Xabéu levava os três para seus devidos quartos. Ao chegarem no corredor, os três (Cebola, Cascão e Magali) viram três portas, uma do lado da outra.

–Podem entrar. Esses são os quartos de vocês. –disse Xabéu.

Cebola entrou em um dos quartos e ficou maravilhado com a estrutura e com cada toque tecnológico do quarto.

–Todos os quartos estão iguais para que não haja nenhum conflito entre um quarto ser melhor que o outro. Mas como vocês vão ficar aqui por um bom tempo, vocês podem decorá-lo com o que vocês quiserem. Sintam-se em casa. Ah, e vão descansar. Nada de dormir tarde. –disse Xabéu.

–Dormir tarde? Não dessa vez. Tô só o pó da rabiola hoje. –disse Cebola, rindo.

–Tchau, gente. Bom descanso. –disse Xabéu, saindo do quarto do Cebola.

Cascão e Magali, que estavam no quarto do Cebola, foram para o quarto deles. Cebola arrumou o que tinha que arrumar (suas roupas no guarda-roupa), escovou os dentes e se jogou na cama pra dormir.

Cebola ainda está dormindo quando, horas depois, alguém entra em seu quarto, senta em sua cama e chacoalha de leve o seu ombro.

–Cebola. Acorda. O Astronauta quer lhe ver. –disse a pessoa.

Cebola estava virado de lado (de costas para a pessoa) e, sem ouvir o que a pessoa tinha lhe dito no final, falou na maior cara de sono, com os olhos semicerrados:

–Não, mamãe... Eu não quero ir pla escola... Eu tô de félias... E não tá de dia ainda...

A pessoa sentada em sua cama riu tão alto, que o Cebola acordou num susto imediato. Abriu os olhos por completo e viu que a pessoa com quem ele falava era na verdade a Xabéu. Cebola levou cinco segundos para recordar o porquê que ela estava rindo. Quando lembrou, imediatamente ficou morto de vergonha.

–Ai, Cebolinha... Eu não sou sua mãe, claro que você está de férias, e não, não está de dia. Estamos no espaço. Aqui não se tem dia. O sol reflete aqui, mas não completamente. Considerando o horário do planeta Terra, está de dia sim. Aqui, não. –disse Xabéu, ainda rindo muito.

Cebola não tinha prestado nem um pouco de atenção para o que a Xabéu estava falando, porque o pijama dela era altamente sexy. O pijama dela era apertado e contornava direitinho a sua bunda e seus seios. Cebola ficou extremamente nervoso ao vê-la se inclinar para falar com ele, pois da sua vista, conseguiu ver quase tudo o que estava por dentro do pijama. Tratou de se afastar para não começar a trocar as letras. Então se levantou.

–Ãhn... Sim, Xabéu... Err... O que o Astronauta quer comigo mesmo? –perguntou ele.

–Ele quer você, Cascão e Magali lá na sala de comando. –respondeu Xabéu, se levantando também e indo em direção à porta para sair do quarto. –Se arrume e venha. Não demore. Astronauta não gosta de atrasar assuntos importantes. Também porque ele fica meio agoniado.

–E como você sabe disso sobre ele? –perguntou Cebola novamente.

Xabéu já estava de saída quando Cebola lhe fez essa pergunta. Virou-se para ele, colocando apenas seu rosto para dentro do quarto novamente e disse-lhe:

–Observação experiencial.

Após isso, deu-lhe uma piscadinha e saiu do quarto completamente. Cebola foi se arrumar para a imediata chamada do Astro à sala de comando. Antes, tirou um sanduíche e um suco de manga de dentro de seu frigobar para ganhar energia (Sim, o quarto tinha frigobar. Chique, não?). Escolheu um suco de manga porque:

Desde pequeno sempre tomou sucos, sorvetes e picolés de manga;

Sucos de manga não azedam facilmente.

Porque sim.

Comeu, ficou satisfeito, tomou um banho para se despertar mais, escovou os dentes e foi se arrumar. Quando abriu o armário, teve uma grande surpresa, pois percebeu que nenhuma das roupas contidas no armário eram dele. Desesperado, procurou as roupas, mas não achou em canto nenhum. Viu que não havia outro jeito, pegou uma das roupas que estavam no armário e vestiu. Era uma roupa de estilo pirata do espaço. Mesmo não sendo dele, ele até que gostou da roupa.

Chegou na sala de comando e ficou mais surpreso ainda quando viu que a Magali e o Cascão estavam, também, vestidos de piratas do espaço.

–Qualé, Astro... Poderia ter avisado que iria ter uma festa fantasia e tal... –disse Cebola.

–Não é nenhuma festa fantasia, Cebola. Arranjei essas roupas para vocês porque achei que ficaria mais legal em vocês e também porque acho que combina com os gostos da Cabeleira. Podemos fazer com que ela se simpatize mais conosco. –respondeu Astronauta. -Mas enfim, gostaram?

–Ficou show de bola, Astro! –disse Magali. Cebola concordou com o comentário dela.

–Gostei véi... Mas tu bem que poderia ter nos avisado sobre as roupas e tal... A gente acabou se preocupando com roupa e malaaaaAAAAAIII! -disse Cascão, dando um grito ao tapão que a Magali deu em seu braço pelo comentário desnecessário.

–A questão da troca de roupas foi de última hora. Não sabia se vocês iriam gostar, mas agora que eu sei que vocês gostaram da roupa, podem ficar com ela. As roupas de vocês estão no estoque da nave. –disse Astronauta.

–Mas falaí, qual a nossa missão? –perguntou Cebola.

–Por enquanto, é o seguinte: vocês vão ter que captar informações sobre a Cabeleira Negra, sua filha e sua nave, juntamente com seus piratas contidos. É importante saber montar estratégias a fim de confrontar nossos inimigos. A Cabeleira vive de estratégias, e nunca nenhuma até agora faliu. –respondeu Astro.

–Como vamos fazer isso? –perguntou Magali.

–Vocês terão que entrar em sua nave sem serem desconhecidos. Franja construiu um gear que permite você imitar o mesmo estilo de qualquer tipo de pessoa. Também vou colocar relógio-câmeras em seus pulsos para que possam falar comigo em caso de dúvidas. –respondeu Astro. –Agora, me deem seus pulsos. Lado de baixo virado pra cima.

Os três assim o fizeram. Já equipados, se despediram do Astronauta, dizendo-lhe:

–Valeu Astro.

–Disponha. Se cuidem e boa sorte. –respondeu Astro com um imenso sorriso de confiança.