Pode Me Chamar de Lina escrita por Tira os oios


Capítulo 4
Reconstrução




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[Dois meses após a audição]

Lina chegou em seu prédio após a escola e encontrou Debra falando alto no telefone. Ficou a observando enquanto esperava o elevador.

— Ir para os Estados Unidos realizar o meu sonho?! O que mais eu posso querer! Não me importo de esperar um ou dois anos... Eles? Para que chama-los, eles só vão querer tirar o meu foco, que sou a estrela. Eu te garanto, chama-los só vai nos atrapalhar... Combinados? Um beijão pro senhor. — desligou o telefone sorridente.

Avistou Lina a observando e se aproximou.

— Boas notícias para você, esquisitinha... Em algum tempo, quando aquela bandinha não me tiver mais serventia, você poderá ocupar o meu lugar.

— O que quer dizer?

— Tem um empresário interessado em nós... Em mim!

— Ei, essa oportunidade não foi só pra você! Não é justo.

— Ah, vê se cresce! Quando perceber que tem que fazer essas coisas pela carreira, vai largar essa pose de santinha — ela foi se afastando — e não inventa de tentar de dedurar de novo não! Poupe-se de passar vergonha.

Ela rosnou baixinho. Como essa garota me irrita! Ao chegar o elevador, uma surpresa: Castiel estava descendo nele. Passou esbarrando em Lina, sem a olhar no rosto e foi ao encontra da morena. Por mais desagradável que tenha sido a garota jurou que não permitiria mais se chatear por conta daqueles dois. Apertou o botão do seu andar e viu os dois de beijando antes da porta fechar.

Começou a se comparar com a Debra e admitia que a morena era inegavelmente linda. Depois parou para pensar que nunca fizera muito esforço para ficar mais bonita... Com isso algumas ideias foram surtindo em sua cabeça. Ao chegar a seu andar, pegou seu telefone e selecionou um número em seus contatos.

— Rosa, eu estava pensando, estou querendo ficar mais vaidosa queria pedir sua ajuda... — mal terminou de falar e a colega surtou do outro lado da linha.

—Ótimo! Finalmente! Vou reunir as garotas! — desligou animada.

Lina ficou encarando seu celular, estranhando e tentando imaginar onde isso ia dar.

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Momentos depois, ela recebeu de supetão uma visita de Melody, Kim e Rosaya, além de sua inseparável melhor amiga Violette.

—Então você decidiu que quer ficar mais bonita? — perguntou Melody.

—S-Sim... Embora sei que não vou conseguir muita coisa com sendo tão magra...

—Pode deixar que esta é a minha tarefa! — disse Kim, que realmente possuía invejáveis curvas — eu serei sua tutora de malhação, mas já vou adiantando que não vou pegar leve!

A azulada concordo, um pouco assustada.

— Eu vou ensina-la a cuidar do cabelo para que fique macio e vitalizado, e também vou ensinar a se maquiar.—disse Melody.

— E eu vou renovar seu guarda-roupa TO-DI-NHO — anunciou Rosaya, com um olhar psicopata.

— Vejo que terá bastante trabalho!— comentou Violette, dando um risinho.

—Muito obrigada meninas...

—Nós é que agradecemos — disse Kin esticando os braços.

—Sabe, é um desejo antigo de todas nós. Por isso que a Rosaya quase surtou ao ouvir você falar.

—Verdade? Que máximo.

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No domingo de manhã, Lina saiu para correr com Kin, sua personal trainer particular. Estava usando uma bandana branca, um short legging e uma camiseta velha, pois não tinha roupa específica para ginástica. Não conseguindo acompanhar o ritmo da amiga, ela precisou parar, abaixada com as mão do joelho de tanto cansaço. Kim notou que a garota parou e voltou, ainda correndo, parando na sua frente dando uns pulinhos “correndo parada”.

—Ei, quem disse que podia descansar?

— Por favor, Kim... Eu estou acabada.

A morena parou com os pulinhos e suspirou.

—Tudo bem, retoma seu fôlego.

Após trinta minutos de descanso, começou os exercícios de musculação (abdominal, agachamento e afins). Kim a fez dar o máximo de si em todos os músculos possíveis, e a garota ficou toda dolorida.

Pouco depois do almoço, era hora de receber uma visitinha da Melody. Violette estava junto só apara assistir. A “professora” enfileirou todo seu enorme conjunto de materiais.

—Agora, quero que você me diga qual se usa primeiro— desafiou Melody.

Com a mão no queixo, analisando, Lina pegou o batom.

— Errou! — Melody deu um tapinha em sua mão a fazendo soltar.

Depois, pegou o curvex.

— Ficou maluca?— tomou o instrumento de sua mão. Violette só dava risada dos erros da amiga.

Por fim, ela finalmente acertou: a base.

—Muito bem! Mas vamos usar esta outra, pois sua pele é clarinha. Sabe como passar?

A garota esparramou o produto em sua mão antes de passar no rosto, e Melody bateu a mão na testa. Violette gargalhou.

De noite, já maquiada, foi ao shopping fazer compras com a Rosaya. Passaram primeiro em uma loja de sapatos, e Rosa a fez vestir pela primeira vez um salto alto e fino. Lina ficou parada no lugar, com medo de se mover com aquela coisas aos seus pés.

—Vamos, não é nenhum bicho de sete cabeças. Logo você acostuma e fica natura, veja. — Rosa desfilou em sua frente, com um salto ainda maio que o da azulada, e depois voltou ao seu lado. — agora sua vez.

A garota começou a tropicar como se estivesse com uma fratura nos pés, desequilibrou e fez cair uma estante encima de si. Rosaya, envergonhada, olhou ao redor para checar se alguém havia percebido depois foi ajudar à amiga.

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[Três meses após a audição]

Lina se viu abalada com duas notícias.

Como acabou não mantendo contato com o Kentin, sem querer se afastaram novamente, e mais tarde a Peggy descobriu e contou as meninas de que ele estava namorando uma garota de sua escola. Lina se chateou no início, mas nada muito profundo, afinal era como se já não o conhecesse mais.

A segunda notícia era que Castiel estava se mudando do condomínio. Da sacada de seu quarto, ela e Violette assistiam em segredo o garoto levando as caixas de mudança para o carro.

— Eu soube que ele vai permanecer na cidade, só vai deixar este apartamento — comentou Violette, pensando em confortá-la.

Ela deu de ombrons.

— Não importa mais... — ela olhou para o céu pensativa — Tem uma coisa que penso ser a lição que o destino quer me passar esses últimos tempos.

— E qual é?

— Sofrer por garotos é uma tremenda besteira.

Violette sorriu.

—Com certeza!


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