Collide escrita por Júlia Lopes


Capítulo 2
Capítulo 1 - The way back home


Notas iniciais do capítulo

Então, aqui está o primeiro capitulo,

Espero que tenham uma boa leitura :)



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Quando o avião chacoalhou pela terceira vez Felicity não pode evitar o pequeno grito fino que escapou por entre seus lábios, mas felizmente ela estava muito preocupada em manter os olhos bem fechados e as mãos esmagando os braços de sua poltrona para notar que metade dos passageiros a bordo a olharam. Felicity não se lembrava quando havia começado a ter medo de voar de avião, mas sabia que não gostava idéia de que estava a uma distancia, tecnicamente, nada segura da terra. Respira e inspira. Era o seu mantra do dia, desde que embarcara de avião se lembrava de respirar e inspirar para manter a calma, não que estivesse realmente funcionando, mas ela tentava. E então veio a quarta turbulência e mais um grito fino ecoou pela aeronave fazendo com que Sara ao seu lado não conseguisse mais segurar o riso.

– Pare de rir – Felicity conseguiu falar quando percebeu que a amiga ria do estado ela – Sara Lance pare de rir de mim! – Ela exclamou indignada, apenas conseguindo que Sara risse ainda mais de sua reação

– Você deveria se preocupar mais com o fato de eu não ser a única. – Mesmo de olhos fechados e sem olhar para ela, Felicity sabia que a amiga mantinha um sorriso de deboche nos lábios quando lhe dirigiu as palavras e então sentiu as bochechas arderem e sabia que estava corando.

– Não foi tão ruim assim, foi? Todos ouviram? – Ela perguntava tentando controlar a voz e a ansiedade. Todos rindo de sua cara definitivamente não era o que ela precisava nesse momento, não mesmo. O que ela precisava era de uma bebida bem forte, ou melhor um estoque dessas para conseguir agüentar dois meses em Star City. Quatro anos sem por o pé na cidade e para agüentá-la precisava de algumas doses de algo com álcool? Definitivamente sim.

– Oh sim, todos ouviram – A voz de Caitlin ecoou de seu lado esquerdo e Felicity se aventurou a abrir os olhos rapidamente enquanto Sara dava um pequeno pulo em sua poltrona fazendo as outras duas rirem da situação dela.

– Pensei que estivesse dormindo, Snow – Sara falou fingindo que nada havia acontecido. – Estava tão quieta que pensei até que não estava mais respirando. – Felicity fechou os olhos de novo e torceu a cara em uma careta. Talvez ela preferisse o avião tremendo do que estar entre Sara e Caitlin.

– Muito engraçada você, Lance – Caitlin falou depois de entoar uma risada irônica – não é porque esse é seu sonho que ele vai se tornar realidade. – Finalizou e Felicity saltou mais um de seus gritinhos de pânico quando mais uma turbulência ocorreu, não tão perceptível quanto as outras, mas ela definitivamente estava lá, fazendo o avião tremer minimamente e fazendo Felicity tremer de medo. As duas ao seu lado a olharam.

– Sempre soube que não gostava de nossas brigas, mas gritar é uma novidade, Fel. Normalmente são só broncas – Sara falou debochando da amiga. Enquanto Caitlin apenas revirava os olhos.

– Darei sermão quando chegarmos em terra firme, agora calem a boca e me deixem me concentrar em respirar e inspirar, por favor. – Falou e em seguida respirou e inspirou. E mais uma vez e de novo e outra vez logo após essa até que veio a sexta turbulência e mais um grito escapou de seus lábios. Nem mesmo o silencio do avião a acalmou. Além de seu pânico por estar ali dentro ainda tinha que se preocupar com que cara olharia para sua madrinha após quatro anos negando seus convites para passar as férias com ela. E em algum momento entre respirar e inspirar, gritar com turbulências e imaginar como essas férias seriam as piores de sua vida percebeu que Sara e Caitlin haviam voltado a brigar por algum motivo maçante. Essa definitivamente seria uma viagem muito longa para Felicity Smoak.

***

Senhoras e senhores, bem vindos a Star City. São sete horas da noite no horário local. Permaneçam sentados até que os sinais de afivelar cintos sejam apagados. Verifiquem se estão… – Assim que a voz da aeromoça foi escutada por Felicity ela respirou aliviada. Não via a hora de sair daquela maldita maquina de tortura que é popularmente conhecido como avião. O vôo havia sido extremamente longo assim como tinha previsto. Mas mesmo querendo ter seus pés em terra bem firme ela ainda considerava tomar aquela bebida forte, não que Star City fosse chata ou que ela não gostasse de sua cidade, mas quando ela saiu de lá o nome ainda era Starling City. Isso já dizia muito sobre as mudanças que teria que enfrentar. Além disso ela tinha certeza que as lembranças de quatro anos atrás iriam a perseguir a cada rua que entrasse, a cada rosto que visse, a cada canto que visitasse. Era como nadar, nadar e morrer na praia. Um dia ela estava tentando a todo custo esquecer tudo que passou, recomeçar sua vida e no outro estava em um avião de volta onde tudo mudou.

Mas havia algo faltando e que ela achava que sempre faltaria. Ela estava incompleta desde o incidente em Starling. Sabia que algo faltava e para ela esse algo eram as pessoas que havia perdido. Voltar pra cidade não mudaria o fato de estar despedaçada.

– Você está bem? – Sara perguntou quando iam em direção ao desembarque para pegar suas malas – Quer dizer, aqui... você... Fel, só queria dizer que qualquer coisa... – Sara tentava falar com cautela. Ela esteve com Felicity desde sua infância, sabia que seria difícil para ela voltar para a cidade e por isso estava ali por ela, mas também sabia que isso seria um ciclo sendo fechado e que se Fel quisesse realmente se reconstruir voltar a casa e enfrentar os fantasmas de seu passado a faria dela uma pessoa mais forte e pronta para a vida que ansiava, pelo menos era o que Sara esperava.

– Hey, não se preocupe. – Felicity sorriu para a amiga – Eu estou bem. – Não

***

Moira andava de um lado para o outro ditando ordem para seus empregados, queria tudo perfeito quando sua afilhada chegasse. Não a via pessoalmente a quatro anos, estava com tantas saudades, mal podia esperar para vê-la. Queria ter ido busca-la no aeroporto, mas Thea se prontificou em ir antes que alguém falasse algo. Restou então a Moira ditar ordens e andar nervosamente pela casa esperando Felicity.

– Mãe, eu estou tonto só de olha-la. Pode se acalmar um pouco? – Oliver falou descendo as escadas com calma enquanto dobrava as mangas de sua camisa social. Ele estava atrasado, sabia que estava. Moira havia pedido para ele estar lá desde as seis e já eram quase oito. Mas precisava resolver coisas mais importantes do que ficar ao lado de sua mãe enquanto Felicity não chegava. Moira virou para olha-lo de forma que se ele não a conhecesse teria certeza que o mataria ali e agora. – Você pode relaxa? Não vamos receber o presidente, é só Felicity – Ele disse se aproximando da mãe e colocando a mãos em seus ombros.

Não era bem verdade essas palavras. É só Felicity. Não parecia uma frase certa saindo de sua boca. Felicity nunca seria só Felicity para ele. Moira revirou os olhos descrente com a afirmação do filho e o ignorou saindo do aperto das mãos dele enquanto Oliver sentava-se no sofá a sua frente reclamando sobre ter que faltar a uma reunião importante, o que, na verdade, era uma mentira. Não havia reunião nenhuma, mas sua mãe não precisava saber que não era na empresa que ele andava gastando suas noites em claro.

– Oliver, ao menos finja que está feliz com a presença dela aqui. – Sua mãe falou finalmente sentando ao lado dele e suspirando cansada – por hoje, sim?

– Eu estou feliz com a presença dela – Ele disse para a mãe – Só não acho que ela se agradara com a minha – ele piscou cruzando os braços frente ao seu peito e a olhando com um sorriso divertido. Os desentendimentos entre eles começaram desde antes dela sair da cidade. Era complicado. E culpa dele.

Assim que Moira ouviu o barulho da porta da casa sendo aberta se virou em direção a entrada da sala e logo ela estava abrindo um grande sorriso quando viu atrás de Thea a sua afilhada entrando no comodo em que estava. Como ela estava diferente de quatro anos atrás. Oliver a olhava admirado. Sabia que ela era linda, mas não lembrava o quanto. Suas roupas agora eram coloridas e com certeza ela andou malhando. Seu ar parecia mais maduro e até seus cabelos mudaram. Quer dizer ela estava...

– Loira? – Foi tudo que saiu de seus lábios quando Moira já havia levantado e ido em direção a Felicity e sua amiga. Ninguém parecia ter escutado isso a não ser Thea que estava agora em pé ao lado do sofá onde ele estava. Quanto tempo passou a admirando e não para não perceber os movimentos da irmã para perto de si?

– Ela não está incrível assim? – Thea comentou empolgada sem perceber que Oliver ainda encarava a amiga deles quando ela abraçava sua mãe. Sim ela estava incrível. Ela sempre fora incrível.

Quando Felicity se soltou de seu abraço com sua madrinha e tornou seu olhar para o sofá sorriu para ele. Apesar de tudo, Oliver havia feito falta e foi por esse motivo que ela não conteve a vontade de se aproximar do sofá com o intuito de abraça-lo, mas antes mesmo que chegasse perto o celular dele tocou a fazendo parar no canto que estava.

Oliver praguejou baixo quando atendeu o celular, queria falar com sua amiga, ficou feliz por saber que ela estava feliz em vê-lo e não ainda com vontade de soca-lo como da ultima vez que se falaram. Queria saber o que havia feito nesses anos, como ela estava. Até aquele instante não havia entendido a dimensão da saudade que sentira. E agora tinha que atender a esse maldito telefonema.

– Alô? – Falou com a voz controlando a frustração daquele momento.

Oliver, temos um problema – a voz de Diggle fez Oliver suspirar e fechar os olhos já sabendo o que viria pela frente.

***

Quatro anos antes

O gosto de sangue prevalecia em sua boca e suas pernas estavam fracas. Tentou ficar de pé, falhando miseravelmente e então caiu sobre seus joelhos.

– Espero ter deixado claro que você nunca será bem-vindo aqui, Queen. – O homem a sua frente levantou a cabeça de Oliver pelo seu queixo e cuspiu em sua cara que já estava suja de sangue. Oliver fechou os olhos com a expressão de pura raiva e desprezo. Sabia que não tinha a menor chance ali. Mas precisava tentar algo. Queria ajudar sua amiga. – Não me olhe assim. – O homem riu. – Espero ter sido claro, nunca mais quero o ver por aqui. A escuridão foi o que veio em seguida da dor aguda de soco certeiro em seu rosto.

Não soube quanto tempo passou inconsciente. Mas assim que abriu os olhos a dor por todo seu corpo o trouxe de volta a realidade. Olhou ao seu redor e não sabia onde estava. Parecia a casa de alguém, mas com certeza não era a sua.

– Por isso não gosto quando foge de mim, Senhor Queen – A voz grossa ecoou pela sala antes mesmo que o guarda costas de Oliver aparecesse em seu campo de visão. Oliver tentou se sentar, mas assim que apoiou o braço em suas laterais gemeu de dor – acho melhor ficar deitado, o senhor não está em condições para levantar.

– Já disse para me chamar de Oliver. – A voz dele saiu mais fraca do que ele previu e com uma dose de dor exagerada. – Onde estou? – Perguntou movendo seus olhos pela sala onde estava. Não reconhecia o lugar, não parecia sua casa e com certeza não era um hospital.

– Na minha casa – Diggle falou e sentou na mesinha de centro que ficava em frente ao sofá em que Oliver estava deitado – Acho que precisamos ter uma conversa, Oliver.


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Notas finais do capítulo

então o que acharam? Provavelmente a fic não será toda em terceira pessoa. Mas esse começo é importante que seja. Enfim, comentem, me digam o que acharam, deixem criticas construtivas ;)