A Insanidade de volta ao País das Maravilhas escrita por BloodthirstyGasmask


Capítulo 1
Capítulo 1 - O País das Maravilhas, só que pior.




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Alice Liddell havia acabado de acordar, eram oito e meia da manhã, como mostrava o relógio do outro lado do seu quarto. O sol raiava no céu e invadia o quarto de Alice. A cama de Alice era uma cama simples de madeira, com um colchão, um travesseiro e um edredom marrom em cima. A sala estava quieta, apenas o tique taque do relógio podia ser ouvido, as batidas do coração de Alice, as quais martelavam seu ouvido, só podiam ser ouvidas por ela. Alice vestia suas roupas normais: Uma camisa de mangas compridas listradas em preto-e-branco, sua saia de couro ia até as canelas, que eram cobertas por longas meia pretas. Por cima disso, um pequeno avental marrom cobria o peito e as coxas de Alice. Alice se debruçava no parapeito da janela de seu quarto, segurando em sua mão o colar de metal que havia recebido no País das Maravilhas. Na ponta do colar, um pingente prateado na forma de um ômega reluzia na luz do sol.

"Vamos Alice! O doutor está na porta!" Uma voz ecoou do andar de baixo, podendo ser facilmente ouvida pelo chão frágil de madeira, que rangia a cada passo. A voz vinha de Nan Sharpe, a guardiã legal de Alice e sua nova madrasta. Alice tinha pais, mas eles morreram em um incêndio em sua casa, quando era criança. Agora, Alice mora com Nan Sharpe em uma pequena e discreta casa em Londres.

"Já vou!" Alice respondeu, em um tom alto de voz. Antes de sair do quarto, Alice calçou seus mocassins de couro. Ela então correu diretamente escada a baixo, quase tropeçando e derrubando o vaso chinês que ficava em uma mesinha ao lado da escada.

"Não desça as escadas assim! Vai acabar se machucando que nem você fez na escada do sótão semana passada!" Nan Sharpe disse com uma voz rouca. A fala dela lembrou Alice novamente do acidente.

No fim do corredor, há uma escada em espiral que leva ao sótão. Nan Sharpe mandou Alice enxotar alguns ratos que havia deixado o lugar com mau-cheiro e, ao terminar a tarefa, Alice lembrou-se que estava atrasada para a festa do chá na casa da vidente do outro lado da rua. Lembrando disso, Alice desceu correndo, tropeçou em um pedaço de metal deformado de um dos degraus da escada e ralou os joelhos e cotovelos.

"Me desculpe, Nan... digo... Madame!" Alice abaixou a cabeça, fingindo estar arrependida. Não era culpa dela se ela ainda era jovem e cheia de energia.

"Enfim. Este é o doutor Gregory DeVries... ele veio atendê-la, Alice!" Nan Sharpe mostrou a Alice o doutor DeVries. Gregory parecia ser um Irlandês na faixa dos 40 anos de idade. Seus grandes olhos verdes ficava logo abaixo de suas sombracelhas louras.

"Você deve ser a Alice Liddell que a Sra.Sharpe me disse. Bem, ela descreveu detalhadamente seu rosto. Como eu imaginava" O Doutor DeVries entrou, colocando sua pequena maleta de couro sobre a mesa ao lado da porta.

"É um prazer conhecê-lo, doutor!" Alice deu um sorriso amarelado. Ela nunca gostou de médicos ou hospitáis. Os anos que passara no sanatório justificavam isso.

"Me diga, Alice, o que sente?" DeVries abriu sua maleta.

"Ela as vezes têm fortes tonturas e desmaia." Nan Sharpe disse ao doutor antes que Alice conseguisse abrir a boca.

"É isso mesmo, Alice?" DeVries olhou para Alice.

Alice simplesmente concordou com a cabeça. Ela acreditava que falar mais alguma coisa poderia a meter em encrenca. Ela tinha a habilidade de falar as coisas erradas nas horas erradas e isso sempre era um problema para ela.

Os três prosseguiram para a sala de estar. Nan se sentou ao lado de Alice no sofá e Gregory se sentou em uma poltrona ao lado.

Um gato preto de olhos amarelos pula no colo de Alice, acomodando-se entre seus braços. Era a gata de Alice, a Dinah II. Nan Sharpe adotou a gata desde que se mudaram para a nova casa. Na noite do incêndio, Dinah guiou Alice para fora da casa. Depois disso, Dinah nunca mais foi vista, então Nan comprou um gato novo para Alice, para que as boas lembranças de antes da noite do incêndio voltassem.

"Agora, Alice, quero que você beba isto..." O doutor deu a Alice um copo cheio até a borda com um líquido amarelado. "Quando beber isto, você vai cair em sono profundo, e então eu vou poder examinar sua mente..."

Alice concordou com a cabeça novamente, colocou Dinah II no colo de Nan Shape e bebeu o copo inteiro rapidamente. Alguns segundos depois Alice caiu em um sono profundo.

Alice acordou com um vento forte em sua cara e com seu cordão com o pingente ômega em seu pescoço. Ela olhou para seus braços e não viu as longas mangas com listras pretas e brancas. Mas viu curtas mangas azuis.

"O País das Maravilhas?" Alice estava confusa, curiosa e ansiosa. Ela queria ver o País das Maravilhas normal e feliz de novo, como em sua primeira visita, quando ainda era uma criança.

Depois de uma longa queda, Alice finalmente chegou no País das Maravilhas, pousando bruscamente no chão de terra pálida, elevando a poeira.

Um cheiro ruim penetra no nariz de Alice. A paisagem não era nada boa. Destroços de trem, fogo e plantas morrendo em todo lugar. Algum tipo de líquido negro criava poças enormes no chão, sujando tudo a sua volta. Algumas cabeças de bonecas ficava penduradas, jorrando o tal líquido negro da boca e dos olhos.

"ALICE! ALICE!" uma voz veio do meio dos escombros.

Alice correu até os escombros, revirando-os. Um par de orelhas marrons vinha seguido de uma cabeça de coelho marrom. Era a Lebre de Março. Alice carregou a lebre para fora dos escombros. A sua perna mecânica havia sido arrancada e sua mandíbula mecânica tinha algumas partes faltando, como os dentes.

"O... O País das Maravilhas está p-pior... p-p-por que você está a-assim?!" Alice andou para trás alguns passos.

A cabeça da lebre deu um giro completo, quebrando seu pescoço. Os olhos da lebre cairam e uma mistura de saliva e sangue escorria pela boca da lebre. Aquilo realmente assustou Alice. Ela cobriu a boca com as mãos e fez força para controlar a ânsia de vômito.

"SOMOS TODOS LOUCOS AQUI, ALICE! VOCÊ TAMBÉM É! NÃO NEGUE ISTO!" A voz da lebre ficou grave de repente.

Alice gritou alto, levantando-se. Ela estava suando muito. Era de noite, Alice tinha acabado de acordar de um pesadelo. Nan Sharpe entrou correndo na sala quando ouviu o grito de Alice, que estava com um olhar assustado no rosto.

"Oh, querida. Teve um pesadelo?" Sharpe sorriu amigavelmente, colocando sobre a mesa na frente do sofá duas xícaras de chá.

Alice concordou com a cabeça, pegando uma das xícaras e tomando um gole do chá de jasmim. "Já estou indo para meu quarto dormir... Não se preocupe, Nan..." Alice bebeu o chá rapidamente e correu para seu quarto.

Ao olhar pela janela, Alice viu um gato branco com uma mancha amarela no olho que a lembrava de um monóculo. Ele estava sentado ao lado do pingente prateado que Alice havia deixado na janela de dia. O gato admirava a neve que caia do céu, era o sinal de que já era o final de novembro e que o inverno já chegara em Londres.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler! BG agradece! :D



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