer nos quartos onde meu pai e meu irmãozinho dormiam, Mas não era coisa da minha cabeça.

Em uma primavera distante, todos esperam que com sua chegada, a cidade se torne mais colorida, mas clara, com exceção dos moradores do interior de Londres que se trancam em suas casas a procura de se sentirem ao menos protegidas em suas camas ao cair da noite.

Nossos pais sempre nos dizem para não falarmos com estranhos, não atravessar a rua sozinhos ou andarmos pela noite por uma rua sem movimento... mas para os moradores da pequena Bittletown, não há conselho para se cuidar daquilo que não é possível ver aos olhos, mas por um motivo além do que se lê em livro de ficção e fantasia... está além de qualquer um, qualquer um vivo...

 

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— Você sabe que precisa interna-la, não adianta mais esperar que os remédios façam algum efeito – A medica sussurrava para mim, enquanto uma enfermeira administrava mais algum medicamento na menina que estava dormindo. Eu tentava convence-la de deixa-la por mais alguns dias, mas ela não aceitou. – O máximo que posso fazer é deixa-lo que a leve de volta pra casa e espere que algo aconteça – ela deu uma pausa e respirou fundo antes de voltar a falar – eu conheço um médico muito bom de Nova York que tem ótimas referencia e poderia ajudar no caso dela, posso entrar em contato com ele agora se não se importar de esperar. Apenas concordei com a cabeça e ela partiu para fora do quarto, já retirando o telefone do bolso. Nesse estágio já estava aceitando qualquer coisa, não podia deixar mais que a minha filha vivesse nesse mundo que ela acha que existe. Depois de uns cinco ou seis minutos de espera, a Dra Elisabeth voltou e me entregou um cartão com um endereço do tal médico de ótimas referencias. – Sábado esteja neste endereço, o Dr. Não estará trabalhando oficialmente, mas se interessa no caso, não perca a data de jeito nenhum – A Dra. Disse de forma autoritária e novamente a única coisa que fui capaz de fazer foi concordar com a cabeça em silencio.

Assim que a Lily acordou, as enfermeiras me acompanharam até em casa onde a deixamos na cama descansando e então elas partiram. Não sabia como contar para o Tom, ele tinha apenas 6 anos, não entendia direito o que acontecia com a irmã dele, mas para ser sincero nem eu sabia ao certo. Comprei nossas passagens de avião para sexta-feira, uma para Lily, Tom e outra pra mim. Se o único jeito de tratarmos ela, é irmos para Nova York, então será para Nova York que iremos.

Aproveitei que o Tom estava entretido no sofá, abri outra aba na internet e comecei a procurar sobre a tal doença rara. Digitei na busca: Narcolepsia grave e distúrbios de personalidade graves.

psic sono súbito e incontrolável, aparentemente sem motivo, que ocorre várias vezes ao dia e corresponde a uma entrada direta no sono paradoxal sem passar pelo sono lento ; hipnolepsia.”

Se tiver alguém nesse mundo que pode ajuda-la, espero que seja esse tal Dr. Já era quarta-feira, arrumei todas as minhas coisas e depois organizei as do Tom. Deixei para a Lily mesmo escolhe-se o que fosse levar para viajem. Fui até o quarto dela e bati na porta, ela já havia acordado.

— Oi filha, acho que as já enfermeiras conversaram com você... sexta-feira estaremos indo para Nova York nos encontrar com um especialista no seu caso – sorri pra ela que concordou com a cabeça – arrume suas coisas para viajarmos e eu avisei a Ivone que você estará indo a Nova York sexta, então antes de embarcarmos nos encontraremos no aeroporto para se despedirem – esperei para que ela falasse alguma coisa a respeito, mas só concordou novamente, então achei melhor sair do quarto.

— Pai - ouvi a menina me chamado com a voz arrastada - Você acha que eu estava sonhando de novo? - Falou se levantando e sentando na cama, então apenas concordei com a cabeça - Sim filha, você estava...

— Então por que o sonho é sempre o mesmo? - Me olhou inquisidora, em alguns momentos acho que ela acredita que nós mentimos para ela, mas isso não é verdade, sorri e respondi com sinceridade - Eu realmente não sei filha - e fechei a porta

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Hoje mais cedo recebi uma ligação do John, o pai da Lily, fazia algum tempo que não tínhamos muitas noticias dele, sempre que ligavam era para falar sobre a Lily... Parece que o caso dela anda piorando, mas não sabemos ao certo o que fazer. Segundo o John conseguiram um médico especializado interessado no caso dela. O Dylan não sabe se vai dar certo, pois dizem que há tratamento, que há cura para o caso dela, mas até agora nada mudou, o problema mesmo é que não se sabe se essa fuga que ela tem da realidade é causada pelo efeito da doença. O medo que eles tem é que o problema de Lyli é que ela pode ser agressiva e manipuladora as vezes.

Um grito sofrido correu pela casa, o barulho havia vindo lá de fora, mas parecia que havia gritado no meu ouvido, ou embaixo da janela do meu quarto já que a casa tinha dois andares. Ouve mais três gritos, seguidos de um estrondo como algo se chocando com alguma coisa. Abri meus olhos rapidamente e me virei para Dylan, mas parecia que nada havia acontecido, ele ainda estava de olhos fechados e dormindo. Eu não estava conseguindo dormir esta noite mesmo com Dyl ao meu lado, mas algo estava errado... eu podia sentir, era como se estivessem me vigiando e pronto para me atacar a qualquer momento. Não conseguia mover um musculo se quer, então tentei acalmar minha respiração descompassada. Era a mesma sensação de alguns dias antes do acidente. Desde que a Lily foi embora depois do ataque em que sofreu em sua casa, nada mais era como antes e não nos vimos pessoalmente desde então.

Comecei a cutucar o garoto para ver se acordava, não demorou muito para que ele abrisse os olhos – Dylan, você escutou isso? – perguntei me referindo ao som, mas ele me olhou com uma cara de incrédulo e balançou a cabeça. Endireitou-se na cama me olhando serio – Isso o que? – Perguntou colocando uma mecha do meu cabelo jogado na cara atrás da orelha, como se nada tivesse acontecido.

— Como assim isso o que? – O olhei brava ficando de frente pra ele e ele continuava me olhando com a mesma cara de sono – O grito Dylan, o grito... Como assim você não escutou nada? Esta acontecendo alguma coisa – Empurrei-o de leve, levantei da cama e corri para a janela. Puxei a cortina e tudo estava em perfeitas condições, até o cachorro da Sra. Tompson esta dormindo.

— Margot, você estava sonhando, volta a dormir, por favor – ele resmungou cobrindo a cabeça com a coberta. Eu sei muito bem o que escutado. Fechei a cortina, vesti meu roupão e desci a escada para tomar uma água ou qualquer coisa que estivesse ao alcance.

 Cheguei à cozinha, a cortina que tampava o vidro transparente da porta não havia sido puxada e dava para ver tudo o que tinha na casa. Fui até a porta e puxei a cortina de leve, parecia estar preza em cima. Pude ver que o cachorro da Sra Tompsom havia acordado e estava na minha varanda a uns 20 metros farejando alguma coisa. Fui até a mesa de jantar para pegar uma cadeira e a coloquei ao lado da porta, isso chamou a atenção do animal, mas logo a atenção dele foi desviada para frente, onde eu não consegui ver e ele ficou lá, encarando o nada por uns 5 segundos até que começou a correr de volta em direção a casinha dele. Não parecia ser nada de mais, então subi na cadeira e soltei a cortina que voltou ao seu lugar, encaixei-a de volta a mesa até que ouvi umas batidas na porta. Não sabia se atendia ou fingia que não tinha escutado nada. Fiquei parada por uns três segundos até houve mais uma batida persistente, já era de madrugada, então o que é que fosse não devia ser bom. Voltei devagar até a copa e dei uma espiada pela janela para ver quem que estava batendo, mas o mais estranho é que não havia ninguém em frente à porta, mas o barulho também já tinha parado – Devo estar ficando louca – Sussurrei, até que vi um vulto passar pelo meu quintal. Parecia que tinha alguém lá fora, mas eu não era louca de ir ver quem é. Ignorei minha loucura e fui em direção às escadas, mas o cachorro havia voltado e começou a arranhar a porta, ele estava chorando e parecia assustado, então corri até ele e abri a porta, mas ele correu e virou para me olhar, se virou para frente e de volta pra mim umas quatro vezes, parecia que queria que o seguisse, então fechei a porta atrás de mim e fui até ele que começou a farejar alguma coisa de novo. Fiquei olhando-o até que correu de volta para sua casinha. Segurei meus próprios braços a minha volta, pois estava muito frio e também para esperar que o cachorro saísse do esconderijo dele, mas não aconteceu. – Hey cachorro, vem aqui – me agachei para chama-lo, mas estava chorando, então me aproximei e nisso ele rosnou, não sei se pra mim ou para algo além de mim. - Acho que ele não gostou de você – uma voz rouca soou atrás de mim e nesse momento eu paralisei. Realmente havia alguém em meu quintal desde o começo e por algum motivo nem o cachorro havia gostado disso. – ou talvez de mim – disse o desconhecido com uma risada nasalada. Segurei o roupão para mais perto do corpo e me virei rapidamente – eu acho que... - Não havia ninguém. A pessoa é muito rápida ou... Eu estou realmente vendo coisas, mas duvido muito. Se o cachorro falasse ele estaria de prova que alguém estava aqui o tempo todo. Respirei fundo e me virei para o animal assustado – boa noite – resmunguei e corri para dentro de casa, tranquei a porta e voltei pro quarto deixando o roupão ao lado.


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Notas finais do capítulo

Oiiiiii gente :) como vocês estão?
Esse é o primeiro capitulo da Fic e vou te dizer viu, demorou pra sairahsuahsu, espero que gostem dela!!! Deixem um comentárinho sobre o que acharam da historia!! A opinião de vocês é muito importante para a continuação dela :}
Qualquer coisinha (dicas, ideias, opiniões, reclamações) podem me contatar no meu TT : @SwagToPrisoners

Xoxo, até o próximo capitulo :'}



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